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{"id":7891,"date":"2016-07-06T16:29:55","date_gmt":"2016-07-06T19:29:55","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=7891"},"modified":"2019-02-25T14:24:25","modified_gmt":"2019-02-25T17:24:25","slug":"os-animes-sao-uma-midia-para-adultos-parte-1","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2016\/07\/06\/os-animes-sao-uma-midia-para-adultos-parte-1\/","title":{"rendered":"Os animes s\u00e3o uma m\u00eddia para adultos? (Parte 1)"},"content":{"rendered":"

Para n\u00f3s, otakus ocidentais, a pergunta parece absurda. N\u00e3o \u00e9 raro encontrar coment\u00e1rios<\/a> de que a anima\u00e7\u00e3o japonesa \u00e9 o territ\u00f3rio para \u201cmentes maduras\u201d, uma luz no fim do t\u00fanel em meio \u00e0 infantilidade grudenta de Hollywood.<\/p>\n

De fato, do nosso lado do Pac\u00edfico os animes n\u00e3o apenas conquistaram um p\u00fablico devoto entre os maiores de idade. Eles se consagraram como a anima\u00e7\u00e3o \u201cpara adultos\u201d por excel\u00eancia.<\/p>\n

Por incr\u00edvel que pare\u00e7a, nem todos concordam com isso. E n\u00e3o falo de desafetos da anima\u00e7\u00e3o japonesa, mas de alguns de seus maiores f\u00e3s e divulgadores.<\/p>\n

<\/p>\n

Justin Sevakis, do Anime News Network, \u00e9 um dos que t\u00eam atacado o senso-comum. Segundo ele, mesmo no Jap\u00e3o<\/a> a anima\u00e7\u00e3o \u00e9 encarada como um passatempo infanto-juvenil \u2013 ou, na melhor das hip\u00f3teses, como um entretenimento \u201cpara toda a fam\u00edlia\u201d.<\/p>\n

\"boy<\/p>\n

Com a exce\u00e7\u00e3o dos filmes do Studio Ghibli e das grandes franquias para o p\u00fablico jovem, animes s\u00e3o um entretenimento de nicho. Emissoras de TV s\u00f3 aceitam transmiti-los porque s\u00e3o pagas pelos produtores.<\/p>\n

Para Sevakis, n\u00e3o haveria, no Jap\u00e3o inteiro, mais do que algumas centenas de milhares de otakus. Para o japon\u00eas comum, \u201canime\u201d \u00e9 sin\u00f4nimo de infantilidade. Ou, o que \u00e9 ainda pior, de adultos que se recusam a crescer, hikikomoris <\/em>e pervertidos fascinados por dakimakuras e jogos eroges.<\/p>\n

\"otaku

E que habitam quartos como esse<\/p><\/div>\n

H\u00e1 raz\u00f5es para crer que Sevakis possa estar exagerando. Uma pesquisa online<\/a> feita pela ag\u00eancia DoHouse<\/a>\u00a0em 2010 concluiu que cerca de metade dos japoneses assiste a animes na TV.<\/p>\n

Se n\u00fameros por si s\u00f3 n\u00e3o forem reveladores, a oferta de animes na \u00faltima temporada com certeza \u00e9. Embora a maior parte dos lan\u00e7amentos corresponda a g\u00eaneros com grande apelo entre o p\u00fablico juvenil, algumas s\u00e9ries distoam \u2013 e muito \u2013 da imagem da m\u00eddia como um \u201chobby de crian\u00e7as\u201d.<\/p>\n

\"Showa-Genroku-Rakugo-Shinju-Episode12-17.jpg\"<\/p>\n

Showa Genroku Rakugo Shinju<\/a>, <\/em>que ganhar\u00e1 em breve uma segunda temporada<\/a>, nos trouxe um drama lento e p\u00e9s-no-ch\u00e3o sobre uma das artes mais tradicionais do Jap\u00e3o. J\u00e1 Joker Game<\/a>\u00a0<\/em>pisou em todos os calos e arriscou abordar um dos per\u00edodos mais pol\u00eamicos da hist\u00f3ria japonesa.<\/p>\n

