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{"id":597,"date":"2015-08-24T15:31:12","date_gmt":"2015-08-24T18:31:12","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=597"},"modified":"2019-02-25T14:53:41","modified_gmt":"2019-02-25T17:53:41","slug":"antes-de-perfect-blue-os-mangas-esquecidos-de-satoshi-kon","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2015\/08\/24\/antes-de-perfect-blue-os-mangas-esquecidos-de-satoshi-kon\/","title":{"rendered":"Antes de ‘Perfect Blue’: os mang\u00e1s esquecidos de Satoshi Kon"},"content":{"rendered":"

Satoshi Kon, morto aos 46 anos em 2010, foi um dos maiores nomes da anima\u00e7\u00e3o japonesa. Mais do que qualquer outro diretor, ele conseguiu traduzir \u00e0s telonas a\u00a0vibe\u00a0hist\u00e9rica e\u00a0surrealista\u00a0de autores como Haruki Murakami e de movimentos como o\u00a0Superflat<\/a><\/em>.<\/p>\n

Seus f\u00e3s geralmente o conhecem por seus quatro longa-metragens:\u00a0Perfect Blue\u00a0<\/em>(do qual\u00a0Cisne Negro\u00a0<\/em>\u00e9 uma adapta\u00e7\u00e3o),\u00a0Millenium Actress, Tokyo Godfathers\u00a0<\/em>e\u00a0Paprika,\u00a0<\/em>e tamb\u00e9m por sua s\u00e9rie,\u00a0Paranoia Agent<\/em>. Poucos sabem, no entanto, que antes de sua estreia no cinema Kon escreveu e desenhou uma s\u00e9rie de mang\u00e1s t\u00e3o inovadores e adultos como o trabalho que o tornou famoso.<\/p>\n

\u00c0 primeira vista, parece \u00f3bvio que um figur\u00e3o do anime tivesse um p\u00e9 nos quadrinhos nip\u00f4nicos. As duas ind\u00fastrias t\u00eam uma rela\u00e7\u00e3o t\u00e3o forte que o mang\u00e1 \u00e9 geralmente a porta de entrada mais f\u00e1cil para aspirantes ao universo da anima\u00e7\u00e3o. Satoshi Kon, entretanto, n\u00e3o era um diretor l\u00e1 muito comum, e seus quadrinhos deixam isso claro. Para n\u00f3s, \u00f3rf\u00e3os do grande mestre, essas obras (a maioria inacabada) s\u00e3o uma chance in\u00e9dita de conhecer a mente do\u00a0criador que virou de ponta cabe\u00e7a a\u00a0arte de Miyazaki e Tahakata.<\/p>\n

<\/p>\n

Abrindo o ba\u00fa<\/strong><\/h3>\n

Eu me considero um f\u00e3 hardcore do trabalho de Kon (a ponto de ter visto\u00a0Paprika\u00a0<\/em>e\u00a0Millenium Actress\u00a0<\/em>vezes suficientes para ter quase memorizado o roteiro). Mas mesmo eu at\u00e9 pouqu\u00edssimo tempo atr\u00e1s n\u00e3o fazia a m\u00ednima ideia de que o diretor tinha uma produ\u00e7\u00e3o significativa no mang\u00e1. Foi preciso fu\u00e7ar em uma prateleira esquecida em uma loja nerd em Helsinki, onde estive para um curso sobre videogames, para encontrar\u00a0Kaikisen<\/em>, ou\u00a0Tropic of the Sea,\u00a0<\/em>um volume \u00fanico publicado pela primeira vez em 1990.<\/p>\n

\"Kaikisen\"

Tamb\u00e9m conhecido como “O Retorno ao Mar” em algumas tradu\u00e7\u00f5es<\/p><\/div>\n

Com exce\u00e7\u00e3o do tra\u00e7o caracter\u00edstico de suas personagens femininas (onde j\u00e1 podemos ver a semente de Paprika e Chiyoko), \u00e9 dif\u00edcil acreditar que o mang\u00e1 saiu da mesma cabe\u00e7a que nos deu Paranoia Agent.\u00a0<\/i>Trata-se de uma hist\u00f3ria tradicional de tem\u00e1tica ecol\u00f3gica sobre um jovem cuja fam\u00edlia foi escolhida para proteger um ovo de sereia. Quando o bairro em que vive \u00e9 vendido\u00a0para a constru\u00e7\u00e3o de um resort, ele se v\u00ea lutando contra uma empreiteira para evitar a ira dos trit\u00f5es.<\/p>\n

