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{"id":2295,"date":"2016-02-22T20:45:01","date_gmt":"2016-02-22T23:45:01","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=2295"},"modified":"2019-02-25T14:37:50","modified_gmt":"2019-02-25T17:37:50","slug":"numenera-em-um-bilhao-de-anos-o-que-significara-ser-humano","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2016\/02\/22\/numenera-em-um-bilhao-de-anos-o-que-significara-ser-humano\/","title":{"rendered":"“Numenera”: Em um bilh\u00e3o de anos, o que significar\u00e1 ser humano?"},"content":{"rendered":"

\n

2016 pode estar apenas come\u00e7ando, mas alguns jogos, de t\u00e3o aguardados, nos fazem pensar que o tempo n\u00e3o anda. Para mim \u2013 e, imagino, tanto outros que acompanham a renascen\u00e7a<\/a> dos RPGs isom\u00e9tricos \u2013 \u00e9 o caso de Torment: Tides of Numenera<\/a><\/em>.<\/p>\n

O game da inXile foi anunciado em 2013, j\u00e1 arrecadou mais de US$ 5 milh\u00f5es no Kickstarter, teve a data de lan\u00e7amento adiada algumas vezes e agora est\u00e1 em early access<\/em>. Todo cuidado \u00e9 pouco: o que Pillars of Eternity<\/a> <\/em>fez com Baldur\u2019s Gate <\/em>e Wasteland 2<\/a> <\/em>fez com Wasteland e Fallout, Tides of Numenera <\/em>pretende fazer com Planescape: Torment.<\/em><\/p>\n

\"planescape<\/p>\n

\u00c9 dif\u00edcil navegar por f\u00f3rums de CRPG sem topar com uma men\u00e7\u00e3o ao t\u00edtulo da Black Isle. Planescape: Torment <\/em>\u00e9\u00a0um dos mais populares games que ningu\u00e9m jogou. Devido \u00e0\u00a0sua\u00a0arquitetura contraintuitiva,\u00a0 o RPG foi um tremendo fracasso de vendas. Ao mesmo tempo, ele guarda a honra de ser um dos jogos mais complexos e bem escritos de todos os tempos.<\/p>\n

Tides of Numenera <\/em>promete unir o \u00fatil ao agrad\u00e1vel. Ao contr\u00e1rio de seu \u201cpredecessor espiritual\u201d e suas inclementes regras de AD&D, o game \u00e9 baseado no sistema Cypher<\/a>, \u00a0que preza\u00a0pela\u00a0simplicidade e clareza.<\/p>\n

O que sair\u00e1 da experi\u00eancia s\u00f3 saberemos nas pr\u00f3ximas semanas (ou meses). Felizmente, n\u00e3o precisamos esperar para ter um gostinho do que est\u00e1 por vir. Tides of Numenera <\/em>\u00e9 inspirado um RPG de mesa<\/a>\u00a0criado por Monte Cook e lan\u00e7ado em 2013.<\/p>\n

Se o livro de refer\u00eancia \u00e9 algum indicativo, gamers podem esperar um 2016 bomb\u00e1stico.\u00a0Numenera\u00a0<\/em>n\u00e3o\u00a0\u00e9 apenas o cen\u00e1rio mais criativo a dar as caras na “renascen\u00e7a isom\u00e9trica”, \u00a0como tem o potencial de ser um jogos mais profundos dos \u00faltimos tempos.<\/p>\n

Qu\u00e3o profundo? A ponto nos convidar a\u00a0questionar o que \u00e9 ser humano.<\/p>\n

<\/p>\n

O que \u00e9 ‘Numenera’? <\/strong><\/h3>\n

\"numenera<\/p>\n

Numenera <\/em>\u00e9 um mundo de fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica disfar\u00e7ado de fantasia. Ou \u00e9 assim como\u00a0o descreve seu criador, Monte Cook, no livro base do cen\u00e1rio. Inspirado na 3\u00aa lei de Arthur C. Clarke (“qualquer tecnologia suficientemente avan\u00e7ada \u00e9 indistingu\u00edvel da magia”), Cook nos apresenta uma sociedade medieval constru\u00edda sobre as ru\u00ednas de uma grande civiliza\u00e7\u00e3o futurista.<\/p>\n

