Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
O lançamento mais controverso da temporada chega ao fim como um terror de primeira: chocante na medida certa, digirido com maestria, apavorantemente humana.
Numa época em que animes sofrem para sobreviver aos anos, Happy Sugar Life deixa calafrios que não vamos esquecer tão cedo.
Confiram:
Fico me perguntando se o recurso não foi uma forma sutil (e não inteiramente bem sucedida) de mostrar que a Shio já estava mudando, bem antes do final dramático.
Minha esposa disse ter a impressão de que o Asahi também tinha esse canino para fora. Confesso que não reparei. E também não examinei o anime episódio a episódio para ver quando e de que forma isso aparece.
E vá lá, ela já queria proteger a mãe. Vamos dizer que seja uma pessoa super empática. Isso explica o papo de corações que são vidros vazios (se ela tiver escutado a analogia em algum lugar, o que é possível). Ainda assim, o problema real é a escolha das palavras dela
Se tivessem feito ela soar uma criança mimada funcionaria. Ao invés, ela soou como a voz do autor explicando o que está acontecendo
O que, senão o estopim, também foi uma condição para que a tragédia acontecesse. Se tivesse um porto seguro para o qual fugir com as crianças, as coisas não chegariam naquele nível.
Que ela tenha aceitado participar do acordo a torna tão supostamente “conformista” quanto ter deixado de ouvir os pais a torna “subversiva”. Ser “livre” nunca foi uma opção. Esse universo é fodido e só se pode escolher entre o fogo ou a frigideira.
Não quero dizer que a família dela é ou não é uma coisa ou outra. Só que não acho, pessoalmente, que essa é a mensagem que o anime quis passar. Para mim, é uma coisa muito mais “de baixo”, mostrando o sentimento de paranoia de vítimas de abuso, e como ele distorce o mundo até que pareça um pesadelo.
Para que eu e o Fábio não conversemos sozinho, o que vocês pensam disso, Diego e Gato?
O capítulo é o 29, caso queiram conferir na íntegra.
Parte do que me deixou tão chocado, tão aflito, no assassinato da Shouko, é que eu não consegui ter raiva da Satou.
Mas enfim, estamos aqui falando do que esse final teve de ruim, quando na verdade teve muita coisa de boa.
Eu mesmo não sabia o que encontrar e fiquei positivamente surpreso com a maneira como o castelo de cartas caiu. Quando vi Satou emprestando os passaportes da sua stalker por um momento imaginei se o anime terminaria como um perseguição na estrada, com a tia maluca dirigindo Satou e Shio rumo à liberdade.
Escrevendo agora, acho que a premissa teria sido hilária. Mas de forma alguma caberia no tão curto tempo de exposição. E não é que não tivéssemos tido escapes tragicômicos de outras naturezas, com o Tayou saltitando pelado e amarrado pelos corredores do prédio em chamas.
Gente, Happy Sugar Life é uma série doente, hein? Quando assistimos até parece normal, mas basta escrever a respeito que a ficha cai
Aliás, esse é o vício do Humbert Humbert, protagonista de Lolita, se bem me lembro. Ele teve uma namorada na adolescência que morreu tragicamente e “busca” ela no corpo de outras garotas.
E no caso específico do Japão, há a questão do budismo, especialmente do budismo Terra-Pura, e nessa corrente, amantes, casais e etc, podem renascer juntos na próxima reencarnação, ou no paraíso, se tiverem vencido o ciclo de reencarnações, ainda mais quando morrem juntos.
Veja que, de certa forma, Satou tentou salvar Shio. Mas foi inútil, em vão, pois ela ainda vive, como uma maldição, dentro de Shio. E o ciclo de tragédias vai continuar.
Assim, agradeço a todos que participaram, comentaram e se arrepiaram aqui com a gente. E até o próximo Café com Anime!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Depois do balde de água fria do último episódio, será que o anime continuará encarando o abismo? Ou será que a loucura de Satou finalmente cobrará seu preço?
