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Plastic Memories – finisgeekis https://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Mon, 25 Feb 2019 18:09:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32&ssl=1 Plastic Memories – finisgeekis https://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 18 insert songs que marcaram seus animes (parte 1) https://www.finisgeekis.com/2015/10/05/18-insert-songs-que-marcaram-seus-animes-parte-1/ https://www.finisgeekis.com/2015/10/05/18-insert-songs-que-marcaram-seus-animes-parte-1/#comments Mon, 05 Oct 2015 15:48:22 +0000 http://finisgeekis.com/?p=773

Na semana passada falei de Charlotte e de seu criador, Jun Maeda. Compositor de formação, Maeda é famoso pela verve musical de seus animes, os quais muitas vezes contam com canções escritas por ele mesmo.

Insert songs, como o nome já diz, são canções tocadas no meio de episódios. Elas podem ser músicas incidentais ou performances propriamente ditas, tal como as da banda ZHIEND em Charlotte. Se há tempos produtores aprenderam a investir em melodias chamativas para seus openings endings, alguns criadores perceberam que incluir canções ao longo da série poderia levar seus animes a um novo patamar.

Essa é uma lista de 18 animes cujos criadores tiveram essa sacada. Sozinhos, eles já seriam ótimos exemplos de seus gêneros. Acompanhados por suas canções, no entanto, eles se tornaram alguns dos títulos mais marcantes de suas temporadas.

18) God Knows – A Melancolia de Haruhi Suzumiya

Essa é batida, mas não dá para falar de insert songs sem inclui-la. Haruhi Suzumiya foi a série que deu as linhas para uma geração inteira de animes, e na música não foi diferente. Ela pode não ter sido a primeira produção a incluir um show no meio de um episódio, mas foi a responsável por levar a prática à moda. Sem God Knows, é pouco provável que tivessemos Dead Girl Monster ou ZHIEND.

17) For You – Shigatsu wa Kimi no Uso

Como todo anime de música clássica, a maior parte da trilha de Shigatsué composta de peças eruditas. Isto não impediu que sua trama, um dos destaques da vibe “feels” dos últimos tempos, não contasse com composições modernas.

O insert song For You é uma delas. Uma canção doce e melancólica, tal como a relação de Kousei e Kawori que acompanhamos ao longo dos episódios.

16) Heaven’s not Enough – Wolf’s Rain

Wolf’s Rain é um misto de conto de fadas com ficção científica pós-apocalíptica. Após o colapso da civilização, uma matilha de lobos busca uma flor que os levará ao paraíso.

O enredo fora de série só tem páreo na trilha, assinada pela Yoko Kanno, compositora de Cowboy Bebop. O anime está repleto de canções – uma das quais interpretada pela nossa Simone – mas é Heaven’s not Enoughque rouba a cena. Apresentada logo no primeiro episódio e repetida ao longo da série, ela nos lembra a todo momento da tristeza do mundo destruído e da determinação dos lobos ao buscarem uma razão para a vida.

15) Servante du Feu – Sora no Woto

Sora no Woto é um anime frequentemente comparado a K-ON! Entre outras coisas, isso significa dar um grande destaque para a música.

Mesmo aqueles que não gostam de moe não têm como negar a qualidade de seus valores de produção. De referências ao Pássaro de Fogo de Stravinsky à ambientação em uma cidade baseada na histórica Cuenca, na Espanha, a série é simplesmente um primor. Não é exatamente uma surpresa, portanto, que logo no primeiro episódio ela nos entregue uma bela canção em francês – talvez a última coisa que esperamos ao assistirmos animação japonesa.

14) Ai no Senshi – Sailor Moon

É impossível fazer qualquer lista sobre animes marcantes sem incluir Sailor Moon. A série é não apenas a mãe do gênero shoujo, como foi responsável por popularizar a animação japonesa ao redor do globo nos anos 1990.

Assim, não é de se espantar que conte com um dos mais famosos insert songs de todos os tempos. Ai no Senshi é uma excelente canção, com uma pegada upbeat que combina perfeitamente com a série. Mais do que isso, em um anime de cenas de luta relativamente estáticas, a sequência do episódio 68 foi de cair o queixo.

Que ela pôde ser feita do jeito que foi é quase um milagre. Sailor Moon pertence a outra época, em que animes tinham orçamentos limitados e a produção optava pela quantidade em vez da qualidade. Muitos de seus episódios eram mal animados, e seuopening, MOONLIGHT Densetsu, era muitas vezes tocado nos episódios para evitar despesas com insert songs. A decisão de incluir não apenas uma faixa nova, mas um clipe inteiro para acompanhá-la foi por si só uma ousadia. Felizmente, bem recompensada.

13) Ki ni Naru Aitsu – Cardcaptor Sakura

Pode ser fanboyismo da minha parte, mas acho incrivelmente difícil escolher uma única canção para Sakura. Fugindo do óbvio, do “formal”  e do kawaii, fico com Ki ni Naru Aitsu.