\"numenera<\/p>\n

Na verdade, n\u00e3o apenas uma, mais oito. O Nono Mundo, como se chama o planeta de Numenera, <\/em>acompanha a vida da humanidade ap\u00f3s oito <\/strong>apocalipses. Quem foram os outros povos? Por quanto tempo eles permaneceram vivos? O que os extinguiu? Ningu\u00e9m sabe dizer. Para os humanos do futuro, as \u201cmaravilhas\u201d do passado n\u00e3o passam de magia.<\/p>\n

Numenera <\/em>n\u00e3o \u00e9 ambientada em em um futuro \u201cpr\u00f3ximo\u201d de alguns s\u00e9culos ou mil\u00eanios. Pelo contr\u00e1rio, o Nono Mundo tem in\u00edcio mais de um bilh\u00e3o de anos <\/strong>depois\u00a0dos nossos dias. \u00c9\u00a0um futuro t\u00e3o, mas t\u00e3o distante que a pr\u00f3pria natureza j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 mais a mesma.<\/p>\n

\"numenera<\/p>\n

O sol inchou e engoliu Merc\u00fario. Os continentes se unificaram em uma nova Pang\u00e9ia. Todas as plantas e animais mostram sinais de engenharia gen\u00e9tica. Mesmo apontar\u00a0o que \u00e9 \u201cnatural\u201d \u00a0ou “artificial” tornou-se um desafio.<\/p>\n

Os habitantes do Nono Mundo n\u00e3o fazem ideia do que aconteceu, mas nem por isso deixam de fazer uso das coisas que os antigos deixaram para tr\u00e1s. Estes \u201cdetritos\u201d das eras passadas s\u00e3o os \u201cnumenera\u201d, m\u00e1quinas, instrumentos ou pe\u00e7as cujas fun\u00e7\u00f5es originais foram perdidas, mas que os novos humanos\u00a0reaproveitam da forma que podem.<\/p>\n

\"numenera<\/p>\n

Tal com em Fallout <\/em>e outras fic\u00e7\u00f5es p\u00f3s-apocal\u00edpticas, os poucos que preservam algum conhecimento cient\u00edfico o protegem com devo\u00e7\u00e3o sect\u00e1ria. A Ordem da Verdade \u2013 vers\u00e3o ainda mais futurista do Brotherhood of Steel \u2013 \u00e9 uma cabala de \u201ccientistas\u201d que exerce sobre o Nono Mundo o mesmo poder de que a Igreja Cat\u00f3lica usufru\u00eda na Idade M\u00e9dia.<\/p>\n

\"numenera

Com direito a seu pr\u00f3prio papa<\/p><\/div>\n

O singular do cen\u00e1rio \u00e9 justamente o qu\u00e3o distante ele \u00e9 do nosso presente. Para se ter uma ideia, o per\u00edodo jur\u00e1ssico terminou por volta de 145 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s. Estamos falando, portanto, de um futuro quase sete vezes <\/strong>mais longe da n\u00f3s do que n\u00f3s estamos dos dinossauros.<\/p>\n

\u00c9 poss\u00edvel imaginar um mundo t\u00e3o diferente? Para alguns, com certeza n\u00e3o. Em 1922, o grande dramaturgo George Bernard Shaw<\/a> escreveu uma pe\u00e7a<\/a> ambientada em um futuro \u201ct\u00e3o longe quanto alcan\u00e7a o pensamento\u201d: o ano de 31920 d.C. Sua brincadeira sequer chega perto do exerc\u00edcio mental que Numenera <\/em>nos prop\u00f5e.<\/p>\n

J\u00e1 para outros, n\u00e3o h\u00e1 limites para a imagina\u00e7\u00e3o. Nos \u00faltimos tempos, n\u00e3o apenas autores de fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica, mas tamb\u00e9m historiadores come\u00e7aram a pensar na humanidade em uma perspectiva c\u00f3smica.\u00a0E as\u00a0ideias que eles levantaram podem mudar completamente a forma como vemos o mundo.<\/p>\n

A<\/strong> \u201cBig History\u201d e o futuro da humanidade<\/strong><\/h3>\n

Historiadores costumam brincar que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel estudar \u201cDeus e a sua \u00e9poca\u201d. \u00c9 preciso ter um foco, nos limitar a alguma \u00e9poca ou lugar. Do contr\u00e1rio, ser\u00edamos afogados em trabalho infinito.<\/p>\n