Confiram:
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Chegou o momento que todos esperavam. A cena que fez Happy Sugar Life entrar para a memória de todos que o assistem. A cena mais chocante, segundo o Diego, desde o celebrado clímax de Made in Abyss que fez a internet espernear.
Hipérbole? De forma alguma. Confiram abaixo:
Pois esse é aquele episódio que nós que lemos o mangá estávamos esperando desde o começo. O Ponto sem Retorno que faz todo o castelo de cartas cair. A cena tão importante, tão chocante que muitos especulavam que seria usada para “fechar” uma possível primeira temporada. A quem quero enganar? estou falando disso aqui, é claro:
Gente, foi uma cena tão marcante (e tão bem dirigida) que fica até difícil escolher uma única imagem. Todas são incríveis.
Eu fiquei quase um minuto parado após o final do episódio. Foi uma direção excelente, um verdadeiro trabalho de arte, mas não foi por isso que fiquei congelado.
Normalmente cenas tão boas, tão potentes assim, eu assisto de novo logo em seguida (tenho feito isso com todos os duelos musicais em Starlight, nessa temporada, por exemplo). E, claro, desde o começo eu estava pensando nisso.
Mas quando tudo acabou eu congelei. Eu não assisti de novo. Eu estava passando mal, como se eu tivesse visto uma morte de verdade acontecer na minha frente. Quero dizer, nunca vi uma morte, não sei se seria assim, mas fique registrado que eu simplesmente não sei o que exatamente eu estava sentindo. Mas era ruim. Fiquei me sentindo mal, mentalmente dizendo, por horas depois.
Essa é uma morte que eu não vou esquecer tão cedo.
Bom, acho que eu não tenho do que reclamar. No episódio passado eu comentei como o anime parecia querer desculpar demais a Satou, colocando o seu primeiro assassinato como um ato para proteger a Shio. Agora, porém, não tem desculpa, e é mesmo uma cena que definitivamente cimenta o status da Satou de uma completa sociopata altamente perigosa.
E diga-se de passagem, essa cena final talvez seja ainda mais impactante justamente porque esse status não estava cimentado ainda. A Satou sempre foi retratada como moralmente ambígua até aqui. Ela usa dos outros, mas não são boas pessoas para começo de conversa. Ela sequestrou a Shio, mas pelo visto achou a garota na rua. Ela matou alguém, mas apenas para proteger a menina.
Ela quase parecia sensata… E ai temos este final.
A direção foi super eficiente em nos deixar perplexos, pois mesmo improvável, a cena dos deu uma mínima ideia de que a Shouko poderia sair viva daquilo.
Depois ela aparecendo toda desfigurada e ferida por ter matada a garota na frente da Shio foi algo extremamente magistral, e que compete com o horror da cena igualmente espantosa do casamento improvisado das duas.
Isso não vem ao caso e estamos analisando a situação na segurança de nossos lares, mas quando a Shouko foi pega tirando foto das duas, o que já foi surpreendente por si só, ela podia ter corrido como o diabo da cruz, além disso, se ela chegasse em um ambiente um pouco mais público, ou começasse a gritar, alguém poderia vir ao seu socorro, seu erro foi ter se deixado levar para dentro do apartamento.
Não há como reproduzir o pavor dessa cena apenas de maneira estática, no traço simples de seu mangá. A combinação de música, animação, pacing e performance foi matadora.
A morte de um pássaro é o sinal de desastre iminente.
Em Happy Sugar Life, podemos dizer sem medo de errar que a morte da Shouko significa que as portas do inferno se abriram.
Ok, ela provavelmente pegou o que tinha à mão, mas não muda o fato de que a execução demandou muito sangue frio. Ela bem que poderia ter matado a amiga com uma única paulada na cabeça, como fez com o pintor e (quase o fez) com o Asahi, lá no começo. Em vez disso, tivemos…. bom, toda essa cena.
Pessoalmente, achei essas cenas quase tão desconfortáveis quanto o assassinato da Shouko. E acho que a intenção foi exatamente essa.
