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{"id":22254,"date":"2020-04-22T08:49:57","date_gmt":"2020-04-22T11:49:57","guid":{"rendered":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/?p=22254"},"modified":"2020-04-22T08:49:57","modified_gmt":"2020-04-22T11:49:57","slug":"the-butchers-a-mitologia-em-tempos-de-epidemia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2020\/04\/22\/the-butchers-a-mitologia-em-tempos-de-epidemia\/","title":{"rendered":"“The Butchers”: a mitologia em tempos de epidemia"},"content":{"rendered":"

Conta a mitologia dos s\u00e1mi<\/a>, povo nativo da Lap\u00f4nia, que epidemias eram causadas por um dem\u00f4nio chamado Ruto. Aqueles que o desagradavam eram arrastados a seu inferno pessoal, o reino mal\u00e9fico de Rotaivo.<\/p>\n

O alvo da sua f\u00faria? Pessoas que negavam a natureza.<\/p>\n

A ironia n\u00e3o \u00e9 perdida em n\u00f3s, testemunhas da primeira grande pandemia do s\u00e9culo XXI. Nos \u00faltimos anos, assistimos impotentes a populistas, demagogos e fan\u00e1ticos desafiarem o senso comum. Das vacinas ao aquecimento global, nenhuma verdade parecia \u00f3bvia o suficiente para que o obscurantismo n\u00e3o a desafiasse.<\/p>\n

Hoje, a natureza cobra seu pre\u00e7o. E Ruto, se ainda existir, sem d\u00favida est\u00e1 com um sorriso no rosto. Pois a conta ser\u00e1 mais alta que qualquer coisa que os antigos s\u00e1mi poderiam imaginar.<\/p>\n

A lenda de Ruto n\u00e3o aparece em The Butchers\u00a0<\/em>(“Os A\u00e7ougueiros”), novo romance da irlandesa Ruth Gilligan. Lendas, contudo, s\u00e3o o que n\u00e3o falta em sua hist\u00f3ria.<\/p>\n

Unindo O Roubo do Gado de Cooley<\/em>, \u00e9pico seminal da mitologia irlandesa, com a epidemia de EEB (mal da vaca louca) nos anos 1990, o livro \u00e9 uma f\u00e1bula engenhosa, humana, e comovente sobre a necessidade de encontrar sentido em tempos de pestil\u00eancia.<\/p>\n

<\/p>\n

O amor em tempos de vaca louca<\/strong><\/h3>\n
\"\"

A escritora Ruth Gilligan. Fonte<\/a><\/p><\/div>\n

Como confessaram escritores<\/a> nos \u00faltimos dois meses, a pandemia que vivemos n\u00e3o faz muito bem para a criatividade. \u00c9 dif\u00edcil saber quanto nosso mundo mudar\u00e1, quanto a fic\u00e7\u00e3o pr\u00e9-coronav\u00edrus parecer\u00e1 obsoleta aos leitores do futuro.<\/p>\n

A escritora Ruth Gilligan parece ter sofrido a b\u00ean\u00e7\u00e3o oposta. Seu livro, sobre a epidemia de EEB<\/a> (mal da vaca louca) nos anos 1990, passar-se-ia por curiosidade em tempos normais. Lan\u00e7ado em 2020, sua mensagem se torna um manifesto dos tempos de covid-19. Quando n\u00e3o uma profecia.<\/p>\n

O ano \u00e9 1996, e o mercado de carne brit\u00e2nico acaba de ser abalado por rumores de uma doen\u00e7a contagiosa. Na Irlanda, a not\u00edcia \u00e9 recebida com j\u00fabilo. Livre da competi\u00e7\u00e3o com os ingleses, a pecu\u00e1ria irlandesa cresceria, trazendo lucros para todos. Seria o \u201cboom <\/em>da carne celta\u201d que colocaria o pa\u00eds no mapa dos grandes do mundo.<\/p>\n

A promessa nunca se concretizou. A EEB se espalhou rapidamente pela Irlanda, causando preju\u00edzos milion\u00e1rios e mortes de rebanhos inteiros.<\/p>\n

The Butchers<\/em>\u00a0\u00e9 a hist\u00f3ria das pessoas que vivem a calmaria antes dessa tempestade. Uma delas \u00e9 a de Gr\u00e1, esposa de membro de um antigo culto pr\u00e9-crist\u00e3o. Segundo seus praticantes (os “A\u00e7ougueiros” do t\u00edtulo), vacas s\u00f3 podem ser consumidas se abatidas segundo um complexo ritual. Caso as formalidades n\u00e3o sejam observadas, uma peste terr\u00edvel assolar\u00e1 a Irlanda.<\/p>\n