Trata-se do insert song do episódio 57, em que Sakura e seus amigos vão a uma exposição de ursos de pelúcia, e Shaoran finalmente admite a si mesmo que está apaixonado. Em outras palavras, este episódio:

sakura elevator

A canção é interpretada pela própria seiyuu do Shaoran, e mereceu um clipe inteiro, na fórmula que Sailor Moon já havia testado. Nada mais digno para um dos momentos mais importantes da série.

12) Again and Again – Plastic Memories

A mistura de Chobits com A Partida pode não ser o anime mais cabeça de todos os tempos, mas acerta em cheio no quesito “feels”. Logo no primeiro episódio fez marmanjões chorarem com um clímaz tocante acompanhado por uma canção que poderia se tornar a definição auditiva de “bittersweet”.

Again and Again eventualmente tornou-se o hino de Isla e Tsukasa, integrando a trilha sonora nos momentos mais doces do casal.

11) D-City Rock – Panty and Stocking with Garterbelt

Panty and Stocking é uma série tão propositalmente “errada”  que há quem até questione se é de fato um anime. Paródia politicamente incorreta do gênero mahou shoujo animado em estilo ocidental, à laMeninas Superpoderosas, a série é cruel no humor e não perdoa nada. Nem os insert songs.

Assim, é de certa forma extraordinário que a série nos tenha mostrado um dos melhores clipes in-episode de memória recente – e um dos mais espirituosos tributos animados ao rock das últimas décadas.

10) Dreamscape & You Are My Love – Tsubasa Reservoir Chronicle

Ok, aqui admitirei que estou roubando, mas por um bom motivo. Se escolher uma única canção é difícil para Sakura, é impossível paraTsubasa. Poucas séries de sua geração foram tão musicais. Yuki Kajiura, sempre um nome de peso, fez um de seus trabalhos mais longos e versáteis, com ampla colaboração de suas cantoras favoritas.

Para não dizer “todas”, decidi-me entre duas músicas, escolhidas não por serem melhores que as outras, mas justamente porque são muito diferentes entre si.

Dreamscape faz homenagem ao espírito fantástico e exuberante dos primeiros episódios, em que a excitação com os universos paralelos que Shaoran e seu grupo descobrem só não é maior do que a de rever personagens consagradas da CLAMP.

You Are My Love por sua vez, é a faceta melancólica, dos momentos de nostalgia e tristeza. É também um lembrete aos espectadores que a série logo logo perderia sua vibe “alegrinha” e tomaria rumos negros. ApósTokyo Revelations, nada mais seria como antes.

(A parte 2 será publicada semana que vem)

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Cidades sem ninguém https://www.finisgeekis.com/2015/05/04/cidades-sem-ninguem/ https://www.finisgeekis.com/2015/05/04/cidades-sem-ninguem/#respond Mon, 04 May 2015 19:02:16 +0000 http://finisgeekis.com/?p=204 É uma grata surpresa ver, em uma nova temporada de anime, títulos que buscam impressionar sem abandonar fórmulas de sucesso. O maior destaque nas últimas semanas tem sido o doce (e irreverente) Plastic Memories. 

Com a verve melodramática que anda fazendo sucesso hoje em dia, a animação acompanha a história de funcionários de uma divisão da SAI Corp., companhia que vende robôs humanoides sapientes chamados giftias. Iguais a serem humanos em quase tudo, eles têm, contudo, uma diferença crucial: seus circuitos só aguentam nove anos de atividade. Assistir ao sistema se degradando não é para muitos. Em função disso, a SAI Corp. fornece serviços “funerários”, recolhendo os giftias que se aproximam de seu fim.

Serviço de passagem

Eis aqui um argumento que parece uma versão cibernética de A Partida. Ao contrário dos okuribito do filme de  Yojiro Takita, no entanto, os “despachantes” deste mundo futurista trabalham sempre em dupla, um humano e um giftia. Tsukasa, um novato desastrado, e Isla, uma androide no fim de sua vida útil, são nossos protagonistas. Tsukasa busca se aproximar da companheira, e parece evidente que seu relacionamento se tornará mais profundo. Dado que Isla tem poucas semanas de vida, parece também inevitável que o vínculo terminará em tragédia. O leitor aguçado poderá ver paralelos com os Persocoms de Chobits, ou mesmo com a angústia dos replicantes de Blade Runner, mas estejam avisados que as aparências enganam. Pelo que tem mostrado até agora, a série é pouco ambiciosa.  O elenco, uma pequena coleção dos clichés mais queridos do anime, estão dispostos a tirar risos tanto quanto lágrimas. Isla, uma kuudere que poderia se passar por irmã da Tenshi, de Angel Beats, tem em comum com a Chi de Chobits apenas os circuitos. Fechada e deslocada do mundo, dá uma presença muito mais pesada à série, mesmo em seus momentos de escape cômico.