Mas eu trouxe elas aqui para discutir outro ponto. Happy Sugar Life é um tipo de história que já vimos antes: um conto de “child grooming” em que uma figura materna/paterna cria uma criança para depois se envolver amorosamente por ela.
Uma crítica que se faz a esse tipo de enredo é que ele tende a humanizar seus predadores, dando a entender que a iniciativa vem da parte do filho/filha. É o caso de Usagi Drop e Showa Genroku Rakugo Shinjuu, só para falar de memória.
Bom, não sei exatamente o que pensar sobre isso. Por um lado, ninguém pode acusar HSL de sugerir que as ações da Satou são “boas” ou que ela não é uma predadora. Por outro, também me sinto bastante incomodado por esse desabrochar sexual da Shio. O que vocês pensam disso tudo?
Ou esse quase-beijo entre as duas:
Ela não está tão errada, mas o seu conceito não alcança que casamento pressupõe envolvimento sexual e não é mero ato de amizade. O mesmo comportamento se vê nas várias vezes que ela recitou aquele juramento de fidelidade, que é uma espécie clara de votos de casamento.
Tanto é que ela já havia feito estes votos com o irmão!
O que já extrapola em muito qualquer mínimo de bom senso. Isso sem falar na mãe que claramente ficou totalmente pirada e sabe lá o que fez com a própria filha.
É desconfortável ver a Shio ficando mais “relaxada” com a Satou, mas é porque Happy Sugar Life quer nos deixar desconfortáveis mesmo. Quero dizer, sem isso, não pareceria que a Satou está até sendo boa para a Shio? A está criando, afinal, e não podemos falar que a família dela faria muito melhor.
Sem isso, o único “erro” da Satou seria ter sequestrado, e pareceria que a sociedade é que não se importa com a Shio, desde que esteja onde se espera que ela esteja (com a família), independente de seu bem estar.
E bem, talvez a sociedade seja ruim assim mesmo, mas a Satou consegue ser pior, e não só por ser uma psicopata, mas por estar criando a Shio com essa intenção sexual latente.
E devo acrescentar, nesse sentido de desconforto proposital, que mesmo após esse episódio ainda encontro quem honestamente defenda a Satou e defenda que ficar com ela é a melhor coisa para a Shio. O anime está sendo é pouco explícito, se querem saber.
E aqui já avanço que estou tão no escuro quanto vocês. Embora tenha lido um tanto mais, acho que existe uma chance do anime terminar junto com o mangá. Com uns eventuais cortes e adaptações.
Será que vamos aguentar o que Happy Sugar Life vai nos apresentar? Descobriremos amanhã.
Até semana que vem!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Animes de TV não costumam ser elogiados por sua cinematografia. De tempos em tempos, porém, surge uma série que nos faz ficar de queixo caído. Com esse episódio, parece que Happy Sugar Life está entrando para o clube.
Duvida? Então confira abaixo:
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
O anime nunca foi um programa leve, mas nessa semana ele se superou. Happy Sugar Life chega ao seu primeiro episódio verdadeiramente chocante – com uma execução primorosa e um final de doer o coração.
Confiram:
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
A série finalmente chegou à sua metade. Mas entregou o que prometia? Em alguns quesitos, muito mais que isto!
Confiram:
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Existem amores doces, amores amargos e amores perros. E existem não-amores que excitam (e doem) mais que os três juntos. Duvida? Esse episódio dá a prova em contrário.
Confiram:
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Satou chega a uma perversidade inédita, e uma antagonista inesperada dá as caras. Será que essa “vida feliz” continuará açucarada por muito tempo? Confiram conosco!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Eu nunca imaginei que diria isso, mas Happy Sugar Life está se mostrando um dos animes mais lindos da temporada. Duvida? Confira aqui embaixo que nós explicamos.
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.
Um professor predador. Um colega de trabalho traumatizado que parece nutrir uma obsessão doentia por crianças. Um garoto misterioso… que pode colocar tudo a perder. Será que há alguém no mundo de Satou que não seja uma ameaça?
Confiram abaixo: