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{"id":8016,"date":"2016-07-13T15:12:48","date_gmt":"2016-07-13T18:12:48","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=8016"},"modified":"2019-02-25T14:23:29","modified_gmt":"2019-02-25T17:23:29","slug":"os-animes-sao-uma-midia-para-adultos-parte-2","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2016\/07\/13\/os-animes-sao-uma-midia-para-adultos-parte-2\/","title":{"rendered":"Os animes s\u00e3o uma m\u00eddia para adultos? (Parte 2)"},"content":{"rendered":"

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Na semana passada<\/a>,\u00a0eu me reuni ao F\u00e1bio Godoy do Anime 21<\/a>, Diego Gon\u00e7alves do \u00c9 S\u00f3 Um Desenho<\/a> e Vitor Seta do Otaku P\u00f3s-Moderno<\/a> para responder a uma pergunta que todos j\u00e1 ouvimos diversas vezes.<\/p>\n

Os animes que tanto curtimos s\u00e3o, de fato,\u00a0um\u00a0entretenimento\u00a0para adultos?<\/p>\n

Nessa semana, Cat Ulthar do Dissid\u00eancia Pop<\/a> e Kouichi Sakakibara do Animes Tebane<\/a>\u00a0se uniram a n\u00f3s para refletir\u00a0sobre a reputa\u00e7\u00e3o dos desenhos japoneses, ora tidos como “coisa de crian\u00e7a”, ora como “divers\u00e3o madura”.<\/p>\n

E o que, em um caso ou\u00a0no outro, estaria por tr\u00e1s dessa\u00a0“maturidade”.<\/p>\n

<\/p>\n

\"Screenshot<\/p>\n

Vinicius:\u00a0<\/strong>Na semana passada, o Vitor mencionou os desenhos da Pixar como exemplo de um cinema infanto-juvenil com grande apelo para adultos.<\/p>\n

Fico feliz que o est\u00fadio tenha sido mencionado,\u00a0pois ele\u00a0\u00e9 a primeira coisa que vem \u00e0 minha mente quando penso em \u201canima\u00e7\u00e3o\u201d e \u201cp\u00fablicos-alvo\u201d fora de um contexto japon\u00eas.<\/p>\n

De fato, as anima\u00e7\u00f5es da Pixar (e da Disney, antes dela) s\u00e3o verdadeiros primores, prova de que \u00e9 poss\u00edvel fazer arte para todos os p\u00fablicos. O pr\u00f3prio Justin Sevakis<\/a>\u00a0do Anime News Network as compara, com raz\u00e3o, \u00e0s obras do Miyazaki e do Mamoru Hosoda.<\/p>\n

Eu, mesmo, n\u00e3o tenho como discordar. Com o risco de perder alguns leitores, preciso confessar que, na minha opini\u00e3o, A Bela Adormecida<\/em> (1959) \u00e9 a melhor anima\u00e7\u00e3o j\u00e1 feita, superando qualquer coisa j\u00e1 produzida no Jap\u00e3o ou em qualquer outro lugar do mundo.<\/p>\n

\"sleeping<\/p>\n

Dito isso, parece-me sim que essa filosofia de anima\u00e7\u00e3o, em seu esfor\u00e7o para n\u00e3o impor barreiras \u00e0 compreens\u00e3o, \u00e9 frequentemente menosprezada.<\/p>\n

Ou, para usar as palavras do Diego, ser \u201cpara adultos\u201d tornou-se, de fato, um \u201catestado de qualidade\u201d para uma parte do p\u00fablico (embora este \u201catestado\u201d seja exigido de forma bem seletiva).<\/p>\n

Isso com certeza tem menos a ver com a anima\u00e7\u00e3o em si do que com a subcultura ocidental que veio a se identificar com os animes.<\/p>\n

Talvez isto seja sinal de uma nova \u201ccontracultura\u201d do s\u00e9culo XXI. Talvez seja um mecanismo de defesa de pessoas que passaram a vida ridicularizadas por \u201cgostar de desenhos\u201d. Talvez, t\u00e3o simplesmente, seja um produto da nostalgia pelos anos 1990, que leva jovens adultos a considerar o entretenimento padr\u00e3o \u201cda sua \u00e9poca\u201d como o supra-sumo da arte.<\/p>\n

