Warning: Use of undefined constant CONCATENATE_SCRIPTS - assumed 'CONCATENATE_SCRIPTS' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/finisgeekis/www/wp-config.php on line 98

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648
{"id":20141,"date":"2018-05-01T19:02:29","date_gmt":"2018-05-01T22:02:29","guid":{"rendered":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/?p=20141"},"modified":"2019-02-24T10:23:33","modified_gmt":"2019-02-24T13:23:33","slug":"frostpunk-vale-a-pena-salvar-a-humanidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/2018\/05\/01\/frostpunk-vale-a-pena-salvar-a-humanidade\/","title":{"rendered":"“Frostpunk”: vale a pena salvar a humanidade?"},"content":{"rendered":"
\n

\n

Alguns jogos nos prometem repetir os feitos dos grandes da hist\u00f3ria. Outros, liderar uma civiliza\u00e7\u00e3o aos limites do potencial humano. Outros, ainda, descobrir o espa\u00e7o, colonizar novos mundos e tornar-se o imperador absoluto do universo.<\/p>\n

Jogos sempre prometeram o faz-de-conta, e \u00e9 f\u00e1cil imaginar que n\u00e3o existiram sem este tipo de fantasia.<\/p>\n

Se isso fosse verdade, Frostpunk<\/i>, que chegou \u00e0s lojas semana passada, nunca se tornaria realidade.\u00a0Ambientado num mundo congelado, o game \u00e9 uma aventura niilista, angustiante\u00a0 e extenuante sobre uma civiliza\u00e7\u00e3o nos seus \u00faltimos f\u00f4legos.<\/p>\n

<\/p>\n

\"Resultado<\/p>\n<\/div>\n

\n

Nada disso estritamente \u00e9 novidade. De fato, Frostpunk<\/em>, criado pelo est\u00fadio polon\u00eas 11 bit, bebe em uma linha de games de estrat\u00e9gia hardcore <\/em>que t\u00eam deleitado cr\u00edticos tanto quanto feito\u00a0gamers\u00a0<\/em>sofrerem.<\/p>\n

De Banished a Banner\u2019s Saga, Theia: The Awakening<\/a> a This War of Mine\u00a0<\/em>(criado pela pr\u00f3pria 11 bit), o mercado indie se tornou um reduto perfeito para aqueles que n\u00e3o t\u00eam medo de dificuldade – nem do abismo que nos encara de volta.<\/p>\n

Frostpunk <\/em>se insere nessa tradi\u00e7\u00e3o com pompa e gl\u00f3ria, embora a leve a tais extremos que parecer\u00e1 ainda mais apavorante aos ne\u00f3fitos. Aqui est\u00e1 um jogo que n\u00e3o tem medo de declarar seu nicho, nem de comprometer sua vis\u00e3o de mundo a um\u00a0pitch\u00a0<\/em>de marketing.<\/p>\n<\/div>\n

\n

O game nos leva a uma Inglaterra steampunk<\/em> povoada\u00a0em que\u00a0tiras em chap\u00e9us pontuados dividem espa\u00e7o com aut\u00f4matos movidos a vapor.<\/p>\n

Uma “Inglaterra” apenas no nome. Uma onda de frio varreu\u00a0o planeta,\u00a0congelando barcos no oceano e pessoas dentro de suas casas. Desesperado, o governo envia expedi\u00e7\u00f5es ao \u00e1rtico para construir a \u00faltima cidade na Terra.<\/p>\n<\/div>\n

<\/div>\n
\"Resultado<\/div>\n
<\/div>\n
\n

Jogamos como o l\u00edder de uma dessas expedi\u00e7\u00f5es, estabelecido em uma cratera na imensid\u00e3o gelada.\u00a0Nosso objetivos s\u00e3o simples: encontrar uma forma de sobreviver ao\u00a0gelo inclemente.<\/p>\n

A tarefa \u00e9 mais dif\u00edcil do que parece\u00a0e far\u00e1 mesmo veteranos de estrat\u00e9gia beijarem a lona. Esque\u00e7a os s\u00e9culos (ou mil\u00eanios!)\u00a0que passou erguendo sua ordem mundial em\u00a0Civilization<\/em> ou Europa Universalis<\/em>. O tempo em Frostpunk \u00e9 medido em dias, e voc\u00ea batalhar\u00e1 por\u00a0cada minuto temendo o an\u00fancio de uma nova frente fria ou da \u00faltima crian\u00e7a amputada.<\/p>\n<\/div>\n

