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{"id":22118,"date":"2019-12-21T10:49:44","date_gmt":"2019-12-21T13:49:44","guid":{"rendered":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/?p=22118"},"modified":"2019-12-21T16:31:04","modified_gmt":"2019-12-21T19:31:04","slug":"apres-lenfer-a-ficcao-nos-salva-mas-tambem-pode-nos-condenar","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2019\/12\/21\/apres-lenfer-a-ficcao-nos-salva-mas-tambem-pode-nos-condenar\/","title":{"rendered":"“Apr\u00e8s L’Enfer”: a fic\u00e7\u00e3o nos salva – mas tamb\u00e9m pode nos condenar"},"content":{"rendered":"

Pense em alguma personagem que admira e tente me dizer por que <\/strong>ela \u00e9 importante para voc\u00ea.<\/p>\n

Certamente, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 pelo fato de ter um belo uniforme ou ser interpretada por seu ator ou atriz favorito. Adoramos personagens fict\u00edcias porque elas nos d\u00e3o for\u00e7as. Muitas vezes lutando, nos seus mundos de mentira, as mesmas batalhas que enfrentamos na vida real.<\/p>\n

Mas e se nossa luta for errada; nossos valores, imorais? E se o her\u00f3i que nos inspira, longe de nos aproximar do caminho do bem, nos fizer perpetuar nossos erros, mascarando-os como uma forma torpe de \u201cjusti\u00e7a\u201d?<\/p>\n

Essas n\u00e3o s\u00e3o perguntas que eu imaginaria ter de fazer em uma \u00e9poca como a nossa, em que cosplayers de super-her\u00f3is visitam crian\u00e7as com c\u00e2ncer em hospitais. Nem s\u00e3o, talvez, as perguntas que Damien Marie e Fabrice Meddour pensaram em fazer em sua BD, Apr\u00e8s L\u2019Enfer <\/em>(\u201cDepois do Inferno\u201d).<\/p>\n

S\u00e3o, por\u00e9m, perguntas inevit\u00e1veis em uma obra que reimagina duas das personagens mais queridas da literatura em um dos epis\u00f3dios mais sangrentos e vergonhosos do mundo moderno.<\/p>\n

<\/p>\n

Depois do inferno<\/strong><\/h3>\n

\"\"<\/p>\n

Lan\u00e7ada em novembro desse ano, Apr\u00e8s L\u2019Enfer <\/em>\u00e9 uma hist\u00f3ria dif\u00edcil de categorizar. De um lado, \u00e9 um crossover <\/em>de Alice no Pa\u00eds das Maravilhas<\/em> e O M\u00e1gico de Oz<\/em>, se o buraco de coelho em que cai Alice e o tornado que surrupia Dorothy do Kansas as levassem a se conhecer na mesma terra fant\u00e1stica.<\/p>\n

De outro, \u00e9 um quadrinho hist\u00f3rico sobre a\u00a0Guerra Civil Americana<\/a>, contado do ponto de vista daqueles do “lado errado” da Hist\u00f3ria.<\/p>\n

Seu\u00a0 cen\u00e1rio \u00e9 o sul dos Estados Unidos em 1865, imediatamente depois do brutal conflito que trouxe fim \u00e0 escravid\u00e3o.\u00a0\u00a0E suas protagonistas, Alice e Dorothy, s\u00e3o garotas sulistas que v\u00eaem seu mundo ocupado \u2013 e destru\u00eddo \u2013 pelas tropas vencedoras.<\/p>\n

Em 1864, o general William Sherman<\/a> reuniu as for\u00e7as da Uni\u00e3o<\/a> e passou o estado da Ge\u00f3rgia a ferro e fogo. Conhecida como a Marcha ao Mar<\/a>, a opera\u00e7\u00e3o levou a Confedera\u00e7\u00e3o<\/a> \u00e0 lona a custa de um gigantesco pre\u00e7o humano. \u201cO ferro incandescente ofereceu o Sul \u00e0s cinzas\u201d uma personagem abre a hist\u00f3ria\u00a0 \u201c\u00e0s cinzas e \u00e0 lama.\u201d<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

