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Happy Sugar Life – finisgeekis https://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Thu, 28 Feb 2019 15:16:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32&ssl=1 Happy Sugar Life – finisgeekis https://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódios 11 e 12 https://www.finisgeekis.com/2018/10/14/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodios-11-e-12/ https://www.finisgeekis.com/2018/10/14/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodios-11-e-12/#respond Mon, 15 Oct 2018 00:17:18 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20583 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

O lançamento mais controverso da temporada chega ao fim como um terror de primeira: chocante na medida certa, digirido com maestria, apavorantemente humana.

Numa época em que animes sofrem para sobreviver aos anos, Happy Sugar Life deixa calafrios que não vamos esquecer tão cedo.

Confiram:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É isso. Depois de doze episódios, a história de Satou é Shio finalmente chegou ao fim. Como suspeitavamos, o primeiro episódio foi mesmo um foreshadow do que estava por vir. Seu “amor” doentio terminou não em flores, mas numa ruína em chamas.Sei que esse final foi bastante catártico. Na Internet, não faltaram reações acaloradas (para o bem e para o mal). Então vou direto ao assunto: antes de mais nada, vocês estão bem? :stuck_out_tongue: O final os traumatizou de alguma forma?
  • diego gonçalvesDiego
    Bom, pelo menos pra mim esse final não supera a morte da Shouko em desconforto. Não sei se isso me deixa aliviado ou desapontado 😛
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Para mim também não. E eu acho que isso me deixou um tanto desapontado por mais uma razão. Mas não quero me antecipar!
  • cat ultharGato de Ulthar
    O final de Happy Sugar Life foi decente. Teve cenas muito emblemáticas, como o pedófilo loirinho sendo estuprado pela tia da Satou. Mas o que foi difícil de engolir foi a Shio, eu já não estava conseguindo engolir ela nos últimos episódios, mas o jeito dela se portar não foi de uma criança, mesmo de uma que foi vítima de abusos.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    De novo, a Shio pareceu ter amadurecido rápido demais. E entendi a mensagem de ciclo de tragédia que ela se transformar na nova Satou no final quer dizer, mas ainda assim achei um salto meio difícil de explicar. Não obstante essas questões lógicas, em termos de espetáculo foi um belíssimo final.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    A postura da Shio sem dúvida é o grande elefante branco da sala. Vamos começar por ele, então?É algo que me incomoda desde aquele discurso uns episódios atrás, em que Shio parece supernaturalmente amadurecida só por uma conveniência de roteiro. Assistindo a esses dois episódios, no entanto, notei outra coisa.
  • cat ultharGato de Ulthar
    O que notastes Vinicius? Só o que me fez sentir mal pela parte final de Happy Sugar Life foi justamente esse “Elefante Branco”. Lembro que comentamos em algum momento que crianças abusadas sexualmente acabam amadurecendo mais rápido, mesmo assim as atitudes da menina ainda parecem forçadas, pois não me parece o tipo de amadurecimento que se cria com um abuso.A Shio “amadureceu” mentalmente e não sexualmente.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Em algumas tomadas, Shio é mostrada com um canino para fora – o famoso “yaeba ” da cultura pop japonesa, também conhecido como cute little fang em inglês. Que, em animes e mangás, geralmente é sinal de uma personagem travessa, arisca ou de alguma forma peralta.

    Fico me perguntando se o recurso não foi uma forma sutil (e não inteiramente bem sucedida) de mostrar que a Shio já estava mudando, bem antes do final dramático.

    Minha esposa disse ter a impressão de que o Asahi também tinha esse canino para fora. Confesso que não reparei. E também não examinei o anime episódio a episódio para ver quando e de que forma isso aparece.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Yeah… isso funcionaria tão bem quanto sei lá, ela usar uma meia de cada cor.Eu acho que ela querer casar (mesmo sem entender o que isso significa), beijar, aceitar a Satou com tudo o que ela é faz sentido. Ela vocalizar isso racionalmente, ou aquele discurso dela pro Asahi, não faz.

    E vá lá, ela já queria proteger a mãe. Vamos dizer que seja uma pessoa super empática. Isso explica o papo de corações que são vidros vazios (se ela tiver escutado a analogia em algum lugar, o que é possível). Ainda assim, o problema real é a escolha das palavras dela

    Se tivessem feito ela soar uma criança mimada funcionaria. Ao invés, ela soou como a voz do autor explicando o que está acontecendo

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Falando na mãe e no Asahi, eu não sei se compro o desenlace de ambos. Ok, tivemos uma explicação melhor sobre o que levou a mãe a abandonar os filhos. Vê-la envenenar o marido amarrou as pontas de uma forma competente. E de quebra, pelo menos para mim, tornou a personagem bem mais interessante.Mas aquele final específico, com ela ressurgida das cinzas, olhando o hospital de longe? E o Asahi com aquele discurso que, francamente, parece feito sobre medida para dar um microfone para a Shio? Sei que 12 episódios é pouca coisa, mas eu esperava um acompanhamento um pouco mais robusto dessas últimas cenas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eles são a família modelo do anime, né? Normal que os maiores defeitos estejam neles. E só eu fiquei com a impressão que tudo isso só aconteceu porque a mãe desobedeceu os pais e casou com um homem violento? Isso não seria um estranho apelo à tradição e autoridade em uma história que no geral mostra como a sociedade, pelo menos em suas franjas, está quebrada e produz tragédias? Não é contraditório?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sem dúvida que o casamento foi o estopim de tudo (pelo menos, do lado da Shio). Não entendi o ponto sobre a tradição, no entanto. Qual seria o apelo aqui?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ora, a sociedade é o que é por causa, entre outras coisas, das tradições. Então ou você diz que as filhas devem ouvir os pais ou você diz que há problemas estruturais na sociedade
  • cat ultharGato de Ulthar
    Só não acho que os pais não queriam que ela casasse com um homem violento, isso parece algo um tanto incomum quando se critica uma tradição social. Faria mais sentido supor que ela casou por amor com um cara que não foi aprovado pelos pais, e que por acabou se tornando violento com o tempo, ou apenas dava poucos sinais disso antes do casamento. Mas tudo isso é suposição, nem dá apra saber se o autor pensou nisso tudo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, mesmo o desenvolvimento da Shio e do Asahi podem ter parecido estranhos apenas por falta de tempo. Happy Sugar Life fez um trabalho excelente em retratar a Satou, mas ficou devendo do outro lado.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não entendo a dicotomia. É plenamente possível argumentar que a sociedade está quebrada e que é salutar ouvir os pais ao mesmo tempo. Aliás, é possível inclusive juntar os dois argumentos e colocar os pais (ou um pai ou mãe específico) como força de subversão contra a tradição e autoridade. É o que faz por exemplo o romance O Filho do Mestre de Órfãos, ambientado na Coreia do Norte (pra citar só um exemplo que me veio à mente agora.Não acho que Happy Sugar Life quis dizer algo tão específico, justamente porque o background da Shio não foi lá tão bem explorado. Mas salta aos olhos, na minha opinião, como (quase) ninguém no anime tem uma família funcional. A mãe da Shio tinha, mas acabou perdendo-os.

    O que, senão o estopim, também foi uma condição para que a tragédia acontecesse. Se tivesse um porto seguro para o qual fugir com as crianças, as coisas não chegariam naquele nível.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Duas coisas aí: a primeira é uma coisa de lógica, mas talvez se aplique. Como o antecedente é falso, não se pode afirmar nada. Porque a família da Shio e a própria são muito mal desenvolvidos, naturalmente qualquer conclusão aqui além da superfície é só especulação. Estou especulando.Segundo, concordo com a avaliação geral sobre os pais serem importantes e tal, mas não estamos falando do caso geral, e sim especificamente sobre a sociedade japonesa. Não consigo vislumbrar como, na sociedade japonesa, se você tiver pais tradicionais (e não os conhecemos, estatisticamente é o que faz sentido assumir, porém), obedecê-los possa ser subversivo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mas aí você está comprando o panfleto. “Sociedade japonesa” não é um caso específico. É uma generalização,e ao se fiar nela você deixa coisas mais importantes passar.Por exemplo, que a decisão da mãe da Shio não foi um ato de rebeldia contra a autoridade familiar. Foi, sim, parte de uma tradição muito mais funesta: o “casamento de espingarda” quando um jovem é forçado a casar com uma garota que engravida.

    Que ela tenha aceitado participar do acordo a torna tão supostamente “conformista” quanto ter deixado de ouvir os pais a torna “subversiva”. Ser “livre” nunca foi uma opção. Esse universo é fodido e só se pode escolher entre o fogo ou a frigideira.

    Não quero dizer que a família dela é ou não é uma coisa ou outra. Só que não acho, pessoalmente, que essa é a mensagem que o anime quis passar. Para mim, é uma coisa muito mais “de baixo”, mostrando o sentimento de paranoia de vítimas de abuso, e como ele distorce o mundo até que pareça um pesadelo.

    Para que eu e o Fábio não conversemos sozinho, o que vocês pensam disso, Diego e Gato?

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Deixei escapar mesmo, porque não tinha entendido que foi dessa forma. É no mínimo uma interpretação tão boa quanto a minha, e estou curioso para saber se você viu algum elemento apontando que tenha sido o caso?De casamento forçado, quero dizer. De todo modo, eu admito que não tenho base para essa minha interpretação em particular, foi só uma impressão baseada em fragmentos revelados pelo anime e o pouco conhecimento que tenho.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sim, peço desculpas. Acabo de ver que acabei trazendo algo que só apareceu no mangá. Como a mídia é sempre mais prolixa, acabou incluindo mais detalhes da vida dos dois.Aqui está um screen, para que vejam do que se trata:

    O capítulo é o 29, caso queiram conferir na íntegra.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ah, entendi. Bom, ainda assim, na falta de informação, seria uma suposição válida que também explica tudo o que aconteceu.
  • diego gonçalvesDiego
    Bom, eu diria que essa informação do Vinicius meio que resolve o dilema do Fábio, não? Se a mãe foi forçada a se casar, eis ai uma óbvia crítica à tradição. Só é uma pena o anime nunca ter incluído esse “detalhe”. Dito isso, os pais completamente abandonarem a filha porque ela namorou – e engravidou de – alguém que os pais não gostavam me parece denotar que sua família também passava bem longe de funcional. Ou mesmo do ideal tradicional. Mas posso estar enganado.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, perfeitamente resolvido nesse aspecto – que era uma crítica “terciária” minha, se muito.Olhando para a cara de desespero da garota e considerando o quão jovem ela é, me parece que foi estupro mesmo.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Até dava para inserir rapidamente esse background no anime, teria soado bem melhor as coisas.v
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O anime foi bastante parcimonioso com backgrounds. O da Satou é simples, e mesmo assim deixa aberto a especulação: os pais dela morreram e ela foi morar com a tia louca. Minha especulação: todo o resto da família se recusou a ficar com a garota. Como isso é vida real e não um anime de parenting fofo como Usagi Drop, sobrou a louca.
  • diego gonçalvesDiego
    Olha, eu vou dizer que tem bem pouco de “real” na vasta maior parte desse anime :stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu sei.Mas eu o entendo como uma hipérbole do real para criticar algo, não sei se sou o único, mas já disse isso antes.
  • diego gonçalvesDiego
    E o que seria esse “algo”? Porque, francamente falando, e apesar de ter gostado do anime, Happy Sugar Life me soou, tematicamente, apenas a variante mais recente do trope “a humanidade é horrível”.O que, justo, conta como uma crítica, mas é uma bastante superficial. Arriscaria mesmo a dizer que sem a excelente direção, HSL se diferenciaria bem pouco de obras similares.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, boa parte do que falamos até agora é exatamente isso :smile:Os diferenciais todos são técnicos. Happy Sugar Life abusa da linguagem animada para entregar sua mensagem da forma mais pungente possível. A leva ao limite – o limite possível pelo orçamento, claro. E que se diga também que é muita coisa que tenha conseguido evitar que em qualquer momento odiássemos a Satou.

    Parte do que me deixou tão chocado, tão aflito, no assassinato da Shouko, é que eu não consegui ter raiva da Satou.

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Happy Sugar Life faz algo que outros mangás já fizeram (Mahou Shoujo Site vem à mente): dar uma “pausa” na trama principal próximo ao seu quarto final e despejar flashbacks sobre as personagens principais.Acho um jeito um tanto canhestro de desenvolver essas personagens. Pior ainda porque raramente isso é traduzido ao anime de forma apropriada.

    Mas enfim, estamos aqui falando do que esse final teve de ruim, quando na verdade teve muita coisa de boa.

    Eu mesmo não sabia o que encontrar e fiquei positivamente surpreso com a maneira como o castelo de cartas caiu. Quando vi Satou emprestando os passaportes da sua stalker por um momento imaginei se o anime terminaria como um perseguição na estrada, com a tia maluca dirigindo Satou e Shio rumo à liberdade.

    Escrevendo agora, acho que a premissa teria sido hilária. Mas de forma alguma caberia no tão curto tempo de exposição. E não é que não tivéssemos tido escapes tragicômicos de outras naturezas, com o Tayou saltitando pelado e amarrado pelos corredores do prédio em chamas.

    Gente, Happy Sugar Life é uma série doente, hein? Quando assistimos até parece normal, mas basta escrever a respeito que a ficha cai :stuck_out_tongue_closed_eyes:

  • diego gonçalvesDiego
    Tente apenas dar a sinopse desse anime pra um desavisado sem ele te olhar torto. Fica ai o desafio :PMas uma coisa eu achei interessante nesse final foi a cena final de fato, aquele pequeno discurso da Shio. Sim, a menina claramente amadureceu muito além do que seria realista, mas todo aquele momento tem tanto um clima de terror, típico daqueles filmes onde o inimigo sobrenatural nunca é derrotado, apenas muda seu alvo, que eu achei genuinamente muito bom. Denota com perfeição a mensagem sobre um ciclo de desgraça que só faz se propagar.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu concordo. Está implícito que a Shio perpetuará o ciclo vicioso. Se fosse o diretor, eu até enfatizaria isso mais.Terminaria com um time skip mostrando uma Shio já adolescente, cercada de garotos (como a Satou também era). Então ela vê uma criancinha de cabelo rosa, parecida com a Satou, e sente o desejo aflorar. Talvez seu canino exposto ficasse até mais evidente. E aí nós saberíamos que ela virou uma nova Satou, para uma Shio de outra geração.