Ou, pelo menos, \u00e9 o que diz a maioria. Outros, mais rebeldes, decidiram pensar diferente.<\/p>\n

\"big<\/p>\n

\u201cBig History<\/a>\u201d \u00e9 uma tentativa de fazer o que Monte Cook sugeriu com Numenera<\/em>: investigar toda <\/strong>a hist\u00f3ria, desde o Big Bang at\u00e9 o fim dos tempos.<\/p>\n

O termo foi inventado nos anos 1980, mas a ideia n\u00e3o \u00e9 nova. O sonho de uma hist\u00f3ria \u201ccompleta\u201d, que fosse capaz de nos “colocar” na gal\u00e1xia, ou mesmo prever o que seres humanos far\u00e3o no futuro\u00a0j\u00e1 convive conosco h\u00e1 algum tempo.<\/p>\n

Ele j\u00e1 apareceu, inclusive, em v\u00e1rios cl\u00e1ssicos da fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica. Entre eles, a saga Funda\u00e7\u00e3o<\/em>, de Issac Asimov, e Last and First Men<\/em>, de Olaf Stapledon \u2013 que \u00a0o pr\u00f3prio Cook cita como inspira\u00e7\u00e3o de Numenera.<\/em><\/p>\n

\"sci<\/p>\n

A quest\u00e3o,\u00a0que tanto fascinou esses autores,\u00a0\u00e9 que pensar em uma \u201chist\u00f3ria c\u00f3smica\u201d requer levar em conta coisas que mal conseguimos imaginar. Um bilh\u00e3o de anos \u00e9 tempo suficiente para que os continentes se rearranjem, extin\u00e7\u00f5es em massa aconte\u00e7am e mesmo o Homo sapiens evolua para\u00a0uma nova\u00a0esp\u00e9cie.<\/p>\n

Em nossa rotina de anos, d\u00e9cadas e s\u00e9culos, \u00e9 surreal pensar nisso fora de um programa do Neil deGrasse Tyson. Como seriam as pessoas desse futuro remoto? O que aconteceria com os pa\u00edses ap\u00f3s mudan\u00e7as geol\u00f3gicas? Existiria cultura humana? Existiriam humanos<\/em>?<\/p>\n

\"numenera<\/p>\n

Nessa escala, as perguntas s\u00e3o outras. De onde viemos? Qual o sentido da vida? Para onde a civiliza\u00e7\u00e3o\u00a0caminha? O que significa ter “humanidade”? A ci\u00eancia deixa de ser uma ferramenta\u00a0para resolver quest\u00f5es pontuais para tentar\u00a0responder aos antigos mitos de origem.<\/p>\n

Qualquer semelhan\u00e7a com o mundo da religi\u00e3o n\u00e3o \u00e9 mera coincid\u00eancia. N\u00e3o \u00e9 a toa que, em Numenera<\/em>, a Ordem da Verdade abriu m\u00e3o da fachada acad\u00eamica\u00a0para se transformar em um culto, com direito \u00e0 sua pr\u00f3pria liturgia e guerras santas contra fac\u00e7\u00f5es hereges.<\/p>\n

Os novos \u201cpensadores\u201d t\u00eam mais em comum com os antigos s\u00e1bios do que com os pesquisadores de hoje em dia, com sua rotina burocr\u00e1tica e seus departamentos bem divididos. Trabalhando em conjunto, eles n\u00e3o buscam conhecimento especializado, mas uma \u201cteoria de tudo\u201d.<\/p>\n

Rumo \u00e0 psico-hist\u00f3ria<\/a>?<\/strong><\/h3>\n

O problema \u00e9 que com grandes poderes, v\u00eam grandes responsabilidades. E com conhecimento\u00a0absoluto, somos lembrados de algo que nossos antepassados j\u00e1 sabiam muito bem: a consci\u00eancia\u00a0do bem e do mal traz consigo o sofrimento.<\/p>\n

