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{"id":204,"date":"2015-05-04T16:02:16","date_gmt":"2015-05-04T19:02:16","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=204"},"modified":"2019-02-25T15:09:51","modified_gmt":"2019-02-25T18:09:51","slug":"cidades-sem-ninguem","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2015\/05\/04\/cidades-sem-ninguem\/","title":{"rendered":"Cidades sem ningu\u00e9m"},"content":{"rendered":"

\u00c9 uma grata surpresa ver, em uma nova temporada de anime, t\u00edtulos que buscam impressionar sem abandonar f\u00f3rmulas de sucesso. O maior destaque nas \u00faltimas semanas tem sido o doce (e irreverente)\u00a0Plastic Memories.\u00a0<\/em><\/p>\n

<\/p>\n

Com a verve melodram\u00e1tica<\/a> que anda fazendo sucesso hoje em dia, a anima\u00e7\u00e3o\u00a0<\/em>acompanha a hist\u00f3ria de funcion\u00e1rios de uma divis\u00e3o da SAI Corp., companhia que vende rob\u00f4s humanoides sapientes chamados giftias<\/em>. Iguais a serem humanos em quase tudo, eles t\u00eam, contudo, uma diferen\u00e7a crucial: seus circuitos s\u00f3 aguentam\u00a0nove\u00a0anos\u00a0de atividade. Assistir ao sistema se degradando n\u00e3o \u00e9 para muitos. Em fun\u00e7\u00e3o disso, a SAI Corp.\u00a0fornece servi\u00e7os \u201cfuner\u00e1rios\u201d, recolhendo os giftias <\/em>que se aproximam de seu fim.<\/p>\n

Servi\u00e7o de passagem<\/strong><\/h3>\n

Eis aqui um argumento que parece uma vers\u00e3o cibern\u00e9tica\u00a0de A Partida<\/em>. Ao contr\u00e1rio dos okuribito <\/em>do filme de \u00a0Yojiro Takita, no entanto, os \u201cdespachantes\u201d deste mundo futurista trabalham sempre em dupla, um humano e um giftia<\/em>. Tsukasa, um novato desastrado, e Isla, uma androide no fim de sua vida \u00fatil, s\u00e3o nossos protagonistas. Tsukasa busca se aproximar da companheira, e parece evidente que seu relacionamento se tornar\u00e1 mais profundo. Dado que Isla tem poucas semanas\u00a0de vida, parece tamb\u00e9m inevit\u00e1vel que o v\u00ednculo terminar\u00e1 em trag\u00e9dia. O leitor agu\u00e7ado poder\u00e1 ver paralelos com os Persocoms <\/em>de Chobits<\/em>, ou mesmo com a ang\u00fastia dos replicantes de Blade Runner, <\/em>mas estejam avisados que as apar\u00eancias enganam. Pelo que tem mostrado at\u00e9 agora, a s\u00e9rie \u00e9 pouco ambiciosa. \u00a0O elenco, uma pequena cole\u00e7\u00e3o dos clich\u00e9s mais queridos do anime, est\u00e3o dispostos a tirar risos tanto quanto l\u00e1grimas. Isla, uma kuudere <\/em>que poderia se passar por irm\u00e3 da Tenshi, de\u00a0Angel Beats<\/em>, tem em comum com a Chi de Chobits<\/em>\u00a0apenas os circuitos. Fechada e deslocada do mundo, d\u00e1 uma presen\u00e7a muito mais pesada \u00e0 s\u00e9rie, mesmo em seus momentos de escape c\u00f4mico.<\/p>\n