\"\"

“O ferro incandescente ofereceu o Sul \u00e0s cinzas” “As cinzas e \u00e0 lama”<\/p><\/div>\n

Filha de uma fam\u00edlia escravocrata, Dorothy Gale perdeu tudo o que tinha quando sua casa foi invadida por saqueadores. Numa cena dolorosa que soar\u00e1 familiar aos leitores de \u00c9rico Ver\u00edssimo<\/a>, sua m\u00e3e se oferece aos bandidos para que n\u00e3o procurem a filha.<\/p>\n

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“Minha m\u00e3e me escondeu t\u00e3o bem, mentiu t\u00e3o bem quando eles a torturaram e violentaram que eles n\u00e3o me procuraram”. “Ela os cobriu de todo o ouro que ela havia enterrado para n\u00e3o sofrer… para que eles a deixassem morrer.”<\/p><\/div>\n

O trauma faz Dorothy abrir m\u00e3o de seus planos, de sua miseric\u00f3rdia – at\u00e9 mesmo de seu g\u00eanero. De cabelos curtos e roupas de homem, um mosquete em m\u00e3os e \u00f3dio no peito, ela forja seu caminho pela sul ocupado.<\/p>\n

Suas andan\u00e7as a levam ao encontro de uma outra sobrevivente, Alice Carroll. Ela parece ter sofrido um trauma parecido, embora suas mem\u00f3rias estejam misturadas a alucina\u00e7\u00f5es. Diante seus olhos, perigos reais dividem espa\u00e7o com coelhos apressados, chapeleiros e mesas de ch\u00e1, criaturas amea\u00e7adoras com cabe\u00e7as de animais, vestindo uniformes de lados opostos da guerra.<\/p>\n

\"\"

\u201cn\u00f3s queremos a sua flor\u201d, \u201c…n\u00f3s j\u00e1 secamos a da sua irm\u00e3 e da sua m\u00e3e\u201d<\/p><\/div>\n

F\u00e3s de Lewis Carroll e do filme de 1939 (ou de seu material de origem, o obscuro romance<\/a> de L. Frank Baum) n\u00e3o precisar\u00e3o de mais nada para entender o que acontece. O quadrinho \u00e9 uma verdadeira enciclop\u00e9dia de refer\u00eancias aos dois grandes cl\u00e1ssicos, subvertidos e distorcidos em um enredo que pode ser tudo, menos \u00f3bvio.<\/p>\n

Como n\u2019O M\u00e1gico de Oz, <\/em>Dorothy encontra companheiros na sua jornada em terras desconhecidas. Neste caso, tr\u00eas ex-soldados sulistas que vagam pelas ru\u00ednas do que um dia foi seu lar.<\/p>\n

Hunk, o l\u00edder do grupo, \u00a0pode n\u00e3o ser feito de palha, mas possui o chap\u00e9u, a magreza e as fei\u00e7\u00f5es desfiguradas de um espantalho. O Le\u00e3o \u00e9 Zeke, um brutamontes de costeletas ruivas, que pula de susto ao menor barulho.<\/p>\n

Mais m\u00f3rbido, contudo, \u00e9 o \u201chomem de lata\u201d Hickory: antigo por estilha\u00e7os de artilharia que ficarem presos em seu cr\u00e2nio como dois chifres.<\/p>\n

\u201cOs chifres [i.e. gesto obsceno<\/a>] que Lee<\/a> nos fez ao salvar seu traseiro em Appomattox<\/a> assinando nossa rendi\u00e7\u00e3o\u201d diz Hunk num de seus (muitos) momentos de amargura.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Como Dorothy e seus amigos em busca da Cidade Esmeralda, esse quarteto segue sua pr\u00f3pria Estrada dos Tijolos Amarelos. Trata-se do tesouro do General Sherman: barras de ouro saqueadas dos cidad\u00e3o do sul, que Hunk e seu grupo pretendem tomar para si.<\/p>\n