\"Adam-et-Eve.gif\"<\/p>\n

Se realmente existisse uma \u201cteoria de tudo\u201d, o que aconteceria com nosso livre arb\u00edtrio? Se nossa intelig\u00eancia, nossa morte e mesmo nossos gostos e inclina\u00e7\u00f5es pudessem ser teorizados e previstos, n\u00f3s continuar\u00edamos realmente no controle?<\/p>\n

Qual o sentido de viver se tudo est\u00e1 \u201cescrito nas estrelas\u201d \u2013 ou nos \u00e1tomos, genes ou n\u00fameros?<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 preciso esperar um bilh\u00e3o de anos para fazer a pergunta. Em nossos tempos de big data<\/a>, transhumanismo<\/a> e genoma decodificado, muitos cientistas j\u00e1 come\u00e7aram a perder o sono.<\/p>\n

Felizmente para n\u00f3s, a maioria<\/a> acredita que o livre-arb\u00edtrio \u00e9 real. O universo humano \u00a0\u00e9 muito complexo para ser ditado apenas pelas leis da f\u00edsica, ou quaisquer outros princ\u00edpios elementares. E quando mais subimos na \u201cescada\u201d da sociedade humana \u2013 do nosso destino pessoal \u00e0 trajet\u00f3ria de pa\u00edses, civiliza\u00e7\u00f5es, planetas \u2013 mais complexas e imprevis\u00edveis as coisas se tornam.<\/p>\n

Mas Numenera <\/em>n\u00e3o para por a\u00ed. O Nono Mundo n\u00e3o \u00e9 apenas futurista: \u00e9 constru\u00eddo nas ru\u00ednas de civiliza\u00e7\u00f5es que tiveram o poder de alterar a pr\u00f3pria natureza. E por \u201calterar\u201d n\u00e3o falo de coisas simples, como desviar o trajeto de um rio, mas de transcender a mortalidade, construir estrelas, reescrever as leis da f\u00edsica.<\/p>\n

O que impede seres humanos de usarem esse poder para controlar o desenvolvimento da esp\u00e9cie? De decidir quem nasce e quem morre, de projetar indiv\u00edduos \u201csob medida\u201d, de fundir tecnologia e natureza at\u00e9 o ponto em que n\u00e3o saibamos o que \u00e9 uma coisa e o que \u00e9 a outra?<\/p>\n

Sondas Von Neumann<\/strong><\/h3>\n

\"ME3_Leviathan_and_Shepard.png\"<\/p>\n

Essa \u00e9 uma daquelas hip\u00f3teses que parece boa, at\u00e9 pensarmos nela com mais calma. Gra\u00e7as \u00e0 Mass Effect<\/em>, temos um retrato bem convincente do que seria o \u201cpior cen\u00e1rio\u201d.<\/p>\n

No game da Bioware, a humanidade descobre ru\u00ednas alien\u00edgenas e entra em contato com tecnologias avan\u00e7adas. Gra\u00e7as \u00e0 isso, a ci\u00eancia avan\u00e7a a um patamar nunca antes visto, permitindo fontes infinitas de energia, viagens intergal\u00e1ticas e o contato com outras civiliza\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Em dado momento, no entanto, fica claro que tudo n\u00e3o passa de uma armadilha. A tecnologia em quest\u00e3o foi desenvolvida pelos Reapers, uma ra\u00e7a de naves ciborgues que invade a gal\u00e1xia a cada 50000 anos para extinguir\u00a0toda a vida sapiente.<\/p>\n

A \u201cajuda\u201d que os Reapers oferecem \u00e9, no fundo,\u00a0uma ferramenta de controle. Tal como o mon\u00f3lito de 2001<\/em>, eles \u201cfor\u00e7am\u201d as esp\u00e9cies a evoluir de uma maneira previs\u00edvel e observ\u00e1vel.<\/p>\n

Os Reapers tamb\u00e9m t\u00eam uma \u201cteoria de tudo\u201d. Eles\u00a0prev\u00eam que a intelig\u00eancia artificial inevitavelmente destruir\u00e1 a vida na gal\u00e1xia. Para eles, a \u00fanica forma de impedir o desastre \u00e9 evitar que comece: eliminando os inventores antes que\u00a0d\u00eaem o passo final.<\/p>\n