Logo de cara fica evidente que n\u00e3o est\u00e1\u00a0na fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica a chave da s\u00e9rie. \u00a0Marcada por\u00a0um desd\u00e9m por technobabble <\/em>digno de\u00a0Ah! My Goddess, <\/em> a lore de Plastic Memories\u00a0<\/em>s\u00f3 est\u00e1 presente para dar volume. A dupla de “despachantes”, por exemplo, \u00e9 chamada de spotter\u00a0<\/em>e\u00a0marksman<\/em>, uma refer\u00eancia sem raz\u00e3o aparente \u00e0s unidades de sniper das for\u00e7as armadas. Pelo contr\u00e1rio, a obra parece muito mais interessada nas facetas humanas da perda do que na sua l\u00f3gica. O fundamental em rela\u00e7\u00e3o aos\u00a0giftias\u00a0<\/em>n\u00e3o \u00e9 o fato de serem m\u00e1quinas, propriamente ditas, e sim artif\u00edcios, cria\u00e7\u00f5es humanas. Frutos, enfim, das nossas m\u00e3os e da nossa mente. Conforme\u00a0nos familiarizamos com a rotina de Isla e Tsukasa, h\u00e1 uma\u00a0quest\u00e3o que jamais sair do ar: \u00e9 poss\u00edvel compensarmos nossas perdas criando algo para ocupar seu lugar?<\/p>\n

A insustent\u00e1vel leveza do ser<\/strong><\/h3>\n

A pergunta n\u00e3o \u00e9 nova, nem rara. Pelo contr\u00e1rio, parece nos acompanhar com maior frequ\u00eancia dia ap\u00f3s dia. Na\u00a0nossa \u00e9poca, muito se fala de constru\u00e7\u00f5es humanas. Da l\u00edngua que falamos ao pa\u00eds em que vivemos, das causas do amor ao nosso pr\u00f3prio corpo, das nossas prefer\u00eancias est\u00e9ticas \u00e0 do\u00e7ura do doce e ao amargor do amargo, tudo \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o vendida por mentes prodigiosas. A ideia de que vivemos em uma constru\u00e7\u00e3o do nosso pr\u00f3prio g\u00eanio, e que a natureza n\u00e3o existe ou n\u00e3o importa \u00e9 extremamente sedutora. Afinal, se a realidade \u00e9 criada<\/em>, \u00e9 necess\u00e1rio que os seres humanos sejam capazes de criar. Inventar o mundo: que grande triunfo \u00e0 esp\u00e9cie que sempre desafiou a natureza! Para os que antes se contentavam em se proteger das intemp\u00e9ries em cavernas e dar grandes saltos na superf\u00edcie da lua, nossa gera\u00e7\u00e3o vive\u00a0numa utopia sem precedentes.<\/p>\n

Acontece que nem tudo s\u00e3o flores. E viver sozinho em um playground se torna solit\u00e1rio mais cedo ou mais tarde. Podemos nos divertir o quanto quisermos com nossos brinquedos de faz de conta, desde que n\u00e3o pensemos muito a respeito. Pois se o \u00fanico sentido da vida \u00e9 o sentido que damos a ela, \u00e9 porque a vida n\u00e3o tem sentido algum. Se a \u00fanica realidade \u00e9 a que decretamos ser real, vivemos no escuro, sem conhecer o que nos cerca. Se os \u00fanicos amigos que temos s\u00e3o os da nossa imagina\u00e7\u00e3o, \u00e9 porque estamos na verdade\u00a0desesperadamente s\u00f3s. Como uma pensadora controversa dizia\u00a0muito tempo atr\u00e1s, podemos ignorar o mundo real, mas o mundo real n\u00e3o nos ignora.<\/p>\n

H\u00e1 uma raz\u00e3o pela qual o anime \u00e9 visto com desconfian\u00e7a<\/a> em seu pa\u00eds de origem. Existe a impress\u00e3o de que o meio\u00a0faz com que as pessoas troquem o real pelo virtual, os ganhos na vida pelo prazer emulado, os la\u00e7os com humanos de verdade pelo afeto de desenhos de olhos esbugalhados. Quem empurra quem \u00e9 dif\u00edcil dizer. \u00c9 bem capaz que o anime s\u00f3 preencha um vazio que nossos tempos tenham criado: uma solid\u00e3o extrema e uma falta de prop\u00f3sito em escala global. Nada muda o fato de que nos voltamos para nossos \u201cgiftias<\/em>\u201d, sejam eles quais forem, para nos acreditarmos mais completos. A armadilha, como Plastic Memories<\/em> nos lembra, \u00e9 que giftias<\/em> um dia morrer\u00e3o. E o buraco que esper\u00e1vamos tampar vai reaparecer quando menos esperamos.<\/p>\n