    Aliás, esse é o vício do Humbert Humbert, protagonista de Lolita, se bem me lembro. Ele teve uma namorada na adolescência que morreu tragicamente e “busca” ela no corpo de outras garotas.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Quase tudo o que a gente diz que é “defeito” deixa de ser se falarmos que o anime é uma história de terror e a Satou na verdade é uma entidade maligna que sempre vai assistir. E a crítica social que o anime porventura tenha não desaparece.
  • diego gonçalvesDiego
    Não apenas não desaparece, como se torna bem mais forte.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não à toa, ele está listado como “terror” no My Anime List.(Entre outras coisas, claro)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pois é, mas acho que ninguém assistiu como anime de terror. E até seu visual, os enquadramentos, as expressões faciais, é tudo obviamente linguagem de terror. Será que muita gente “assistiu errado”? Se sim, por quê?
  • diego gonçalvesDiego
    Tinha gente legitimamente torcendo pra Shio e a Satou ficarem juntas. Não é uma questão de “será”: tinha gente assistindo errado e ponto final :stuck_out_tongue:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Até aí, muita gente assiste filme de terror e torce pro monstro. Carrie é o maior exemplo.Assisti ao último reboot no cinema. A galera levantava e aplaudia em pé a cada morte :joy:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mas pelo menos sabem que é terror.Eu assisti o remaster de O Exorcista com meus amigos e a gente tava vibrando também
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Acho que na nossa época terror ficou um tanto estigmatizado pelo jumpscare (pense Five Nights at Freddy’s) e aquela praga do “seinen psicológico”. Basicamente, se não está tudo escuro, desbotado e não tem gore o pessoal associa a outra coisa.O que é uma injustiça ao próprio gênero. Muitos clássicos de terror iam por vertentes totalmente diferentes. Os filmes do Hitchcock não tinham medo de apelar ao humor. O Homem de Palha (1973), meu terror favorito, é um musical todo colorido!

     

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E não esqueça do gorefest, estilo Another e Higurashi. 
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Tem esse também! Faz tanto tempo que não vejo um que já tinha esquecido. 
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Teve o excelente (ao contrário) Ousama Game ano passado. 
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu particularmente não vi o anime como terror, estava mais para uma aventura de suspense eletrizante, mas entendo perfeitamente os motivos de classificarem o anime como tal. E falando francamente, a Shio não estaria bem com ninguém do enredo que cruzou o caminho dela, talvez, e nem tenho certeza, o irmão seria uma boa opção.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vamos falar então do clímax em si? Não vou dizer que foi mais impactante que a morte da Shouko, mas foi sem dúvida o que mais me deixou desconfortável nesses dois últimos episódios.O salto do prédio em chamas em si foi um exemplo de shinjuu (suicídio duplo), um trope comum da ficção japonesa. Não sei quanto a vocês, mas ver a Satou e a Shio caindo foi para mim bastante desconcertante. Nem tanto pela morte, mas pelo tom com que revivemos aquelas memórias de sua vida em conjunto. Era como se o anime quisesse nos emocionar com sua história de amor.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu acredito que a intenção era passar um sentimento de tragédia, não realmente pelo “amor impossível” da Satou com a Shio, mas sim por toda a situação que levou até aquele momento, a história de vida das duas, os problemas familiares de cada uma, e por ai vai.Uma sensação de que as coisas não precisavam terminar daquela forma, mas terminaram por conta de uma longa cadeia de abusos e erros que, pra jogar sal na ferida, ainda devem continuar com a própria Shio.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Suicídio duplo é um tropo comum de amor trágico, que não se pode realizar. Então sim, o anime quis transmitir exatamente esse sentimento – por isso que exibiu tanto flashbacks quanto cenas de um futuro especulativo. Depois ficamos sabendo que aquilo tudo era imaginação da Satou, e não o enquadramento do próprio anime acerca da situação.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Falando de suicídio duplo e do criativo uso de elementos gráficos diferenciados em Happy Sugar Life, os quais ajudam a criar a atmosfera buscada, lembrei de um filme bastante icônico, Double Suicide, do diretor Masahiro Shinoda, de 1969, baseado em uma peça de 1721 de Monzaemon Shikamatsu, e que conforme o próprio nome diz, gira em torno de um suicídio duplo de um casal.O diferencial deste filme é que ele usa atores vivos controlados por marionetistas, como se fosse o clássico teatro de marionetes bunraku, para proporcionar uma visão fatalista do amor e da esperança e que os seres humanos são fantoches do destino. Mas talvez uma conquista ainda maior no filme seja a forma como apresenta uma mistura perfeita de artificial e humano. E Happy Sugar Life também brinca com essas questões, utilizando elementos não humanos, como potes quebrados e doces, para fazer uma analogia aos sentimentos dos personagens.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Peça de 1721? Com um pouco de sorte estamos falando de um dos codificadores do tropo…
  • cat ultharGato de Ulthar
    É possível. E no Ocidente temos Shakespeare com Romeu e Julieta, que é do século XVI.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Que foi acidental Mas o conceito de amor impossível é similar, simSe não me engano o termo em inglês para isso, “star crossed lovers“, foi criado por Shakespeare, justamente em Romeu e Julieta
  • diego gonçalvesDiego
    Romeu e Julieta não era baseado num conto folclórico da época, este baseado num mito ainda mais antigo? Ou qualquer coisa do tipo?Porque a história em si de amores impossíveis, da pra gente voltar até bem longe da mitologia, do pouco que me lembro.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, o amor impossível em si é provavelmente tão antigo quanto a civilização. Falei do termo em inglês, de uso corrente.
  • cat ultharGato de Ulthar
    E só para constar, em japonês há um termo para suicídio duplo, Shinjū, o que já foi mencionado acho, mas o curioso é que esse termo foi cunhado a partir da peça que eu citei acima, de 1791, Shinjū Ten no Amijima (The Love Suicides at Amijima).Então essa peça deve realmente ter marcado o início da popularidade deste tropo no Japão.

    E no caso específico do Japão, há a questão do budismo, especialmente do budismo Terra-Pura, e nessa corrente, amantes, casais e etc, podem renascer juntos na próxima reencarnação, ou no paraíso, se tiverem vencido o ciclo de reencarnações, ainda mais quando morrem juntos.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Provavelmente também já era algo popular, mas a peça em questão codificou, na ficção, e no geral popularizou ainda mais o conceito, agora moldado segundo o que se viu na peça.Acho que o que diferencia o shinjuu do star-crossed lovers é que, bem, o shinjuu é de fato insolvível. É suicídio, morte. Para o simples amor impossível ocidental há várias soluções menos trágicas, e que se tornaram bastante populares na cultura.

    Veja que, de certa forma, Satou tentou salvar Shio. Mas foi inútil, em vão, pois ela ainda vive, como uma maldição, dentro de Shio. E o ciclo de tragédias vai continuar.

  • diego gonçalvesDiego
    Vai continuar em grande medida porque não devem existir psicólogos nesse universo :stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Por tudo o que eu sei de fato a saúde mental é desprezada no Japão, e na ficção em geral, em animes e mangás muito em particular, psicologia é uma área de pesquisa que simplesmente não existe.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vi algumas pessoas dizendo que a Satou “virou” no meio da queda, usando seu próprio corpo para proteger a Shio. Confesso que estava tão atormentado que não reparei nisso. Vocês repararam?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não lembro agora se virou, mas com certeza protegeu Shio. Ela é muito maior, óbvio, ela se abraçou a garotinha e acho que no momento final a deixou por cimaCom certeza notei a intenção, e sabendo disso tinha certeza que a Shio iria sobreviver. Porque ficção.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu notei. Só não tinha certeza que tinha funcionado até ver a Shio viva no hospital.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, falamos de muita coisa! Acho que podemos ir fechando por aqui então.Comentários finais sobre Happy Sugar Life?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Um dos melhores animes do ano. Com a temporada final terrível que já começou, ele não perde esse posto. E a cena do assassinato da Shouko é uma que vai me acompanhar para sempre.
  • diego gonçalvesDiego
    Certamente uma experiência diferente pra mim. É um desses animes que eu teria completamente ignorado se não fosse pelo Café. A cena da Shouko de fato foi o ponto alto, mas é uma produção bastante sólida de maneira geral, e fico feliz de ter acompanhando.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que podemos dizer que aquela cena foi… Shoukante?
  • diego gonçalvesDiego
    Todos a favor de deixarmos o Fábio de castigo no cantinho durante o próximo Café levantem a mão o/
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Podemos deixar ele de castigo na casa da tia da Satou.:stuck_out_tongue_closed_eyes: Pensando bem não, seria cruel demais
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ainda bem que ela foi presa :cry: 
  • diego gonçalvesDiego
    Falando em preso, como exatamente a policia chegou até o professor? 😛 
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não faço ideia. Talvez o mangá tenha dado alguma pista? Não cheguei a ler esse desenlace final. Nem sei se já foi escrito, aliás.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não que eu me importe também. Ele era um pedófilo abusador e foi preso. Estou feliz com isso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Chegando atrasado, também penso que Happy Sugar Life foi um ótimo anime. E a cena da morte da Shouko foi realmente Shoukante! Vai facilmente para a lista de maiores mortes dos animes dos últimos tempos.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Concordo com tudo o que vocês disseram. Para mim, hospedar essa discussão de Happy Sugar Life foi uma grande aposta. Mesmo tendo lido parte do mangá, não fazia a mínima ideia se a história seria concluída de uma forma satisfatória, se a transição às telas traduziria bem sua loucura – e, mais importante, se eu próprio estava gostando do que via.O resultado foi uma surpresa das mais agradáveis, com uma cena em especial que entrará para os cânones do anime contemporâneo. E tudo isso foi muito mais legal com a participação de vocês aqui.

    Assim, agradeço a todos que participaram, comentaram e se arrepiaram aqui com a gente. E até o próximo Café com Anime!

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Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 10 https://www.finisgeekis.com/2018/09/21/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-10/ https://www.finisgeekis.com/2018/09/21/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-10/#respond Fri, 21 Sep 2018 21:41:08 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20511 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Depois do balde de água fria do último episódio, será que o anime continuará encarando o abismo? Ou será que a loucura de Satou finalmente cobrará seu preço?