Logo de cara fica evidente que não está na ficção científica a chave da série.  Marcada por um desdém por technobabble digno de Ah! My Goddess, a lore de Plastic Memories só está presente para dar volume. A dupla de “despachantes”, por exemplo, é chamada de spotter marksman, uma referência sem razão aparente às unidades de sniper das forças armadas. Pelo contrário, a obra parece muito mais interessada nas facetas humanas da perda do que na sua lógica. O fundamental em relação aos giftias não é o fato de serem máquinas, propriamente ditas, e sim artifícios, criações humanas. Frutos, enfim, das nossas mãos e da nossa mente. Conforme nos familiarizamos com a rotina de Isla e Tsukasa, há uma questão que jamais sair do ar: é possível compensarmos nossas perdas criando algo para ocupar seu lugar?

A insustentável leveza do ser

A pergunta não é nova, nem rara. Pelo contrário, parece nos acompanhar com maior frequência dia após dia. Na nossa época, muito se fala de construções humanas. Da língua que falamos ao país em que vivemos, das causas do amor ao nosso próprio corpo, das nossas preferências estéticas à doçura do doce e ao amargor do amargo, tudo é uma grande invenção vendida por mentes prodigiosas. A ideia de que vivemos em uma construção do nosso próprio gênio, e que a natureza não existe ou não importa é extremamente sedutora. Afinal, se a realidade é criada, é necessário que os seres humanos sejam capazes de criar. Inventar o mundo: que grande triunfo à espécie que sempre desafiou a natureza! Para os que antes se contentavam em se proteger das intempéries em cavernas e dar grandes saltos na superfície da lua, nossa geração vive numa utopia sem precedentes.

Acontece que nem tudo são flores. E viver sozinho em um playground se torna solitário mais cedo ou mais tarde. Podemos nos divertir o quanto quisermos com nossos brinquedos de faz de conta, desde que não pensemos muito a respeito. Pois se o único sentido da vida é o sentido que damos a ela, é porque a vida não tem sentido algum. Se a única realidade é a que decretamos ser real, vivemos no escuro, sem conhecer o que nos cerca. Se os únicos amigos que temos são os da nossa imaginação, é porque estamos na verdade desesperadamente sós. Como uma pensadora controversa dizia muito tempo atrás, podemos ignorar o mundo real, mas o mundo real não nos ignora.

Há uma razão pela qual o anime é visto com desconfiança em seu país de origem. Existe a impressão de que o meio faz com que as pessoas troquem o real pelo virtual, os ganhos na vida pelo prazer emulado, os laços com humanos de verdade pelo afeto de desenhos de olhos esbugalhados. Quem empurra quem é difícil dizer. É bem capaz que o anime só preencha um vazio que nossos tempos tenham criado: uma solidão extrema e uma falta de propósito em escala global. Nada muda o fato de que nos voltamos para nossos “giftias”, sejam eles quais forem, para nos acreditarmos mais completos. A armadilha, como Plastic Memories nos lembra, é que giftias um dia morrerão. E o buraco que esperávamos tampar vai reaparecer quando menos esperamos.

plastic memories ending

No primeiro episódio, Isla e Tsukasa precisam aposentar uma jovem androide da casa de uma idosa. A peça é uma criança, uma ilusão criada pela senhora para esconder o fato de que está sozinha, próxima do seu fim, e que o mundo à sua volta não lhe cede mais nenhum afeto. Em Chobits, a indústria dos Persocoms é construída por almas solitárias. Chitose Hibiya, sua inventora, viu nos androides uma forma de ter os filhos que nunca pôde conceber. Minoru Kokubunji, prodígio da robótica, tenta a todo custo recriar sua irmã falecida. Hiroyasu Ueda se casa com sua persocom e sofre um trauma quando ela invariavelmente fica obsoleta e para de funcionar. Nas entrelinhas, Uma cidade sem Ninguém, o livro ilustrado lido por Chi ao longo da história, serve de lembrança silenciosa dos corações partidos e olhos embargados.

Se nessas séries o laço é visto com bons olhos – uma “cura”, conquanto inadequada, para a grande solidão de nossa década –  isso nem sempre é o caso. Em Paranoia Agent, Satoshi Kon nos apresenta um otaku que de tão viciado em anime é incapaz de tirar prazer de pessoas reais. Para satisfazer suas necessidades mais básicas, contrata prostitutas e mantém bonecas nas mãos durante o coito, imaginado as estar possuindo. O amor surpreendentemente casto de Chi e Hideki, por este lado, não parece mais tão bittersweet!

otaku paranoia agent

Curiosamente, é justo sobre androides que fala o ‘canto do cisne’ de Kon. The Dreaming Machine se propunha a ser um “road movie para robôs”, abordando outro tipo de solidão: a das criaturas pelos seus criadores. O elenco não contaria com uma única pessoa: é o sentimento dos “objetos”, dos frutos da engenhosidade humana, que nos comoveria. O longa cumpre a dupla façanha de ser a primeira obra de Kon com roteiro original assinado pelo próprio diretor e a primeira para um público infanto-juvenil. Infelizmente, Kon morreu de câncer em 2010, e seu filme foi arquivado por falta de verbas. Salvo o crowdfunding de alguma alma bondosa, é possível que jamais assistamos à sua última palavra sobre o assunto.

Uma grande pena. Em nossa época de criaturas, nada é mais bem vindo do que um grande criador.

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