Em mensagem,\u00a0Kaikisen\u00a0<\/em>\u00e9 um hist\u00f3ria \u00e0 la<\/em> Miyazaki sem a exuber\u00e2ncia visual que tornou o diretor famoso. Se o mang\u00e1 nos faz co\u00e7ar a cabe\u00e7a ao compararmo-lo \u00e0s suas obras mais c\u00e9lebres, \u00e9 vis\u00edvel aqui o tom enxuto e despretensioso de\u00a0Tokyo Godfathers<\/em>. O esp\u00edrito ousado que o levaria mais tarde ao estrelado ainda estavam por vir.<\/p>\n

Para isso, seria preciso a ajudinha de um peso-pesado.<\/p>\n

Sobre os\u00a0ombros de gigantes<\/h3>\n

Um ano depois de sua f\u00e1bula sobre sereias e meio-ambiente, Satoshi Kon se debru\u00e7ou sobre\u00a0World Apartment Horror<\/em>, uma trama sobrenatural envolvendo mafiosos da Yakuza e esp\u00edritos mal\u00e9ficos. A obra merece\u00a0destaque n\u00e3o apenas pelo conte\u00fado, mas pela companhia: o mang\u00e1 \u00e9 uma adapta\u00e7\u00e3o de um filme de mesmo nome de ningu\u00e9m menos que Katsuhiro Otomo, o deus da anima\u00e7\u00e3o que nos trouxe Akira<\/i>. Kon, n\u00e3o fosse o bastante, escreveu tamb\u00e9m o roteiro do longa. Ombro a ombro com os maiorais da anima\u00e7\u00e3o, n\u00e3o demoraria\u00a0para ele ganhar seu ticket de entrada na elite da ind\u00fastria.<\/p>\n

\"WAH\"<\/a><\/p>\n

O mang\u00e1 n\u00e3o seria a \u00faltima colabora\u00e7\u00e3o de Kon com artistas renomados. Entre 1994 e 1995, ele teve a oportunidade de trabalhar a quatro m\u00e3os com\u00a0aquele que \u00e9 tal vez o nome mais conhecido do universo do anime depois de Miyazaki.<\/p>\n

\"Sim,

Sim, \u00e9 ele mesmo<\/p><\/div>\n

Satoshi Kon cuidou da arte. Mamoru Oshii, que a essa altura j\u00e1 tinha\u00a0Patlabor\u00a0<\/em>e\u00a0Urusei Yatsura\u00a0<\/em>no curr\u00edculo, assinou o roteiro. Seu toque autoral pode ser sentido em toda a trama. Fugindo do surrealismo e da explos\u00e3o de refer\u00eancias que viriam a marcar o trabalho de Kon,\u00a0Seraphim\u00a0<\/em>\u00e9 uma odisseia em um mundo p\u00f3s-apocal\u00edptico, acompanhando uma jovem que\u00a0busca salvar a humanidade de uma\u00a0doen\u00e7a\u00a0terr\u00edvel.<\/p>\n

\"seraphim\"<\/a><\/p>\n

A arte \u00e9 de tirar o f\u00f4lego e traz \u00e0 vida o mundo cruel, alien\u00edgena e chocante que Oshii concebeu. Al\u00e9m do mais, digno do criador de\u00a0Ghost in the Shell<\/em>, o mang\u00e1 est\u00e1 repleto de refer\u00eancias filos\u00f3ficas e religiosas.<\/p>\n

\"seraphim<\/p>\n

Se hoje a mera men\u00e7\u00e3o da dupla \u00e9 suficiente para provocar orgasmos mentais em qualquer otaku, nos anos 1990 a coisa era diferente. Seraphim<\/em> \u00e9 um t\u00edtulo surpreendentemente obscuro, que nunca recebeu qualquer destaque e acabou descontinuado. O processo de cria\u00e7\u00e3o foi t\u00e3o conturbado que\u00a0foi at\u00e9 objeto de uma piada de Satoshi Kon em um de seus trabalhos posteriores:<\/p>\n

\"seraphim<\/p>\n

Encontrando a pr\u00f3pria voz<\/h3>\n

\"opus-satoshi-kon\"<\/p>\n

\u00c9, no entanto, em 1995 que o Satoshi Kon que conhecemos finalmente abriu as asas. Opus<\/i>, serializado na\u00a0Comic Guys<\/em> entre 1995 e 1996, faz juz ao t\u00edtulo: trata-se sem sombra de d\u00favida de seu\u00a0magnum opus\u00a0<\/em>(obra-prima). Aqui, toda a irrever\u00eancia e verve cerebral de seus longas recebe o desenvolvimento que merece.<\/p>\n