Seriam esses animes prova de uma mudan\u00e7a de demografia? Ou, pelo menos, de que h\u00e1 um nicho de otakus adultos, interessados em algo mais al\u00e9m de battle shounens <\/em>e slice of lifes <\/em>escolares? Ou estaria o Justin Sevakis certo, e n\u00e3o seria isso tudo apenas nossa impress\u00e3o?<\/p>\n

Essa n\u00e3o \u00e9 uma pergunta simples. Felizmente, n\u00e3o preciso encar\u00e1-la sozinho. F\u00e1bio Godoy do Anime21<\/a>, Diego Gon\u00e7alves do \u00c9 S\u00f3 um Desenho<\/a>\u00a0e\u00a0Vitor Seta do Otaku P\u00f3s-Moderno<\/a>\u00a0\u00a0se juntaram a mim para tentar respond\u00ea-la.<\/p>\n

\"anime<\/p>\n

Diego:\u00a0<\/strong>Antes de mais nada, eu acho… n\u00e3o exatamente “pertinente”, mas interessante apontar que no \u00faltimo Festival de Annecy, Guillermo del Toro fez um coment\u00e1rio sobre como ele acha que a anima\u00e7\u00e3o \u00e9 uma arte adulta<\/a>.<\/p>\n

Acho que no mundo inteiro temos essa no\u00e7\u00e3o de que “desenhos s\u00e3o para crian\u00e7as”, e com a quantia brutalmente maior de obras em anima\u00e7\u00e3o saindo para esse p\u00fablico do que para qualquer outro, acho que \u00e9 dif\u00edcil n\u00e3o haver, nas pessoas, pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que a maioria das anima\u00e7\u00f5es \u00e9 mesmo para crian\u00e7as.<\/p>\n

Isso dito, eu acho que n\u00e3o podemos tratar os animes da mesma forma que tratamos, digamos, os desenhos americanos. Porque a anima\u00e7\u00e3o japonesa \u00e9 quase que uma m\u00eddia pr\u00f3pria, por assim dizer. E dentro dessa m\u00eddia voc\u00ea vai, sim, ter os animes mais voltados para crian\u00e7as e adolescentes, como Naruto, Dragon Ball, One Piece, Death Note e por ai vai.<\/p>\n

Mas ao mesmo tempo voc\u00ea tem obras que eu duvido que fossem entreter algu\u00e9m muito jovem. E eu nem me refiro a coisas como Showa ou Joker Game, embora possa incluir, mas penso em coisas como Kino no Tabi, Mushishi, ou mesmo animes que s\u00e3o ridiculamente complexos e intrincados, como Ghost In The Shell Stand Alone Complex, ou Mawaru Penguindrum, s\u00e3o obras que se voc\u00ea der pra uma crian\u00e7a ver, mesmo pra um adolescente (digamos, at\u00e9 uns 15, 16 anos), a crian\u00e7a n\u00e3o vai entender nada.<\/p>\n

\"Mawaru<\/p>\n

Na minha opini\u00e3o, anime n\u00e3o “\u00e9” de faixa et\u00e1ria alguma, temos obras para todas as idades, desde criancinhas na pr\u00e9 escola (Hamtaro<\/em>), passando por adolescentes (Naruto, Dragon Ball<\/em>), jovens adultos (digamos, Joker Game<\/em>), at\u00e9 mesmo adultos para l\u00e1 dos 30 anos (Master Keaton<\/em>, por exemplo).<\/p>\n

Isso dito, eu vou encerrar com uma pequena provoca\u00e7\u00e3o, que \u00e9 a seguinte: que fosse, ent\u00e3o, algo de crian\u00e7a, haveria ai algum problema? Por que temos essa no\u00e7\u00e3o que o que \u00e9 “para crian\u00e7as” \u00e9, de alguma forma, inferior aos demais? Ser “para adultos” \u00e9 algum tipo de “atestado de qualidade” ou de respeito?<\/p>\n

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F\u00e1bio:<\/strong>\u00a0O pr\u00f3prio Vinicius, ao abrir essa conversa, e o Diego depois, trouxeram v\u00e1rios dados, entre estat\u00edsticos e factuais, que mostram sem muito espa\u00e7o para d\u00favidas que pelo menos parte da produ\u00e7\u00e3o de animes, inclusive da produ\u00e7\u00e3o mainstream (ou seja, o anime para TV, ou se preferirem, os “animes de temporada”), tem como p\u00fablico alvo pessoas adultas.<\/p>\n

