Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Irozuku termina em grande estilo, amarrando todas as pontas – e até fazendo um dos nossos autores chorar. Qual deles, você me pergunta? Continuem lendo para descobrir!
Mas chegaremos lá em seu devido tempo. O que vocês acharam?
Nesse sentido, por mais que o final de Irozuku tenha sido perfeito, não posso tirar o mal-estar de que foi “fácil” demais. A Hitomi terminou sua jornada quase como uma personagem passiva. Até mesmo o “momento” da verdade entre ela e os amigos foi arranjado para por forças fora de seu controle.
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Irozuku caminha para sua reta final, e Hitomi e seus amigos finalmente colocam as cartas na mesa. Não fosse o bastante, temos um dos episódios mais belos e bem animados de um anime que, desde o início, tem sido um primor.
Confiram:
Falo, é claro, do inglês sofrível da professora “britânica” da Kohaku Não é por nada, Kohaku, mas acho que te engambelaram em “Hogwarts”. Tem certeza que pegou a plataforma certa?
Brincadeira. É óbvio que me referia à revelação brutal que ela recebeu: se Hitomi não voltar ao futuro, poderá ficar presa num loop temporal.
(BTW, é uma premissa parecida à de um excelente filme que lançou ano passado, “O Culto” – em inglês, The Endless. Fica a dica sobretudo para o Gato, que é fã de Lovecraft. Há várias referências ao autor.)
E aí, meus caros? É conflito suficiente para um anime só, ou acham que a P.A. Works tem mais feels na manga?
Uma fenda é muito mais tensa. É um lugar fora do tempo, em que o tempo não passa. E em Irozuku, parece que você pode desaparecer se ficar lá por muito tempo – ou talvez os magos apenas tenham assumido isso depois de algumas pessoas morrerem?
É parecido com outro anime que a gente cobriu, Kokkoku, embora lá fosse só tempo parado mesmo, funcionalmente parece semelhante.
Mas a fenda temporal mais legal que eu conheço é a do filme Fenda no Tempo (The Langoliers, originalmente minissérie baseada em livro do Stephen King).
Talvez a fenda seja aquele lugar onde a Hitomi foi parar enquanto voltava no tempo, no primeiro episódio? E a gente achando aquilo meio doido e perguntando o que aconteceria se ela não tivesse dinheiro. Está aí a resposta: ficaria presa lá para sempre. Desapareceria.
O detalhe de que a Kohaku pode precisar da ajuda de “outro mago poderoso” acho que foi o mais importante. Quem aqui duvida que esse “outro mago” vai ser a própria Hitomi?
Ela vai precisar usar todo o seu poder, e para isso vai precisar desfazer o feitiço que fez em si mesma, que bloqueia a sua magia e as suas cores. Foi para isso que sua avó a enviou para o passado.
O anime quer ter o seu final agridoce da protagonista deixando seus amigos para trás, mas como dedicou 0 tempo para desenvolver a relação dela com o seu tempo e tentar fazê-la concluir por si mesma que precisa voltar, temos aqui um perigo externo que a força a tomar essa decisão goste ou não.
A vida vira de pernas pro ar e o jovem talvez só fique sabendo em cima da hora. Só resta uma sensação de impotência e de que seus laços e sentimentos não valem nada.
A Hitomi foi enviada para lá contra a sua vontade e agora, que se acostumou e gosta do lugar, tem que ir embora contra a sua vontade também.
Talvez seja algo parecido, ou simplesmente indeterminado. Citei o filme O Culto justamente porque ele oferece um híbrido de loop e “fenda” temporal. As pessoas estão presas em um Dia da Marmota, mas o longa deixa claro que esses lugares já viraram “espaços” divorciados da realidade. São, para todos os fins, “dimensões” paralelas.
Enfim, é o mesmo problema das pinturas interativas de que falamos semana passada. Uma ideia muito boa que nos dá vontade de especular sobre. Pena que o foco não seja esse!