Em um enredo t\u00edpico da fic\u00e7\u00e3o p\u00f3s-moderna japonesa<\/a>, o t\u00edtulo conta a hist\u00f3ria de um personagem de mang\u00e1 que, percebendo que sua morte est\u00e1 pr\u00f3xima, se rebela contra seu criador. O desenhista se v\u00ea ent\u00e3o lan\u00e7ado\u00a0ao pr\u00f3prio mundo fant\u00e1stico que criou e se une \u00e0 protagonista\u00a0para colocar ordem na bagun\u00e7a.<\/p>\n

\"opus<\/p>\n

\"opus<\/p>\n

Ironicamente, tal como\u00a0Seraphim<\/em>,\u00a0Opus\u00a0<\/em>nunca foi conclu\u00eddo. Quem tiver a sorte\u00a0de encontrar a edi\u00e7\u00e3o da Vertical <\/a>de\u00a0Tropic of the Sea<\/em> vai poder ler\u00a0um p\u00f3sfacio em que Kon conta um pouco do ritmo endiabrado da rotina de mangak\u00e1. Sempre um perfectionista, o animador preferia fazer tudo (ou quase tudo) sozinho, o que lhe exigia virar noites a fio\u00a0trabalhando. Com a fama dos filmes e a necessidade de cuidar dos longas, essa vida simplesmente lhe ficou imposs\u00edvel. Em seu depoimento, ele diz:<\/p>\n

No meu ponto de vista eu tenho usado os chap\u00e9us tanto do mangak\u00e1 quando do animador, mas quando sou apresentado em revistas e coisas do tipo eles se referem a mim como “diretor de anime”, com meu chap\u00e9u de “mangak\u00e1” relegado ao esquecimento. Eu n\u00e3o me lembro de ter jogado fora aquele\u00a0chap\u00e9u ou fechado aquele\u00a0neg\u00f3cio, mas eu n\u00e3o posso lutar contra a avalia\u00e7\u00e3o objetiva da sociedade. Esses dias eu mesmo tenho depreciativamente me contentado com “mangak\u00e1 em minha encarna\u00e7\u00e3o passada.”<\/i><\/p>\n

De certa maneira, Satoshi Kon foi v\u00edtima de seu pr\u00f3prio sucesso. Felizmente, este mesmo sucesso fez com que suas obras escritas, outrora obscuras, fossem publicadas novamentes em edi\u00e7\u00f5es de luxo. Para o f\u00e3 desolado que queira gabaritar a produ\u00e7\u00e3o de seu “mangak\u00e1 na vida passada” favorito, recomendo ainda dois outros t\u00edtulos. O primeiro \u00e9\u00a0Dream Fossil<\/a><\/em>, colet\u00e2nea de contos de quadrinhos que escreveu ao longo dos anos 1980 e 1990. O segundo \u00e9\u00a0Kon’s Works 1982-2010<\/a>,\u00a0<\/em>um bel\u00edssimo art-book com p\u00f4steres, artes conceituais e ilustra\u00e7\u00f5es variadas de toda sua carreira.<\/p>\n

\"kon<\/p>\n

Nada disso nos cura da trauma de sua morte prematura. Por\u00e9m, se nada mais, esses mang\u00e1s nos trazem uma pontada de nostalgia\u00a0e avivam nossa esperan\u00e7a de um dia assistirmos ao seu filme p\u00f3stumo nos cinemas.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Satoshi Kon, morto aos 46 anos em 2010, foi um dos maiores nomes da anima\u00e7\u00e3o japonesa. Mais do que qualquer outro diretor, ele conseguiu traduzir \u00e0s telonas a\u00a0vibe\u00a0hist\u00e9rica e\u00a0surrealista\u00a0de autores como Haruki Murakami e de movimentos como o\u00a0Superflat. Seus f\u00e3s geralmente o conhecem por seus quatro longa-metragens:\u00a0Perfect Blue\u00a0(do qual\u00a0Cisne Negro\u00a0\u00e9 uma adapta\u00e7\u00e3o),\u00a0Millenium Actress, Tokyo Godfathers\u00a0e\u00a0Paprika,\u00a0e […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":598,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580,577],"tags":[53,205,226,236,238,325,344],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i2.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2015\/08\/tropic-of-the-sea.jpg?fit=613%2C434&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-9D","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/597"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=597"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/597\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":21355,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/597\/revisions\/21355"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/598"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=597"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=597"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=597"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}