<\/p>\n
Esse ano, tive a oportunidade de ouro para embarcar de cabe\u00e7a nessa Meca dos games. Eu e minha colega Juliana Mouro, arque\u00f3loga do ARISE<\/a>, decidimos ver por n\u00f3s mesmos como a magia era feita.<\/p>\n Visitar uma conven\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dias tem seus pr\u00f3s e contras. O sal\u00e3o de evento pode ficar incrivelmente cheio ou absurdamente vazio.<\/p>\n Fomos esmagados por multid\u00f5es aqui e ali \u2013 e mais de uma vez temi que meu sky hook<\/em>\u00a0de Bioshock: Infinite\u00a0<\/em>fosse destru\u00eddo por um passante estabanado. Mesmo assim, a BGS felizmente estava mais pr\u00f3xima do segundo caso. O domingo foi um dia tranquilo.<\/p>\n A tranquilidade, no entanto, tem seu pre\u00e7o. Alguns dos expositores j\u00e1 tinham se despedido. A maioria dos convidados especiais tamb\u00e9m, embora tenhamos conseguido topar com Nolan Bushnell, o lend\u00e1rio criador do Atari.<\/p>\n Nada disso \u00e9 muito s\u00e9rio. A cada conven\u00e7\u00e3o de que participo, sou mais e mais convencido de que s\u00e3o os pequenos expositores que fazem o passeio valer a pena.<\/p>\n Conhecer nossos \u00eddolos \u00e9 legal, mas h\u00e1 algo especial em ver algu\u00e9m expondo o fruto de seu pr\u00f3prio trabalho, sem as roupagens da hype<\/em>. \u00c9 a maneira como muitas das \u201clendas\u201d de hoje come\u00e7aram. Ao passear pela BGS, foi f\u00e1cil entender o porqu\u00ea.<\/p>\n Ao longo da tarde, tivemos a oportunidade de conhecer algumas das promessas do mercado indie nacional. Algumas, como Rise of the Foederati<\/a>, <\/em>s\u00e3o games incrivelmente ambiciosos, que provam que nossa ind\u00fastria j\u00e1 come\u00e7a a superar seu bairrismo.<\/p>\n O impressionante mapa de\u00a0Rise of the Foederati<\/em><\/p><\/div>\n At\u00e9 que ponto eles conseguir\u00e3o a aten\u00e7\u00e3o que merecem, obviamente, s\u00f3 veremos no futuro. O que me chamou a aten\u00e7\u00e3o foi ver como v\u00e1rios dos autores possuem refer\u00eancias muito claras para suas obras. Seus jogos est\u00e3o de provas: nos monitores, senti estar assistindo a vers\u00f5es alternativas de God of War, Dark Souls, Ori and the Blind Forest, Mass Effect<\/em> e outros.<\/p>\n Se isso \u00e9 \u00fatil (quando n\u00e3o vital) para chamar a aten\u00e7\u00e3o, pode ser tamb\u00e9m um calcanhar de Aquiles. Se a resultado final n\u00e3o se equiparar ao material de origem, o tiro pode sair pela culatra.<\/p>\n Originalidade \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o, mas nem todos parecem estar na mesma p\u00e1gina. Se alguns games, como o hypado Distortions<\/a>, <\/em>transbordam de novidade, outros parecem menos seguros de onde ir.<\/p>\n Um expositor, por exemplo, me disse que a mitologia n\u00f3rdica \u00e9 pouco explorada em jogos. Por\u00e9m, entre Hellblade: Senua\u2019s Sacrifice, Banner\u2019s Saga e Jotun <\/em>(para citar s\u00f3 alguns), n\u00e3o parece ser bem o caso.<\/p>\n O mais incr\u00edvel, de qualquer maneira, foi notar como v\u00e1rios desses jogos eram empreitadas individuais. N\u00e3o porque seja novidade que, em tempos de Unity, Construct e RPG Maker, qualquer um pode criar seu pr\u00f3prio jogo.<\/p>\n Pode ser coisa minha, mas me parece m\u00e1gico ouvir autores contando sobre sua vis\u00e3o, suas refer\u00eancias, seu processo de cria\u00e7\u00e3o. Por exemplo, conversar com Israel Torgano, criador de Memories of Kami<\/a><\/em>, e descobrir que ouvimos as mesmas m\u00fasicas para trabalhar.<\/p>\n (By the way,\u00a0<\/em>\u00e9 a trilha de Nier: Automata)<\/p><\/div>\n Infelizmente, mesmo o melhor dos eventos tem seus problemas. E n\u00e3o falo da maneira r\u00edspida como a organiza\u00e7\u00e3o resolveu suas diferen\u00e7as<\/a> com o Flux Game Studio, que outros portais j\u00e1 comentaram.<\/p>\n Nesse sentido, nossa experi\u00eancia com as delega\u00e7\u00f5es estrangeiras foi o que mais nos deixou a desejar.<\/p>\n A ideia de que o mundo de games est\u00e1 preso ao eixo EUA\/Jap\u00e3o j\u00e1 virou um estere\u00f3tipo. Cor\u00e9ia \u00e9 uma pot\u00eancia dos e-sports<\/em>. China possui um mercado dom\u00e9stico assombroso, e o Leste Europeu mostra que tem outras cartas al\u00e9m de The Witcher<\/em>.<\/p>\n Eu e a Juliana est\u00e1vamos ansiosos para conhecer esse mundo. Infelizmente, seus estandes estavam dispersos de maneira pouco intuitiva. A miss\u00e3o chinesa, por exemplo, ficou ao lado da pra\u00e7a de alimenta\u00e7\u00e3o, num espa\u00e7o que parecia o restaurante do Kuga em Shokugeki no Souma.<\/em><\/p>\n Para piorar, nem todos os expositores \u2013 desses e de outros estandes \u2013 pareciam preparados a responder perguntas. Conversar com desenvolvedores \u00e9 uma experi\u00eancia de abrir os olhos. Por\u00e9m, \u00e9 um balde de \u00e1gua fria encontrar porta-vozes que n\u00e3o s\u00f3 n\u00e3o conhecem os jogos, como sequer fazem parte dos est\u00fadios.<\/p>\n Eu e a Juliana com Piotr Bajraszewski da 11 Bit Studios<\/p><\/div>\n Felizmente, tivemos um encontro que fez todo o resto valer a pena. Pudemos bater um papo com Piotr Bajraszewski da 11 Bit Studios, criadores de nada menos que This War of Mine<\/a>, <\/em>um dos mais celebrados games indies para PC.<\/p>\n![\"eu](\"https:\/\/i1.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2017\/10\/eu-e-ju.jpg?resize=1280%2C960\")
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