A magia, no caso, criou um veículo que a permitiu viajar de forma segura. Mas imagine aquele nada sem realmente nada. Deve ser isso. E a pessoa deve desaparecer sozinha, ou desaparece por se perder lá e então se perde dentro de si mesma, enfim, isso em si não importa muito.
Se quiser ser científico, algo parecido com um buraco de minhoca.
Mas falando da questão temporal em si, lembram que a gente discutiu nos primeiros episódios se a viagem no tempo da Hitomi apenas a trouxe para o passado ou criou uma realidade alternativa dentro dentro de uma análise livre dos preceitos da física quântica? Pois bem, parece que há realmente só uma linha temporal e que ela está ferrada, principalmente para a Hitomi.
Creio que o universo a queira “apagar” justamente para evitar um “bug” no sistema que a introdução de um elemento fora de lugar poderia causar.
E que a magia esteja acabando logo agora, e somente agora o universo a esteja tentando expulsar, corrobora ainda mais o que dizia.
Ainda que: não deixa de ser conveniente como qualquer que seja a lei que regula o tempo aparentemente precise de múltiplas tentativas para se livrar de um “corpo estranho” como uma viajante temporal.
O gelo vira líquido instantaneamente, mas a manteiga não.
Seja como for, não pude evitar notar como esse imbróglio colocou os holofotes sobre a Kohaku. Ela está quebrando uma perna para pesquisar, consertar e conter o problema. Fico me perguntando se a viagem da Hitomi não, é no fundo, um teste para a própria Kohaku. Uma “ajuda” da maga adulta ao seu eu adolescente, para que adquira as habilidades de que precisa para se tornar uma bruxa completa.
Acho que já levantamos essa hipótese antes, mas nunca com tanta evidência aos nossos pés.
Agora voltando à Hitomi, o que vocês pensam dessa cena? E dessa fala, em especial? Já discutimos como a falta de cores da nossa protagonista é uma metáfora para certas angústias adolescentes. Nesse sentido, o que vocês acham essa postura diz sobre ela, passados tantos episódios de crescimento?
Pessoalmente, não consigo deixar de contrastá-la com essa aqui do Shou. É quase um mono no aware, uma certeza confortável de que tudo vai acabar mesmo, e é isso aí.
A desgraça é que pro Shou acabou. Ele foi rejeitado. Passou. Não é o caso da Hitomi e do Aoi. A angústia vai permanecer até o final. Me pergunto o que irá fazê-la se convencer de que deve voltar para o futuro – não para preservar a própria vida ou porque é inevitável, mas porque é o certo a se fazer mesmo.
Não é mais emocionante entrar na vida adulta com pontas soltas do que estando em paz com o que já fez?
Hoje, penso que sim. Mas é claro que ninguém explica isso pra gente na adolescência.
Deixa que eu procuro minha própria emoção quando estiver sentindo falta, por favor
O episódio 12, pelo menos, trouxe algumas pistas nesse sentido:
Aqui, acho que as próprias fronteiras do que significa “fechar” e “abrir” pontas se confundem. Não seria melhor suprimir um sentimento que deixá-lo florescer, só para gerar o rancor? É uma pergunta difícil. E não se pode dizer que Hitomi e Yuito estão na mesma página sobre ela:
(A título de curiosidade: lembram aquela confissão que lhes contei? Que fez a menina sair correndo de perto de mim? Pois bem, foi um contexto de despedida. Então acho que os medos do Yuito são fundamentados )
Mas esse anime não é sobre a minha história. É sobre a história da Hitomi. Que, agora, se encaminha para seu grande clímax. Pois bem, como vocês se sentem, chegando na reta final?
E que dificuldade desse casal pra se declarar, puta merda. Eles saem correndo no meio da noite para se encontrar – e nem combinaram isso, apenas estão sintonizados assim mesmo. Mas não conseguem se declarar. Bem, não estou criticando, eles são adolescentes, acho que isso pode até passar por elogio?
Seria interessante a Hitomi no futuro vendo o Aoi envelhecido.
Agora, o Gato trouxe um ponto interessante. Por um lado, seria interessante que a Hitomi revisse seus amigos depois de retornar ao futuro. Por outro lado, 60 é muito tempo. Fico me perguntando se ela não ficaria se sentindo o Capitão América, vendo todos ao redor “indo embora no final”, como canta o Nine Inch Nails.
Vocês acham que ela revisitará o Aoi?
Mais importante: vocês, no lugar dela, gostariam de revê-lo?
No Japão se vive muito e tal, mas eu ainda aposto que o anime vai ter um final (ainda mais) agridoce e já vai estar quase todo mundo morto.
Além da avó dela, aposto que só a Asagi vai estar viva.
Aoi vai “viver” através de sua arte mesmo. Vai ser um final de espremer o coração até não sobrar mais lágrimas.
Aquela hora que a … conhecida lá do Aoi falou para ele sobre “desenhar para os outros” e ele pensou na Hitomi deve ter sido o momento em que ele teve a ideia.
Talvez o Aoi estivesse esperando todos esses anos
somente para ver a Hitomi de novo antes de morrer.
Seria super bonitinho.
O problema é que o cara virou um yakuza. Décadas se passaram e ele nunca mais voltou. Um dia, já um chefão do crime, ele decide voltar. E descobre que sua amada tem ido à praça todos os dias com um bento esperando seu retorno.
Enfim, é creepy sim, mesmo que não de um ponto de vista sexual.
O que me faz me tocar: o filme Dolls é baseado em uma peça do teatro bunraku. Ou seja, talvez haja precedentes para histórias do tipo no rol de tropes japonesas.
Bem, são muitas suposições! Muitas boas suposições, devo ressaltar. Se a história for para qualquer um desses lados ficarei feliz.
Mas isso, claro, só descobriremos amanhã.
Até lá, para nosso último Café com Anime da temporada!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
E o episódio de hoje nos leva direto para… a história da arte e a realidade virtual!
Não, você não leu isso errado. Irozuku pode ser um drama escolar, mas nem por isso não é cultura. Confiram:
Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte de Georges-Pierre Seurat, integrante do Movimento Impressionista, e por sinal, essa pintura é a mais famosa do estilo de pontilhismo.
Sei que os desenhos do Aoi são legais, mas também não seria super legal fazer os visitantes entrarem em pinturas famosas?
Do resto do episódio, está bem, a Hitomi tem um trauma de infância, mas só eu achei que esse elemento foi inserido muito perto do final da obra?
Pessoalmente, mandaria eles para O Jardim das Delícias Terrenas, mas sinto que isso faria a direção me expulsar da escola:
Na real, tratando-se de adolescentes, aposto que amariam mesmo A Origem do Mundo. (Não, leitor, não vou linkar a imagem. Pesquise por sua conta e risco ( ͡° ͜ʖ ͡°) )
Talvez fosse parecido com visitar os cenários de Superman, jogo para Atari?
Pensando bem, esqueça pinturas, eles podem visitar games, o que significa que eles podem jogar em pessoa, é uma fronteira totalmente inexplorada ainda pela indústria do entretenimento, a família Tsukishiro vai ficar podre de rica, aposto que esse é o motivo da avó ter enviado a Hitomi para o passado!
De fato, seria uma revolução para os games. Hoje em dia, o mais próximo que temos disso são aquelas esferas de realidade virtual. Que são um trambolho, não te transportam de verdade e nem funcionam para todas as pessoas (eu, que sou grandão, não consegui entrar em uma numa exposição de games tempos atrás)
Mas games seriam apenas a ponta do Iceberg. Pessoas poderiam fazer turismo sem sair de casa, “entrando” em fotografias. Penitenciárias seriam aposentadas. Para quê construir cadeias se é possível prender pessoas em pinturas?
Esse é um ponto que me faz coçar a cabeça com Irozuku. Não vou dizer que chega a me incomodar, mas é incrível o quão pouco presente é a magia na vida das pessoas, considerando como é lidada com casualidade e o potencial que ela tem.