\"\"

“O tesouro… O maldito tesouro da guerra, meu ouro, seu ouro…”<\/p><\/div>\n

O m\u00e1gico e a causa perdida<\/strong><\/h3>\n

Apr\u00e8s L\u2019Enfer <\/em>\u00e9 um retrato brutal, mas tamb\u00e9m l\u00facido do papel transformador da fantasia. Por tr\u00e1s da avalanche de alus\u00f5es hist\u00f3ricas e easter eggs<\/em> liter\u00e1rios, Marie e Meddour trazem uma f\u00e1bula poderosa sobre o papel da fic\u00e7\u00e3o em dar sentido \u00e0s nossas vidas. Em especial quando o trauma as vira de ponta-cabe\u00e7a.<\/p>\n

A diferen\u00e7a \u00e9 que o \u201ctrauma\u201d de que sofrem essas Dorothy e Alice n\u00e3o pertence apenas a uma pessoa, mas a toda uma na\u00e7\u00e3o<\/strong>. E sua \u201cfantasia\u201d, longe de ser inocente, remete a um escapismo de outra natureza: o movimento \u201cLost Cause<\/a>\u201d, ideologia negacionista que prega que a Guerra Civil Americana n\u00e3o foi travada por conta da escravid\u00e3o, mas para proteger o \u201cmodo de vida do Sul\u201d contra a \u201cagress\u00e3o do norte\u201d.<\/p>\n

Criado na \u00e9poca para aliviar a consci\u00eancia dos sulistas derrotados, a “causa perdida” deu um verniz de credibilidade a supremacistas brancos, elevando defensores da escravid\u00e3o ao patamar de her\u00f3is nacionais.<\/p>\n

\"\"

Ilustra\u00e7\u00e3o do livro “The Clansman<\/a>” de Thomas Dixon Jr., que retrata a Ku Klux Klan como her\u00f3is honrosos<\/p><\/div>\n

Cr\u00e9dito onde \u00e9 devido: a BD de Marie e Meddour nada traz de hero\u00edsmo. Nem por isso o olhar simp\u00e1tico que ambos lan\u00e7am aos sulistas soa menos desconfort\u00e1vel.<\/p>\n

\u201cA paz foi morta pelas ordens do A\u00e7ougueiro Grant<\/a>, pelas pilhagens de Sherman e pela arrog\u00e2ncia infernal de Lee\u201d diz Dorothy ao lado de sua m\u00e3e assassinada \u201cEu estou em um outro mundo que n\u00e3o tem nada do meu Sul, onde n\u00e3o me resta nada\u201d.<\/p>\n

O que ela n\u00e3o diz \u00e9 que no \u201cseu\u201d Sul de que tanto sente falta pessoas podiam ser vendidas como mercadoria pela mera virtude de ter uma cor de pele diferente.<\/p>\n

\"\"

“A guerra destruiu meu mundo”<\/p><\/div>\n

\u201cParece uma hist\u00f3ria pr\u00f3-Confedera\u00e7\u00e3o\u201d disse um amigo meu americano com uma careta no rosto quando lhe falei sobre Apr\u00e9s L\u2019Enfer. <\/em>Sim, a Guerra de Secess\u00e3o \u2013 como todas as guerras \u2013 vitimou civis e inocentes. Sim, a Marcha ao Mar de Sherman foi um ato devastador de guerra total<\/a> exercido sobre uma popula\u00e7\u00e3o que nunca havia sofrido coisa parecida. As cicatrizes permanecem at\u00e9 hoje: mais americanos morreram no conflito de 1861-1865 que nas duas Guerras Mundiais somadas.<\/strong><\/p>\n

