Ótimas colocações!
Helter Skelter é BEM na linha de A Pele que Habito. Na verdade, quase citei o filme no artigo, hehe.
Em alguns pontos, ele é ainda mais gráfico que o filme do Almodóvar. Então vá preparada.
]]>No mais, pra falar do sentido mais literal de aparência, esses tempos eu comentei no meu blog o mangá Shibou to Iu na no Fuku wo Kite, josei da Moyoco Anno (com um traço similarmente desleixado, aliás :)) que conta a história de uma jovem adulta que basicamente tem sua vida arruinada por uma colega de trabalho invejosa e medíocre, depravada e totalmente vendida ao culto às aparências, mas essa própria colega paga o preço pelo que ela faz de errado também. Não vou dar spoilers pois não sei se vocês leram, mas a parte engraçada é que Helter Skelter me pareceu pela resenha quase como um sucessor espiritual falando exatamente sobre a vida da invejosa.
Enfim, depois dessa leitura também muito boa, eu fiquei pensando sobre como não é verdade que devemos ignorar as aparências. Eu – que sou formada e pretendo trabalhar com RH – li esses dias um texto muito bom no Linkedin falando sobre isso: o quanto aparências, objetivamente, importam. A realidade do mercado de trabalho, que não é fácil para ninguém, é que quem tem “boa aparência” sai na frente. “Boa aparência”, porque a mente humana é tão limitada que tende a associar uma aparência exterior bem cuidada com uma pessoa que é bem cuidada em todo o resto da vida, como se alguém fosse perfeito assim. Eu comentei também sobre como distúrbios alimentares são uma realidade crescente e a cultura que alimenta esses distúrbios é uma que associa o distúrbio a poder. Infelizmente, essa associação só existe porque as “sociedades civilizadas” dão vazão para isso. Então, eu não acho que o discurso de “seja feliz com a sua beleza real, blabla” tem mais valor do que qualquer outro discurso para vender cosméticos. Porque se sua beleza real é igual à da capa de revista, melhor ainda, né?
Enfim, só queria postar isso aqui porque discordo que não exista mais uma ditadura da beleza. Tanto existe que cirurgias plásticas ainda não são acessíveis para a maioria dos “meros mortais”, e a gente vê os resultados catastróficos de operações em clínicas clandestinas na mídia o tempo todo, tem toda uma máquina que opera nesse sentido. Infelizmente isso fica ocultado na maior parte do tempo. Só para apontar isso mesmo. De resto, gostei do texto, pra variar! 🙂
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