\"Resultado<\/div>\n
<\/div>\n
\n

Fiel ao cen\u00e1rio p\u00f3s-apocal\u00edptico, o jogo nos lan\u00e7a repetidos dilemas morais que podem ser resolvidos por\u00a0meio da promulga\u00e7\u00e3o de decretos. Amputar v\u00edtimas de ferimentos s\u00e9rios ou deixar que ocupem leitos indefinitivamente?\u00a0For\u00e7ar crian\u00e7as a trabalhar ou gastar suprimentos preciosos com quem n\u00e3o trabalha?<\/p>\n

Sua “cidade” possui dois atributos: descontentamento\u00a0\u00e9 esperan\u00e7a. Manter o primeiro baixo e o segundo elevado \u00e9 a chave para o sucesso. Se o contr\u00e1rio acontecer, seus cidad\u00e3os perder\u00e3o a confian\u00e7a e voc\u00ea pode ser deposto.<\/p>\n

N\u00e3o existem solu\u00e7\u00f5es\u00a0\u00f3bvias,\u00a0\u00e9 o jogo mostra suas garras com tanto niilismo que parece, em certos momentos, uma vers\u00e3o animada dos\u00a0trolley problems<\/em>\u00a0da internet.<\/p>\n

Ao contr\u00e1rio dos memes, por\u00e9m, os batalhadores de\u00a0Frostpunk<\/em>\u00a0possuem nome e sobrenome, e sua morte nos choca com o fio de um punhal.\u00a0 Tal como os melhores\u00a0city builders<\/em>\u00a0dos anos 1990, como\u00a0Caesar<\/em> e Pharaoh<\/em>,\u00a0o game da 11 bit nos d\u00e1 vislumbres da mat\u00e9ria humana por tr\u00e1s das linhas de montagem, listas de recurso e \u00e1rvores tecnol\u00f3gicas.<\/p>\n

Ver seus trabalhadores desafiando a neve para construir simples ruas, cercados por dep\u00f3sitos que parecem trincheiras, torna at\u00e9 um m\u00edsero segundo uma aventura angustiante. Escutar\u00a0snippets<\/em>\u00a0da opini\u00e3o do povo a cada dilema moral conjura uma sensa\u00e7\u00e3o de culpa que poucos games conseguem bater.<\/p>\n<\/div>\n

<\/div>\n
\"\"<\/div>\n
<\/div>\n
\n
“Parece ontem que gir\u00e1vamos as rodas do progresso”<\/div>\n<\/blockquote>\n
\n

Tive a oportunidade de conversar com Piotr Bajraszewski, gerente de\u00a0business development<\/em> da 11 bit Studios, durante sua visita ao Brasil na BGS de 2017. Ele me contou que Frostpunk<\/em> nasceu de seu \u00faltimo sucesso, This War of Mine<\/em>, uma par\u00e1bola sobre a guerra dos B\u00e1lc\u00e3s que colocou o pequeno est\u00fadio polon\u00eas no radar dos gamers<\/em>.<\/p>\n

\"Resultado<\/p>\n

Naquele jogo, um grupo de pessoas batalhava para sobreviver em uma cidade sitiada. A inten\u00e7\u00e3o de Frostpunk<\/em>,\u00a0ele me contou, foi expandir o conflito a toda uma civiliza\u00e7\u00e3o. O que aconteceria se n\u00e3o apenas um abrigo esburacado, mas todo o planeta batalhasse para sobreviver?<\/p>\n

De fato, \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o encarar sua distopia sem notar os ecos de seu trabalho anterior. A tens\u00e3o das primeiras horas, com o imperativo desesperado de obter um teto e comida, \u00e9 id\u00eantico em tom \u00e0 abertura do sucesso de 2014.<\/p>\n

Ao organizar uma expedi\u00e7\u00e3o e envi\u00e1-la ao deserto gelado, senti o mesmo frio na espinha que me acometeu em This War of Mine<\/em>, incerto se \u00edcones do mapa me trariam recursos ou apenas a morte de meus exploradores.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Uma varia\u00e7\u00e3o ampliada de um hit<\/em> passado \u00e9 mais do que a maioria das sequels<\/em> almeja ser. \u00c9 surpreendente, assim, que Frostpunk<\/em> consiga oferecer ainda mais.<\/p>\n

Na medida em que a histeria d\u00e1 lugar \u00e0 rotina e nossos assentamentos come\u00e7am a crescer, as linhas de um enredo come\u00e7am a surgir. Nossas expedi\u00e7\u00f5es visitam bases e rel\u00edquias de um mundo passado e trazem consigo perguntas estarrecedoras.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Em um observat\u00f3rio, encontramos os corpos de cientistas que preferiram morrer de fome a abandonar sua pesquisa. O que eles teriam visto de t\u00e3o apavorante? Que tipo de esperan\u00e7a em uma resposta \u2013 em uma solu\u00e7\u00e3o \u2013 os teria movido a desistir da pr\u00f3pria vida?<\/p>\n