Mas as mans\u00f5es pilhadas pelos soldados da Uni\u00e3o eram latif\u00fandios escravagistas. O ouro \u201croubado\u201d por Sherman, que Dorothy e Hunk perseguem, foi um tesouro acumulado gra\u00e7as ao tr\u00e1fico de carne humana.<\/p>\n

Devemos mesmo torcer para que eles, ex-soldados desse regime, o utilizem para enriquecer?<\/p>\n

At\u00e9 que ponto lamentar a destrui\u00e7\u00e3o desse mundo, por mais cruel que tenha sido \u00e0queles pegos na linha de fogo, n\u00e3o implica em defender implicitamente o pr\u00f3prio Sul?<\/p>\n

Apr\u00e8s L’Enfer<\/i>\u00a0ainda est\u00e1 no primeiro volume, e \u00e9 cedo para entender o que\u00a0Marie e Meddour de fato tiram de sua f\u00e1bula. At\u00e9 aqui, por\u00e9m, os autores parecem fazer de tudo para distanciar sua hist\u00f3ria de uma apologia da Confedera\u00e7\u00e3o. \u201cEu defendi meu pa\u00eds quando a Uni\u00e3o veio sangr\u00e1-lo\u201d Hunk diz a Dorothy \u201cA quest\u00e3o da supremacia branca nunca foi meu neg\u00f3cio. Eu n\u00e3o tenho irm\u00e3os em armas\u201d.<\/p>\n

O pr\u00f3prio enredo leva os protagonistas de encontro aos lost causers<\/em> ao mesmo tempo em que antagonizam os soldados do Norte. Isto fica claro quando descobrem que sua estrada de tijolos dourados tamb\u00e9m leva a um \u201cm\u00e1gico\u201d: Nathan Bedford Forrest<\/a>, general confederado e\u00a0 \u201cGr\u00e3o Mago<\/a>\u201d da Ku Klux Klan.<\/p>\n

\"\"

Nathan Bedford Forrest<\/p><\/div>\n

Sua principal aliada \u00e9 uma s\u00e1dica misteriosa conhecida apenas como \u201cA Rainha\u201d \u2013 n\u00e3o de copas, mas de racistas mascarados \u2013 que coleciona cabe\u00e7as \u2013 n\u00e3o de cartas de baralho, mas de negros e soldados da Uni\u00e3o.<\/p>\n

\"\"

“Chapeleiro!” “Voc\u00ea me chama e eu venho, minha rainha”<\/p><\/div>\n

\u00c9 suficiente para evitar pisar em ovos, mas n\u00e3o para afastar a impress\u00e3o de que Marie e Meddour foram seduzidos pela aura rom\u00e2ntica dos guerreiros da velha Dixie<\/a>. “Os [carpetbaggers]\u00a0<\/em>vir\u00e3o” diz o “espantalho” Hunk, em refer\u00eancia aos cidad\u00e3os do norte<\/a> que se mudaram ao sul para lucrar com a reconstru\u00e7\u00e3o “e n\u00f3s n\u00e3o teremos os meios” para sobreviver. “Ent\u00e3o o que nos resta?” pergunta o seu companheiro.<\/p>\n

“O Oeste”, ele responde lac\u00f4nico, antecipando uma gera\u00e7\u00e3o inteira de ex-soldados do escravagismo que se redimiriam tornando-se campe\u00f5es de um novo Estados Unidos.<\/p>\n

\"\"

“O Oeste, provavelmente. O Oeste, ou outra coisa…”<\/p><\/div>\n

\u00c9 um mito que Hollywood perpetuou no s\u00e9culo XX, transformando o veterano confederado em um novo modelo de americanidade – o caub\u00f3i – e os v\u00edcios que o levaram \u00e0 guerra civil em virtudes para os novos tempos: a desconfian\u00e7a para com o governo, a viol\u00eancia, a devo\u00e7\u00e3o religiosa – quase messi\u00e2nica – \u00e0 vida na fronteira.<\/p>\n