O Fábio mencionou que achou fácil demais, e eu concordo. O desabafo – aliás, os desabafos – da última semana foram tão sinceros que eu esperava um pouco mais de rancor. Mas acho que a cena reforçou bem o quanto elas se desenvolveram desde o primeiro episódio, tanto como amigas quanto como garotas individualmente.
Gostei particularmente de quando elas se reconheceram uma na outra por conta da mesma dor.
É o tipo de maturidade que eu gostaria de ter tido na idade delas. As rejeições que recebi me faziam muito mais odiar o “outro”, então minha crush por amar o outro, então eu mesmo por gostar da minha crush.
Mas isso é um problema para o próximo episódio. Que discutiremos semana que vem. Até lá!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Quem nunca se enfiou num cobertor depois de levar um fora, com vontade de nunca mais sair? E a outra pessoa? A que recebeu sua confissão? Já parou para pensar no que ela
estava sentindo?
Pois é. Irozuku continua a nos mostrar uma adolescência com outros olhos. E nos ensinar verdades dolorosas no caminho. Confiram:
Sério, começar a paquerar é difícil. Pelo menos foi pra mim. Não bastasse seu ódio próprio dizendo que os outros sempre estão melhores que você, ninguém te dá um manual de instrução.
Pior: enchem sua cabeça com as maiores lorotas. Por exemplo, o cliché de que “você deve confessar seus sentimentos”. Não sei se as pessoas ainda dão essas dicas, mas é fato de que quem as elaborou não faz ideia de como quem as recebe sofre.
Declarar- se é osso, mas escutar uma declaração é muito pior. O que raios ele espera que você faça? Se você não gosta, vai machucá-lo? Se está em cima do muro, deve aceitar a gesto, feito uma chantagem emocional? Se forem amigos, quer dizer que a amizade acabou?
Por essa e por outras, minha cena de declaração favorita vem de Estranhos no Paraíso. Ao receber a confissão, a protagonista, Katchoo, reage com… bom, vejam vocês mesmos:
Fico feliz que Irozuku esteja se mostrando fidedigno a esses dramas. O episódio de hoje foi uma masterclass de como se ferrar no amor aos 17.
E como o Vinicius mandou o screenshot acima, não posso evitar comentar: gostei de ver o Shou reagindo. É difícil ver homens e garotos expressando tristeza em animes, e na verdade somos um bicho que tende a preferir guardar tudo dentro de nós, não é? Mas às vezes é bom soltar pra fora. Uma cena bonita, e que vale pelo exemplo também.
Primeiro pagando de estoico, com aquele aperto de mão mais falso que note de 3 reais. Depois berrando, soltando essa tristeza disfarçada de raiva que homens consideram menos humilhante, se não mais aceitável. (Isso me lembra uma belíssima música do Divine Comedy chamada When a Man Cries
Mas aí chegamos na Asagi, que se emociona de uma forma muito diferente, mas, ao mesmo tempo, muito parecida. Ela, também, precisa mascarar sua emoção sob outra coisa. Ela, também, sente a necessidade de colocar uma fachada e recuar a um espaço seguro.
A diferença é que o Shou, pelo menos, tinha companhia. Ela está sozinha – e não me parece que apenas fisicamente.
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Histórias em que crianças são empurradas magicamente a outra fase da vida são comum na ficção. Irozuku nos mostra que há um bom motivo por trás disso. Todos nós, afinal, somos “chutados” para a adolescência ainda na infância, sabendo que um dia seremos “pescados” pela vida adulta.
Confiram abaixo:
E a Hitomi, para não quebrar o suspense, deu a resposta mais digna de todas:
Mentira, ela provavelmente está dividida. Eu também estaria, vocês não?
Já esse aqui é um dos favoritos de todo mundo, né? O Pequeno Príncipe.
Temos uma primeira tomada que mostra as duas sozinhas, no topo de uma ponte. Dá para perceber que o momento é sério, íntimo. As duas estão sozinhas em mais de um sentido.
Mas então a câmera desce e vemos Shou, nas sombras, escutando tudo. E isso mexe com ele, tanto é que retoma o tópico na sua própria conversa com a Hitomi mais pra frente.