\u00c0 primeira vista, sua cat\u00e1strofe \u00e9 uma par\u00e1bola \u00f3bvia do aquecimento global e dos esfor\u00e7os de pesquisadores (\u00e0s vezes, histri\u00f4nicos<\/a>) para sensibilizar cidad\u00e3os e governantes.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 \u00e0 toa que o jogo escolhe a Inglaterra vitoriana em sua encarna\u00e7\u00e3o contrafactual, o\u00a0steampunk<\/em>, como cen\u00e1rio. Como seu pr\u00f3prio t\u00edtulo j\u00e1 entrega, o jogo da 11 bit \u00e9 um julgamento \u2013 e senten\u00e7a \u2013 do que a Revolu\u00e7\u00e3o Industrial trouxe de pior.<\/p>\n

\u201cAgora saberemos o que os trabalhadores nas workhouses<\/em> comiam\u201d diz um cidad\u00e3o quando ratificamos uma lei para trocar refei\u00e7\u00f5es completas por sopas. N\u00e3o por acaso. O mundo de Frostpunk pode ser fict\u00edcio, mas a fome, gangrena e doen\u00e7as que afligem suas personagens foram a realidade daqueles que constru\u00edram o mundo moderno, pegos entre as engrenagens de uma nova ind\u00fastria insalubre e poluidora e uma ideologia de progresso que s\u00f3 tinha olhos ao que estava por vir.<\/p>\n<\/div>\n

\"Resultado<\/p>\n

\n

Como o pr\u00f3prio movimento cultural<\/a> que o inspirou, Frostpunk \u00e9 uma par\u00e1bola sobre o que escapa pelas margens quando o mundo parece marchar a passos maiores que nossas pernas. E os esfor\u00e7os \u2013 nem sempre bem-sucedidos \u2013 para preservarmos nossa humanidade entre v\u00e1lvulas, pist\u00f5es e profecias malthusianas.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

Vale a pena salvar a humanidade?<\/h3>\n

A pergunta n\u00e3o \u00e9 minha, mas do pr\u00f3prio jogo. Ao terminarmos a campanha, ap\u00f3s alguns dos maiores apuros em todas nossas horas de jogo, somos recompensados com uma montagem de nossa cidade crescendo. E todas as decis\u00f5es dif\u00edceis e vergonhosas que tomamos para chegar at\u00e9 l\u00e1.<\/p>\n

Alguns cr\u00edticos atacaram o jogo por sua misantropia, dizendo que abria m\u00e3o do elemento humano no c\u00e1lculo frio em prol do “bem maior”.\u00a0Na sua obsess\u00e3o com dilemas morais,\u00a0Frostpunk\u00a0nos condicionaria a pensar em pessoas como recursos descart\u00e1veis.<\/p>\n

O coment\u00e1rio \u00e9 t\u00e3o correto quanto \u00e9 irrelevante. O “elemento humano” que\u00a0Frostpunk\u00a0nos arranca \u00e9 um privil\u00e9gio dos tempos de fartura. Crises de fome invariavelmente instigam o canibalismo. Grandes migra\u00e7\u00f5es, o abandono dos mais fracos. Pa\u00edses sem lei, o “olho por olho” e o linchamento p\u00fablico.<\/p>\n

“Se esse \u00e9 o pre\u00e7o para salvar o mundo” disse Geralt de R\u00edvia “\u00e9 melhor deixar esse mundo morrer.” Talvez seja verdade, mas n\u00e3o podemos escapar do fato de que esta decis\u00e3o j\u00e1 foi tomada antes mesmo de nascermos. Se temos uma civiliza\u00e7\u00e3o hoje \u00e9 porque outros, em tempos mais sombrios, fizeram sacrif\u00edcios que hoje nos arrepiamos s\u00f3 de imaginar.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 a mensagem mais edificante para se encontrar em um jogo. Mas \u00e9, talvez, a \u00fanica forma de se contar essa hist\u00f3ria.<\/p>\n<\/div>\n

\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Alguns jogos nos prometem repetir os feitos dos grandes da hist\u00f3ria. Outros, liderar uma civiliza\u00e7\u00e3o aos limites do potencial humano. Outros, ainda, descobrir o espa\u00e7o, colonizar novos mundos e tornar-se o imperador absoluto do universo. Jogos sempre prometeram o faz-de-conta, e \u00e9 f\u00e1cil imaginar que n\u00e3o existiram sem este tipo de fantasia. Se isso fosse […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":20142,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580,21],"tags":[475,427],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i1.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2018\/05\/frostpunk-cover.jpg?fit=1400%2C810&ssl=1","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-5eR","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20141"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=20141"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20141\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":21085,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20141\/revisions\/21085"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/20142"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=20141"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=20141"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=20141"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}