Confiram:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E acho que com isso todas as peças se completam não?
    Sabemos o passado da Satou e do Asahi. O que aconteceu com a mãe deles. O que levou a mãe a abandoná-los – e a Satou, a tornar-se sua guardiã. Happy Sugar Life entra em sua reta final, e nós só temos a especular sobre o futuro.
    O “castelo” finalmente foi destruído, e Satou e Shio, expostas ao mundo, precisarão encontrar um outro. O que vocês acharam desse desenvolvimento?
  • diego gonçalvesDiego
    Vou dizer que depois da semana passada, ver Happy Sugar Life vai ser uma experiência complicada… Fiquei o episódio todo esperando alguma coisa dar muito errado, mesmo que pelo que o Vinicius falou na semana passada o “pior” já passou :smile:
    Bom, seja como for, de fato o episódio fechou essencialmente todas as pontas que ainda havia com relação ao passado dos personagens. Daqui nos encaminhamos para o final de fato. Por um lado, esse episódio foi recheado de ótimos momentos.
    Eu gosto como a Satou fica altamente atordoada depois de ter matado a Shouko, mostrando que ela não é bem uma completa sociopata sem emoções, e que fazer algo do tipo a afetou de alguma forma. A Shio honestamente me pareceu um pouco madura demais pra uma menina de… o que, 4 anos? Mas ainda rendeu alguns bons momentos.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Concordo com o Diego: ver a Satou arrasada depois de matar a ex-amiga fez ela ganhar muitos pontos comigo. Continua sendo uma assassina, sequestradora e pedófila, mas “ninguém é perfeito”, né? :smiley:
    Ok, ela é um pouco imperfeita demais para viver em sociedade. Mas a sociedade de Happy Sugar Life parece ser especialmente projetada para criar pessoas incapazes de viver em harmonia e segurança com outras pessoas, como temos notado ao longo de toda a série. Isso não exime Satou de suas culpas, apenas coloca o verdadeiro problema em perspectiva.
    É triste ver tantas pessoas que no fundo são boas, que fariam o bem para outras pessoas, vitimadas pela ciranda de loucura e depravação desse mundo. Shouko, Asahi, Taiyou, a mãe da Shio, além da própria Shio e, claro, a Satou, todos no fundo poderiam ter sido boas pessoas e mereciam essa chance. Mereciam ter vivido vidas felizes. Mas, para cada um por um conjunto diferente de circunstâncias que se entrelaçam, isso não foi ou não será possível.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu concordo com o Diego. Também achei a Shio madura demais para uma criança. E acho que isso me atrapalhou mais do que deveria.
    Quando li o mangá, atribui o diálogo pouco natural a uma possível tradução mal feita. Bom, a do anime de fato parece melhor, embora eu não tenha nível suficiente de japonês para checar tudo frase a frase.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não dizem (não sei se dizem, minha cabeça pode estar me enganando agora) que crianças expostas ou vítimas de violências e tragédias amadurecem mais cedo?
    Eu entendo que pelo menos parte do comportamento da Shio nesse episódio pode ser explicada como reativo, motivado pelo medo de acabar abandonada de novo. Ela é só uma criança e instintivamente sabe que não pode sobreviver sozinha.
    O que realmente me pareceu maduro demais foi sair da boca dela que se sente sendo tratada como uma boneca. Não imagino uma criança tão nova com essa capacidade de raciocínio abstrato. Ela tem que ter escutado isso em algum lugar antes.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Exatamente! Foi conveniente demais. A impressão que me passou foi que o roteirista queria porque queria esse diálogo e o enfiou na boca da Shio mais por necessidade que por plausibilidade.
    Eu não me incomodaria se a Shio se revelasse bem madura para a idade. (Aliás, nem tenho certeza de quantos anos exatamente ela tem. Isso já foi falado? Enfim). O problema é que achei muito drástico esse discurso ter surgido justamente agora, enquanto que ainda no início do episódio ela agia e falava quase como uma neném. Que trauma é esse que causa um amadurecimento no curso de um único dia?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Esse amadurecimento da Shio me parece muito aquele problema típico da indústria dos animes, que eles estão sendo feitos por pessoas sem ou com pouca vivência social. Só isso pode nos dar uma criança de 4 anos maduras nesse ponto da Shio. O amadurecimento que um abuso sexual ou psicológico dá não é dessa forma que se manifestas, é um amadurecimento de atos sexuais, como se masturbar, falar sacanagens, tocar partes sexuais delas mesmas e de outros.
    Mas enfim, foi bastante conveniente para a Satou ver que não pode convencer a Shio da mesma maneira que vinha fazendo deste então. O engraçado é que agora ela realmente admitiu para a Shio que matou alguém e precisavam fugir, e mesmo que a menina não entendesse o que é matar alguém, é algo bastante asqueroso a naturalidade dessa relação.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu entendo que a forma como a Shio se preocupa com os outros e tenta fazê-los se sentir melhor, fisicamente inclusive, é exatamente essa forma de amadurecimento precoce que você descreveu, Gato.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Nesse aspecto eu até posso admitir isso, mas no que concerne a discussão dela com a Satou sobre ela ser apenas uma boneca, isso me soou forçado.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, boa parte do que ela falou foi avançado demais para a idade. Ela simplesmente não tem conhecimento o bastante nem inteligência emocional o suficiente para dizer aquelas coisas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Agora, uma reação que que considerei spot-on foi a cena da Shio sendo abandonada pela mãe. É uma situação absurda, mas que corresponde tão bem a um medo fundamental das crianças que chega a ser honesta.
    Levante a mão quem nunca teve medo de ser abandonado pelos pais na infância. E não digo apenas “perder” os pais ou ser posto para adoção, mas ser largado no canto, sem aviso, como foi a Shio nesse episódio. É um tema super comum também em contos de fada, não sem motivo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Concordo. Esse episódio foi excelente para demonstrar, de forma não muito sutil, que para a Shio a Satou é substituta da mãe.
  • diego gonçalvesDiego
    De fato, embora eu diria que isso já estava bastante claro há um bom tempo já.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu não sei se eu sou o diferente, mas não me lembro de ter tido qualquer medo infantil sobre ser abandonado pelos meu pais. Mas de fato, essa cena foi bem construída para contextualizar o que a Shio sente pela Satou.
    Achei curioso a maneira que a menina encontrou para simbolizar o desespero psicológico da mãe, que é justamente aquele papo de que o jarro vai quebrar e a sua mãe vai morrer.
    Essa cena me deu uma sensação estranha, pois imagino a mãe dela, que já não batia muito bem da cabeça, começar a ficar ouvindo da filha que ela está quase quebrando e precisa ser remendada, isso devia ter assustado ela em demasia.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Pois é. Taí outro ponto que me agradou. O anime deixou bem claro que a relação da Shio com a mãe foi um ciclo vicioso do diabo. A mãe complicava as coisas para a filha, cujas ações pioravam o trauma da mãe, que ficava ainda mais pirada, e judiava ainda mais da Shio…
    Uma cena que ilustrou isso bem foi a tomada do caminhão. A Shio quer agradar sua mãe, então cruza a rua para chegar à loja. Mas ela não vê o caminhão, e causa o susto da vida da sua mãe. De quem é a culpa? Não pode ser só dela, já que ela mal saía de casa e não foi educada sobre os perigos do trânsito.
    Então a mãe resolve prender a filha em casa, o que soa uma ótima ideia até que pensemos nela por mais de 5 segundos. Enfim, é uma espiral do desespero.
    Deixem-me fazer uma pergunta, agora: vocês gostaram disso? Ou prefeririam um drama mais “redondo”, com responsabilidades mais definidas? Como o pai da Shio e do Asahi, que é apresentado como um inequívoco FDP.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu acho que há uma responsabilidade mais definida aqui: é do pai. Foi ele quem “quebrou” a mãe da Shio para começo de conversa (psicologicamente tanto quanto fisicamente), e ela essencialmente reproduz seu abuso em momentos de alto estresse. É verdade que entre o par Shio e sua mãe não há uma culpa clara, mas esse par não existe no vácuo :stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A mãe da Shio comenta sobre seus próprios pais, e não consigo deixar de pensar que o casamento foi contra a vontade deles e a abandonaram por isso. O refúgio número um para mulheres que se separam de seus maridos é a casa de seus pais, mas isso parece nem passar pela cabeça dela.
    Claro que tem o medo de ser encontrada em jogo também, mas ela podia pelo menos entrar em contato para pedir algum tipo de suporte. Acho que essa menção aos pais serve para, mais uma vez, Happy Sugar Life dizer que as coisas não são tão simples, e que a própria sociedade está fundamentalmente quebrada. A culpa objetiva é do pai, claro, mas em outras circunstâncias elas não sofreriam tanto, mesmo que ele fosse igualmente violento.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu apreciei essa loucura crescente da mãe, é algo que fez sentido se analisarmos o contexto de sua história. Já fiquei surpreso por ela ter levado apenas a Shio, pois não era impossível fugir com o filho também, ele até ajudaria a cuidar da irmã menor.
    O problema que é mão deles não era uma pessoa “funcional” estritamente falando, nem dá para saber se ela tinha dinheiro, se conseguiu trabalhar ou se era uma doida varrida em tempo integral. Penso que ela já fugiu do lar quebrada e apenas acabou-se por se espatifar por completo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Já que o Gato mencionou o Asahi, o que vocês acham daquela tomada no fim? Asahi arrastando um taco de beisebol na rua, com sangue nos olhos?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Será que é um flashback no qual ele matou a mãe depois que ele descobriu que ela abandonou a Shio?
    Ou ele arrebentou a cabeça do loirinho pedófilo?
    Pode ser muitas coisas.
    Ou ainda ele quer arrebentar a cabeça da Satou e salvar a Shio?
  • diego gonçalvesDiego
    Eu interpretei ele indo em direção à Satou mesmo. Mas considerando o quanto todo personagem nesse anime é mentalmente quebrado, não duvido de nenhuma das opções do Gato :stuck_out_tongue:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Gosto do Gato porque ele tem as ideias mais depravadas :stuck_out_tongue_closed_eyes: Daqui a pouco vamos descobrir que ele matou a mãe, o pai e está procurando a Shio para terminar o serviço…
  • cat ultharGato de Ulthar
    Creio que as minhas ideias são as mais realistas se levarmos o contexto do anime? :stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Imagine só se descobrimos que ele vive com o cadáver de sua mãe – porque ele queria “viver com ela”, não queria?
    Mas ela abandonou a Shio e estava no geral bastante pirada. Mas não acho que seja o caso. Ele esperou pacientemente até que o pai se matasse em sua vida de vício antes de sair de casa. Claro que pode ter tido um momento de fúria depois, mas enfim. A cena pareceu ser no presente de todo modo, com o celular na mão e a foto que a Shouko tirou e tudo mais.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, se vocês não acham que ela seja um assassino, vocês acham que ele é capaz de ser? Digo, vocês acham que ele tem os colhões para tanto? Até agora, ele não foi exatamente a personagem mais decidida da série. Pelo contrário, ele apanha do começo ao fim.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que ele é capaz, mas ainda é “verde” e pode hesitar por causa disso. Contra a Satou, hesitar seria fatal.
  • diego gonçalvesDiego
    Para proteger a Shio? Não duvido nada. Aparentemente a garota é um imã de malucos, tadinha
  • cat ultharGato de Ulthar
    Tudo é possível, um animal acuado pode se tornar muito perigoso, não duvido que ele ataque a Satou por exemplo, mesmo que hesite inicialmente.
    E deu para ver que ele também é bastante fixado na Shio. Por incrível que possa parecer, ela deve ter alguns feromônios que atraem psicopatase malucos de toda sorte.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vamos ver o que acontece com esse animal acuado então. Até a próxima!
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https://www.finisgeekis.com/2018/09/21/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-10/feed/ 0 20511
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 9 https://www.finisgeekis.com/2018/09/13/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-9/ https://www.finisgeekis.com/2018/09/13/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-9/#respond Thu, 13 Sep 2018 22:00:29 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20506 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Chegou o momento que todos esperavam. A cena que fez Happy Sugar Life entrar para a memória de todos que o assistem. A cena mais chocante, segundo o Diego, desde o celebrado clímax de Made in Abyss que fez a internet espernear.

Hipérbole? De forma alguma. Confiram abaixo:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Geralmente eu começo falando alguma coisa, mas acho que dessa vez darei o privilégio todo a vocês.Por quê?

    Pois esse é aquele episódio que nós que lemos o mangá estávamos esperando desde o começo. O Ponto sem Retorno que faz todo o castelo de cartas cair. A cena tão importante, tão chocante que muitos especulavam que seria usada para “fechar” uma possível primeira temporada. A quem quero enganar? estou falando disso aqui, é claro:

    Gente, foi uma cena tão marcante (e tão bem dirigida) que fica até difícil escolher uma única imagem. Todas são incríveis.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu já assisti muitas mortes em anime. E fora de anime também. E nem estou falando de mortes em histórias em que elas não valem nada, falo de mortes que chocam mesmo.No curso de quase um ano de Café com Anime, trombamos com algumas dessas, não foi? Mas eu não me lembro de uma morte assim.

    Eu fiquei quase um minuto parado após o final do episódio. Foi uma direção excelente, um verdadeiro trabalho de arte, mas não foi por isso que fiquei congelado.

    Normalmente cenas tão boas, tão potentes assim, eu assisto de novo logo em seguida (tenho feito isso com todos os duelos musicais em Starlight, nessa temporada, por exemplo). E, claro, desde o começo eu estava pensando nisso.

    Mas quando tudo acabou eu congelei. Eu não assisti de novo. Eu estava passando mal, como se eu tivesse visto uma morte de verdade acontecer na minha frente. Quero dizer, nunca vi uma morte, não sei se seria assim, mas fique registrado que eu simplesmente não sei o que exatamente eu estava sentindo. Mas era ruim. Fiquei me sentindo mal, mentalmente dizendo, por horas depois.

    Essa é uma morte que eu não vou esquecer tão cedo.

  • diego gonçalvesDiego
    Eu não me sentia tão desconfortável com uma cena em um anime desde aquela cena em Made in Abyss, no ano passado. Mas o que torna esse momento tão impactante nem foi a morte em si da Shouko, mas sim todo o momento anterior.Aquela montagem das duas discutindo, com uma música de fundo mais calma, tudo tentando fazer parecer que aquela cena ia mesmo acabar bem, só para então ela mudar de tom brutalmente no espaço de um segundo. Um segundo, aliás, que o anime soube muito bem como manter. A cena da Satou agarrando a Shouko por trás é rápida, mas dura o tempo exato que precisa para comunicar para onde aquilo vai.

    Bom, acho que eu não tenho do que reclamar. No episódio passado eu comentei como o anime parecia querer desculpar demais a Satou, colocando o seu primeiro assassinato como um ato para proteger a Shio. Agora, porém, não tem desculpa, e é mesmo uma cena que definitivamente cimenta o status da Satou de uma completa sociopata altamente perigosa.

    E diga-se de passagem, essa cena final talvez seja ainda mais impactante justamente porque esse status não estava cimentado ainda. A Satou sempre foi retratada como moralmente ambígua até aqui. Ela usa dos outros, mas não são boas pessoas para começo de conversa. Ela sequestrou a Shio, mas pelo visto achou a garota na rua. Ela matou alguém, mas apenas para proteger a menina.

    Ela quase parecia sensata… E ai temos este final.

  • cat ultharGato de Ulthar
    A Shouko ser morta pela Satou não era de todo inesperado, era até algo bem provável de acontecer, se levarmos em conta o passado da Satou. Mas o cerne da questão é como o anime trabalhou de forma magistral esse ato.Sei que é chover no molhado, mas foi uma execução linda a Shouko sendo esfaqueada, as cores invertidas com o sangue branco como leite, enquanto ela arranha as mãos de sua executora. Foi realmente chocante a construção da cena, com ambas dialogando sem que pudéssemos ouvir suas vozes, o que, ao meu ver, mostra como a Satou ignora tudo e todos e só tem olhos para o seu objeto de adoração, a pequena Shio.

    A direção foi super eficiente em nos deixar perplexos, pois mesmo improvável, a cena dos deu uma mínima ideia de que a Shouko poderia sair viva daquilo.

    Depois ela aparecendo toda desfigurada e ferida por ter matada a garota na frente da Shio foi algo extremamente magistral, e que compete com o horror da cena igualmente espantosa do casamento improvisado das duas.

    Isso não vem ao caso e estamos analisando a situação na segurança de nossos lares, mas quando a Shouko foi pega tirando foto das duas, o que já foi surpreendente por si só, ela podia ter corrido como o diabo da cruz, além disso, se ela chegasse em um ambiente um pouco mais público, ou começasse a gritar, alguém poderia vir ao seu socorro, seu erro foi ter se deixado levar para dentro do apartamento.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Shouko certamente nem cogitou que a Satou fosse uma psicopata assassina. Sequestradora sim, pedófila quem sabe, mas daí a assassina seria um salto de raciocínio que ela não teve tempo e nem tinha motivos para fazer.Por fim, no Japão, gritar chama atenção sim, mas geralmente o tipo errado de atenção. As pessoas iriam fugir dela, virar a cara. Mas quem sabe o policial, que voltou na casa da tia, tivesse escutado, não é?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu já sabia que isso viria, mas preciso dizer que fiquei completamente chocado com a execução. Quando vi aquele passarinho voando e a cena se desenrolando durante o ending até pensei se o anime não feito uma mudança brusca na história.A gente escuta muito por aí o cliché de que “anime é sempre pior que mangá”. Sempre achei isso um julgamento bem perigoso, pois há coisas que só a linguagem cinematográfica é capaz de fazer. E acho que Happy Sugar Life, episódio a episódio, está nos dando um show sobre o potencial da telinha.

    Não há como reproduzir o pavor dessa cena apenas de maneira estática, no traço simples de seu mangá. A combinação de música, animação, pacing e performance foi matadora.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O tema “canário” não está presente no mangá?Ele transmite uma ideia potente no anime. Pequenos pássaros, como canários, são carregados para dentro de minas (ou eram, não sei se ainda se faz isso) porque pequenos, morrem logo em caso de vazamento de gases venenosos.

