\u00c0 primeira vista, n\u00e3o parece haver muito comum entre God of War <\/em>e o recente Apotheon<\/em>, da Alientrap.\u00a0 Se \u00e9 dif\u00edcil ver p\u00e1reo na trucul\u00eancia de Kratos \u2013 e na riqueza gr\u00e1fica com que o jogo a apresenta \u2013 ambos os jogos, cada qual \u00e0 sua maneira, nos levam a uma Gr\u00e9cia m\u00edtica, com direito a vingan\u00e7as contra o Olimpo e combate hack & slash<\/em> com muito sangue. A diferen\u00e7a est\u00e1 na est\u00e9tica. Se God of War <\/em>almeja o fotorrealismo, Apotheon<\/em> imita a arte grega estilizada. Se algum dia voc\u00ea olhou para uma \u00e2nfora grega e imaginou o que seriam de suas personagens caso pudessem lutar, este \u00e9 o jogo para voc\u00ea. Se tal pensamento, de t\u00e3o absurdo, jamais passou por sua mente, vale igualmente a pena conferir: Apotheon<\/em> vence pelo exotismo tanto quanto pelo apelo visual.<\/p>\n <\/p>\n Poucos games abordaram de forma t\u00e3o did\u00e1tica a mitologia grega. \u00a0A trama leva o protagonista, Nikandreos, a desbravar o Olimpo em busca de um acerto de conta com Zeus, a quem deve o sofrimento pelo qual passa sua aldeia. O jogo \u00e9 uma viagem pelo pante\u00e3o cl\u00e1ssico, e seus meandros, de t\u00e3o tradicionais, s\u00e3o at\u00e9 inesperados: em vez de di\u00e1logos expositivos ou verbetes de \u201cc\u00f3dices\u201d virtuais, as introdu\u00e7\u00f5es s\u00e3o feitas por cita\u00e7\u00f5es do c\u00e2none grego, em estelas salpicadas pelas fases. Por outro lado, o conjunto \u00e9 de uma superficialidade um tanto inc\u00f4moda. O roteiro \u00e9 funcional, sucinto mesmo em compara\u00e7\u00e3o com outros jogos. As cita\u00e7\u00f5es de Homero s\u00e3o apenas ilustrativas, por\u00e9m mesmo assim parecem um excesso: enquanto outros games do g\u00eanero se salvam pela falta de pretens\u00e3o, aqui o material de origem parece pux\u00e1-lo para baixo.<\/p>\n