É um detalhe tão sutil que eu sequer havia percebido de primeira. Minha impressão inicial era de que ele estava se “lembrando’ de uma recordação que nunca teve.
Claro, isso pode ter a ver com o próprio efeito que o anime quer passar. Nós já falamos em outras semanas sobre como esse enredo maluco é uma metáfora para a própria adolescência.
Todos nós somos “chutados” para a adolescência ainda na infância, sabendo que um dia seremos “pescados” pela vida adulta. Ninguém pergunta se a gente quer, ninguém explica o porquê: Um dia alguém tira nossos brinquedos dizendo que não somos mais crianças; no outro, nos empurra à Junta Militar e à fila do Vestibular.
Bom, só nos resta esperar. Até semana que vem, então!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
E não é que o clima ficou pesado? Não é à toa. Irozuku nos forçou a revisitar memórias da nossa adolescência. E, de quebra, trouxe uma lições duras a todos nós. Confiram abaixo:
episódio
lindo!
Estava pensando em ganchos para discutir quando assistia ao episódio de hoje. Coisa que sempre faço com nossos animes do Café. Mas dessa vez Irozuku me deixou sem palavras. Não sei se foi o primor visual, a trilha melodramática ou a forma como tudo se fundiu, mas só pude admirar embasbacado.
Eu avisei, gente. Sou um cara fútil e tenho queda por animes bonitos. E Irozuku me arrebatou pelos sentidos!
Não acha?
Mas sim, preferi a “magia” também, então entendo como você pode ter “esquecido” dessas
Também tem personagem nova (será recorrente?) e o final que parece que fez o Aoi se decidir. A Hitomi se tornou, “oficialmente”, sua musa inspiradora. E de alguma forma isso a fez voltar a enxergar cores? Que episódio doido!
Foi uma lufada de ar fresco em histórias sobre mágica, na verdade. É normal que magos sejam vistos como pessoas excepcionais (às vezes, inclusive temidos por isso). Menos comum é ver um deles levar um tapa para aprender o seu lugar!
Ela, Hitomi, que poucos dias atrás estava escondida debaixo da sua cama. Ela, que tem todos os seus problemas, todos os seus defeitos, vem cagar regra em cima dele para ensiná-lo a “superar seus problemas”.
É claro que ele vai ficar puto!
É foda dizer para alguém como viver sua vida. Sobretudo quando se trata de coisas super pessoais, como arte. Conheço gente que abandonou a vocação artística por decepções sérias. Do tipo que ficaram tão nervosos a ponto de destruir os próprios trabalhos. Você não traz um treco desse a tona sabendo só o resumo da ópera sem levar patada.
O que me leva a uma outra cena que, pessoalmente, achei bem parecida (em espírito, se não em executação): a patada que o Shou levou da Asagi:
Não sei quanto a vocês, mas achei uma briga o perfeito complemento da outra. Diria quase que essa patada foi um foreshadow da patada do Aoi com a Hitomi.
Bom, talvez esteja só com o olhar “viciado” pelo que veio depois. Mas acho que o desconforto que ela sentiu com a postura do Shou é de certa forma parecido com a irritação do Aoi.
Estou pensando besteira?
Agência é uma coisa complicada. Mas acho que todos nós gostamos de ter pelo menos a impressão de que somos protagonistas da nossa vida. E, ao se colocarem nessa posição mais baixa, dependentes da salvação ou da comiseração alheia, tanto o Aoi quanto a Asagi se transformam em coadjuvantes.
Justamente porque traz a tona os segredos que ainda insistem em guardar. Não sei quanto a vocês, mas eu tinha completamente esquecido que a Hitomi não tinha contado aos amigos que não via cores!
E sobre a Hitomi não ter contado para o resto do clube antes, bem. Imagine-se no lugar deles. Ela já contou que na verdade veio do futuro, e eles acreditam nisso. Não fazia mesmo sentido nenhum esconder uma coisa tão mínima e tão boba – mas que pode causar acidentes, como no episódio da piscina.