    A morte de um pássaro é o sinal de desastre iminente.

    Em Happy Sugar Life, podemos dizer sem medo de errar que a morte da Shouko significa que as portas do inferno se abriram.

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu tive de pesquisar porque não me lembrava. Mas sim, ele aparece:
  • cat ultharGato de Ulthar
    De todos que estão envolvidos com a Satou, ela era a única aparentemente normal, sem traumas e perversões aparentes, ela ter morrido antes de qualquer outro foi como se o anime jogasse uma pá de cal por cima de toda a sanidade restante no mundo de Happy Sugar Life.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De fato, é um símbolo poderosíssimo. Eu mesmo tinha pensado no canário como um foreshadow de outra espécie: é um animal caçado por gatos. Que brincam com sua presa antes de matá-los, tal como a Satou “brincou” com a Shoko. Primeiro com todo aquele introito “pacífico”. Depois com a morte em si, que foi feita com o maior sangue-frio.Aliás, assistindo a cena de novo agora, notei que ela usa uma santoku. É um tipo de faca japonesa de cozinha, usada para picar legumes e coisas do tipo. Não é exatamente uma arma feita para cortar jugulares. Não tem muita ponta. A lâmina é quase reta. Você percebe pelo jeito que ela a segura (e pela força com que prende a Shouko no lugar) que o movimento é super antinatural.

    Ok, ela provavelmente pegou o que tinha à mão, mas não muda o fato de que a execução demandou muito sangue frio. Ela bem que poderia ter matado a amiga com uma única paulada na cabeça, como fez com o pintor e (quase o fez) com o Asahi, lá no começo. Em vez disso, tivemos…. bom, toda essa cena.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Curiosidade (episódios assim eventualmente me deixam cheio de curiosidade e eu saio pesquisando as coisas mais inofensivas): O nome da Shouko é escrito em japonês しょうこ, com hiraganas. Por quê? Sei lá. Mas o que mais é Shouko em japonês? Evidência (証拠).Nomes podem carregar significados porque os kanjis que os compõe têm significados, mas o nome da Shouko é escrito com um alfabeto fonético, então não tem significado imediato. Mas poderia ser escrito como evidência, prova. Que foi exatamente o que a garota conseguiu antes de morrer.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Considerando o simbolismo escancarado dos outros nomes (“Satou” significa açúcar e “Shio” significa branco), eu duvido muito que tenha sido uma coincidência…
  • diego gonçalvesDiego
    Bom, podemos falar um pouco mais do restante do anime? :stuck_out_tongue: O final foi incrivelmente impactante, mas aconteceram algumas coisas interessantes nos outros 20 minutos. Por exemplo, eu gostei bastante do começo, quando o irmão da Shio duvida do aviso dado pelo Tayou. Mostrou que o garoto é mais esperto do que imaginávamos.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ou que o Taiyou é incrivelmente incompetente. É lógico que o Asahi ia se lembrar dele, eles não se conheceram em um momento qualquer.A pergunta do Asahi que o deixou em apuros tinha uma resposta muito simples: “eu acabei de voltar e encontrei isso ontem/anteontem”. Ele com efeito estava sumido, teria colado se ele respondesse com a convicção de um bom mentiroso.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sobretudo um sujeito com a cada do Tayou. Não é todo dia que se vê um garoto com tic-tac no cabelo. Eu cheguei a usar por um tempo, quando deixei o cabelo crescer, e chamava bastante a atenção. Não à toa, foi a primeira característica mencionada na conversa com a Shouko.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que ninguém consegue levar o Tayou a sério, nem dá para chamar o irmão da menina de inteligente ou algo que o valha.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mas já que estamos falando do restante do anime, há outro ponto que gostaria de levantar.Nesse episódio, tivemos insinuações muito fortes da Shio para com a Satou. Que chegam quase a um nível sexual. Isso tudo culmina no infame “casamento”, que é posto como meio iniciativa dela.

    Pessoalmente, achei essas cenas quase tão desconfortáveis quanto o assassinato da Shouko. E acho que a intenção foi exatamente essa.

    Mas eu trouxe elas aqui para discutir outro ponto. Happy Sugar Life é um tipo de história que já vimos antes: um conto de “child grooming” em que uma figura materna/paterna cria uma criança para depois se envolver amorosamente por ela.

    Uma crítica que se faz a esse tipo de enredo é que ele tende a humanizar seus predadores, dando a entender que a iniciativa vem da parte do filho/filha. É o caso de Usagi Drop e Showa Genroku Rakugo Shinjuu, só para falar de memória.

    Bom, não sei exatamente o que pensar sobre isso. Por um lado, ninguém pode acusar HSL de sugerir que as ações da Satou são “boas” ou que ela não é uma predadora. Por outro, também me sinto bastante incomodado por esse desabrochar sexual da Shio. O que vocês pensam disso tudo?

  • diego gonçalvesDiego
    Eu sinceramente não lembro de nada de mais por parte da Shio exceto o pedido de casamento – mas talvez o final chocante tenha apagado quase todo o resto do episódio da minha memória…
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Estou falando de coisas como esse “ataque de fofura”, cuidadosamente enquadrado para aludir a um ato sexual:

    Ou esse quase-beijo entre as duas:

  • diego gonçalvesDiego
    Ah sim, esses pedaços. Bom, o primeiro é mais um caso de enquadramento mesmo, mas o segundo foi de fato meio esquisito. É possível ser algo que a Shio tenha visto em algum lugar, mas não deixa de ser bizarro.Dito isso, e provavelmente extrapolando e muito as intenções da obra, um momento do tipo bem pode servir pra marcar o “fim da inocência” não da personagem, mas do anime como um todo, dado o final.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Esse tipo de cena demonstra bem o “fim da inocência” aludido pelo Diego. Acho que já falamos disso lá no começo do anime, mas que é comum crianças expostas a violências replicarem comportamentos adultos, inclusive comportamentos totalmente inapropriados para crianças.Além disso, é visível que para a Shio o casamento não possui o mesmo significado que possui para qualquer um de nós. Na sua mente em desenvolvimento o casamento é uma forma de duas pessoas selarem um pacto para ficarem juntas para toda a vida.

    Ela não está tão errada, mas o seu conceito não alcança que casamento pressupõe envolvimento sexual e não é mero ato de amizade. O mesmo comportamento se vê nas várias vezes que ela recitou aquele juramento de fidelidade, que é uma espécie clara de votos de casamento.

    Tanto é que ela já havia feito estes votos com o irmão!

    O que já extrapola em muito qualquer mínimo de bom senso. Isso sem falar na mãe que claramente ficou totalmente pirada e sabe lá o que fez com a própria filha.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Provavelmente ela aprendeu os “votos” e muitas outras dessas coisas em casa, por observação ou porque fizeram com ela. Em Usagi Drop (só no mangá) e em Rakugo Shinjuu somos pegos de surpresa quando descobrimos que as crianças se interessaram sexualmente por seus guardiões, que foram sempre adultos corretos e que efetivamente agiram apenas como pais.Não faz sentido, é só fetiche, por isso irrita e frustra. Já em Happy Sugar Life é óbvio que é para isso que a Satou está criando a Shio. Talvez ela ainda não esteja se fazendo nada demais além de ser uma guardiã excessivamente cautelosa (com o mundo externo, porém bastante irresponsável com o interno), mas ela também não faz nada para impedir, e a Shio já tem uma bagagem que, digamos, “serve” para isso.

    É desconfortável ver a Shio ficando mais “relaxada” com a Satou, mas é porque Happy Sugar Life quer nos deixar desconfortáveis mesmo. Quero dizer, sem isso, não pareceria que a Satou está até sendo boa para a Shio? A está criando, afinal, e não podemos falar que a família dela faria muito melhor.

    Sem isso, o único “erro” da Satou seria ter sequestrado, e pareceria que a sociedade é que não se importa com a Shio, desde que esteja onde se espera que ela esteja (com a família), independente de seu bem estar.

    E bem, talvez a sociedade seja ruim assim mesmo, mas a Satou consegue ser pior, e não só por ser uma psicopata, mas por estar criando a Shio com essa intenção sexual latente.

    E devo acrescentar, nesse sentido de desconforto proposital, que mesmo após esse episódio ainda encontro quem honestamente defenda a Satou e defenda que ficar com ela é a melhor coisa para a Shio. O anime está sendo é pouco explícito, se querem saber.

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Uau… é incrível como não falta gente disposta a defender qualquer tipo de coisa…Bem, eu adoraria dizer que tem “mais”, mas a verdade é que esse foi o grande momento da história. A morte da Shouko é o peteleco que derrubou o castelo de cartas da Satou. Tudo o que acontece depois – que, na verdade, está acontecendo agora – é consequência disso. Acho que já temos ingredientes na mesa para tentar adivinhar o que vem pela frente, não?

    E aqui já avanço que estou tão no escuro quanto vocês. Embora tenha lido um tanto mais, acho que existe uma chance do anime terminar junto com o mangá. Com uns eventuais cortes e adaptações.

  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu fiquei sob a forte impressão que a Shio vai ferrar grandão tentando assar um bolo para a Satou. E se isso não provar para o mundo inteiro que a psicopata não é uma boa guardiã, não sei mais o que poderia.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu diria que uma investigação policial sobre o desaparecimento da Shouko levaria até a Satou, mas ai eu lembro que existe um total de dois policiais nesse universo e eles são bem incompetentes :stuck_out_tongue:Então acho que será o irmão da Shio que vai trazer o fim da Satou.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Um dos policiais inclusive provavelmente estava no edifício no momento do crime, gastando suas horas pagas pelo contribuinte em serviços, digamos, pessoais :stuck_out_tongue:E é impossível que o Asahi chame a polícia. Ele deveria, mas não o imagino fazendo isso.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Nossa, e tem esse policial ainda. O resto do episódio foi tão chocante que até me esqueci que ele decidiu voltar para a segunda date :stuck_out_tongue_closed_eyes:
  • cat ultharGato de Ulthar
    No fundo das contas Happy Sugar Life é uma obra imensamente non-sense, mas bem, isso não é necessariamente ruim, mas em virtude disto somos expostos a situações totalmente bizarras e inimagináveis, a não ser que quase todos os japoneses sejam pervertidos sociopatas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E eu acho que é justamente isso que tanto apavora. Em uma realidade kafkiana cheia de perigos a cada esquina, nunca sabemos o que esperar.E com esse episódio já vimos que nada está fora de cogitação….

    Será que vamos aguentar o que Happy Sugar Life vai nos apresentar? Descobriremos amanhã.

    Até semana que vem!

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Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 8 https://www.finisgeekis.com/2018/09/07/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-8/ https://www.finisgeekis.com/2018/09/07/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-8/#respond Fri, 07 Sep 2018 13:32:36 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20395 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Animes de TV não costumam ser elogiados por sua cinematografia. De tempos em tempos, porém, surge uma série que nos faz ficar de queixo caído. Com esse episódio, parece que Happy Sugar Life está entrando para o clube.