Os vil\u00f5es de uma era se tornaram, em Technicolor, os her\u00f3is de uma outra.<\/p>\n

\"\"

O veterano confederado Ethan Edwards, protagonista de “Rastros de \u00d3dio” de John Ford (1956)<\/p><\/div>\n

Universos que se alimentam<\/strong><\/h3>\n

\"Resultado<\/p>\n

Numa entrevista<\/a> para o site Branch\u00e9s Culture, Damien Marie disse o seguinte de sua obra:<\/p>\n

A Disney transformou Alice em um conto maravilhoso, que n\u00e3o fez mais que florear a personagem. Na minha narrativa, as personagens s\u00e3o historicamente enraizadas, elas fogem dos pap\u00e9is fabulosos. Eu queria que n\u00f3s pud\u00e9ssemos ver o verdadeiro drama do conto original, a perda de sentido diante de um mundo aterrador. O que n\u00f3s podemos fazer diante disto\u00a0? Os dois universos se alimentam.<\/em><\/p><\/blockquote>\n

N\u00e3o tenho certeza que Lewis Carroll e Frank Baum enxergavam a fantasia de uma maneira assim t\u00e3o sombria \u2013 por mais que seus livros tenham j\u00e1 sido interpretados como alegorias pol\u00edticas. Ainda assim, \u00e9 ineg\u00e1vel que todos n\u00f3s, como a Dorothy e Alice de\u00a0Apr\u00e8s L’Enfer<\/em>, “alimentamos” nossas experi\u00eancias com sentidos que tiramos da fic\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u00c9 uma mensagem que certamente ressoa com as muitas pessoas que gostam da cultura pop porque enxergam nela algo al\u00e9m de barulho e consumismo.<\/p>\n

Alice e Dorothy s\u00e3o \u00edcones de outras \u00e9pocas, mas suas tochas foram apanhadas por novos role models: <\/em>garotas m\u00e1gicas, Jedi, witchers. H<\/em>er\u00f3is \u2013 com ou sem capa \u2013 que transformam nossas agruras numa raz\u00e3o de ser.<\/p>\n

Apr\u00e8s L\u2019Enfer\u00a0<\/em>prova, talvez n\u00e3o intencionalmente, que tais\u00a0role<\/em> models <\/em>\u00e0s vezes\u00a0nos guiam ainda mais fundo para a escurid\u00e3o. A fic\u00e7\u00e3o d\u00e1 sentido \u00e0 tudo. Mesmo ao que n\u00e3o tem sentido. Mesmo ao que n\u00e3o deveria ter sentido. Mesmo ao que \u00e9 obsceno, pavoroso demais para ser atribu\u00eddo a qualquer coisa al\u00e9m do caos.<\/p>\n

\u201cOs dois universos se alimentam\u201d, diz Marie. E n\u00e3o \u00e9 sempre claro qual dos dois \u00e9 o\u00a0 inferno maior. Os horrores que vivenciamos no dia a dia ou as f\u00e1bulas que inventamos para justific\u00e1-los.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Pense em alguma personagem que admira e tente me dizer por que ela \u00e9 importante para voc\u00ea. Certamente, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 pelo fato de ter um belo uniforme ou ser interpretada por seu ator ou atriz favorito. Adoramos personagens fict\u00edcias porque elas nos d\u00e3o for\u00e7as. Muitas vezes lutando, nos seus mundos de mentira, as mesmas […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":22122,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580,15],"tags":[638,639,640,641,642,175,591],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i1.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2019\/12\/20191220-apres-lenfer-cover.jpg?fit=1920%2C1666&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-5KK","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22118"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=22118"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22118\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":22143,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22118\/revisions\/22143"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/22122"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=22118"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=22118"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=22118"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}