Vistos com desconfian\u00e7a desde sua origem, em 1996 os A\u00e7ougueiros se v\u00eam reduzidos a uma curiosidade na melhor das hip\u00f3teses; um motivo de chacota na pior. Lena, irm\u00e3 de Gr\u00e1, fugiu da fam\u00edlia para se ver livre da crendice. Sua filha, \u00dana, sofre bullying <\/em>na escola. Os primeiros fast foods <\/em>decolam no pa\u00eds, e a m\u00e3o invis\u00edvel do mercado amea\u00e7a condenar a pecu\u00e1ria consciente, artesanal da seita \u00e0 lata de lixo da hist\u00f3ria.<\/p>\n

Quando a EEB se espalha pela Irlanda, Gr\u00e1 e \u00dana se perguntam se aquela n\u00e3o \u00e9 a peste de que os A\u00e7ougueiros tanto avisaram. E suas d\u00favidas e rebeldias n\u00e3o est\u00e3o por tr\u00e1s da trag\u00e9dia que est\u00e1 por vir.<\/p>\n

Gr\u00e1 zombou do pensamento \u2013 maldito gado onde quer que olhasse Mas, ainda assim, nesses dias voc\u00ea ouvia menos e menos sobre essas antigas supersti\u00e7\u00f5es, todos os antigos contos deixados de lado pelo futuro progresso.<\/p>\n

Irlanda moderna. <\/em><\/p>\n

Aquela era a \u00fanica narrativa em que os locais estavam interessados agora.<\/p>\n

Quem precisa de C\u00fachulann<\/a> quando voc\u00ea tem o Touro, n\u00e3o \u00e9?<\/em><\/p><\/blockquote>\n

O \u201cTouro\u201d em quest\u00e3o \u00e9 Eoin Goldsmith, magnata da pecu\u00e1ria com um dedo na pol\u00edtica e um p\u00e9 no mundo do crime.<\/p>\n

Tal como as supersti\u00e7\u00f5es dos A\u00e7ougueiros, ele tamb\u00e9m \u00e9 um \u201cmito\u201d, embora na concep\u00e7\u00e3o populista, bolsonariana do termo. Iconoclasta na medida em que os A\u00e7ougueiros s\u00e3o tradicionais, ele \u00e9 um homem disposto a pisar em ovos para fazer o boom <\/em>da carne celta acontecer.<\/p>\n

Aproveitando-se do caos provocado pela EEB, o Touro monta um esquema para roubar vacas brit\u00e2nicas e vend\u00ea-las ilegalmente, transformando-as em ra\u00e7\u00e3o para o gado irland\u00eas.<\/p>\n

Infelizmente para os irlandeses, ra\u00e7\u00f5es feitas a base de carnes e ossos de bovinos (conhecidas em ingl\u00eas como MBM<\/a>) s\u00e3o exatamente a origem do mal da vaca louca. Ao buscar um lucro f\u00e1cil sobre a trag\u00e9dia dos ingleses, o Touro condena seu pa\u00eds a uma epidemia que ele mesmo ajudou a agravar.<\/p>\n

Mas ele, a despeito de sua professada \u201cmodernidade\u201d n\u00e3o \u00e9 apenas um capitalista ganancioso. Sem saber, ele repete os passos de outra l\u00edder sem escr\u00fapulos: a rainha Medb de Cr\u00faachan<\/a>, que no grande \u00e9pico da mitologia irlandesa, O Roubo do Gado de Cooley<\/a>, <\/em>provocou uma guerra contra o reino de Ulster na tentativa de roubar o rebanho alheio.<\/p>\n

O reino de Ulster n\u00e3o existe mais, mas seu nome se tornou um apelido<\/a> para a Irlanda da Norte. O mesmo lugar que o Touro invade atr\u00e1s de vacas para roubar.<\/p>\n

A hist\u00f3ria se repete, disse uma vez um autor c\u00e9lebre<\/a>. Primeiro como trag\u00e9dia, depois como farsa.<\/p>\n

Entre o passado e o presente<\/strong><\/h3>\n
\"\"

Rainha Medb em mural no Setanta Centre, Dublin. Fonte: William Murphy<\/a><\/p><\/div>\n

Esse conflito entre passado e futuro \u00e9 um tema corrente no romance de Gilligan. Suas personagens, cada uma a sua pr\u00f3pria maneira, est\u00e3o presas em um cabo de guerra entre tradi\u00e7\u00f5es defasadas e um progresso que talvez leve a nada.<\/p>\n

O fato de viverem um momento de crise, em que escolher \u00e9 inevit\u00e1vel, s\u00f3 a torna a escolha mais dolorosa. Ao mesmo tempo, isto d\u00e1 ao seu livro, pessoal em escopo, as qualidades de uma hist\u00f3ria \u00e9pica.<\/p>\n

