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{"id":421,"date":"2015-06-29T17:54:06","date_gmt":"2015-06-29T20:54:06","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=421"},"modified":"2019-02-25T14:57:11","modified_gmt":"2019-02-25T17:57:11","slug":"o-que-the-witcher-3-nos-ensina-sobre-afeto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2015\/06\/29\/o-que-the-witcher-3-nos-ensina-sobre-afeto\/","title":{"rendered":"O que “The Witcher 3” nos ensina sobre afeto"},"content":{"rendered":"

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Qual foi a \u00faltima vez que voc\u00ea se pegou pensando em uma personagem de videogame como uma pessoa real? Que passou o dia agonizando ap\u00f3s um criatura de pixels e voz pr\u00e9-gravada lhe dar as costas, ou \u201cmorrer\u201d gra\u00e7as \u00e0s suas a\u00e7\u00f5es?<\/p>\n

Para f\u00e3s de CRPG a pergunta \u00e9 quase ret\u00f3rica. O g\u00eanero veio de hist\u00f3rias coletivas criadas em rodas entre amigos e levou a mesma vibe <\/em>aos computadores e consoles. Se f\u00e3s de estrat\u00e9gia esperam na\u00e7\u00f5es e territ\u00f3rios e f\u00e3s de tiro olham para balas e alvos, RPGistas est\u00e3o atr\u00e1s de pessoas.<\/p>\n

<\/p>\n

\"E<\/a>

E espadas e muito sangue. Claro, uma coisa n\u00e3o exclui a outra<\/p><\/div>\n

Jogos de interpreta\u00e7\u00e3o… ou jogos de afeto?<\/b><\/h4>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Se voc\u00ea n\u00e3o \u00e9 um rec\u00e9m-chegado ao g\u00eanero, sabe que o afeto n\u00e3o \u00e9 uma firula, mas a l\u00f3gica que d\u00e1 sentido a tudo.\u00a0\u00a0Com os or\u00e7amentos multimilion\u00e1rios, efeitos especiais e cenas de a\u00e7\u00e3o, \u00e9 tentador tornar as experi\u00eancias cada vez \u201cmaiores\u201d, mais \u201cdecisivas\u201d e \u201c\u00e9picas\u201d.\u00a0 No entanto, maior n\u00e3o \u00e9 sempre melhor. A morte de Obi-Wan nos toca muito mais do que a explos\u00e3o de Alderaan. \u201cSalvar o mundo das for\u00e7as do mal\u201d \u00e9 uma premissa muito mais ma\u00e7ante do que encontrar a pessoa amada, ganhar reconhecimento ou apenas sobreviver.<\/p>\n

\"Jogadores

Jogadores de Dark Souls sabem do que estou falando<\/p><\/div>\n

Na s\u00e9rie Mass Effect<\/em>, as decis\u00f5es que mudam o destino da gal\u00e1xia s\u00e3o importantes porque dizem respeito aos companheiros que reunimos ao longo da jornada. Impedir a guerra entre os Quarians e os Geth \u00e9 vital n\u00e3o pelos seus motivos estrat\u00e9gicos, mas para salvar a vida de Tali, confidente de Shepard desde o primeiro jogo. Curar o genophage \u00e9 uma decis\u00e3o dif\u00edcil porque envolve Wrex, um dos amigos mais queridos do comandante.<\/p>\n

Games de outros g\u00eaneros tamb\u00e9m focados em\u00a0narrativa\u00a0seguem o mesmo caminho. John Marston \u00e9 um excelente protagonista porque Red Dead Redemption <\/em>n\u00e3o \u00e9 um jogo sobre a conquista do Oeste, mas o drama pessoal de um homem arruinado em busca de sua mulher e filho. Do enredo meia-boca de Beyond: Two Souls <\/em>o que se salva \u00e9 o belo cap\u00edtulo em que a protagonista \u00e9 adotada por um grupo de mendigos, que logo se torna sua fam\u00edlia adotiva. E, com o devido SPOILER WARNING, no final de The Last of Us<\/em> Joel deixa claro que\u00a0entre Ellie e o futuro da humanidade, ele prefere sua jovem\u00a0companheira.<\/p>\n

\"Isso

Isso para ficar s\u00f3 nas \u00faltimas gera\u00e7\u00f5es<\/p><\/div>\n

The Witcher III: The Wild Hunt<\/em> n\u00e3o \u00e9 muito diferente. Um dos muitos (e just\u00edssimos) elogios que o game recebeu \u00e9 qu\u00e3o \u201cpequeno\u201d \u00e9 seu foco. Geralt de Rivia ronda uma terra devastada em busca de sua filha adotiva, recolhendo, no caminho, os cacos de vidas destru\u00eddas pela guerra. Da guerra em si, das \u201cfor\u00e7as do mal\u201d e do destino do universo ele n\u00e3o sabe nada. Os protagonistas das outras batalhas n\u00e3o lhe dizem respeito.<\/p>\n