\"plastic<\/a><\/p>\n

No primeiro epis\u00f3dio, Isla e Tsukasa\u00a0precisam aposentar uma jovem androide da casa de uma idosa. A pe\u00e7a \u00e9 uma crian\u00e7a, uma ilus\u00e3o criada pela senhora para esconder o fato de que est\u00e1 sozinha, pr\u00f3xima do seu fim, e que o mundo \u00e0 sua volta n\u00e3o lhe cede\u00a0mais nenhum afeto. Em Chobits<\/em>, a ind\u00fastria dos Persocoms <\/em>\u00e9 constru\u00edda por almas solit\u00e1rias. Chitose Hibiya, sua inventora, viu nos androides uma forma de ter os filhos que nunca p\u00f4de conceber. Minoru Kokubunji, prod\u00edgio da rob\u00f3tica, tenta a todo custo recriar sua irm\u00e3 falecida. Hiroyasu Ueda se casa com sua persocom <\/em>e sofre um trauma quando ela invariavelmente fica obsoleta e para de funcionar. Nas entrelinhas, Uma cidade sem Ningu\u00e9m<\/em>, o livro ilustrado lido por Chi ao longo da hist\u00f3ria, serve de lembran\u00e7a silenciosa dos cora\u00e7\u00f5es partidos e olhos embargados.<\/p>\n

Se nessas s\u00e9ries o la\u00e7o \u00e9 visto com bons olhos – uma “cura”, conquanto inadequada, para a grande solid\u00e3o de nossa d\u00e9cada – \u00a0isso nem sempre \u00e9 o caso. Em Paranoia Agent<\/em>, Satoshi Kon nos apresenta um otaku que de t\u00e3o viciado em anime \u00e9 incapaz de tirar prazer de pessoas reais. Para satisfazer suas necessidades mais b\u00e1sicas, contrata prostitutas e mant\u00e9m bonecas nas m\u00e3os durante o coito, imaginado as estar possuindo. O amor surpreendentemente casto de Chi e Hideki, por este lado, n\u00e3o parece mais t\u00e3o bittersweet<\/em>!<\/p>\n

\"otaku<\/a><\/p>\n

Curiosamente, \u00e9 justo sobre androides que fala o ‘canto do cisne’ de Kon. The Dreaming Machine<\/em>\u00a0se propunha a ser um \u201croad movie para rob\u00f4s\u201d, abordando\u00a0outro tipo de solid\u00e3o: a das criaturas pelos seus criadores. O elenco<\/a> n\u00e3o contaria com uma \u00fanica pessoa: \u00e9 o sentimento dos “objetos”, dos frutos da engenhosidade humana, que nos comoveria. O longa\u00a0cumpre\u00a0a dupla fa\u00e7anha de ser a primeira obra de Kon com roteiro original assinado pelo pr\u00f3prio diretor e a primeira para um p\u00fablico infanto-juvenil. Infelizmente<\/a>, Kon morreu de c\u00e2ncer em 2010, e seu filme foi arquivado por falta de verbas. Salvo o crowdfunding\u00a0<\/em>de alguma alma bondosa, \u00e9 poss\u00edvel que jamais assistamos \u00e0 sua \u00faltima palavra sobre o assunto.<\/p>\n

Uma grande pena.\u00a0Em nossa \u00e9poca de criaturas, nada \u00e9 mais bem vindo do que um grande criador.<\/p>\n

\"dream_machine_5\"<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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