\"critical<\/p>\n

O que eu acho significativo \u00e9 que essa n\u00e3o \u00e9 uma opini\u00e3o restrita a um c\u00edrculo de f\u00e3s, mas disseminada entre os pr\u00f3prios cr\u00edticos. Um dos maiores exemplos de mem\u00f3ria recente foi a repercuss\u00e3o do Oscar de 2015, quando Kaguya Hime<\/em> n\u00e3o faturou a estatueta de Melhor Anima\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"big

O grande vencedor<\/p><\/div>\n

Um site<\/a> citou a vit\u00f3ria de Big Hero 6 <\/em>como \u201cprova de que os votantes do Oscar n\u00e3o sabem nada sobre anima\u00e7\u00e3o\u201d. Outro<\/a>, que o Oscar \u201cn\u00e3o faz a menor ideia do que fazer com filmes excepcionais\u201d. Um terceiro<\/a> disse que, se A Viagem de Chihiro <\/em>fosse apresentada hoje, provavelmente perderia para\u00a0Lilo & Stitch.<\/em><\/p>\n

N\u00e3o quero p\u00f4r a m\u00e3o no fogo para defender o Oscar. Suas pol\u00edticas internas s\u00e3o, realmente, detest\u00e1veis. Por\u00e9m, me parece claro que os votantes da academia adotam a \u201cacessibilidade\u201d como um crit\u00e9rio essencial. Por mais que alguns<\/a> tenham criticado o pr\u00eamio por levar em considera\u00e7\u00e3o a recep\u00e7\u00e3o infantil, parece haver um consenso de que uma anima\u00e7\u00e3o que atinja a todos \u00e9 prefer\u00edvel a um trabalho de nicho.<\/p>\n

O que me leva a um outro ponto. Muitos dos animes considerados \u201cadultos\u201d n\u00e3o s\u00e3o apenas sofisticados. Eles requerem, tamb\u00e9m, uma bagagem cultural muito espec\u00edfica.<\/p>\n

\u00c9 o caso de Mawaru Penguindrum <\/em>com o atentado ao metr\u00f4 de t\u00f3quio em 1995 , de Joker Game <\/em>com a Segunda Guerra Sino-Japonesa e de Showa Genroku Rakugo Shinjuu<\/em>… bem, do come\u00e7o ao fim.<\/p>\n

\"rakugo<\/p>\n

Isso me lembra de uma entrevista antiga de Mamoru Oshii<\/a>. Nela, o diretor disse que animes s\u00e3o uma parte da cultura japonesa, e que seus temas jamais ser\u00e3o apreciados por ocidentais da forma como o s\u00e3o em seu pa\u00eds de origem. N\u00e3o existe uma \u201ccultura global\u201d. Um japon\u00eas, diz ele, jamais entenderia a Guerra do Vietn\u00e3, e seria ingenuidade acreditar que a rec\u00edproca seja verdadeira.<\/p>\n

Como voc\u00eas v\u00eaem a ind\u00fastria atual nesse sentido? O pr\u00f3prio Justin Sevakis do ANN disse, ano passado, que a popularidade de animes no Ocidente (com a vinda ao Netflix e ao Hulu) estava fazendo diretores priorizarem g\u00eaneros \u201cf\u00e1ceis de se exportar<\/a>\u201d.<\/p>\n

\"Shingeki+no+Kyojin[1].jpg\"

Um exemplo entre tantos<\/p><\/div>\n

Voc\u00eas acham que esse pode o futuro do anime (ao menos no curto prazo)? Ou existem sinais de que a ind\u00fastria esteja adotando um caminho contr\u00e1rio?<\/p>\n

Kouichi:\u00a0<\/strong>A pr\u00f3pria exist\u00eancia dos termos demogr\u00e1ficos “Seinen” e “Josei” j\u00e1 deixa clara a exist\u00eancia de uma parcela da ind\u00fastria da anima\u00e7\u00e3o que quer atingir o p\u00fablico adulto. Infelizmente para o desenvolvimento dessa discuss\u00e3o, acho que ningu\u00e9m vai ter a coragem de se opor.<\/p>\n

Obras com um p\u00fablico bem restrito existem h\u00e1 muito tempo, mas de fato acredito que s\u00f3 recentemente elas come\u00e7aram a ganhar um espa\u00e7o maior durante as ditas “temporadas”.<\/p>\n

Recentemente, escrevi um artigo sobre Ergo Proxy<\/a>, que em meio a toda a “disseca\u00e7\u00e3o” do tema, eu me vi pesquisando latim e refer\u00eancias filos\u00f3ficas do s\u00e9culo XVIII e XIX para simplesmente come\u00e7ar a entender uma pontinha do enredo proposto. Dizendo isso j\u00e1 podemos imaginar o qu\u00e3o complexa \u00e9 a obra, e como \u00e9 restrito seu p\u00fablico alvo e consecutivo a isso, o qu\u00e3o afetado s\u00e3o seus lucros.<\/p>\n

O que me chama aten\u00e7\u00e3o em todo caso, n\u00e3o \u00e9 a exist\u00eancia ou n\u00e3o de obras focadas no p\u00fablico adulto nas \u00faltimas temporadas, ou exist\u00eancia real de um grande p\u00fablico adulto interessando em anima\u00e7\u00e3o, mas sim, at\u00e9 onde anima\u00e7\u00f5es adultas conseguem atrair adultos?<\/p>\n

\"animes<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 por nada n\u00e3o, mas no meio “otaku” em que convivo, eu costumo ver muitos adultos mais interessados em Moe e Ecchi, que em obras mais complexas como o j\u00e1 citado Joker Game<\/em> ou at\u00e9 mesmo Young Black Jack<\/em>, do fim de 2015.<\/p>\n

Dito isso, me surge outra quest\u00e3o: se adultos v\u00e3o se interessar por obras infantis\/adolescentes, at\u00e9 onde \u00e9 lucrativo produzir obras restritas para o p\u00fablico adulto, que n\u00e3o se mostra muito seletivo?<\/p>\n

Diego:\u00a0<\/strong>Eu tenho um ou dois coment\u00e1rios a fazer nessas \u00faltimas considera\u00e7\u00f5es do Vinicius, mas antes eu queria comentar algo que o F\u00e1bio falou no seu primeiro coment\u00e1rio:\u00a0o que surgiu primeiro, animes para adultos ou \u00a0adultos vendo animes?<\/p>\n

Recentemente, eu terminei de ler o livro Quadrinhos – Hist\u00f3ria Moderna de uma Arte Global<\/a><\/em>, que faz uma esp\u00e9cie de panorama dos principais movimentos e artistas relacionados aos quadrinhos da d\u00e9cada de 60 at\u00e9 a atualidade.<\/p>\n

Uma\u00a0coisa interessante nele \u00e9 que se voc\u00ea olhar bem a partir das d\u00e9cadas de 60 e 70 voc\u00ea tem quase que um movimento mundial de surgimento de quadrinhos “adultos” (\u00e9 quando temos, por exemplo, o underground americano, com quadrinhos que retratam sexo, consumo de drogas e por ai vai)<\/p>\n

\"frtiz<\/p>\n

E meio que s\u00f3 pra “jogar” mais uma refer\u00eancia, isso me lembra tamb\u00e9m algo que Paul Gravett comenta no seu livro Mang\u00e1: Como o Jap\u00e3o Reinventou os Quadrinhos<\/a>.\u00a0<\/em>\u00a0Ele fala do movimento Gekig\u00e1 e de como ele veio ap\u00f3s algumas gera\u00e7\u00f5es que j\u00e1 tinham crescido lendo mang\u00e1 desde pequenos.\u00a0Havia, ent\u00e3o, uma demanda por esse produto por adultos que n\u00e3o queriam abandonar o h\u00e1bito de leitura, mas tamb\u00e9m n\u00e3o queriam os quadrinhos infantis de antes.<\/p>\n

Ent\u00e3o eu acredito que a resposta a essa pergunta, F\u00e1bio, \u00e9 uma esp\u00e9cie de meio termo. Voc\u00ea tem toda uma gera\u00e7\u00e3o (ou mais) que de certa forma foi “acostumada” com a m\u00eddia, e que conforme foi crescendo n\u00e3o quis “desapegar”, e a isso voc\u00ea junta uma s\u00e9rie de artistas que querem expandir os limites da m\u00eddia, e bom, aqui estamos agora.<\/p>\n

Agora, Vinicius, sobre essa quest\u00e3o de o anime exigir uma certa bagagem, eu diria que isso depende muito de anime a anime, mesmo dentre as obras adultas.<\/p>\n

Por exemplo, Master Keaton<\/em>, anime de 39 epis\u00f3dios de 1998, \u00e9 um anime epis\u00f3dico que segue o dia a dia de um investigador de seguros e ex-arque\u00f3logo.<\/p>\n

\"master<\/p>\n

\u00c9 uma obra criada como direcionada a adultos na faixa dos 30, e sua estrutura lembra muito s\u00e9rie americanas como CSI ou alguma outra de investiga\u00e7\u00e3o, no sentido de ser algo mais formul\u00edstico.<\/p>\n

Enfim, \u00e9 um anime que facilmente qualquer leitor ocidental consegue entender sem problemas. Outro anime do tipo seria Galery Fake<\/em>, sobre uma esp\u00e9cie de anti-her\u00f3i que trabalha no submundo das venda de arte de forma ilegal. O anime \u00e9 de 2003 (acredito) e \u00e9 super acess\u00edvel.<\/p>\n

E eu argumentaria ainda que o pr\u00f3prio Joker Game<\/em> \u00e9 sim bastante acess\u00edvel, porque embora o leitor ocidental n\u00e3o tenha normalmente essa bagagem cultural do lado oriental da segunda guerra, o pr\u00f3prio anime n\u00e3o trabalha realmente muito isso: \u00e9 apenas “cen\u00e1rio” ali, e fora isso ele \u00e9 uma hist\u00f3ria de espi\u00f5es bastante “comum”, ou ao menos assim me parece.<\/p>\n

Isso dito, de fato tem sim animes que exigem algum conhecimento, e que concordaria que as experi\u00eancias de um espectador oriental e um ocidental seriam completamente diferentes. Exemplos seriam animes que usam pesadamente do folclore e do simbolismo pr\u00f3prio ao Jap\u00e3o, como Uchouten Kazoku<\/em>, Hotarubi no Mori e,<\/em>\u00a0Kyousougiga<\/em> e outros nessa linha.<\/p>\n

\"houtarubi<\/p>\n

Cat:\u00a0<\/strong>Essa \u00e9 uma pergunta que, para um melhor entendimento, deve sair apenas do nicho dos animes japoneses, e abordar todo o trabalho de anima\u00e7\u00e3o que exista, seja de qual pa\u00eds for, para depois adentrar em algo mais espec\u00edfico, como o Anime japon\u00eas.<\/p>\n

Penso que a raz\u00e3o das anima\u00e7\u00f5es serem prontamente associadas a um p\u00fablico infantil seja a influ\u00eancia, por vezes perversa, da televis\u00e3o.<\/p>\n

Geralmente anima\u00e7\u00f5es, sejam ocidentais ou animes, s\u00e3o exibidos em canais ou programas infantis. Todo mundo deve lembrar dos velhos tempos da TV brasileira onde n\u00e3o era dif\u00edcil poder assistir um anime ou outro, desde Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em> a Hunter x Hunter<\/em>. Isso seria culpa do senso comum.<\/p>\n

Em uma an\u00e1lise um pouco mais aprofundada do senso comum, verifica-se que quando um desenho possui uma tem\u00e1tica mais madura ele seria a exce\u00e7\u00e3o, uma deturpa\u00e7\u00e3o do sentido cl\u00e1ssico da anima\u00e7\u00e3o, que \u00e9 entreter as crian\u00e7as, como no caso de South Park e afins. Portanto, o desenho “adulto” seria o estranho no ninho.<\/p>\n

Entretanto, sabe-se que as coisas n\u00e3o s\u00e3o bem assim. A\u00a0anima\u00e7\u00e3o surgiu como mais uma forma de express\u00e3o da arte cinematogr\u00e1fica. Como existem filmes que s\u00e3o infantis, outros n\u00e3o, assim ocorre com as anima\u00e7\u00f5es, sejam ocidentais ou animes. Tudo \u00e9 a quest\u00e3o da vontade criativa do seu criador. Isso ocorre em qualquer tipo de express\u00e3o art\u00edstica, como a literatura, a m\u00fasica, as artes pl\u00e1sticas, h\u00e1 material voltado para todas as idades.<\/p>\n

\"waltz<\/p>\n

H\u00e1 anima\u00e7\u00f5es para todas as idades, para crian\u00e7as, para jovens, para adultos. No Jap\u00e3o h\u00e1 canais para cada demografia especializada. Como poderia ser classificado como infantil obras como Akira<\/em>, Ghost in The Shell<\/em>, Serial Experiments Lain<\/em>, entre outros? Isso falando de anima\u00e7\u00f5es japonesas, pois no ocidente n\u00e3o \u00e9 diferente, como a cl\u00e1ssica anima\u00e7\u00e3o francesa\u00a0surrealista\u00a0Planeta Fant\u00e1stico<\/em><\/p>\n

\"planete<\/p>\n

Claro que h\u00e1 obras que transitam entre v\u00e1rias demografias, ou melhor dizendo, muitos diretores, roteiristas e produtores inserem subtextos ou metalinguagem em suas obras no sentido de mascarar certas tem\u00e1ticas que n\u00e3o seriam apropriadas abordar para o p\u00fablico alvo de maneira direta.<\/p>\n

Por exemplo, Digimom Tamers<\/em>, dirigido por Chiaki Konaka, que produz muito material de horror lovecraftiano<\/a>, que n\u00e3o \u00e9 nada infantil, mas conseguiu inserir essa tem\u00e1tica em uma obra voltada para o p\u00fablico infantil, de uma maneira a n\u00e3o levantar qualquer tipo de controv\u00e9rsia. Mas um adulto, cito como exemplo eu, ao ver a obra depois de tantos anos verifica que ela mostra nas entrelinhas muito mais que uma crian\u00e7a consegue perceber conscientemente.<\/p>\n

Outro exemplo cl\u00e1ssico \u00e9 Sakura Card Captors,<\/em> somente quando adulto, ou pelo menos mais maduro que fui perceber a tens\u00e3o homossexual que existe entre os personagens da s\u00e9rie (Sakura X Tomoyo e Yukito X Toya). Quando eu era crian\u00e7a, esse tipo de material passava despercebido, assim como ocorre na maioria dos casos. Assistir uma obra na inf\u00e2ncia e depois assistir na idade adulta, s\u00e3o experi\u00eancias totalmente diferentes.<\/p>\n

Nesse tema eu tamb\u00e9m poderia citar uma s\u00e9rie de postagens que fiz sobre a influ\u00eancia do misticismo gn\u00f3stico nos animes<\/a>. O gnosticismo \u00e9 uma corrente filos\u00f3fico\/religiosa antiqu\u00edssima e nada infantil, entretanto alguns de seus elementos e ensinamentos podem ser observados nas mais diversas obras, como Neon Genesis Evangelion<\/em>, voltada para o p\u00fablico infanto-juvenil, mesmo possuindo uma complexidade \u00edmpar.<\/p>\n

\"neon-genesis-evangelion-rei-ayanami-wallpaper-[4].jpg\"<\/p>\n

Assim, digo com certeza, que animes n\u00e3o s\u00e3o uma m\u00eddia para adultos, nem para crian\u00e7as, tampouco para velhos, mas sim uma forma de entretenimento voltada para qualquer p\u00fablico dependendo da vontade do seu criador.<\/p>\n

Muitas vezes uma obra voltada para crian\u00e7as pode ser permeada de elementos adultos, colocados de forma n\u00e3o intencional ou, como ocorre muitas vezes, de forma intencional. Os animes s\u00e3o como qualquer outra forma de entretenimento, podem se encaixar em qualquer nicho ou faixa et\u00e1ria, basta procurar o que te interessa.<\/p>\n

F\u00e1bio: \u00a0<\/strong>Eu me sinto plenamente representado pela resposta do Gato agora, era isso o que eu tentava dizer – o que n\u00e3o quer dizer que essa seja “a verdade”.<\/p>\n

A verdade \u00e9 que, na verdade, nem tentamos responder muita coisa, muito menos encontrar alguma verdade, n\u00e3o \u00e9? Com mais ou menos fundamentos cada um aqui deu sua opini\u00e3o. E tudo bem. Mas no fundo falamos cada um de coisas diferentes e por isso as aparentes discord\u00e2ncias, suponho.<\/p>\n

Anime \u00e9 pra adulto. Anime \u00e9 pra crian\u00e7a. Anime \u00e9 pra todo mundo e n\u00e3o \u00e9 para ningu\u00e9m em particular. Cada anime tem seu p\u00fablico-alvo. Sem repetir demais o Gato, alguns s\u00e3o mais infantis, outros s\u00e3o mais adultos, outros possuem temas adultos contados de forma que crian\u00e7as consigam absorver – n\u00e3o necessariamente entender.<\/p>\n

Ao mesmo tempo, a maioria dos animes \u00e9 produzido para o p\u00fablico jovem adulto, mas s\u00e3o razoavelmente infantis ou infantilizados. Animes infantis e infanto-juvenis s\u00e3o produzidos em menor n\u00famero absoluto mas com outra l\u00f3gica de neg\u00f3cio, e costumam ter mais epis\u00f3dios e temporadas – e muito adulto assiste esses animes tamb\u00e9m. E existe uma minoria de animes realmente adultos.<\/p>\n

Historicamente, a anima\u00e7\u00e3o surgiu como uma t\u00e9cnica cinematogr\u00e1fica, e como toda arte, n\u00e3o era produzida para algu\u00e9m em particular mas por ser produzida por adultos tendia a ser ela pr\u00f3pria adulta ou puramente experimental.<\/p>\n

\"blame

A Culpa \u00e9 do Samba<\/a>, curta da Disney de 1948, originalmente concebido para a participa\u00e7\u00e3o de\u00a0Carmen Miranda.<\/p><\/div>\n

Com Disney nos EUA e com Tezuka no Jap\u00e3o (esse muito influenciado por aquele) a arte da anima\u00e7\u00e3o se voltou fortemente para as crian\u00e7as, e o sucesso desses dois artistas e empreendedores provavelmente \u00e9 respons\u00e1vel pela imagem da anima\u00e7\u00e3o como arte para crian\u00e7as at\u00e9 hoje – mesmo que o pr\u00f3prio Tezuka tenha chegado a produzir tamb\u00e9m para adultos.<\/p>\n

Sobre a\u00a0Disney eu n\u00e3o sei, e por saber t\u00e3o pouco prefiro apostar que ele tamb\u00e9m nalgum momento tentou encantar adultos, n\u00e3o apenas crian\u00e7as – mas sua empresa, hoje, certamente investe em obras para toda fam\u00edlia, algumas com as tais mensagens adultas mastigadas para crian\u00e7as consumirem.<\/p>\n

E n\u00e3o \u00e9 como se em qualquer momento hist\u00f3rico tenha deixado de existir artistas que produzissem para adultos.<\/p>\n

S\u00e3o quatro pontos de vista diferentes: o vocacional, o comercial, o art\u00edstico e o hist\u00f3rico. Cada um falou um pouco sobre alguns deles. Todos s\u00e3o v\u00e1lidos, nenhum \u00e9 conclusivo. Se a pergunta for “Anime \u00e9 para adultos?” no sentido de potencial, a resposta \u00e9 sempre sim, pode ser. Se for no sentido determin\u00edstico, ent\u00e3o a resposta \u00e9 sempre n\u00e3o – anime n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para adultos, afinal.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na semana passada,\u00a0eu me reuni ao F\u00e1bio Godoy do Anime 21, Diego Gon\u00e7alves do \u00c9 S\u00f3 Um Desenho e Vitor Seta do Otaku P\u00f3s-Moderno para responder a uma pergunta que todos j\u00e1 ouvimos diversas vezes. Os animes que tanto curtimos s\u00e3o, de fato,\u00a0um\u00a0entretenimento\u00a0para adultos? Nessa semana, Cat Ulthar do Dissid\u00eancia Pop e Kouichi Sakakibara do […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8130,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580],"tags":[45,47,53,114,115,55,192,312,325],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i2.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2016\/07\/otaku-girl.jpg?fit=600%2C456&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-25i","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8016"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=8016"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8016\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":21301,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8016\/revisions\/21301"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8130"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=8016"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=8016"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=8016"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}