A Hitomi só perdeu o timing para contar mesmo, e ela própria parece ter reconhecido isso. Se eu fosse desse clube, ia ficar esperando ansioso pelo próximo “segredo” da Hitomi
Eu ia ficar só aguardando ela revelar que, sei lá, na verdade é hermafrodita, porque no futuro todo mundo é. E depois que voltou ao passado por causa de uma invasão alienígena ou coisa parecida. É, eu sou bem espírito de porco mesmo, se estivesse naquele clube ia ficar pensando coisas assim. Mas a Hitomi parece bastante sensível, eu nem ia poder ficar fazendo essas piadas, que angústia
Enfim, outro episódio muito bonito. E mais do que ser bonito ou não, cada vez mais gosto desses personagens e penso que queria ser amigo deles. Queria fazer parte daquele clube também. Isso deve ser algo bom.
Nós estávamos conversando no Café sobre Yagate wa Kimi ni Aru sobre como histórias de amor (em mangás shoujo e derivados) podem criar uma pressão insalubre nos seus leitores. Vendo Irozuku, eu me pergunto se o mesmo não pode ser dito dos momentos menos “quentes” da juventude.
Eu passei minha adolescência achando que estava deixando o melhor da vida passar. Não que eu não fosse feliz, mas faltava alguma coisa. E agora, ao acompanhar a Hitomi se divertindo com seus amigos, eu percebo que tinha tudo. Minha rotina, nos melhores momentos, não era muito diferente da dela.
Vai ver eu, também, precisa aprender a ver cores.
Eu me perguntaria se vocês já se sentiram assim também, mas depois da “pedrada” virtual que levei semana passada, acho que passo
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Irozuku dá espaço para suas personagens se envolverem. Mesmo assim, as pistas de conflito começam a aparecer. Será que a viagem ao tempo de Hitomi terá uma virada dramática ou será apenas um sabático mágico? Confiram conosco:
E aí? Será que a magia fez efeito (se vocês entendem o que eu quero dizer? )
Escute suas palavras, elas têm sabedoria. É justamente lidando com adversidades (e com material menos que o ideal) que a gente cresce.
Relembrando isso agora, não posso deixar de notar como esse episódio enfatizou o tema do crescimento muito mais do que os outros. O anime ainda nos deixa no escuro sobre o verdadeiro propósito da vinda da Hitomi, mas não há dúvidas de que ela (e os outros) estão aprendendo.
Pode ser só um easter egg. Mas a tomada me pareceu “séria” demais para uma referência solta. Vocês acham que podem ser um foreshadow de alguma coisa maior.
Aliás, nem perguntei: algum de vocês leu esse livro? Eu pessoalmente não o conhecia.
Esse pigmento existe de verdade e é super famoso no mundo da arte. Foi o primeiro pigmento sintético do mundo moderno. Também foi usado pelo Van Gogh no quadro “Noite Estrelada”. Tudo a ver com a identidade visual do anime, com seu foco em fogos de artifício e outras luzes noturnas:.
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Um biscoito para quem adivinhava que a Kohaku teria essa personalidade. Do que estou falando? Confiram abaixo:
E não apenas eu. Olha aqui seu professor de fotografia, Fábio, falando sobre os méritos do P&B:
Mas que episódio recheado de coisa! Parece que não teve um único momento filler!
Uma coisa que eu pensava era justamente como a Hitomi poderia contar com quem ela se casou e esse tipo de coisa, e ela perguntou isso! Pra retirar a pergunta em seguida. Eu também iria preferir não saber.
Por fim, ela tem um olho muito bom para pessoas. Notou que tem algo entre a Kurumi e o Chigusa, e que o Yuito talvez esteja se interessando na Hitomi. Uma personagem realmente muito interessante.
Na verdade, Irozuku me intriga pelo problema oposto: num cenário em que magia é tão casual (e você está acompanhado por uma bruxa) é mesmo assustador ver uma assombração? Jura que ninguém pensou “isso pode ser a Kohaku tirando uma da nossa cara?
Aliás, pesquisando uma imagens de lightpainting por aqui, estou com séries suspeitas que essa foi a inspiração por trás do clube escolar. Vejam isso aqui e me digam se não parece o tipo de coisa que a Hitomi faria com seus poderes:
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O que acontece quando misturamos magia, fotografia e uma das produções mais lindas do ano? Aparentemente, muita coisa. Confiram abaixo:
A Hitomi começou a aprender alguns feitiços. E parece que a história, também, começou a entrar nos trilhos. Ou foi impressão minha?
Talvez nenhuma dessas linhas de enredo potenciais vá para algum lugar, mas dá uma sensação positiva de que eles são pessoas, dá vontade de assistir mais sobre eles.
Se ela simplesmente fosse daltônica seria um pouquinho mais simples, pois que eu saiba não é como se eles não vissem cores, mas as veem com padrões trocados. Ela poderia simplesmente estudar que tipo de cinza é cada cor, ou algo o gênero
Só não sei se o episódio 4 vai corresponder a essa impressão
Fico me perguntando se ela tirará a Hitomi do sério daqui para a frente. Parece uma coisa bem Asuka de se fazer.
Mentira. Estou é imaginando porque raios alguém pega um barco para ir da Inglaterra ao Japão. Avião é muito mainstream para bruxos? Quis fazer um cruzeiro pela costa?
Ou essa senhorita, que parece a tagarela Tae Yamada antes de zumbificar?
Ok, as cores estão zoadas, mas olha essa composição! É quase um Van Gogh.
Nada mal para quem nunca pegou num pincel antes
Eu respondi isso e o professor disse que era isso mesmo e eu fiquei muito orgulhoso e foi a única coisa notável que fiz em toda a disciplina.
Um exemplo é essa captura de tela aí (ou quase exemplo). Com a imagem em preto e branco, um detalhe minúsculo no fundo grita aos olhos, porque é a única coisa colorida. Mas essa não é a única forma de usar a técnica, claro.
(a composição ajuda também, as divisórias meio que direcionam o olhar naquela direção)
Agora, uma coisa interessante: antigamente você tinha filme em P&B que fazia tudo por você. Hoje em dia, as câmeras registram as cores e você geralmente precisa converter para o P&B. Nunca mexi com foto profissionalmente, então não sei qual é o modus operandi, mas pelo que eu sei há várias formas diferentes de fazer essa conversão. E elas podem dar resultados diferentes.
Noutras palavras: é bom enxergar em cores mesmo para tirar fotos P&B
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Uma nova temporada chega, e com ela novos animes. Mas o que, exatamente, é essa estreia? Um novo Fireworks? Mais uma pérola do P.A. Works? Confiram conosco abaixo!
Acho que foi essa a razão que me deixou enamorado de Irozuku Sekai no Ashita Kara, o anime que cobriremos aqui nessa temporada. Da trilha sonora aos cenários inspirados em cenários reais, essa produção me deixou de queixo caído. Algo no trailer me passou uma vibe Makoto Shinkai, que os dois primeiros episódios só confirmaram.
Mas fico feliz em constatar que esse anime tem méritos além do visual. Ou, pelo menos, foi o que eu achei. E vocês? Que impressões tiraram desses dois primeiros episódios?
Plot twist: foi aluna do Clow Reed e colega de turma do Elias Ainsworth.
Além disso, depende que qual o sentido de viagem no tempo e se existem multiversos no mundo de Irozuku. Vejamos, se a realidade for uma linha una, e se ela simplesmente voltar ao passado, seria muito fácil “ferrar” com o futuro, poderia ser capaz até mesmo de alterar os fatos de uma maneira que culmine que a sua avó não tenha uma neta, tornando a protagonista uma aberração paradoxal.
Claro que há a possibilidade de uma explanação do tipo “o destino é imutável, então de uma forma de outra tudo acontece como deve acontecer, mesmo que os meios sejam diferentes o resultado será o mesmo”.
Eu gosto da possibilidade quântica. Em suma, a garota voltou ao passado, mas em uma linha temporal distinta, então seus atos não interferem na realidade na qual ela abandonou.
E com isso ficamos por aqui. Até a próxima coluna!