Esse artigo \u00e9 parte de uma s\u00e9rie. Para ver os demais, clique aqui<\/a>.<\/em><\/p>\n Alguns passeios s\u00e3o \u00f3bvios. Outros, nos fazem co\u00e7ar a cabe\u00e7a em desassossego.<\/p>\n No Jap\u00e3o, esse \u00e9 o caso do santu\u00e1rio Yasukuni.<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Trata-se de um templo dedicado aos her\u00f3is militares que morreram em nome do Jap\u00e3o.<\/p>\n At\u00e9 a\u00ed, nada demais.\u00a0O problema \u00e9 que, entre os “homenageados” est\u00e3o 14 criminosos de guerra classe A<\/a>, incluindo Hideki Tojo,\u00a0primeiro ministro fascista que liderou o pa\u00eds durante a segunda guerra.<\/p>\n Para entender o qu\u00e3o\u00a0chocante isso \u00e9, imagine um monumento aos her\u00f3is da Alemanha em Berlim, com Hitler e Himmler entre os imortais consagrados.<\/p>\n Yasukuni \u00e9 uma pol\u00eamica a c\u00e9u aberto, que vir\u00e1 e mexe azeda a rela\u00e7\u00e3o<\/a> do Jap\u00e3o com seus vizinhos. Cada visita que o santu\u00e1rio recebe de um primeiro ministro (e acredite, foram mais de uma) \u00e9 um incidente diplom\u00e1tico.<\/p>\n As obje\u00e7\u00f5es v\u00eam sobretudo de chineses e coreanos, que dizem que o monumento esconde as pavorosas atrocidades<\/a> que os japoneses cometeram contra seus\u00a0povos. \u00c9 f\u00e1cil\u00a0 simpatizar: a China foi o pa\u00eds com o segundo maior n\u00famero de mortos<\/a> de toda a guerra, atr\u00e1s apenas da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica.<\/p>\n N\u00e3o \u00e9 exatamente um passeio good vibe<\/em>, muito menos um ponto tur\u00edstico no topo da lista de qualquer guia. Entretanto, como historiador, senti que era meu dever enxergar esse monumento com meus pr\u00f3prios olhos.<\/p>\n O que encontrei foi de arrepiar, mas tamb\u00e9m foi fascinante.<\/p>\n A primeira coisa que chama a aten\u00e7\u00e3o, ao chegar da esta\u00e7\u00e3o Ichigaya do metr\u00f4, \u00e9 seu tamanho. Yasukuni n\u00e3o \u00e9 apenas um santu\u00e1rio, mas um complexo que inclui at\u00e9 mesmo um teatro noh.\u00a0 Mesmo visitando num dia de chuva, seus port\u00f5es s\u00e3o uma vis\u00e3o de peso.<\/p>\n N\u00e3o mentiria se dissesse que foi o templo mais imponente com que cruzei no Jap\u00e3o. E olha que n\u00e3o foram poucos.<\/p>\n