De fato. Ao reassisti-lo para escrever esse artigo, me arrepiei a cada momento.
A título de curiosidade, a maldade em “Fausto” é realmente particular, mas isso tem muito a ver com a visão cosmogônica (se posso dizer assim) do próprio Goethe. Ela não é fruto da inveja de Lúcifer (como em Paraíso Perdido), mas vem da própria escuridão anterior à Criação. Ou seja, antes do “faça-se a luz!”, o estado “natural” das coisas era a “maldade”. Nas palavras do próprio Mefisto:
“Parte da parte eu sou, que no início tudo era,
Parte da escuridão, que à luz nascença dera”
Mais do que isso não ouso dizer. A demonologia de Goethe é algo que renderia facilmente uma tese de doutorado, hehe.
]]>Só para contribuir um pouco com o tema (bem pouco), ouvi nalgum lugar há muito tempo (seria um filme? uma piada? não me lembro) que o verdadeiro mal é tão inocente quanto o verdadeiro bem. É um pensamento assustador. Que eu acho que se aplica ao Kyubey. Uma criatura de uma raça amoral como ele é incapaz de ser mau – e no entanto todo mundo que veja seus atos os interpreta como inequivocamente maus.
Não li Fausto para saber se o mesmo se aplica a Mefistófeles (existe a chance de que eu tenha ouvido isso da paródia desse no Chapolim … mas acho que não foi o caso), mas desde que eu conheço esse dito é assim que imagino diabos e demônios. Eles cometem o mal como feras devoram suas presas, e não faz sentido querer aplicar noções de moral a eles.
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