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{"id":562,"date":"2015-08-17T17:07:14","date_gmt":"2015-08-17T20:07:14","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=562"},"modified":"2019-02-25T15:00:49","modified_gmt":"2019-02-25T18:00:49","slug":"5-motivos-para-voce-ler-os-livros-de-the-witcher","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2015\/08\/17\/5-motivos-para-voce-ler-os-livros-de-the-witcher\/","title":{"rendered":"5 motivos para voc\u00ea ler os livros de ‘The Witcher’"},"content":{"rendered":"
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The Witcher 3: The Wild Hunt<\/em>\u00a0colocou a saga\u00a0de Geralt de Rivia\u00a0no mapa de um jeito que\u00a0seus dois predecessores na franquia\u00a0<\/em>nunca imaginaram. O game \u00e9 um dos\u00a0campe\u00f5es\u00a0de vendas do ano e um s\u00e9rio candidato aos pr\u00eamios de Game of the Year<\/em>. Como geralmente acontece, o sucesso tamb\u00e9m deu visibilidade para seu material de origem: a premiada s\u00e9rie de livros de Andrzej Sapkowski.<\/p>\n<\/header>\n

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Para a maioria dos gamers, essa \u00e9 uma informa\u00e7\u00e3o para ouvir\u00a0e esquecer. No senso comum, games e literatura n\u00e3o combinam um com outro, e o resultado da mistura geralmente \u00e9 sofr\u00edvel. A vida \u00e9 curta demais para perder tempo com romances mal escritos.<\/p>\n

Abaixo, fa\u00e7o minha tentativa para mudar o senso comum e convenc\u00ea-los de que\u00a0The Witcher\u00a0<\/em>\u00e9 uma leitura de tirar o f\u00f4lego.<\/p>\n

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1- Os livros\u00a0N\u00c3O S\u00c3O spin-offs dos jogos<\/strong><\/h3>\n

Acho que n\u00e3o d\u00e1 para falar sobre os livros do Witcher <\/em>sem come\u00e7ar por isso. J\u00e1 h\u00e1 algum tempo jogos e s\u00e9ries de fantasia t\u00eam faturado com romances baseados em seus universos. Estas hist\u00f3rias v\u00e3o do divertido ao completamente ileg\u00edvel. \u00c0s vezes, elas s\u00e3o escritas pelos pr\u00f3prios roteiristas dos games. \u00c0s vezes, s\u00e3o obra de uma legi\u00e3o de ghost writers<\/em>sob um nome fantasia. Nos piores casos, s\u00e3o t\u00e3o horr\u00edveis que mesmo f\u00e3s desse tipo de literatura queimam exemplares<\/a> e colocam o v\u00eddeo no YouTube.<\/p>\n

De qualquer forma, s\u00e3o aqueles livros impressos em papel jornal com capas coloridas quase id\u00eanticas, que a maioria das livrarias segrega em um lugar \u2018especial\u2019. H\u00e1 um ju\u00edzo de que eles n\u00e3o s\u00e3o livros \u2018de verdade\u2019; apenas manobras de marketing para \u201cordenhar a vaca\u201d: tirar mais dinheiro de uma franquia de sucesso.<\/p>\n

The Witcher<\/em> n\u00e3o \u00e9 um desses livros.<\/p>\n

Aqui, acho que temos um exemplo raro do caso de obras que acabam prejudicadas pela fama. The Witcher <\/em>come\u00e7ou com uma s\u00e9rie de contos, originalmente publicados pela revista polonesa Fantastyka<\/em>\u00a0em 1986. A primeira edi\u00e7\u00e3o saiu em 1992, dando in\u00edcio a uma franquia de sucesso que hoje conta com oito\u00a0volumes, muitos j\u00e1 traduzidos ao portugu\u00eas. Andrzej Sapkoswki n\u00e3o joga nem tem interesse algum em jogar videogames. Isto nunca fez parte de seu mundo.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Sapkowski tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 apenas um escritor de fantasia. O autor, que hoje est\u00e1 com 67\u00a0anos (a mesma idade de George R.R. Martin), j\u00e1 escreveu uma s\u00e9rie de romances hist\u00f3ricos, incluindo um ciclo sobre as Guerras Hussitas no s\u00e9culo XV e mesmo um romance sobre a invas\u00e3o sovi\u00e9tica do Afeganist\u00e3o.<\/p>\n

\"zmija-300dpi\"<\/a><\/p>\n

Para n\u00f3s, do extremo ocidente, esse velhinho criativo \u00e9 apenas um nome na tela dos cr\u00e9ditos do game da CD Projekt Red. No leste europeu, no entanto, ele figura entre os best-sellers <\/em>mais elogiados pela cr\u00edtica. Umarevista russa<\/a> chegou inclusive a comparar seu mais famoso personagem, Geralt de Rivia, com Pierre Bezhukov, protagonista de\u00a0Guerra e Paz<\/em><\/p>\n

2- Eles s\u00e3o uma low fantasy <\/em>para dar inveja a\u00a0Game of Thrones<\/strong><\/h3>\n

Game of Thrones\u00a0<\/em>tomou o mundo de assalto gra\u00e7as a seu enredo complexo de intrigas, cliffhangers<\/em> e muita viol\u00eancia. Atualmente, a obra de George R.R. Martin \u00e9 sem d\u00favida o exemplo mais influente de\u00a0low fantasy<\/em>, um estilo mais s\u00f3brio<\/a> e menos colorido da fantasia medieval popularizada por Dungeons & Dragons. Nela, o m\u00e1gico \u00e9 apenas um \u201ctempero\u201d para ado\u00e7ar uma trama que, para todos os fins, poderia facilmente se passar no mundo real.<\/p>\n

Martin n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico a dominar o estilo. Sapkowski, seu conterr\u00e2neo polon\u00eas, buscou um efeito semelhante com a s\u00e9rie\u00a0The Witcher.\u00a0<\/em>Os livros t\u00eam um\u00a0ritmo elegante, que n\u00e3o perde tempo com di\u00e1logo expositivo e descri\u00e7\u00f5es intermin\u00e1veis de lugares ex\u00f3ticos. Seu foco n\u00e3o s\u00e3o monstros, sortil\u00e9gios e guerreiros com espada, mas os elementos fundamentais que os envolvem: medo, intoler\u00e2ncia, incerteza, sofrimento. Para al\u00e9m de seu verniz eslavo fant\u00e1stico,\u00a0The Witcher\u00a0<\/em>nos conta o que acontece com indiv\u00edduos em tempos de fanatismo, guerra e perda.<\/p>\n

\"sorceleur1a3\"<\/p>\n

O estilo de Sapkowski \u00e9 um pouco diferente do de Martin. Ele \u00e9 menos c\u00ednico (ou talvez s\u00f3 mais contemplativo) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 crueldade do mundo. Em suas hist\u00f3rias n\u00e3o h\u00e1 personagens morrendo \u00e0s d\u00fazias ou execu\u00e7\u00f5es chocantes. Sua prosa \u00e9 seca e direta ao ponto, e seus personagens mant\u00e9m um forte senso de justi\u00e7a.<\/p>\n

O mundo de The Witcher <\/em>\u00e9 sombrio, mas Sapkowski nos introduz a\u00a0pessoas\u00a0que se fiam a todo custo \u00e0 esperan\u00e7a. Geralt, Yennefer, Triss e Ciri s\u00e3o almas\u00a0boas, cuja ambi\u00e7\u00e3o, no fundo, \u00e9 a de encontrar um lugar para chamar de seu.<\/p>\n

Nisso, Sapkowski \u00e9 um contraponto interessante a\u00a0George R.R. Martin e uma lufada de ar fresco \u00e0queles que j\u00e1 leram e releram Game of Thrones<\/em>e n\u00e3o sabem mais o que fazer da vida. Intrigas da corte, assassinatos pol\u00edticos, estupros e massacres est\u00e3o presentes no mundo do Witcher<\/em>, mas de forma apenas secund\u00e1ria. Geralt e seus companheiros n\u00e3o t\u00eam o menor respeito por tronos e jogos de poder. Para eles, guerras s\u00e3o est\u00fapidas, sangrentas e arbitr\u00e1rias; desculpas usadas por poderosos para matar inocentes por causas in\u00fateis.<\/p>\n

N\u00e3o h\u00e1 fim que justifique os meios, nem \u201cmales menores\u201d que perdoem os \u201cmales maiores\u201d. O mal \u00e9 sempre o mal e precisa ser evitado. Como o witcher conseguir\u00e1 fazer isso num mundo que \u00e9 maldade incarnada \u00e9 um mais sensacionais triunfos\u00a0dos livros.<\/p>\n

3- Eles dialogam com mitologias e contos de fada como Neil Gaiman em sua melhor forma<\/strong><\/h3>\n
\"Rusalka,<\/a>
Rusalka, por Ivan Bilibin (1934)<\/figcaption><\/figure>\n

Criar uma hist\u00f3ria requer talento, mas criar uma hist\u00f3ria reconhecendo toda uma tradi\u00e7\u00e3o liter\u00e1ria \u00e9 trabalho de um mestre. Para muitos, esse \u00e9 o diferencial do brit\u00e2nico Neil Gaiman. Em livros modernos e acess\u00edveis, ele nos leva de volta a mil\u00eanios de literatura e narrativas orais, da mitologia eg\u00edpcia \u00e0s lendas urbanas dos nossos dias, das hist\u00f3rias de Her\u00f3doto aos contos de fada.<\/p>\n

A prosa de Sapkowski \u00e9 menos exuberante do que a de Gaiman, e sua inten\u00e7\u00e3o est\u00e1 menos em seduzir o leitor com exotismo do que em salpicar o terreno com assombra\u00e7\u00f5es e monstros horr\u00edveis. Aqueles que leram Entes Queridos <\/em>sabem do que estou falando. Por mais assutadoras que as F\u00farias de Sandman<\/em> sejam, elas mal se comparam ao terror das Crones de Crookback Bog em The Wild Hunt<\/em>.<\/p>\n

\"Crones\"<\/p>\n

Apesar disso, \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o notar as semelhan\u00e7as. Tal como a obra de Gaiman, o leitor astuto logo notar\u00e1 que os livros de Sapkowski s\u00e3o uma colcha de retalhos de hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas \u2013 em especial, contos de fada.<\/p>\n

Como eu disse acima, The Witcher <\/em>come\u00e7ou n\u00e3o como um romance, mas como uma s\u00e9rie de hist\u00f3rias curtas. Embora sua f\u00f3rmula variasse, elas sempre envolviam algum ep\u00edsodio sobrenatural, que cedo ou tarde atra\u00eda o famoso Geralt de Rivia. Na maioria das vezes, ele age como um \u00e1rbitro, n\u00e3o um ca\u00e7ador de monstros, como seu t\u00edtulo sugere.<\/p>\n

\"yennefer\"
\u201cLet it go!\u201d<\/figcaption><\/figure>\n

Um Fragmento\u00a0de Gelo<\/i>\u00a0\u00e9 baseado no conto A Rainha do Gelo <\/em>de Hans Andersen, a inspira\u00e7\u00e3o para Frozen<\/em>. A \u201crainha\u201d, no entanto, n\u00e3o \u00e9 Elsa, mas Yennefer de Vengerberg, e o \u201cgelo\u201d \u00e9 a destrui\u00e7\u00e3o da Wild Hunt<\/em>, a tropa de cavaleiros fantasmag\u00f3ricos que assola o mundo em tempos de guerra.<\/p>\n

O Mal Menor<\/em>\u00a0reconta a hist\u00f3ria de Branca de Neve, aqui uma bandida\u00a0 perseguida por um \u201cca\u00e7ador\u201d que \u00e9 ningu\u00e9m menos que o witcher em pessoa. Um Pequeno Sacrif\u00edcio<\/em>, por sua vez, \u00e9 uma das poucas obras modernas que conhe\u00e7o a fazer refer\u00eancia \u00e0 vers\u00e3o original de A Pequena Sereia. <\/em>Nela, Ariel se transformar\u00e1 em espuma caso n\u00e3o consiga conquistar o cora\u00e7\u00e3o de seu pr\u00edncipe.<\/p>\n

Seu tributo \u00e0 mitologia n\u00e3o \u00e9 menos impressionante, e aqui n\u00e3o h\u00e1 Neil Gaiman que aguente o tranco. Pois\u2026<\/p>\n

\u00a0<\/strong><\/p>\n

4- Voc\u00ea\u00a0conhecer\u00e1 uma mitologia completamente nova.\u00a0<\/strong><\/h3>\n

\u00a0\"wild<\/strong><\/p>\n

The Witcher <\/em>pode contar com elfos e an\u00f5es aqui e acol\u00e1, mas seu cen\u00e1rio est\u00e1 longe de ser mais um derivado de O Senhor dos An\u00e9is<\/em>. Antes, sua principal fonte de inspira\u00e7\u00e3o \u00e9 a mitologia eslava.<\/p>\n

A Wild Hunt<\/a><\/em>, a tropa de cavaleiros-fantasma que persegue Geralt? Trata-se de uma hist\u00f3ria comum ao folclore de v\u00e1rios pa\u00edses do centro e nordeste europeu. Eis uma pintura do s\u00e9culo XIX, do noruegu\u00eas Peter Nicolai Aibo:<\/p>\n

\"wild<\/a><\/p>\n

E uma gravura da mesma \u00e9poca, dessa vez da Alemanha:<\/p>\n

\"Wodan's_wilde_Jagd_by_F._W._Heine\"<\/a><\/p>\n

Os monstros n\u00e3o ficam para traz. Leshys<\/a><\/em> (nos games, Leshens<\/em>) s\u00e3o\u00a0criaturas da floresta que comandavam animais e sequestravam crian\u00e7as. Chort<\/a> <\/em>\u00e9 um nome popular para o dem\u00f4nio em pa\u00edses eslavos. E a noonwraith<\/a><\/em>, tamb\u00e9m chamada de \u201csenhora do meio-dia\u201d, \u00e9 um\u00a0popular esp\u00edrito que rondava os campos no calor infernal, atacando quem encontrasse (para alguns, uma explica\u00e7\u00e3o primitiva para os desmaios por insola\u00e7\u00e3o).<\/p>\n

\"Poludnitsa\"<\/p>\n

A noonwraith <\/em>\u00e9 uma personagem folcl\u00f3rica t\u00e3o famosa que at\u00e9 serviu de base para o poema sinf\u00f4nico \u201cA Bruxa do Meio-Dia\u201d do compositor checho Anton\u00edn Dvor\u00e1k:<\/p>\n