Duvida? Então confira abaixo:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bem vindos a mais uma sessão do Café com Anime!
    E não é que tivemos o episódio mais contrastante até agora? Duas pontas importantíssimas da trama foram puxadas de uma única vez. E a execução de cada uma não poderia ter sido mais diferente!
    Confesso que tenho sentimentos diferentes sobre cada uma das duas metades. Mas antes de as discurtirmos em particular, vamos discutir o episódio como um todo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que a importância maior desse episódio foi ter estabelecido que a Satou não é uma psicopata.
    Bom, ok, hoje ela é, ela arranca olhos de valentões nas ruas, mas seu ato de violência original foi plenamente justificado. Legítima defesa. Se tivesse alguém que testemunhasse em seu favor, poderiam chamar a polícia na cena do crime que ela seria inocentada.
    Naquelas circunstâncias isso fica duvidoso, e ela já não batia bem da cabeça, matar alguém deve ter clicado algo na cabeça dela e aí a desgraça começou.
    Quero dizer, isso tudo ainda pode mudar caso descubramos que a Satou também está na luz da violência que colheu a mãe da Shio. Seria outra reviravolta. Vamos ver.
  • diego gonçalvesDiego
    Que a Satou tenha agido em legitima defesa é algo que eu ainda não digeri já muito bem. Parece uma tentativa do anime de empurrar pra gente que “ah, mas veja bem, ela não é tão ruim assim”. Sei lá, não me pareceu cair lá muito bem.
    Fora que novamente vemos como naquele mundo só tem psicopata: até o seu vizinho de alguns andares acima pode na verdade ser um obsessivo capaz de assassinar criancinhas. Não surpreende nem choca mais.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Gato, você é o advogado entre nós. Acha que aquilo constitui legítima defesa? Pelo que eu entendi, quem estava em perigo era a Shio, não a Satou, não foi? Não é um requisito que a própria pessoa esteja em risco?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Constitui, é o que chamamos de legítima defesa de terceiro.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não sei como é no Japão, mas no Brasil acredito que exista sim o conceito de legítima defesa de terceiros. Mas no Brasil a legítima defesa deve ser “razoável”. Talvez a Satou não escapasse.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Não conheço a lei japonesa, mas estes são princípios básicos do direito penal, com pouca variação entre a maioria dos países.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E claro, tem o vilipêndio e a ocultação de cadáver depois :stuck_out_tongue:
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que a Satou poderia escapar, o pintor estava estrangulando a menina, a Satou simplesmente bateu nele com o cavalete, mais que uma vez, sim, mas ela é uma garota, um homem é geralmente mais forte, ela precisava se certificar que ele não revidaria.
    Quanto a ocultação de cadáver, foi motivada não pro premeditação, mas por medo.
    Um bom advogado no Brasil conseguiria fazer responder apenas por ocultação de cadáver.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ela não tem nem boa família, que dirá bom advogado. E acho que esse é todo o ponto do anime.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Vilipêndio não se aplicaria, o interesse era a ocultação, não realizar qualquer outro tipo de ato com o cadáver.
    Digo no Brasil, não sei se há defensores públicos no Japão, mas se eles forem que nem no Brasil, pobre da Satou.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    É aquela coisa de não ser processado duas vezes pela mesma coisa?
  • cat ultharGato de Ulthar
    É que um crime sobrepôs o outro, o cadáver pode até ter sido vilipendiado, mas o interesse e o ato de ocultação foi o mais grave.
  • diego gonçalvesDiego
    O Japão tem uma porcentagem de condenação de 99%, não? Acho que se a Satou pisar na delegacia ela não sai de lá, pouco importa o quão bom seja o advogado.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mas ela é uma colegial fofa :joy:
    Segundo animes, ela deveria ser inocentada de tudo porque naturalmente pura.
    O Japão tem um corredor da morte tenebroso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Tem a questão também do juri popular. Somente em 2009 o Japão adotou julgamentos com juri popular. É algo super recente na história do Japão.
  • diego gonçalvesDiego
    Segundo esse anime, o juri seria composto por estupradores pedófilos devoradores de criancinhas que iam rir com risadas diabólicas enquanto mandam ela pra dentro de um vulcão ativo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu fico me perguntando se essa relação… peculiar com a justiça tem a ver com o papel… também peculiar da lei e do Estado nesse anime.
    Estou aqui tentando pensar em outros animes que falam sobre crime. E, em paralelo, sobre obras que falam sobre investigação policial e julgamentos.
  • diego gonçalvesDiego
    Detective Conan?:smile:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Game of Laplace?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu não assisti a nenhum dos dois, então vocês me digam se é pertinente ou não. O que me veio à mente especificamente é que não me lembro de procedurais de polícia ou justiça japoneses (algo no estilo Law & Order).
    É o tipo de coisa que, para o bem ou para o mal, romantiza as engrenagens da justiça. Mas também familiariza as pessoas com seu funcionamento. Ou, pelo menos, cria uma “imaginação popular” onde esses processos existem.
    Happy Sugar Life, pelo menos, não é só um anime em que todo mundo é maligno ou traumatizado. Ele mostra um universo em que essas instituições simplesmente não fazem parte da experiência das pessoas.
    O que ok, casa com a proposta de mostrar uma versão absurda de mundo pelos olhos de vítimas de trauma. Mas eu fico me perguntando se não há um padrão aí em algum lugar.
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que não lembro de nada no nível de um Law & Order. Mesmo os dois que mencionamos são mais voltados para a investigação, não para o que acontece depois que o culpado é preso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    No Japão, procurar a justiça para resolver as pendências pessoais é um tanto humilhante, algo até constrangedor, por isso não há tantos advogados assim no arquipélago nipônico, totalmente ao contrário do que ocorre no Brasil, que é um país extremamente litigante, todo mundo procura o judiciário para absolutamente qualquer pendência.
    Esse aspecto japonês mostra como os japoneses são individualistas, não querendo se meter nas vidas dos outros e nem querendo que os outros se metam na sua vida, mesmo que for para ajudar.
    A perspectiva mais realista sobre o poder judiciário japonês eu tive por intermédio da leitura da tetralogia Mar da Fertilidade, do celebrado escritor japonês Yukio Mishima, nesta série de livros o protagonistas iniciou como um estudante de direito, depois virou um juiz e por fim se tornou um advogado.
    É curioso que no Japão até na instância inicial haja três juízes, e sim, há uma predisposição a condenar em processos criminais. No que tange as leis, desde o início do século XX, as leis japonesas beberam muito das fontes alemãs italianas, como a maior parte dos países democráticos, inclusive o Brasil.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Acho que era justamente aí que eu queria chegar. Acho que já comentamos aqui desse individualismo em Happy Sugar Life, e como tudo podia ser diferente se alguém abrisse os olhos.
    Falando em olhos, está aí uma coisa que não dá para deixar passar nesse episódio. Essa primeira metade, sobre o passado da Satou e seu “crime”, foi narrada de uma forma bastante peculiar. Nós acompanhamos a cena inteira pelos olhos do artista que ela assassinou. Ao mesmo tempo, não o ouvimos falar um único instante.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mas sabemos tudo o que ele disse:smiley:
    Episódio genial.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Foi fantástico! Não é de hoje que eu digo que essa série é linda, mas essa semana ela se superou. Eis uma história que podia ter sido contada de qualquer jeito, que não tem nada de especial, mas que um flair artístico elevou acima do óbvio.
    Bom, o Fábio eu já vi que está na minha página. E vocês, Diego e Gato, concordam? Ou acham que a forma passou por cima do conteúdo?
  • diego gonçalvesDiego
    Eu não sei bem o que pensar do recurso em si de colocar o espectador literalmente dentro da vítima. O anime quer que nos identifiquemos com ele? Por quê? Apesar disso, a forma como conduziram os diálogos foi mesmo excelente.
    O fluir da conversa foi bastante natural, o que é bem difícil de fazer em cenas desse tipo, que frequentemente saem bastante artificiais com aquele que pode falar repetindo tudo o que o outro disse só para informar ao espectador o que foi falado. Nesse sentido, palmas para o anime.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que não é para nos identificarmos com ele, porque nem sabemos quem ele é. É só para vermos do ponto de vista dele, o que … ok, é um recurso utilizado normalmente para identificação com personagem, mas acho que não foi o caso dessa vez. Não posso me identificar com uma ideia de uma vítima sem rosto.
    Acho que serviu para vermos como a Satou era antes de conhecer a Shio. Isso é importante. E adicionalmente contou um flashback que, por si só, como o Vinicius disse, não é nada demais (principalmente em Happy Sugar Life), de um jeito muito mais interessante.
  • cat ultharGato de Ulthar
    É tudo uma questão estilística, contar da maneira que o anime fez com a história do pintor foi um recurso visual interessantíssimo. O anime já mostrou que usa e abusa de recursos narrativos diferentes do habitual.
    Isso é bom? É ótimo!
    Sempre é bom ver esse tipo de recurso utilizado em um anime. Claro que muitas vezes isso mascara falta de conteúdo, mas não foi o caso. Foi realmente interessante ver que o pintor realmente só achava a Satou linda quando estava incompleta e triste, é algo com uma grande dose de poesia.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu concordo com o Fábio. Não acho que o episódio quis que nos identificássemos com o sujeito. Nós saímos dele sabendo quase tão pouco quanto sabíamos antes.
    Aliás, é uma coisa interessante de um ponto de vista simbólico. Por um lado, nós temos o olhar dele sobre a Satou. Tudo o que acontece, tudo o que deixa de acontecer vêm até nós pelo seu ponto de vista. Mas a “versão” daquilo que se passa é dela. Ele nunca ganha voz para expressar o que está sentindo. Mesmo quando “lemos” seus pensamentos, eles são apenas isso: pensamentos na tela.
    Será que não seria tudo (ou parte) imaginação da própria Satou? Será que não há nada faltando por aí? Uma peça que explique como o sujeito-artista virou o sujeito-vou-matar-essa-criança de ciúmes?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Bom, é fato que só temos o tal “ponto de vista da vítima” quando a Satou estava presente, então não é assim tão independente dela. Pode até ser só o olhar dele, mas é uma seleção bem particular de “olhares” dele. Isso, em si só, pode modificar o significado da história.
    Acho que ele apenas não é importante o suficiente para ter um rosto, então ele não tem, mas ao mesmo tempo ele poderia “não ter um rosto” de várias formas diferentes, e Happy Sugar Life já explorou outras formas em outros casos.
    Então temos que entender que há sim uma escolha deliberada nessa forma e que ela tem sim a intenção de carregar também significado, suponho. Qual significado?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Ressaltar a paranoia de Satou, que se vê sempre como um objeto da ação de outros, não como ela própria uma agente da maldade? Reproduzir uma espécie de confessionário? Uma oportunidade para a Satou, que acompanhamos até aqui, de finalmente sentar e nos explicar o que acontece? Um palpite de que o sujeito não importa, e que ela foi vitimada não por um sujeito específico, mas por uma espécie de “everyman”? Alguma metáfora sobre o olhar masculino?
    Acho que minha imaginação acaba aqui. Vocês têm alguma outra ideia?
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que o maior problema é porque esse recurso em específico. Se era só pra não dar um rosto ao cara, é como o Gato disse, já tivemos outros recursos no anime. Talvez seja só vontade de dar uma variada? Ou talvez porque os outros recursos fariam o cara parecer muito mais monstruoso do que ele deveria parecer no começo?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que da maneira que foi mostrada a crescente perversão do pintor em relação a Satou, propiciou uma imersão adicional no que a própria Satou representava, alguém incompleta que passou a se completar quando descobriu a menina.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Talvez a Satou fosse tão vazia na época que não faria sentido assistir do ponto de vista dela, o normal do anime?
    Ou talvez tenha a ver com a circunstância japonesa, já mencionada antes. Apesar de tudo, ele não sabia nada de verdade sobre ela, e ela nada sobre ele. Satou se ofereceu para fazer sexo com ele. Quis abrir as pernas, mas nunca passou pela cabeça de nenhum deles abrir o coração. É quase como se apesar de tudo, ninguém tivesse nenhuma conexão com ninguém.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Com base em tudo isso, o que vocês acharam da segunda metade do anime? Tivemos um desenvolvimento bastante bombástico da bomba relógio tayou-shoko-asahi. Contada, diga-se de pessagem, de uma forma muito mais convencional.
    De minha parte, confesso que achei a estrutura do episódio um tanto contrastante demais. A primeira metade foi uma masterclass em sutileza em uma série que até então não prezava pela qualidade.
    Daí tivemos uma aparição privilegiada justamente do Tayou!
    Preciso ser sincero: não curto muito a personagem. De todos os traumatizados de plantão de Happy Sugar Life, acho ele o mais forçado de todos. E a sobreposição dele com a “origem” da Satou só escancarou isso para mim.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ele é uma vítima mais crível, assistimos ele desde o começo. A aversão a mulheres que ele adquiriu é absolutamente compreensível. Talvez ele pareça tão deslocado justamente por ser tão normal? Bom, suponho que o abrigo na pedofilia seja a bizarrice própria dele.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Ah sim, o seu trauma é totalmente compreensível. Já a atração doentia pela Shio me pareceu mais absurda. Se tivéssemos algum contexto sobre o tipo de abuso que recebia da ex-chefe talvez isso fizesse mais sentido (i.e. a predadora era obcecada com “pureza”, mandava-o tocar nela daquele jeito que toca na Shio etc).
  • diego gonçalvesDiego
    Concordo com o Vinicius, o trauma do Tayou é um dos mais tristemente reais do anime, mas a sua atração pela Shio soa como puro recurso do roteiro.
  • cat ultharGato de Ulthar
    O Tayou, além de tudo que vocês já falaram, é o personagem mais dissociado da realidade no que diz respeito à Shio, sendo igualmente um elemento até cômico, se é que algo pode ser cômico, em Happy Sugar Life.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom saber que estamos na mesma página!
    E com isso acho que os deixo por aqui, pois logo mais teremos episódio novo. Até a próxima!
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https://www.finisgeekis.com/2018/09/07/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-8/feed/ 0 20395
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 7 https://www.finisgeekis.com/2018/08/30/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-7/ https://www.finisgeekis.com/2018/08/30/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-7/#respond Thu, 30 Aug 2018 22:34:12 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20378 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

O anime nunca foi um programa leve, mas nessa semana ele se superou. Happy Sugar Life chega ao seu primeiro episódio verdadeiramente chocante – com uma execução primorosa e um final de doer o coração.

Confiram:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Estou tentando mensurar o quão depravada a tia da Satou é. Será que vocês podem me ajudar?
    Vejamos, ela é uma masoquista submissa. E não do jeito saudável, BDSM. Ela sente tesão em se auto-destruir, colocando-se em situações degradantes que bem podem comprometer sua integridade física e mental.

    Ela se esfregou contra um policial, em um mundo em que desacato à autoridade aparentemente não existe (quem dirá assédio sexual).

    Ela inspirou na Satou a coisa mais parecida com “medo” que vimos até agora.
    E, se não fosse o bastante, ela está viva, morando ao lado da protagonista!
    Esqueci de alguma coisa?
  • cat ultharGato de Ulthar
    O Vinicius acompanha o mangá, não sei o seu nível de surpresa, mas por esta eu não esperava, foi de longe meu episódio favorito. Quem diria que a Satou tinha um plano de contingência?
    O episódio começa com o que parece um flashback da Satou matando a tia, mas não passou de um devaneio do depravado do professor, essa foi a primeira pequena surpresa do episódio. Ver os os policiais na porta foi algo incrível.
    Eu realmente não esperava que a tia morasse em outro apartamento e que ela só atendesse a porta com um toque em específico da Satou, isso a livrou de uma grande enrascada, conseguiu se desvincilhar momentaneamente da amiga intrometida e do professor perturbado.
    E a cena com o policial, uau! Foi algo incrível, fiquei sem palavras.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De fato, quando li essa parte no mangá a achei uma das, senão A mais surpreendente reviravolta da história. Demorei até para fechar a cabeça em torno disso.
    Para mim estava tão claro que a tia da Satou tinha sido morta que comecei a cogitar absurdos. Por exemplo, que aquilo era um sonho, ou que toda a existência da Shio tinha sido um delírio. Ou então que aquela não era a tia da Satou de verdade, mas uma atriz, alguém fingindo ser sua parente.
  • diego gonçalvesDiego
    Em primeiro lugar: eu tive de me contar pra não rir alto na cena da tia literalmente se jogando pro policial :stuck_out_tongue: Deve ter sido um dos momentos mais trash do anime até aqui, e só consigo imaginar a policial feminina parada lá olhando a coisa rolar enquanto a tia só faltava arrancar a roupa do parceiro. Mas bom, eu já estou surpreso com o fato de que existe polícia nesse mundo, acho que posso aceitar que não exista desacato a autoridade :stuck_out_tongue:
    Quanto à tia em si, numa escala que vai de “leu 50 tons de cinza e agora se acha praticamente de BDSM” até “precisa de internação psiquiátrica urgente” a mulher claramente está no segundo grupo. Mas bem, agora faz sentido os flashbacks da Satou.
    E nossa, o final do episódio conseguiu ser trágico na medida certa. No fim a amiga não consegue lidar com tudo aquilo, e a Satou termina afirmando que não sabe o que “amigo” significa.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Passou pela minha cabeça que a Shio poderia ser um delírio da Satou também. Me desvencilhei da ideia rápido, porém, porque outras pessoas já viram a menina – e no tempo presente. Bom, ok, a tia dela está viva, faz sentido, eu nunca pensei que ela tivesse matado a tia mesmo, sempre tive para mim que ela invadiu outro apartamento para isso. Acho que ela deu a entender isso quando falou sobre uns episódios atrás.
    A parte de levar a Shoko lá foi o ponto alto do episódio. Os policiais foram coadjuvantes para a Shoko testemunhar em primeira mão toda a depravação da tia da Satou. Acredito que era o que a Satou queria desde o começo. Não é que ela tenha medo de revelar que está morando com a Shio. Bom, ela é louca mas não é burra, tem isso também, mas não acho que seja o mais importante.
    A Shoko disse que queria conhecer melhor a Satou, então que forma melhor de fazer isso do que a apresentando para a pessoa que a criou? A gente às vezes reluta a reconhecer, demora a perceber, mas temos em nós muito de nossos pais, o que inclui muito especialmente seus vícios e defeitos. A Satou não é masoquista, mas creio que já sabemos muito bem de quem ela aprendeu aquela lábia sedutora e assustadora, não é?
    E provavelmente isso já foi problema para a Satou no passado. Talvez mais traumatizante do que ter uma tia louca, tenha sido ser rejeitada pelos outros por causa disso. Ela não só nunca aprendeu o que é o amor romântico ou o amor parental, como ela nunca aprendeu o que é o amor de amigo também. Ela nunca conheceu nenhuma forma de afeto. Sempre que alguém chegou muito perto dela, viu sua tia – literalmente ou metaforicamente – e se afastou.
    A Shoko, racionalmente, queria abraçar a Satou. Emocionalmente aquilo foi pesado demais para ela.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Falando em lábia sedutora, eu preciso compartilhar com vocês um detalhe que por muito pouco não deixei passar.
    Da primeira vez que vi aquele “quarto do fedor” fiquei coçando a cabeça me perguntando que diabos era aquilo. A primeira coisa que me veio à mente foi uma espécie de cativeiro para a Satou. Afinal, tem só uma cama.

    Mas aí vi todos esses papéis higiênicos descartados e me lembrei que, em animes e mangás, isto geralmente é indício de sexo. Aparentemente, no Japão é costume limpar os fluidos com papel (e largá-los por aí) em vez de, sei lá, tomar uma ducha.
    Enfim, nós vemos isso em Oyasumi Punpun, que mostra uma garota se limpando depois do coito. E também em Okusama wa Mahou Shoujo, em que a mera presença de um papel higiênico amassado já faz uma personagem entender que alguém transou naquele ambiente.
    Ou seja, aparentemente aquilo era um quarto do sexo. E nem vou falar do tipo de pessoa que aceitava entrar com ela naquele lugar, dado seu fedor e aparência…
    Isso torna essa outra cena muito mais perturbadora. Satou aparentemente flagrou sua tia durante uma transa degradante. O ursinho de pelúcia rasgado é um símbolo óbvio (e já bastante batido) dessa perda de inocência.

    Mas o pior é o contexto em que ela aparece. Da forma como o anime mostra, é como se a tia estivesse falando diretamente para a Satou!

    Eu sei que monólogos de anime não são lá muito confiáveis. Às vezes, não passam de info dumps convenientes. Mas vocês não tiveram a impressão de que ela estava se oferecendo para a sobrinha?
    Será que a Satou foi diretamente abusada pela tia nesse contexto? Ou, sei lá, induzida a participar (mesmo como espectadora) das suas perversões?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu tive essa impressão também. Quero dizer, no começo do anime eu já achava que a Satou tivesse sido abusada sexualmente, depois passei a acreditar que ela tivesse sido “apenas” espancada, e agora acho que não é nem um nem outro, propriamente.
    A tia é bastante insistente, mas não chega a forçar o policial a fazer algo. Ela quer que ele faça algo, mas quer que ele escolha o que fazer. Qualquer coisa. Se para um adulto é desconcertante passar por isso, para uma criança deve ser simplesmente um pesadelo.
    No fim das contas, a tia só quer “receber” amor, de qualquer forma, tipo e tamanho. Mas ela não oferece nada. Assim, se a Satou e ela fizeram alguma coisa eu não sei, mas eu sei que, o que quer que possa ter acontecido, foi só a tia recebendo.
    Eu tinha isso em mente também quando escrevi, antes, que a Satou não conheceu nenhuma forma de amor. A sua tia é um buraco negro de “afeto”.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Isso dá um aspecto bem mais assombroso a tomadas como essa, não acha? Eis o buraco negro, e Shio perdida, desesperada em seu centro.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O caso da Shio foi diferente, mas sim, o anime pode estar tentando traçar paralelos. Aliás, a Satou é super melosa com a Shio, cuidadosa, carinhosa. Provavelmente é para “ser diferente” da tia também. Eu imagino como foram as primeiras experiências românticas dela.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Também me parece super provável que a Satou tenha sido abusada, não digo fisicamente e diretamente, a tia dela não a forçaria a nada, mas isso não que dizer que o seu jeito manipulador não seja igualmente convincente do que uma ameaça física.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Principalmente para uma criança. A Shoko já é bem crescidinha e ficou bastante abalada só de ASSISTIR isso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Imagino a tia dela a convencendo a participar de seus fetiches absurdos com outras pessoas. É um cenário desolador. Mas ao invés de ficar como a tia, a Satou criou um ressentimento gigantesco em relação à ela quando descobriu que havia formas de amor mais sadias. Contudo, o problema da Satou foi criar na sua cabeça uma forma de amor tão ou mais pervertida do que da sua tia.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E me digam agora: como vocês acham que a situação chegou a esse nível?
    Digo, a tia da Satou não parece trabalhar. Vive trancafiada em casa e abre a porta apenas para a Satou. Com um sinal super secreto, que dá a entender que ela (ou a sobrinha, ou ambas) não quer ver o mundo exterior. Parece que a mesa virou: ela, agora, é que depende da sobrinha. E a sobrinha a parece usá-la de cortina de fumaça.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Não duvido que a Satou sustente a tia com parte de seu salário, e francamente, não me parece que a tia demande grandes gastos para viver naquele ambiente degradante. Pode ser também que ela receba uma pensão, sei lá.
    Também não duvido que a tia não saiba sobre a Shio, penso que ela acobertaria numa boa essa relação doentia, pelo fato dela já ser uma pessoa severamente perturbada, pode até achar prazeroso observar a obsessão da Satou pela menina.
  • diego gonçalvesDiego
    No que se refere a questões de “como a tia da Satou se sustenta?”, acho que podemos colocar ela na pilha de outras questões que é melhor não pensar muito a respeito, tipo como ninguém sente falta do cara que habitava o apartamento onde a Satou vive ou como ninguém parece se importar com abuso infantil nesse mundo.
    Agora, sobre como a tia ficou daquele jeito, acho possível o anime (ou talvez o mangá…) abordar isso mais pra frente.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Talvez houvesse um “tio” até algum momento de sua vida. Talvez a família a sustente secretamente para mantê-la afastada. Talvez ela se prostituísse.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mas vocês acham que essa “tia” é biológica? Ou apenas uma oba-san genérica (no sentido de “madame” ou “senhora”)? Se olharmos no ending, Satou começa andando sozinha, até que uns espinheiros surgem e vemos uma foto dela com a tia.

    Será que a situação dela não foi parecida com a da Shio, no final das contas?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eita! Eu não tinha pensado nessa possibilidade, mas não é de toda impossível. Mas fico curioso em pensar como a Tia foi bem sucedida de não ter sido capturada nem descoberta!
  • diego gonçalvesDiego
    Também nem tinha me ocorrido que a tia poderia não ser a tia biológica. Mas acho as suas fisicamente parecidas o bastante para que sejam sim parentes de sangue.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Talvez seja parente, mas não foi a primeira a ficar com a Satou criança. Já vimos isso em outros animes e mangás, não? Os pais morrem e nenhum parente quer assumir as crianças, que ficam pulando de casa em casa. Até que ela acabou indo pra casa da tia louca que ninguém nem queria lembrar que existia.
    Não estou apostando que seja isso, só colocando uma hipótese a mais para apreciação. Realmente não sei qual pode ser a relação entre elas, e nem sei se, anos depois, isso ainda é importante.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E acho que com isso cobrimos tudo o que tinha para cobrir não? Foi um episódio surpreendentemente auto-contido. A bola agora está na quadra da Shoko. O que será que ela vai fazer? Saberemos amanhã!
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https://www.finisgeekis.com/2018/08/30/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-7/feed/ 0 20378
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 6 https://www.finisgeekis.com/2018/08/23/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-6/ https://www.finisgeekis.com/2018/08/23/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-6/#respond Thu, 23 Aug 2018 21:11:38 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20355 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

A série finalmente chegou à sua metade. Mas entregou o que prometia? Em alguns quesitos, muito mais que isto!

Confiram:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eis que chegamos à exata metade de Happy Sugar Life!
    Lembro-me que algum de nós (acho que foi o Diego) disse ter a impressão de que o anime seguiria na vibe “vilão da semana”. Bom, a essa altura do campeonato, acho que podemos ter certeza de que esse não foi o caso.
    Sim, tivemos um pequeno cadre de antagonistas, mas ele se manteve restrito ao longo desse primeiro arco. E hoje entendemos o porquê: foi tudo uma escalada para mostrar como cada uma dessas pessoas está planejando agir contra a Satou – e pode, muito bem, conseguir.
    Na semana passada estávamos nos perguntando se o Tayou ou a Shouko seriam os arquitetos da derrocada da garota. Agora, a situação me parece bem mais complicada. Qualquer um deles, mesmo personagens no “escanteio”, como o professor ou a (sumida) Sumire, podem empurrar o dominó que levará tudo ao chão. Pois é Satou. A realidade é bem amarga!
    Bom, essa ao menos foi a minha leitura. E vocês, o que acharam?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu gostei bastante desse episódio, parece que paramos uma pouco com o “maluco” da semana, como bem apontou o Vinicius, as cartas estão na mesa e os jogadores estão fazendo suas jogadas.
    Gostei como cada personagem fez os seus movimentos no tabuleiro de Happy Sugar Life. A Satou aproveitou o episódio para colocar o Tayou em cheque, pois claramente o seu convite para ver a Shio é uma armadilha, e a Satou não pensará duas vezes antes de eliminar o doidão.
    Só eu fiquei com um gosto “amargo” com o convite da Satou de levar a Shouko para sua casa e contar tudo? Para mim é uma desculpa de poder matá-la, pois duvido que ela realmente tenha confiança em contar tudo para a sua amiga. Se for isso mesmo, Satou poderá dar cabo de mais dois personagens em sequência.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não dá para manter uma vida estável e relativamente normal baseada em mentiras. E não dá para sequestrar uma criança e viver com ela sem viver mentindo.
    A metaestabilidade da vida da Satou está perto de chegar ao fim. Ela está cercada por todos os lados, e se a cena inicial do primeiro episódio é uma pista de como ela irá sair disso, o prognóstico é pessimista.
  • diego gonçalvesDiego
    O que eu tiro desse episódio é que aparentemente não existe polícia nesse mundo:stuck_out_tongue: Digo, se a mãe da Shio tinha a coragem de fugir daquela casa, por que não ir até a polícia?!
    E se todo mundo naquela vizinhança sabia do pai abusivo, de novo: por que ninguém foi até a polícia? Aparentemente o pai não era ninguém influente nem nada, só um beberrão intimidador.
    Eu até posso entender isso como uma crítica ao costume japonês de se manter fora da vida alheia, mas se for o caso é só mais um item pra minha lista de motivos pelos quais o Japão mais parece uma distopia futurista 😛
    Mas é, tirando esse “pequeno” detalhe, foi bom ver que agora o anime pretende assumir de vez uma narrativa mais contínua, com alguns dos personagens que vimos até aqui agindo por conta própria. Não esperava que aquele professor fosse seguir sendo um personagem recorrente, por exemplo. E eu pergunto: será que a Satou realmente matou a tia?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu pensei exatamente nisso! Maltratar o filho é uma coisa. Mas arrancar suas unhas? Todas? Só no mundo de Happy Sugar Life para alguém ver isso na rua e não chamar a polícia.
    O que torna a ação da mãe (e sim, agora sabemos que é a mãe!) um tanto estranhas, não acham? Será que a situação justificava uma Escolha de Sofia (“salvando” a Shio para deixar o Asahi se ferrar)? E que papo foi aquele do “agora é tarde demais”?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que Happy Sugar Life se passa em um universo alternativo, semelhante ao nosso, onde tudo é mais extremo e as coisas acontecem uma atrás da outra e quase ninguém se dá conta
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que é quase isso. É uma versão, huh, surreal? Hiper-real? Enfim, vocês entenderam. Um espelho do nosso mundo em que essas perversões são potencializadas para o autor conseguir contar a sua história e transmitir a sua mensagem.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse tipo de coisa me lembra a obra do Franz Kafka. Suas histórias geralmente são reduções ao absurdo da realidade, em que uma personagem se vê numa cilada absurda, agravada pela total indiferença daqueles ao redor.
    Não é à toa que o pai do Asahi ganhou o visual de um monstro de filme de terror. Por um momento, achei até que estivesse assistindo a uma esquete bem animada de Junji Ito “Collection”!
    Resultado de imagem para happy sugar life asahi father
    Diego, você geralmente torce o nariz para esse tipo de simbolismo. O que você pensa disso?
  • diego gonçalvesDiego
    Por incrível que pareça, eu gostei. Foi uma ótima maneira de transmitir o quão monstruoso o pai parecia para o Asahi. Um visual mais humano talvez não comunicasse tão bem a visão do garoto.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Tem umas criaturas muito semelhantes em Ghost Hound.
    O curioso é que o contexto é minimamente parecido. Em Ghost Hound um “fantasma” desses é usado para representar o sequestrador e abusador de duas crianças (uma qual é o protagonista).

    Nas memórias das crianças nunca se vê o rosto dele, sempre é mostrado como essa criatura negra e gigante.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ele apareceu como uma pessoa “normal” episódios atrás, quando tivemos o primeiro vislumbre da casa da Shio.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Isso me lembra um excelente comercial da ONG Fragile Childhood. A vinheta mostra crianças fazendo atividades familiares, visivelmente transtornadas pela presença dos pais. Quando a câmera finalmente nos mostra o rosto dos progenitores, percebemos que eles são monstros.