Entretanto, \u00a0por mais popular que tais hist\u00f3rias sejam, h\u00e1 um sentimento de que suas protagonistas sejam f\u00fateis, cafonas. Em parte, isso se justifica pelas in\u00fameras tentativas horr\u00edveis de se contar esse tipo de hist\u00f3ria. (Watch Dogs, <\/em>estou olhando para voc\u00ea). Em parte, por\u00e9m, a cr\u00edtica tem outra fonte: a obsess\u00e3o pela \u201cfor\u00e7a\u201d das personagens e seu potencial como role models<\/em>.<\/p>\n

A tirania das personagens fortes<\/strong>.<\/h4>\n

\"ciri\"<\/a><\/p>\n

Existe uma tend\u00eancia (que suspeito que Star Wars <\/em>tenha tornado popular) de achar que herois est\u00e3o acima dos reles mortais. Tal como um mestre Jedi, o protagonista n\u00e3o tem v\u00ednculos fortes e se dedica integralmente \u00e0 sua causa. \u00a0Ele precisa servir de exemplo aos outros, n\u00e3o se rebaixar \u00e0s suas paix\u00f5es. Para alguns, esse modelo de Jedi \u00e9 a marca que faz de uma personagem \u201cforte e independente\u201d.<\/p>\n

\u00c9 engra\u00e7ado, no entanto, que ter \u201cfor\u00e7a\u201d signifique muitas vezes ser avesso aos outros. A personagem \u201cforte\u201d n\u00e3o tem amigos; tem aliados, pessoas que servem <\/em>para alguma coisa e que ela pode largar sem prestar satisfa\u00e7\u00f5es. A personagem \u201cforte\u201d n\u00e3o tem compromissos amorosos, apenas cobaias para saciar suas vontades. A fidelidade, em um mote que poderia sair direto da boca de um Sith,\u00a0\u00e9 uma fraqueza a ser zombada. A personagem \u201cforte\u201d, por fim, n\u00e3o depende de ningu\u00e9m: ela prefere a si mesma \u00e0queles \u00e0 sua volta, sua carreira \u00e0 companhia dos entes amados, seu escrit\u00f3rio \u00e0 fam\u00edlia e amigos.\u00a0 A personagem \u201cforte\u201d s\u00f3 pensa em si e s\u00f3 deve a si pr\u00f3pria sua felicidade. Os outros podem partilhar da sua alegria se ela deixar, mas n\u00e3o devem roubar a cena.<\/p>\n

\u00c0 primeira vista, Geralt parece ser o \u201cforte\u201d por excel\u00eancia: um cavaleiro solit\u00e1rio sem comprometimentos, com poder para matar qualquer vil\u00e3o, vencer qualquer disputa, conhecer qualquer monarca e ir para a cama com qualquer mulher. Por\u00e9m, bastam algumas dezenas de horas no mundo dos witchers para conferir que a verdade n\u00e3o \u00e9 bem assim.<\/p>\n

Como eu j\u00e1 disse em outra ocasi\u00e3o<\/a>, o mundo de The Witcher <\/em>\u00e9 um universo\u00a0de monstros e Geralt de Rivia \u00e9 um monstro \u00e0 sua pr\u00f3pria maneira. Pessoas cospem no ch\u00e3o quando o v\u00eaem e o xingam de \u201cmutante\u201d, \u201cfreak\u201d e \u201cbastardo desalmado\u201d.\u00a0 Ele n\u00e3o gosta do que faz, mas tem poucas alternativas. As muta\u00e7\u00f5es que lhe deram seus poderes lhe deixaram est\u00e9ril e incapaz de mostrar emo\u00e7\u00f5es. Mesmo que ele desejasse mudar, ele est\u00e1 simplesmente exclu\u00eddo do mundo normal.<\/p>\n

O que n\u00e3o significa que por tr\u00e1s do cabelo branco e dos olhos de gato n\u00e3o exista, de fato, uma pessoa normal.<\/p>\n

Nesse sentido, seu momento mais tocante acontece quando visita a cidade de Novigrad. Geralt viu sua filha adotiva pela \u00faltima vez na adolesc\u00eancia. Num mundo sem Facebook ou c\u00e2meras fotogr\u00e1ficas, isto significa que a \u00fanica imagem que ele tem dela vem de suas lembran\u00e7as. Eis, ent\u00e3o, que surge uma possibilidade de ver como ela se tornou, adulta. A rea\u00e7\u00e3o do nosso ca\u00e7ador de monstros fala por si s\u00f3:<\/p>\n