Destruir ou incorporar?<\/h3>\n

\"mass<\/p>\n

 <\/p>\n

Se f\u00e3s de Mass Effect <\/em>se decepcionaram com o final de sua saga, talvez lhes seja um consolo saber que a Bioware n\u00e3o foi a primeira a contar essa hist\u00f3ria. Nausicaa do Vale do Vento<\/a><\/em>, um cl\u00e1ssico de Miyazaki e outra inspira\u00e7\u00e3o para\u00a0Numenera<\/em>, antecipou a jornada do Comandante Shepard em mais de trinta anos.<\/p>\n

Nausicaa <\/em>se passa em um cen\u00e1rio muito parecido com o\u00a0<\/i>RPG de Monte Cook. O\u00a0mundo civilizado foi destru\u00eddo pela guerra, e as pessoas sobrevivem de \u201cdetritos\u201d de uma \u00e9poca mais evolu\u00edda. Tal como em\u00a0Numenera, <\/em>humanos\u00a0usam rel\u00edquias do passado sem saber como elas funcionam, e a tecnologia caminha bem pr\u00f3xima da magia.<\/p>\n

A diferen\u00e7a \u00e9 que, no conto de Miyazaki, a natureza decide revidar. Para salvar o planeta da aniquila\u00e7\u00e3o, o mar podre \u2013 uma floresta t\u00f3xica de fungos e insetos \u2013 come\u00e7a a se espalhar pela superf\u00edcie terrestre.<\/p>\n

\"Nausicaa-17.png\"<\/p>\n

Nausicaa acredita que a natureza n\u00e3o est\u00e1 errada, e que se os humanos pararem de agredi-la, tudo voltar\u00e1 ao normal. A verdade, no entanto, est\u00e1 muito al\u00e9m do que ela imaginava.<\/p>\n

Em um fim digno da trilogia da Bioware, Nausicaa encontra uma intelig\u00eancia de uma civiliza\u00e7\u00e3o passada, que lhe conta\u00a0que o mar podre n\u00e3o \u00e9 natural. Ele foi desenvolvido por seres sapientes para \u201ctrazer ordem ao caos\u201d, e \u201csalvar\u201d a humanidade por meio de sua destrui\u00e7\u00e3o. S\u00f3 um apocalipse, diz ela, protegeria os seres humanos de acabarem com todo o planeta.<\/p>\n

\"nausicaa\"nausicaa<\/p>\n

Mass Effect <\/em>joga a escolha em nossas m\u00e3os como um grande dilema moral. Nausicaa, por outro lado, n\u00e3o tem nenhuma d\u00favida sobre qual\u00a0\u00e9 o caminho certo:<\/p>\n

\"nausicaa\"nausicaa<\/p>\n

Morrer, sofrer, ser extinto n\u00e3o s\u00e3o coisas ruins. Elas fazem parte da natureza, e o ser humano, para viver em harmonia com seu ambiente, precisa aprender a aceit\u00e1-las. A vida \u00e9 arriscada e imprevis\u00edvel, mas \u00e9 assim que as coisas devem ser. Nunca, em hip\u00f3tese alguma, n\u00f3s devemos control\u00e1-la.<\/p>\n

Ser\u00e1 muito interessante ver o que a equipe da inXile pretende nos contar desse dilema. Felizmente, pelo menos dessa vez n\u00f3s n\u00e3o dependemos dos desenvolvedores. Por se tratar de um RPG de mesa, todos n\u00f3s podemos vivenciar nosso futuro distante no Nono Mundo. E decidir, por n\u00f3s mesmos, o que nos far\u00e1 humanos\u00a0daqui h\u00e1 um bilh\u00e3o de anos.<\/p>\n

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2016 pode estar apenas come\u00e7ando, mas alguns jogos, de t\u00e3o aguardados, nos fazem pensar que o tempo n\u00e3o anda. Para mim \u2013 e, imagino, tanto outros que acompanham a renascen\u00e7a dos RPGs isom\u00e9tricos \u2013 \u00e9 o caso de Torment: Tides of Numenera. O game da inXile foi anunciado em 2013, j\u00e1 arrecadou mais de US$ […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":2297,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580],"tags":[63,164,175,238,264,278,313,337,401],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i2.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2016\/02\/numenera.jpg?fit=1147%2C797&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-B1","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2295"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2295"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2295\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":21324,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2295\/revisions\/21324"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2297"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2295"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2295"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2295"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}