Se elas s\u00e3o apenas hikikomoris<\/em> e outros rejeitos sociais contados em centenas de milhares (um n\u00famero pequeno para o tamanho da popula\u00e7\u00e3o japonesa) eu n\u00e3o vou debater por enquanto, mas ainda assim que se note:\u00a0hikikomoris\u00a0e qualquer um que por qualquer raz\u00e3o desvie do padr\u00e3o da sociedade, vivendo ora dentro dela em posi\u00e7\u00e3o desconfort\u00e1vel, ora como um p\u00e1ria \u00e0 sua margem, continuam sendo adultos.<\/p>\n<\/div>\n

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\"hikikomori.jpg\"<\/div>\n
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Antes de qualificarmos os adultos que assistem anime precisamos primeiro chegar a um acordo sobre eles existirem ou n\u00e3o. E eles existem. E existem animes de conte\u00fado adulto que portanto s\u00f3 podem ser produzidos para eles. O que veio primeiro: adultos consumindo anime ou animes produzidos para consumo adulto?<\/p>\n

Essa quest\u00e3o \u00e9 relevante mas n\u00e3o tratarei dela nessa introdu\u00e7\u00e3o. Se e quando a discuss\u00e3o chegar nesse ponto vamos argumentar e pesquisar sobre isso.<\/p>\n

Sendo isso apenas uma introdu\u00e7\u00e3o, introduzir-me-ei: como muitos brasileiros, meu primeiro anime foi\u00a0Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em>. Eu ainda n\u00e3o sabia o que era anime e portanto n\u00e3o sabia que\u00a0Cavaleiros<\/em>\u00a0era isso. Juro, eu n\u00e3o tinha consci\u00eancia de que aquilo vinha do Jap\u00e3o.<\/p>\n<\/div>\n

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\"cdz.jpg\"<\/div>\n
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Claro, devo ter notado isso em alguns momentos, como quando parava para pensar nos nomes deles ou no fato da base de opera\u00e7\u00f5es dos her\u00f3is ser no Jap\u00e3o, mas n\u00e3o \u00e9 como se nosso pa\u00eds tivesse uma tradi\u00e7\u00e3o em anima\u00e7\u00f5es mesmo e eu cresci assistindo-as de toda parte do mundo. Bom, basicamente dos EUA com Hanna Barbera,\u00a0Looney Tunes,\u00a0Ducktales,\u00a0Tom & Jerry<\/em>\u00a0e\u00a0Pica-Pau<\/em>, principalmente, mas como tamb\u00e9m sempre fui f\u00e3 da TV Cultura assistia com alguma frequ\u00eancia desenhos de origem europeia.<\/p>\n

Bom, a maioria era chato, pensando bem, mas o ponto n\u00e3o \u00e9 esse: anima\u00e7\u00e3o, “desenho”, era algo necessariamente estrangeiro, poderia vir de qualquer lugar do mundo, ent\u00e3o mesmo quando eu percebia a, er, “japonicidade” de\u00a0Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em>, isso simplesmente n\u00e3o me dizia nada.<\/p>\n

Eu j\u00e1 era adolescente quando assisti\u00a0Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em>. S\u00f3 fui ter consci\u00eancia da ind\u00fastria de anima\u00e7\u00e3o japonesa como algo especial anos depois, assistindo anime em VHS pirata de famosa loja de animes piratas que j\u00e1 sustentou sozinha eventos de anime no bairro da Liberdade por alguns anos.<\/p>\n

Saber Marionette J<\/em>\u00a0e\u00a0Love Hina<\/em>, foram esses os primeiros animes que assisti. Em japon\u00eas com legendas em portugu\u00eas, com plena consci\u00eancia de que eram animes (“e n\u00e3o desenhos”, o que levei uns anos para desaprender) e de que isso fazia deles algo especial, diferente das anima\u00e7\u00f5es com as quais eu estava acostumado at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n<\/div>\n