Em circunst\u00e2ncias normais, \u00e9 dif\u00edcil saber quando vivemos um momento hist\u00f3rico. A trama da hist\u00f3ria \u00e9 complexa, ca\u00f3tica demais para validar profecias. Apenas depois \u2013 \u00e0s vezes, muito<\/strong> depois \u2013 de vividos certos acontecimentos se provam importantes.<\/p>\n

Para Gilligan, o ano de 1996 \u00e9 um desses momentos. Mais do que uma simples epidemia, a EEB de The Butchers\u00a0<\/em>\u00e9 descrita como o empurr\u00e3o de m\u00e3e-p\u00e1ssaro que for\u00e7a a Irlanda para fora do ninho.<\/p>\n

1996 foi o ano da legaliza\u00e7\u00e3o do div\u00f3rcio, tr\u00eas anos depois da \u00a0descriminaliza\u00e7\u00e3o da homossexualidade. O ano do primeiro MacDonalds aberto em solo irland\u00eas. O ano do fechamento da \u00faltima lavanderia de Madalena<\/a>: pris\u00f5es, administradas pela Igreja Cat\u00f3lica, em que l\u00e9sbicas, prostitutas, m\u00e3es solteiras e outras \u201cmulheres perdidas\u201d trabalhavam em regime escravo.<\/p>\n

\u201cAh, a Irlanda moderna est\u00e1 a caminho, sem d\u00favida\u201d reflete uma personagem \u201cMas ningu\u00e9m os havia avisado de que viria com um preco muito moderno. \u2018Uma na\u00e7\u00e3o de bichas e divorciadas.\u2019\u201d<\/p>\n

Na prosa de Gilligan, essa e outras personagens soam t\u00e3o pat\u00e9ticas quanto os druidas ap\u00f3s a chegada do mission\u00e1rio S\u00e3o Patric\u00edo: os \u00faltimos basti\u00f5es da \u201cvelha Irlanda\u201d, pag\u00e3 e reacion\u00e1ria, diante das for\u00e7as irrevers\u00edveis da modernidade.<\/p>\n

Mas tal como S\u00e3o Patr\u00edcio n\u00e3o derrotou completamente os Deuses Antigos – que sobreviveram, de uma forma ou de outra, no folclore \u2013 a \u201cIrlanda moderna\u201d tamb\u00e9m parece for\u00e7ada a incorporar a tradi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Sim, o passado foi o tempo da opress\u00e3o da Igreja, das injusti\u00e7as sociais, da mis\u00e9ria; dos problemas, enfim, cujos pre\u00e7os pagamos no presente. Mas nele tamb\u00e9m est\u00e3o a mem\u00f3ria dos problemas que j\u00e1 <\/strong>resolvemos \u2013 e dos erros que nos impediram de solucionar outros tantos.<\/p>\n

Na aus\u00eancia de profecias, essas esperi\u00eancias s\u00e3o tudo o que temos para nos guiar no futuro.<\/p>\n

[A]parentemente era mais f\u00e1cil deixar as coisas morrerem \u2013 a Irlanda deixando o passado para tr\u00e1s e finalmente alcan\u00e7ando o resto do mundo. Mas a maneira como \u00dana pensava sobre isto, sem folclore e tradi\u00e7\u00f5es, certamente a Irlanda n\u00e3o existia de verdade? Certamente poderia t\u00e3o bem ser a Inglaterra ou a Fran\u00e7a ou qualquer outro lugar (tirando uma enxurrada infinita de chuva)? Ent\u00e3o, tal como havia aqueles que preservavam a l\u00edngua m\u00e3e do pa\u00eds e aqueles que guardavam todas as suas hist\u00f3rias nativas, havia aqueles como o seu pai que dedicavam suas vidas para manter suas cren\u00e7as antigas.<\/p><\/blockquote>\n

\u00c9 o passado, por meio da tradi\u00e7\u00e3o milenar dos A\u00e7ougueiros, que d\u00e1 a Gr\u00e1 e sua filha \u00dana a coragem para curar as feridas de sua fam\u00edlia. E \u00e9 gra\u00e7as ao passado, na sua express\u00e3o mais poderosa \u2013 a mitologia \u2013 que Davey, filho de Fionn, o capanga do Touro, aprende o verdadeiro nome da vilania do magnata:<\/p>\n

O rosto do Touro tinha a apar\u00eancia de pura mal\u00edcia. O cabelo castanho tinha a apar\u00eancia inconfund\u00edvel de um pente. E desta vez n\u00e3o era um conto antigo que vinha \u00e0 l\u00edngua de Davey,mas uma palavra antiga. H\u00fabris. A arrog\u00e2ncia do invenc\u00edvel; a confian\u00e7a de que nada pode dar errado. Ele pensou em D\u00e9dalus mais uma vez, construindo um par de asas para que seu filho \u00cdcaro pudesse voar para fora da pris\u00e3o, apenas para o garoto tornar-se \u00e1vido demais e pairar muito perto do sol.<\/p><\/blockquote>\n

Nome esse que “mitos” contempor\u00e2neos, t\u00e3o crentes como \u00cdcaro na pr\u00f3pria invencibilidade, fariam bem de conhecer.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Essa e outras refer\u00eancias \u2013 \u00e0 mitologia grega, mas sobretudo \u00e0 irlandesa \u2013 permeam o livro. \u00a0Para a sorte do leitor, elas v\u00eam acompanhadas de contexto.<\/p>\n

Irlandesa expatriada (Gilligan \u00e9 professora na Universidade de Birmingham), a autora sabe bem o estranhamento que nomes ga\u00e9licos causam em ouvidos estrangeiros. Seu romance introduz lendas antigas com a paci\u00eancia de uma contadora de hist\u00f3rias, e o resultado \u00e9 uma trama que nos acompanha pela m\u00e3o.<\/p>\n

Acompanha-nos, sim, mas nunca duvida de nossa intelig\u00eancia. \u201cH\u00e1 tradi\u00e7\u00f5es que devem viver e outras que deveriam ser abandonadas para encolher-se e morrer\u201d diz uma personagem. Como diferenciar uma da outra \u00e9 um mist\u00e9rio que Gilligan deixa a cargo do leitor.<\/p>\n

Escritora talentosa, ela sabe que as perguntas mais importantes s\u00e3o justamente aquelas que n\u00e3o t\u00eam respostas claras.<\/p>\n

Na medida em que \u00dana via o caos fervilhando, os fot\u00f3grafos escalando uns aos outros para conseguir a melhor vers\u00e3o da mesma foto, ela pensou nos homens perdendo seu sustento e sua dignidade, em pessoas perdendo sua f\u00e9 e sua identidade. Ela se perguntou se havia algum lugar especial aonde estas coisas iam parar quando eram perdidas e se elas podiam ser encontradas de novo.<\/p><\/blockquote>\n

The Butchers\u00a0<\/em>n\u00e3o foi escrito com o covid-19 em mente. Ainda assim, ele encapsula perfeitamente o esp\u00edrito dos \u00faltimos dois meses.<\/p>\n

Em jornais, blogs e contas de Twitter internet afora, a \u00fanica coisa mais constante que not\u00edcias da pandemia s\u00e3o previs\u00f5es do que vir\u00e1 depois.<\/p>\n

Alguns dizem que a austeridade ser\u00e1 inevit\u00e1vel. Outros cantam a vit\u00f3ria de programas de assistencialismo. Globalistas comemoram o fortalecimento de interc\u00e2mbios. Nacionalistas vaticinam o fim da globaliza\u00e7\u00e3o. Defensores da ci\u00eancia apostam que, daqui para a frente, a pesquisa ser\u00e1 valorizada. Pessimistas acreditam que a p\u00f3s-verdade j\u00e1 venceu. H\u00e1 at\u00e9 quem acredite at\u00e9 que o v\u00edrus trar\u00e1 o fim da monogamia<\/a>.<\/p>\n

Como as personagens de Gilligan, o que todas essas vozes t\u00eam em comum \u00e9 a necessidade de dar sentido a tempos excepcionais. Incertas do que vir\u00e1 pela frente, elas se refugiam nas suas pr\u00f3prias narrativas, causas pol\u00edticas, mitologias pessoais.<\/p>\n

Nada disso bastar\u00e1 para nos proteger de Ruto, o senhor da doen\u00e7a. Mas com sorte, como os mitos ga\u00e9licos de The Butchers, <\/em>podem ser a bicada que nos empurrar\u00e1 para fora do ninho.<\/p>\n

Com sorte, em dire\u00e7\u00e3o a um futuro melhor.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Conta a mitologia dos s\u00e1mi, povo nativo da Lap\u00f4nia, que epidemias eram causadas por um dem\u00f4nio chamado Ruto. Aqueles que o desagradavam eram arrastados a seu inferno pessoal, o reino mal\u00e9fico de Rotaivo. O alvo da sua f\u00faria? Pessoas que negavam a natureza. A ironia n\u00e3o \u00e9 perdida em n\u00f3s, testemunhas da primeira grande pandemia […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":22257,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580,17],"tags":[589,226,660,658,659],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i0.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2020\/04\/20200422-the-butchers-cover.jpg?fit=1718%2C1471&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-5MW","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22254"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=22254"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22254\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":22261,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22254\/revisions\/22261"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/22257"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=22254"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=22254"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=22254"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}