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Hiroshima – finisgeekis https://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Sat, 02 Mar 2019 09:21:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32&ssl=1 Hiroshima – finisgeekis https://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 “Kono Sekai no Katasumi ni”: a geração que não sabia ver https://www.finisgeekis.com/2017/09/12/kono-sekai-no-katasumi-ni-a-geracao-que-nao-sabia-ver/ https://www.finisgeekis.com/2017/09/12/kono-sekai-no-katasumi-ni-a-geracao-que-nao-sabia-ver/#comments Tue, 12 Sep 2017 17:11:05 +0000 http://finisgeekis.com/?p=18248 Das imagens que minha vó trouxe da Segunda Guerra, uma se destaca das demais. De tempos em tempos, aviões aliados sobrevoavam seu vilarejo, metralhando tudo o que encontravam pela frente.

Minha vó nunca ficava para o espetáculo: ao primeiro som das hélices, ela e suas amigas corriam para as montanhas.

“Eles nunca acertavam” ela dizia “Acho que no final só queriam assustar”.

Ouvi essa história incontáveis vezes, mas ela nunca deixou de me embasbacar.  Ali estava uma mulher que não fazia ideia de como funcionava uma “guerra”, mesmo quando as balas zumbiam acima de sua cabeça.

É um relato inocente, mas ao mesmo tempo aterrorizante. E graças ao diretor Sunao Katabuchi, ex-Studio Ghibli, pude vivenciá-lo em primeira mão.

Kono Sekai no Katasumi ni, filme de sua autoria lançado esse ano, traz a mesmíssima cena.

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Nesse canto do mundo

Lançado no Japão ano passado e no Ocidente esse ano, o filme vem colecionando prêmios e até recordes de crowdfunding. O anime é baseado em um mangá de Fumiyo Kouno, que brasileiros devem reconhecer como autora de Hiroshima – A Cidade da Calmaria.

Kono Sekai no Katasumi ni (“Nesse Canto do Mundo”) conta a história de Suzu, uma garota de 18 anos que se muda para Kure, uma cidade militar próxima de Hiroshima.

Tudo vai bem, até não estar mais. Como sabemos da história, Hiroshima seria aniquilada no dia 6 de agosto de 1945. Sede de uma importante base da marinha, Kure experimentaria seus próprios demônios: de bombardeios incendiários a voleios de artilharia.

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Não pense, porém, que está diante de um filme de sofrimento. Kono Sekai no Katasumi ni não é Gen Pés Descalços nem O Túmulo dos Vagalumes. Em uma decisão artisticamente ousada – e original – o filme de Katabuchi se desenrola como um slice of life, recheado de picuinhas, cenas cotidianas e  até humor.

Sua “guerra” não é feita só de batalhas ou carnificinas, mas de pessoas reais, lutando para fazer o melhor de suas vidas. É uma “guerra”, tal como a da minha vó, em que meninas podem ver sua cidade metralhada e caçoar da mira dos pilotos. E casais podem se amar mesmo na claustrofobia de um abrigo anti-bombas.

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O filme é estruturado em forma de diário, com datas que tanto anunciam o passar do tempo quanto dão a contagem regressiva para a tragédia que sabemos que virá.

Muito antes da primeira bomba cair, nós assistimos à vida de suas personagens mudando na medida em que o Império do Japão caminha para a derrota.

Racionamento de comida. Um irmão morto em campanha. Os efeitos da privação de sono, após noites a fio se protegendo de bombardeios. E as consequências terríveis de quando, num momento de desatenção, Suzu esquece de seguir o protocolo.

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A importância da leveza

Katabuchi conta sua história em um passo lento, fiel ao ritmo do mangá original. O resultado é um longa quase episódico, sem um grande conflito central.

Isto pode parecer estranho, considerando o que o filme trata do conflito mais “central” da história do Japão moderno. No entanto, justamente por sua leveza, ele consegue soprar uma lufada de ar fresco a um gênero batido.

Em uma de suas melhores cenas, o kempetai (polícia política) flagra Suzu desenhando um navio de guerra. Ela é arrastada até sua casa, onde ela e suas parentes sofrem uma humilhante batida policial. Isto é espionagem, eles dizem. As mulheres abaixam os olhos, e sentimos em sua tensão um misto de pavor e ódio incontido.

Assim que os policiais vão embora, no entanto, todas começam a gargalhar. E descobrimos que as caretas não eram de ódio, mas de dificuldade em segurar as risadas. A tonta da Suzu, uma espiã? Nem em um milhão de anos!

O episódio, logo descobrimos, é um de muitos. Quando um porta-aviões naufraga e os peixes morrem por conta do óleo, ela celebra: hoje teremos pescada! Quando os americanos lançam panfletos sobre a cidade, ela não se preocupa com as batidas do kempetai: acabam de ganhar papel higiênico!

O texto não se prende a dramas óbvios. O casamento de Suzu é arranjado, mas isto não impede que ela e seu marido, Shusaku, acabem se apaixonando. Personagens morrem, mas o luto nunca degringola ao melodrama.

Kono Sekai no Katasumi ni foi criticado por Hideaki Anno por dar holofotes a uma mulher que “não faz nada”. Ledo engano. Suzu possui um poder que nenhum dos adolescentes birrentos de Evangelion é capaz de igualar: o de sempre sorrir, independente das circunstâncias.

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Se essa sutileza funciona, é porque está ancorada em uma arte primorosa, que tira o máximo do que a animação tem a oferecer. Katabuchi já trabalhou no Studio Ghibli em filmes como O Serviço de Entregas de Kiki. Em suas tomadas, ele prova que aprendeu as lições de seus mestres.

O traço é cartunesco, um meio-termo entre o realismo kawaii de O Túmulo dos Vagalumes e o impressionismo de Princessa Kaguya. Suzu é uma desenhista amadora, que nunca sai de casa sem um lápis. Ao longo do filme, as cenas são interpoladas com as imagens de seu bloquinho.

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É uma técnica usada para efeito extremo, que torna o filme não apenas competente, mas inesquecível.

Em certo momento, Kure vira o palco de uma dogfight entre zeros e corsairs. Rajadas de metralhadora zumbem de todos os lados. Baterias anti-aéreas fazem as casas tremerem. Estilhaços furam telhados, e pessoas correm para os abrigos.

Suzu, no entanto, se esquece de se mexer. Mesmerizada pelo espetáculo, começa a ver a batalha como uma aquarela: as explosões como gotas de tinta, os rastros flamejantes como pinceladas.

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É uma cena poética e virtuosística, que esperaríamos de um filme como Sonhos de Akira Kurosawa. Quando os clarões tomam formas de estrelas de Van Gogh, é difícil acreditar que a referência não seja proposital.

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Mais do que isso, é um comentário sobre a própria protagonista. E a geração que, como ela, sofreu a radiação de uma bomba, mas nunca entendeu como uma “guerra” funcionava.

A geração que não sabia “ver”.

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Em dado momento, Shusaku, que trabalha na marinha, explica a Suzu os navios que estão no porto. Destróiers, submarinos, o próprio Yamato que acaba de chegar.

Suzu, porém, não presta atenção. Vendo que está devaneando, o marido a segura pela cabeça e a gira na direção do mar. “É para lá! ”

Como outras cenas do filme, a sequência vai além da superfície. De certa forma, é um retrato do próprio Japão de 1941: de uma mulher – uma sociedade – que não consegue ver o desastre de seu regime, mesmo quando ele atraca bem na frente de seus olhos.

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Não se trata de negacionismo, a ideia de que o Japão e seus aliados, Alemanha e Itália, não fizeram “nada de errado”.  É algo mais simples.

Para Suzu, tal como para a minha vó e tantos outros civis, nada daquilo fazia sentido. Jogos diplomáticos, linhas de suprimento, embargos comerciais e bloqueios aéreos são pautas de gabinetes. Não de pessoas comuns, iletradas, batalhando pelo seu sustento dia após dia.

Em 15 de agosto de 1945, o Imperador foi ao rádio anunciar a derrota. Para a maioria dos japoneses, foi a primeira vez em que ouviam sua voz.

Ao escutar seu anúncio, Suzu desmonta. Como pode aquilo ser uma “derrota”? Ela, que conseguiu sobreviver? Ela, que sofreu o que não sabia ser capaz de aguentar? Para que tanto sacrifício, se tudo foi em vão?

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É um questionamento que o próprio filme responde. A tomada corta para a vila de Kure, onde vemos hasteada uma bandeira coreana. O que para Suzu era o fim, para os povos oprimidos da Ásia (tal como para os judeus na Europa) era apenas o começo.

A Guerra do Pacífico foi causada pelo imperialismo japonês e terminou com a dissolução de seu império colonial. Coreanos, chineses e outras minorias – que trabalhavam no Japão, às vezes, como escravos – estavam finalmente livres.

Minorias cuja luta Suzu nunca enxergou, muito embora estivessem, como os navios de guerra, bem na frente de seus olhos.

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Poucos diretores sabem falar de guerra e sofrimento sem mostrar uma gota de sangue. Katabuchi consegue, por uma hora e quarenta minutos. É uma pena, no entanto, que seu filme derrape no final.

Quando a bomba finalmente cai, o anime cede à pornografia do sofrimento, com direito a cadáveres mutilados e infestados por vermes. É uma sequência gratuita e batida, que não acrescenta nada à mensagem da história.

Talvez seja enganador falar de Kono Sekai no Katasumi ni como um “filme de Hiroshima”.  Durante a maior parte do longa, a cidade está sempre “do outro lado da montanha”: tanto geográfica quanto narrativamente.

Ao “subir as cortinas” e mostrar o gore da explosão, Katabuchi apenas diminui o papel de sua heroína. Diante da hecatombe nuclear, ela passa, de protagonista, a mera nota de rodapé.

Suzu, que tanto batalhou para sorrir, merecia melhor.

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Uma aventura no Japão #8: finalmente Hiroshima https://www.finisgeekis.com/2017/07/07/uma-aventura-no-japao-8-finalmente-hiroshima/ https://www.finisgeekis.com/2017/07/07/uma-aventura-no-japao-8-finalmente-hiroshima/#comments Fri, 07 Jul 2017 20:41:23 +0000 http://finisgeekis.com/?p=17360 Se você tivesse uma única oportunidade de ir ao Japão, que lugar que você não deixaria de visitar em hipótese alguma?

Para mim e para minha esposa, a resposta sempre foi óbvia: Hiroshima.

Existem lugares que todo historiador deve conhecer para fazer jus ao diploma. Existem lugares aos quais devemos o mundo moderno. Hiroshima está no topo de ambas as listas.

Como todos sabem, a cidade foi obliterada pela primeira bomba atômica já utilizada militarmente. O horror acelerou a rendição japonesa – e, no longo prazo, alimentou os pesadelos da Guerra Fria.

De minha parte, no entanto, confesso que tinha motivos ulteriores para visitar a cidade. Como já disse diversas vezes no blog, japoneses têm uma relação complicada com o seu passado.

Ninguém duvida que a bomba atômica é uma arma desumana, nem que o Japão pagou – com juros – pelo sofrimento que dispensou durante a Segunda Guerra. Ao mesmo tempo, poucos episódios históricos já foram tão contestados como a detonação que inaugurou o pós-guerra.

Teria a bomba sido uma crueldade imensurável? Ou apenas o último dominó em uma longa fila de violências que começou em 1937, com a 2ª Guerra Sino-Japonesa? Ou ainda antes, em 1922, com o Tratado Naval de Washington? É possível falar de uma tragédia humana em termos tão analíticos?

Decidi ir eu mesmo à Hiroshima para descobrir.

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Memorial da Paz em Hiroshima

Talvez o mais surpreendente em andar pelas ruas de cidade é imaginar que esta é a mesma metrópole destruída pela bomba mais famosa do mundo. Seus bairros não foram apenas reconstruídos: eles possuem uma identidade própria, uma vibe particular, atrações distintas, que valeriam uma visita independente de seu passado assombroso.

Algumas cidades, tocadas por grandes traumas, param no tempo. Hiroshima ressuscitou, no sentido quase orgânico da palavra. Seu okonomiyaki, o melhor do Japão, está de prova.

Isso não significa que haja uma falta de marcos lembrando o dia mais fatídico da história japonesa.

O edifício que mais chama a atenção é sem dúvida o Memorial da Paz, colosso em ruínas do que antes foi um centro de convenções da cidade. Localizado exatamente abaixo do hipocentro (ponto de detonação) ele absorveu o impacto da onda de choque, preservando sua forma original.

O Memorial encara um parque pontilhado de monumentos, pequenos ou imponentes, que dividem o seu fardo. Paradoxalmente, ao caminhar entre eles somos lembrados da principal razão que levou Hiroshima ao seu destino.

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Uma ponte pode não dizer muito, a não ser que você more no Japão dos anos 1940.

Isso porque Hiroshima não possui uma ponte, mas várias. A cidade é situada na foz de um rio. Sua área urbana está quase inteiramente disposta entre as ilhas, entrecortada por cursos d’água.

Durante a Segunda Guerra, isso fez com que fosse poupada dos ataques aéreos americanos. Bombas incendiárias de napalm, usadas para grande efeito em outras metrópoles japonesas, teriam pouco efeito em uma cidade em que nenhuma casa estava longe de um balde d’água.

A sorte de Hiroshima se provou mortal. Para potencializar o efeito surpresa, os Estados Unidos escolheram cidades não-bombardeadas para testar sua nova arma. Seus canais, outrora uma feliz coincidência, a colocaram no topo da lista de alvos potenciais.

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Mapa de Hiroshima, em que fica visível a foz do rio

Os jardins, contudo, são apenas um aquecimento antes do coração de qualquer visita: o imponente Museu da Paz. Se você leu meu artigo sobre o santuário Yasukuni e ficou apavorado com a apologia que prega ao fascismo, o centro de exibições é um antídoto quase perfeito.

Ao contrário do museu militar Yushukan, ele não esconde que o Japão se colocou na guerra por culpa própria, iniciando uma guerra de agressão contra a China. Em vez de justificar as políticas de Hirohito, ele foca no sofrimento humano: nas pessoas normais que foram pegas no fogo cruzado.

É uma mensagem poderosa, fácil de simpatizar. Para eu, que cresci ouvindo minha avó falar sobre os bombardeios aliados no sul da Itália, os testemunhos tinham um quê de pessoal.

Militantes fanáticos adoram falar no “lado certo da História”, mas a verdade é que, se a história tem mesmo um “lado”, só descobrimos qual é o nosso quando as ogivas começam a cair.

Ideologias vêm e vão, mas o sofrimento, tal como a arte, é atemporal.

O Museu da Paz, contudo, talvez tenha passado essa mensagem bem demais. De tanto insistir na excepcionalidade da bomba, ela parece quase alheia da guerra – e da época histórica – na qual foi concebida.

Hiroshima era sede de uma importante base militar japonesa. Foi isso, juntamente à geografia favorável, que a levou a ser escolhida para o bombardeio.

Sua exposição, entretanto, foca quase que exclusivamente nas crianças em idade escolar. A Segunda Guerra é narrada em cartazes, mas as imagens e artefatos são cacos (em alguns casos, melodramáticos) de infâncias perdidas.

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Brinquedo destruído na exposição do museu. Fonte

É como se a bomba deixasse de ser uma arma de guerra para se tornar algo mais: uma metáfora das vidas tolhidas no conflito, da geração de adultos que nunca existiu, pois foram obliterados ainda no berço.

Se digo que me incomodo com isso, não é porque acredito que os responsáveis devam ser “perdoados”. Pelo contrário, é para que possamos entender a verdadeira dimensão desse horror.

Hiroshima não se tornou notável pela contagem de corpos nem pelo sofrimento imediato – nisso, os bombardeios incendiários de Tóquio, dramatizados em O Túmulo dos Vagalumes, levam a coroa.

Era um sofrimento, acima de tudo, com que o Estado estava disposto a arcar. Sob seu regime totalitário, imperava o juízo de que todas as “vidas” pertenciam ao imperador – e poderiam ser “gastas”, sem parcimônia, para o esforço de guerra.

“Cem milhões de pessoas morrerão juntas”, foi o slogan fascista em voga em 1945. Se o Japão não pudesse vencer a guerra, ele resistiria até o último suspiro de seu último cidadão. O museu Yushukan celebra esse espírito até hoje.

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Hideki Tojo, primeiro ministro fascista do Japão, no mangá Showa de Shigeru Mizuki

O Museu da Paz enfatiza a perda de vida humana, mas não explica que os anos 1940 foram um período em que o valor de uma “vida” se tornou perigosamente pequeno.

Sem essa explicação, não é possível entender como o que mundo virou de pernas para o ar em 1937-39. Nem como uma tragédia como essa pôde ser cogitada – e levada a cabo.

Contudo, é mesmo possível esperar diferente? Muito provavelmente não.

Nós historiadores somos pagos para racionalizar fenômenos, dissecá-los em padrões sistêmicos. Para aqueles como eu que usam métodos das ciências sociais, literalmente reduzir a realidade a uma equação.

Nisso, muitas vezes esquecemos que certos episódios têm uma voz própria. O Museu da Paz pode não fazer jus à complexidade causal daquele dia fatídico. Não explica como o mundo eclodiu em guerra, nem o paradoxo da “paz” que se seguiu (garantida, até os dias de hoje, pelas próprias bombas atômicas que condena).

Ele mostra, não obstante, o preço que foi pago para assegurar a calmaria que hoje damos por natural. Isto, por si só, é uma mensagem que merece ser contada.

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