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\"love<\/div>\n
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E eram bem diferentes mesmo! Diferentes inclusive do tal\u00a0Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em>. N\u00e3o s\u00e3o obras adultas n\u00e3o importa como se olhe para elas, mas eu j\u00e1 era um adulto quando assisti, e assisti junto com outros adultos, e ainda que fossem produtos adolescentes (n\u00e3o infantis, e mesmo isso j\u00e1 os diferenciava de tudo o que eu havia conhecido at\u00e9 ent\u00e3o – inclusive Cavaleiros<\/em>) eventualmente tocavam em temas mais s\u00e9rios (n\u00e3o complexos, apenas mais s\u00e9rios mesmo), coisas com as quais eu podia me identificar ou me emocionar sinceramente.<\/p>\n

Acho que at\u00e9 hoje eu vou chorar assistindo os epis\u00f3dios finais de\u00a0Saber Marionette J<\/em>\u00a0– mesmo hoje em dia n\u00e3o \u00e9 qualquer anime que acerta o timing emotivo como aquele, quem assistiu sabe do que estou falando e quem n\u00e3o assistiu, por favor acredite nas minhas palavras.<\/p>\n<\/div>\n

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\"saber<\/div>\n
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Depois disso, conheci muito mais animes. Na verdade, conheci s\u00f3 mais alguns e estagnei por anos apenas lendo mang\u00e1s, mas as duas ind\u00fastrias s\u00e3o cont\u00edguas, ent\u00e3o nunca estive muito afastado.<\/p>\n

Quando retornei aos animes, os conheci aos montes. Animes novos, antigos. Filmes animados, animes para TV, especiais direto para o v\u00eddeo. Os mais diferentes tipos de tra\u00e7o, narrativa, g\u00eanero. E para diversos p\u00fablicos-alvos distintos. Animes para crian\u00e7as. Animes para adultos. Eles com certeza existem. Mesmo se n\u00e3o existissem acredito que eu continuaria assistindo animes – eu sou um pouco p\u00e1ria social, como as centenas de milhares de japoneses que o Sevakis apontou, hehe.<\/p>\n

Mas n\u00e3o acredito que seria s\u00f3 eu, nem acredito que apenas p\u00e1rias como eu assistiriam. E \u00e9 porque todos n\u00f3s, p\u00e1rias ou n\u00e3o, assistem animes, e os produtores japoneses sabem disso, em um pa\u00eds com\u00a0uma popula\u00e7\u00e3o cada vez mais velha,<\/a>\u00a0que animes para adultos s\u00e3o produzidos.<\/p>\n<\/div>\n

\"Akihabara.original.10936.jpg\"<\/div>\n
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Eu sou adulto e assisto animes. Mais do que isso: eu s\u00f3 comecei a assistir animes porque animes depois de adulto. E embora nem japon\u00eas seja, embora n\u00e3o exista um s\u00f3 engravatado japon\u00eas pensando especificamente em mim (meia-verdade: supostamente a recente onda de mais produtos da franquia\u00a0Cavaleiros do Zod\u00edaco<\/em>\u00a0tem sim muito a ver com os f\u00e3s ocidentais), eu sei que, em que pese a diferen\u00e7a de valores entre japoneses e ocidentais, muita coisa do que eu assisto definitivamente s\u00f3 pode estar sendo produzida tendo o espectador adulto como paradigma necess\u00e1rio.<\/p>\n<\/div>\n

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Vitor<\/strong>:\u00a0Na minha vis\u00e3o, a no\u00e7\u00e3o do p\u00fablico-alvo como indicador de audi\u00eancia recomendada \u00e9 algo extremamente duvidoso em uma obra de anima\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

E isso n\u00e3o se restringe \u00e0s anima\u00e7\u00f5es japonesas. Em 2004, o est\u00fadio Pixar abordava temas como vigilantismo, desestrutura\u00e7\u00e3o familiar e frustra\u00e7\u00e3o pessoal e profissional em um dos seus maiores sucessos,\u00a0Os\u00a0Incr\u00edveis<\/em>.<\/p>\n<\/div>\n

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\"the<\/div>\n
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Aqui vai uma sinopse b\u00e1sica desse filme:\u00a0uma fam\u00edlia de (ex)super-her\u00f3is\u00a0tem que resolver suas diferen\u00e7as para enfrentar um novo\u00a0vil\u00e3o<\/em>. Perfeito para levar as crian\u00e7as para o cinema, certo?<\/p>\n

Pois \u00e9, anima\u00e7\u00f5es infantis n\u00e3o s\u00e3o idealizadas por mentes infantis. No Oriente, quem faz esse papel, at\u00e9 h\u00e1 mais tempo e com mais intensidade, nos cinemas, \u00e9 o\u00a0Studio Ghibli, com filmes carregados de cr\u00edticas sociais, simbolismos e levantamento de bandeiras, que mesmo assim funcionam com o p\u00fablico infantil.<\/p>\n<\/div>\n

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\"mononoke.png\"<\/div>\n

Essa pequena\u00a0divaga\u00e7\u00e3o\u00a0me leva ao ponto principal: em\u00a0anima\u00e7\u00f5es, p\u00fablico-alvo \u00e9 uma\u00a0no\u00e7\u00e3o\u00a0puramente comercial,\u00a0uma\u00a0orienta\u00e7\u00e3o\u00a0mercadol\u00f3gica de quem investe nesses produtos.<\/p>\n

Poder\u00edamos mergulhar numa\u00a0discuss\u00e3o\u00a0ainda mais ampla que\u00a0remete \u00e0 origem\u00a0da\u00a0anima\u00e7\u00e3o\u00a0e a pr\u00e1ticas culturais nas sociedades orientais e ocidentais, o que nos ajudaria a entender por que o publico infantil \u00e9, na\u00a0esmagadora maioria das vezes e nos dois polos do globo, o associado \u00e0s\u00a0anima\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Entretanto, meu ponto aqui,\u00a0por enquanto, \u00e9 separar o comercial do art\u00edstico. \u00c9 plenamente poss\u00edvel abordar tem\u00e1ticas adultas em obras\u00a0direcionadas\u00a0para o publico\u00a0infantil, ainda que essas tem\u00e1ticas estejam “mastigadas” para uma mais f\u00e1cil\u00a0compreens\u00e3o\u00a0e\u00a0absor\u00e7\u00e3o\u00a0do seu\u00a0publico-alvo, assim como deixar as\u00a0mensagens l\u00e1, de forma que s\u00f3 a\u00a0mam\u00e3e\u00a0ou o papai que levaram os filhos para assistir\u00a0Princesa Mononoke<\/em>\u00a0ou\u00a0Os\u00a0Incr\u00edveis<\/em>,\u00a0captar\u00e3o.<\/p>\n

\"toy
\nO que tudo isso tem a ver com o mercado de animes?\u00c9 o fato dessas tem\u00e1ticas sempre estarem l\u00e1, h\u00e1 anos e aos montes, estigmatizadas pela tal\u00a0no\u00e7\u00e3o\u00a0comercial de p\u00fablico-alvo. O que acarreta em um bizarro sentimento de “perda” de maturidade ao consumir esse tipo de material, especialmente em uma sociedade estrita na\u00a0quest\u00e3o\u00a0da\u00a0relev\u00e2ncia\u00a0social, como a japonesa.A\u00a0pesquisa da DoHouse e o\u00a0sucesso recente de obras com essa tem\u00e1tica, citadas no come\u00e7o da\u00a0discuss\u00e3o, s\u00f3 refor\u00e7am isso. H\u00e1 p\u00fablicos dispostos a\u00a0consumir essas obras, dentro e fora do nicho, mas como quebrar a barreira de uma m\u00eddia negativamente marcada?<\/div>\n

 <\/p>\n

Confiram semana que vem a segunda parte<\/a> dessa discuss\u00e3o<\/em><\/p>\n

 <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Para n\u00f3s, otakus ocidentais, a pergunta parece absurda. N\u00e3o \u00e9 raro encontrar coment\u00e1rios de que a anima\u00e7\u00e3o japonesa \u00e9 o territ\u00f3rio para \u201cmentes maduras\u201d, uma luz no fim do t\u00fanel em meio \u00e0 infantilidade grudenta de Hollywood. De fato, do nosso lado do Pac\u00edfico os animes n\u00e3o apenas conquistaram um p\u00fablico devoto entre os maiores […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":7977,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580],"tags":[45,192,198,247,296,312,358,372],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i2.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2016\/07\/adult-watching-anime.jpg?fit=704%2C400&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-23h","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7891"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7891"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7891\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":21302,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7891\/revisions\/21302"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/7977"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7891"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7891"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7891"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}