    O clipe termina com a mensagem: “Como as crianças nos vêem quando bebemos?” Nenhuma das violências do comercial chega perto do abuso do Asahi, claro. Mas é prova de quão assustador e opressivo pais alcoólatras são para os jovens.
    Olha, eu preciso dizer que estou desapontado. Peguei esse anime esperando ver faíscas, mas eis que todos nós estamos gostando!
    Pois bem, já estamos na metade, e acho que Happy Sugar Life já mostrou a que veio. Vamos fazer um balanço da série até agora? O que vocês estão achando? Bateu com suas expectativas?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que foi um pouco mais “burocrático” do que eu esperava, com os primeiros episódios estilo “monstro da semana” para apresentar os personagens, mas nada que tenha afetado meu entusiasmo.
    A animação não é fluída como, por exemplo, foi Mahou Shoujo Site na temporada passada, para ficar em animes de pessoas ferradas, mas Happy Sugar Life compensa com simbolismo e fotografia, o que faz sentido para uma história que de fato tem menos ação.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu confesso que nem reparei na qualidade da animação (o que, tratando-se de animação, geralmente é um mau sinal:stuck_out_tongue_closed_eyes:). Acredito que a direção de arte conseguiu tão bem passar um efeito “mangá” que às vezes até me esqueço de que estou assistindo a algo cinematográfico.
    É a impressão que me passou Kuzu no Honkai umas temporadas atrás. Aliás, nem sei se já comentei aqui, mas acho que séries um tanto parecidas, apesar de terem pouquíssimo a ver uma com a outra.
    Ambas se esforçam para reproduzir o visual de seu material de origem, chegando até àquele velho hábito japonês de “artificializar” propositalmente uma imagem colocando escrita por cima.
    Eu ainda tenho umas imagens de Kuzu no Honkai na minha pasta de screenshots. Sempre que a acesso para pegar fotos para esses nossos artigos levo um susto. Por exemplo, vejam só essa tomada:

    Que não é de Happy Sugar Life, mas bem poderia ser, pois o anime tem uma quase idêntica:
  • diego gonçalvesDiego
    Bom, é uma imagem relativamente comum nos animes – e uma bem no tipo que dá um charme maior a essa mídia, já que reproduzir uma tomada do tipo no mundo real seria imensamente difícil (se não impossível). 😛
    Agora, sobre o anime como um todo, vou dizer que ele me surpreendeu positivamente. Acho que nesse ponto todo mundo (leito incluso) conhece um pouco o meu gosto e minha “leve e pequena” desconfiança para com animes… bom… edgy (na falta de termo melhor… aliás, alguém invente um termo melhor, por favor).
    Mas Happy Sugar Life vem entrando uma história até que bem interessante de acompanhar, dada a exploração que faz do psicológico de seus personagens. Ela ainda me soa como demasiadamente negativa para eu conseguir levar a obra tão a sério quanto ela quer ser levada, mas mesmo isso ao menos me garante algumas boas risadas nos momentos mais “trash” do anime :smile:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu não diria que é um problema, mas é, sobre a “exploração demasiadamente negativa” que o Diego menciona, tenho que concordar, desde o começo Happy Sugar Life entrega uma mensagem terrivelmente pessimista.
    Kuzu no Honkai, que o Vinicius citou, é neutro – o que é esperançoso o suficiente para quem se identificar em alguma situação daquele anime. Mahou Shoujo Site é inesperadamente positivo. Happy Sugar Life assusta com quão negativo consegue ser. Nada tem solução, estão todos errados, o mundo é horrível, tudo vai piorar e nada está sob seu controle.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Essa exploração contínua da violência e do pior lado do ser humano é muito intensa até para os meus padrões, parece que estamos sempre em alguma correnteza perigosa, sem ao menos ter um momento de calmaria onde podemos relaxar ou ter esperança.
    Mas estou gostando bastante do anime mesmo assim, a trama é suficientemente interessante e seus personagens suficientemente ricos, com personalidades bizarras e gostos piores ainda. A minha única crítica é justamente a falta de uma mínima perspectiva até dessas piores facetas da humanidade.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu confesso que eu também me despeguei um pouco. Normalmente, teria receio de que alguma coisa ruim acontecesse às personagens. Mas Happy Sugar Life é o lugar onde filho chora e a mãe não vê. Não é só a negatividade imperar; é o fato de nos socar no estômago logo de cara e não soltar. Agora, sinto que eu aceitaria tudo o que vier.
    Não sei se isso é exatamente bom, mas devo reconhecer a ousadia de uma obra que se esforça para não ser empática às personagens. E que continua interessante (e humana) a despeito disso.
    E com essa vamos ficando por aqui. Até a próxima!
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Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 5 https://www.finisgeekis.com/2018/08/16/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-5/ https://www.finisgeekis.com/2018/08/16/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-5/#respond Thu, 16 Aug 2018 20:55:59 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20351 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Existem amores doces, amores amargos e amores perros. E existem não-amores que excitam (e doem) mais que os três juntos. Duvida? Esse episódio dá a prova em contrário.

Confiram:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vou direto ao ponto: eu AMO essa cena. Amei quando li o mangá e amei vê-la animada, sobretudo com uma produção como essa.

    Ela é o momento em que a cortina é arrancada e enxergamos a Satou exatamente como ela é. Alguém que está disposta a usar o sexo ao seu favor – não se fazendo de isca, como dita o cliché, mas de uma maneira agressiva, quase predatória.
    E ela não faz isso sem titubear, como faria um psicopata. Pelo contrário, ela sofre. Lava a boca depois de beijar a colega de trabalho, como se aquilo a enojasse. Reflete – e conclui! – que essa traição é um crime mais grave que assassinar os ocupantes da casa em que mora!
    É o tipo de cena que me fez (e ainda me faz) coçar a cabeça. Será que nós entendemos que tipo de predadora Satou é? A cada episódio, eu tenho menos certeza.
    E tudo graças ao drama da cena em si. Erotismo – sobretudo no campo yuri – muitas vezes é menosprezado como fanservice. Eis aqui, pelo contrário, uma cena calorosamente erótica que se vale da sensualidade para transmitir o mais profundo terror.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Essa cena foi intensa, o pior é que bem nessa hora a minha noiva entrou na sala e pensou que eu estava vendo algum hentai yuri :stuck_out_tongue:
    Eu ri bastante neste episódio, será que essa é uma reação normal? Ocorre que achei hilário a cena da amiga do Satou na casa do loirinho pedófilo, a cara dela de WTF? foi impagável.
    A solução da Satou para a companheira de trabalho foi a mais esperta, pois, pelo menos por um tempo, ela possui uma pessoa totalmente dedicada a ela e capaz de fazer qualquer coisa.
    Interessante o que o Vinicius falou. A Satou não é uma psicopata, ela estaria mais para uma sociopata de outra espécie. Seus valores são totalmente invertidos, ela está desassociada dos padrões sociais vigentes, tudo que ela busca é a satisfação de seu prazer, sua Happy Sugar Life.
  • diego gonçalvesDiego
    Também ri bastante nesse episódio. Sobretudo no confronto da Satou com a colega de trabalho:stuck_out_tongue: Eis que temos a resposta do que aconteceria se duas yanderes se enfrentassem: ganha quem beijar a outra primeiro. Yey?
    Ah, mas a colega da Satou no quarto do loirinho foi ótimo também. E foi uma mescla legal de comédia e tensão: as reações da colega foram ótimas, mas fica muito no ar a impressão de que a qualquer momento o Taiyou pode perder a noção e atacá-la.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Esse episódio foi o primeiro que se pareceu menos com “pessoas horríveis” e mais com “pessoas profundamente quebradas”. Traumatizadas mesmo, provavelmente. Ainda que o fardo de cada uma delas possa variar, o peso que carregam é subjetivo. Talvez para a Sumire seu sentimento de inferioridade por ser “uma garota sem graça, desajeitada” seja tão emocionalmente exaustivo e, nas palavras da Satou, amargo, quanto é o estresse pós-traumático para o Taiyou, sequestrado e estuprado repetidamente por sua ex-chefe.
    Muita gente fez coisa errada nesse episódio, algumas muito erradas, mas já não dá para sentir apenas raiva ou nojo ou coisa parecida. Pena é o nome do sentimento. Eles se sentem tão torturados que não podem mais responder integralmente pelos próprios atos.
    Infelizmente, passaram a linha sem retorno depois da qual precisam ser removidos da sociedade porque representam um risco para as demais pessoas. E infelizmente, parece que todo mundo em Happy Sugar Life passou dessa linha.
    É o caso de, como Simão Bacamarte fez em O Alienista, internar todo mundo na Casa Verde – só que dessa vez é uma tragédia e todo mundo realmente precisa ser internado, ao contrário da comédia de Machado de Assis.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Relaxem, eu acho que rir é super normal. De fato, Happy Sugar Life tem um pé no humor negro. O que não é lá tão estranho se a gente parar para pensar. Lolita, o grande clássico sobre relações pedófilas, é um romance super sarcástico, e essa dimensão parece acompanhar histórias do tipo.
    Também concordo que esse episódio humanizou as personagens de um maneira que não era tão óbvia no começo. Ao retratá-las como dignas de pena, o anime consegue matar dois coelhos com uma cajadada só: evita “tomar o lado” da predadora e fazer parecer que Satou é uma heroína e, ao mesmo tempo, nos faz simpatizar com suas dores. E o mesmo vale para os eventuais antagonistas.
    E falando em antagonistas, não tenho lá tanta certeza de que cooptar a colega de trabalho seja uma boa ideia. A Satou ficou positivamente transtornada com aquela sedução. Imagina se ela resolve pedir mais? Eu não acredito que a Satou consiga sustentar a máscara por muito tempo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A situação dela no trabalho está ficando assustadora. O Taiyou tem certeza que ela sequestrou a Shio (e bom … ele está certo). A Sumire é uma bomba relógio – ela vai pedir mais, e a Satou não vai conseguir manter as aparências. Me pergunto se ela vai conseguir olhar pra cara da Sumire depois da crise em casa. E a Shouko olhou para o abismo e o abismo olhou de volta – e acusou a Satou de ser uma sequestradora.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Não duvido que se a situação com o Taiyou se complique ela não peça para a Sumire dar um jeito nele ou algo do gênero, daí ela somente se livre dela posteriormente. Mas é difícil antever o que a Satou vai fazer, ela não planeja nada com antecedência, ela vai improvisando a medida que as situações vão pedindo por medidas drásticas.
    Mas teve uma coisa que me deu um pouco de medo em relação à Shio, quando a menina confessou que mentiu para a Satou, fiquei com certo receio de que ela poderia se tornar violenta e punir a garotinha.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E vocês não acham que algo do tipo pode ter acontecido com a própria Satou? Já repararam que em todo momento de tensão ela tem o mesmo flashback envolvendo uma tia?

    Uma tia, diga-se de passagem, toda machucada. Que sempre repete que “isso também é amor”. Do que vocês acham que isso se trata?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Que a tia fez algo a ela eu tenho certeza faz tempo. Só não sei se foi sexual ou não. Me pergunto se tem diretamente a ver com a forma como ela “sente” o estresse: sabor amargo. A Shio não sente gostos, ela sente que tudo está girando, o que também pode ter a ver com o momento que a traumatizou. O Taiyou sente que o seu corpo está sujo, impuro, o que é algo mais comum para quem sofre violência sexual.
  • diego gonçalvesDiego
    Como a tia está bastante machucada, me faz pensar se a violência que a Satou sofreu não foi física ela própria também. Talvez até vinda não da tia, mas do tio: alguém tem que ter batido na mulher pra ela ficar desse jeito, né? Se for o caso, dá até pra recontextualizar essa fala da mulher não como algo sexual, mas talvez com ela dizendo que bater também é uma forma de amor (e é difícil dizer qual das duas interpretações é a pior…)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Um pai violento era o problema da casa da Shio (e parece ser ainda). Mas sua mãe tentou resolver isso, ao invés de aceitar e racionalizar como “uma forma de amor” e … mesmo assim terminou em tragédia.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que a violência da tia seria algo mais “emocional”. Talvez essa tia seja uma madrasta que se casou com seu pai abusador. Só pelo fato da Satou ver a tia sendo espancada e dizendo que isso é amor já é suficiente para traumatizar uma criança, deturpando-lhe as noções de amor. Por isso a Satou se maravilha por sentir coisas novas com a Shio.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Lembrem-se que a Satou despreza adultos. Não acho que ela esteja de forma alguma emulando a tia (de forma consciente pelo menos), ou seja, ela não acredita que a tia estava certa. Se ela acreditasse que violência é amor, o que não faltou no anime até agora foram oportunidades para ela “amar violentamente” a Shio, e ela parece sempre escolher o caminho extremo oposto.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Sim, ela repudia a tia completamente. Ela experimentou várias expressões de amor, por mais deturpadas que seja, desde a tia que era abusada e gostava disso até os rapazes que diziam que a amavam somente para fazer sexo com ela.
    Por isso sua idealização por um amor puro e sem mácula, tal qual uma criança pode oferecer.
    Está certo que nos nossos olhos essa relação não tem nada de sadia, mas para a Satou representa a pureza do amor. Assim como que para o Taiyou a menina é um anjo.
    Happy Sugar Life se baseia em deturpações de sentimentos. Não vejo ninguém sendo objetivamente mal, apenas querem seguir o que acreditam serem o certo.
    O que denota certo sociopatia, já que não conseguem racionalizar que estão cometendo diversos crimes e prejudicando muitas pessoas em nome do que acreditam ser o correto.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu acho que é bem por aí. A Satou está montando sua “Happy Sugar Life” como uma imagem de espelho do mundo cruel à sua volta.
    Suas vida sexual com garotos era poligâmica, logo ela criou um amor exclusivamente monogâmico. Os adultos a traíram, então ela cria um mundo sem adultos. A tia (presumivelmente) sofria ou exercitava violência, então ela adota uma forma não violenta de abuso (o child grooming)
    É o tipo de assunto que orbita criminosos “loucos”, se pararmos para pensar. O Curinga do Batman é um bom exemplo. O Homem que Ri, livro que o inspirou, também (embora no caso não seja um criminoso, só um marginalizado). A referência a O Alienista que o Fábio trouxe é super cabível.
    Voltando para um lado mais concreto: e sobre aquela conversa entre Tayou e Shouko? Vocês acham que esse é o começo do fim? Conseguirá a Satou manter sua fantasia, ou está na hora de fazer as malas e fugir?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Definitivamente a Shouko ficou abalada com a ênfase que o Tayou deu que a Satou teria sequestrado a menina, e mesmo que ele estivesse totalmente fora de si, foi o suficiente para que surgisse uma pulguinha atrás da orelha da Shouko, e creio que ela ficará de olhos bem abertos na Satou. E como estamos falando de uma ficção, acho que seja bem plausível que a Satou tenha, em algum momento, que lidar com a amiga.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Nesse tipo de história, a Shouko consegue ser o único tipo de pessoa mais perigoso que um sociopata: alguém normal :stuck_out_tongue:
    Sem esqueletos no armário, sem compulsões que a distraiam, ela é surpreendente (e perigosamente) intrometida. Foi sorte dela o Tayou não ser um pervertido violento. Outros já a teriam matado ou prendido só por ter descoberto seu segredo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tenho certeza que é o começo do fim. Se vai ser súbito e violento ou lento e doloroso eu não aposto ainda. E a Shouko não é totalmente normal, ela comentou para si mesma na casa do Taiyou como aquilo, uma vida normal, com uma mãe normal, era legal. Suponho que ela não tenha isso. Mas sim, até o momento ela é a “mais normal”.
  • diego gonçalvesDiego
    Até o momento ela não é uma psicopata nem uma sociopata, e eu enfatizo bastante esse “até o momento” :stuck_out_tongue: Eu acredito que ainda vão alguns episódios até ela realmente descobrir que a Satou está mesmo com a Shio, simplesmente porque me parece muito cedo na trama para algo do tipo. A questão é o que virá depois e qual será a atitude da Satou: chantagem, assassinato, ou se simplesmente tentará fugir com a Shio.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Olha, eu sou péssimo para julgar se as coisas acontecerão cedo ou tarde. Tal como Mahou Shoujo Site temporada passada, Happy Sugar Life parece estar avançando a toque de caixa.
    De qualquer forma, só saberemos ao certo amanhã. Ou na semana que vem. Ou na outra.
    Seja como for, estaremos aqui juntos depois. Até lá!
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https://www.finisgeekis.com/2018/08/16/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-5/feed/ 0 20351
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 4 https://www.finisgeekis.com/2018/08/09/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-4/ https://www.finisgeekis.com/2018/08/09/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-4/#respond Thu, 09 Aug 2018 23:46:18 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20335 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Satou chega a uma perversidade inédita, e uma antagonista inesperada dá as caras. Será que essa “vida feliz” continuará açucarada por muito tempo? Confiram conosco!

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vamos fazer uma pequena enquete?
    Quem foi a personagem mais depravada desse episódio? A Satou, nossa yandere favorita, que fez questão de cegar a Gangue do Parquinho™

    O professor, que levou “sexo virtual” a um outro nível…

    Ou essa menina que… pelo amor de Deus, por que você está fazendo isso com as roupas da Satou?

    E semi-nua, ainda por cima!
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Fiquei pensando por muito tempo para responder essa. É lógico que a mais depravada de todas é a Satou, até porque aquele ato em particular é só um de uma longa série de outros atos depravados, e resultado deles.
    Mas, muito embora eu saiba que a palavra não se limita a isso, para mim “depravação” evoca necessariamente uma conotação sexual, então meu voto vai para a colega de trabalho quieta da Satou que provavelmente se tornará sua próxima adversária – e talvez lhe custe o emprego fácil e que paga bem que ela tanto precisa.
  • diego gonçalvesDiego
    Só queria dizer que eu nem lembrava quem era essa colega de trabalho :stuck_out_tongue: Mais uma vez confirmando que não existe ser humano normal em Happy Sugar Life, já que até figurantes são maníacos sexuais.
    Mas fico feliz que ao menos não teremos mais a gangue do parquinho. Vão ter de achar outros delinquentes aleatórios sem o que fazer para encher o saco dos personagens numa próxima (yey?).
  • cat ultharGato de Ulthar
    Quem é mais depravado? O Vinicius esqueceu de mencionar também o loirinho pedófilo, que mesmo perdendo a Shio deu um showzinho de safadeza.
    Estou totalmente abismado com esse anime e não sei se é no bom sentido, realmente quase todo mundo possui alguma perversão e quem não manifestou nada ainda nesse sentido pode ser questão de tempo, como no caso da colega de trabalho da Satou (não a que ficou pelada cheirando suas roupas, mas a de cabelos azuis).
    Essa perversão onipresente já está começando a me irritar, está certo que o mundo é cheio de gente assim, mas ver somente isso é um tanto cansativo.
    Eu quero sinceramente que o anime evolua, dando um tempo na enxurrada de pessoas bizarras que aparecem a cada episódio.
    Fiquei mais contente pelo anime estar evoluindo no que concerne a Shio, deu para perceber que seu trauma é pesado mesmo, principalmente depois de fazer o desenho de sua “mãe” no fundo do guarda-roupa.
    Depois deste episódio eu não duvido muito de que a Shio foi encontrada abandona pela Satou.
    Mas o que mais me surpreendeu neste episódio foi ver a Satou instalando uma tranca nova, essa menina sabe fazer tudo né?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A Gangue do Parquinho™ agora é a Gangue dos Ceguinhos™. E tô falando brincando mas não duvido que eles voltem a causar problemas, com olhos ou não…
    Ah, o trauma da Shio é muito interessante, e acho que já dá pra tentar imaginar o que aconteceu? Para a Shio ter aquele tipo de alucinação, me parece que ela se sente culpada pela morte da mãe. Algo como, se ela não tivesse soltado a mão, a mãe não teria morrido. Exceto que talvez teria, não é? Não se pode descartar ainda a hipótese de que a mulher tenha se suicidado, e tenha tentado levar a filha junto. Todo Mundo É Depravado™.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu entendi que a Satou MATOU aquele povo, e não só cegou.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu entendi que foram só cegados, mas não sei se isso a torna melhor ou pior. Pode escolher.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu também entendi que eles foram mortos, para mim não faz muito sentido apenas tê-los cegado, pois eles poderiam dar muitas informações sobre quem realizou o crime, no caso a Satou.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ok, tive que buscar pelo episódio inteiro de novo. Suponho que não tenha sido claro sobre eles terem morrido ou não? Bom, sangraram bastante pelo menos. Mas a Satou arrancou os olhos deles. E daí, duas possibilidades:
    Ou ela queria só arrancar os olhos mas eles acabaram morrendo mesmo assim. Ou ela é mais insana do que eu achava.
    Tanto só matar quanto só arrancar os olhos atenderiam a uma necessidade. Mas se ela quis arrancar os olhos deles para matar depois, na melhor das hipóteses ela os torturou porque julgou o crime deles muito grave e tal.
    É um nível maior de perversão, mas ainda é algo, digamos, terreno, algo que a nossa cognição pode absorver com facilidade. Mas e se ela arrancou os olhos deles por alguma razão simbólica-insana qualquer E os matou?
  • diego gonçalvesDiego
    Eu entendi que ela arrancou os olhos e foi isso que os matou. Não me parece muito provável você sobreviver a ter os olhos arrancados com uma faca de cozinha.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Vamos descobrir (e atrair a atenção da Polícia Federal com minha busca “se uma pessoa tiver os olhos arrancados ela morre?”).
    Não descobri nada que eu já não soubesse. Enfim, até onde eu sei, o olho tem sua própria alimentação sanguínea e não é nada como uma artéria femural ou carótida para você morrer em poucos minutos de sangramento.
    Mas não é exatamente fácil com uma faca daquele tamanho você conter o dano apenas à cavidade ocular, e o cérebro fica logo atrás.
    Casos de pessoas que tem o cérebro perfurado (através dos olhos inclusive) e sobrevivem não são incomuns, mas se além disso você arrancar os olhos, com a hemorragia que isso causa, bem, o prognóstico seria bem ruim.
    Mas estou assumindo o caso ideal, que é o que a ficção costuma abraçar, dela ter cirurgicamente removido apenas os olhos com aquela faca de churrasco.
  • diego gonçalvesDiego
    (Peço perdão ao leitor que estiver lendo esta conversa na hora do almoço ou jantar :stuck_out_tongue:)
  • cat ultharGato de Ulthar
    Não tem nada demais com a conversa Diego, não precisa exagerar:smiley:
    nem colocamos fotos ainda de exemplos de olhos arrancados.
    Espera que já estou procurando no meu acervo…
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tenho certeza que era essa discussão que o Vinicius queria que tivéssemos. Não precisa agradecer, Vinicius!
  • cat ultharGato de Ulthar
    O personagem da ficção com mais conhecimento de causa de ficar cego.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É para discussões como essas que escolhi esse anime para o Café :stuck_out_tongue:
    De fato, eu não acho que ninguém morra de hemorragia só tendo os olhos furados. Olhos são coisas muito frágeis. Perdi a conta de quantas matérias já li sobre gente cegada por balas de borracha, por exemplo. Ou no decorrer de um acidente de carro. Todos sobreviveram para contar a história.
    Se ela os tivesse castrado aí seria outra história. Os genitais são super irrigados. Sem um socorro rápido, eles poderiam morrer de hemorragia. Mas não vamos dar ideia à Satou. Não é como se ela precisasse de ajuda para ser ainda mais depravada.
    O que deixa a possibilidade que os sujeitos foram mortos. Possivelmente da forma que o Fábio mencionou, enfiando uma faca através da cabeça.
    É…. isso mostra que a Satou de fato é um pedaço de cruz-credo. Não só ela faz de tudo para “proteger” seu amor, como não se segura para se vingar dos que a ameaçam.
    Bom, cadáveres não são tão perigosos. Pelo menos não no mundo cor-de-rosa da Satou, em que pessoas podem desovar corpos no rio sem atrair um olhar torto.
    Mas digamos que Satou tem colecionado sua cota de bombas relógio. E, pelo que tudo indica, uma em especial (sua colega de trabalho) está próxima de explodir.
    O que vocês pensam dessas ameaças? Qual dará mais trabalho à Satou… e quão cedo?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tem o Taiyou também né? Que viu a Satou. Sinto que o episódio poderia ter nos deixado em dúvida quanto a isso, teria sido … interessante. Mas ok. A colega de trabalho parece que vai ser a próxima “vilã”. Talvez ela tente forçar a Satou a algo ou coisa do tipo.
    Talvez ela descubra algo e a chantageie, afinal a Satou disse que precisa muito do dinheiro e tal.
  • diego gonçalvesDiego
    Não sei o que esperar da colega, mas imagino que o que quer que seja será resolvido no próximo episódio já. Até aqui os “inimigos” da Satou não duraram muito – claro, o professor está ali ainda, mas nem de longe é uma ameaça mais, ao menos por agora. Igualmente, imagino que a Satou irá lidar com a menina com certa facilidade.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Até agora todos os adversários da Satou (tirando a gangue do parquinho) se mostraram maníacos sexuais. A gerente que violou o Taiyou, o professor, o próprio Taiyou (que não é ainda um adversário claro, mas isto é questão de tempo), e a colega de trabalho que fica apenas de avental enquanto cheira as suas roupas.
    Isso é um tanto freudiano, tudo basicamente se resume a sexo e traumas sexuais. A própria Satou também é um bom exemplo disso, deu para ver bem direitinho que sua mãe, ou seja lá quem for, acreditava que apanhar era uma forma de amor. Em suma, a Satou está buscando uma resposta par ao que é amor, pena que está fazendo isso completamente errado.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    O que eu achei mais interessante na colega de trabalho é que ela legitimamente ama a Satou, de sua própria forma doentia. Isto faz dela um pouquinho diferente das outras personagens.
    A gerente é uma predadora óbvia; o Taiyou, um obcecado pela Shio que poderia feri-la (ou dedurá-la) para surrupiar a criança. O professor nem se fala. Ele diz se atrair pela Satou, mas como ela muito sagazmente percebeu, só quer usá-la pelo prazer da “aventura”.
    Já a colega é uma imagem da própria Satou, obcecada por ela tal como a protagonista é obcecada pela Shio. Será que, de tanto militar pelo “amor”, será justamente um “amor” que se provará a ruína da “vida açucarada” da Satou?
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que não pelo simples fato de que o anime ainda está muito no começo. Me parece meio cedo para as coisas começarem a desmoronar. Fora que o Taiyou me parece muito mais a “pior ameaça” do que essa colega de trabalho tarada.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mas pode ser o começo do fim. Eu já disse e vou repetir, ela é uma colega de trabalho, e a Satou depende daquele trabalho para o que quer que ela esteja juntando dinheiro. Se ela perder o trabalho bom e fácil dela, para onde irá correr?
    Será curioso ver como a Satou irá lidar com ela, de todo modo. Ameaças bastaram para colocar predadores babacas sob controle, e quando aos violentos, bem, talvez nem vivos estejam mais.
    Mas e se a colega de trabalho não for particularmente babaca e muito menos violenta? Se ela for só, sei lá, como aquele arquétipo de mulher desesperada por amor que chora e faz escândalo e fica atrás o tempo todo? Se ela ama a Satou de verdade, não há sermão que resolva.
    Aliás, como a Satou, que tem o amor em tão alta conta, vai lidar com isso?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Depende muito, pode ser que essa colega de trabalho nunca tenha coragem de se declarar para a Satou, mas como estamos falando de Happy Sugar Life, acho isso muito difícil. É bem mais fácil, e provável, ela arranjar alguns problemas para nossa querida protagonista, algo bem desesperado, talvez?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, eu já especulei que ela possa descobrir algo sobre a Satou e chantageá-la, por exemplo, daí se torna uma inimiga mais “comum”.
    Mas seria menos interessante.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E você, leitor, o que espera dessa nova personagem? E dos outros perigos em torno de Satou? Deixe a gente saber nos comentários!
    E fique de olho no Finisgeekis, pois semana que vem tem mais!
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https://www.finisgeekis.com/2018/08/09/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-4/feed/ 0 20335
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 3 https://www.finisgeekis.com/2018/08/02/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-3/ https://www.finisgeekis.com/2018/08/02/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-3/#respond Thu, 02 Aug 2018 22:21:54 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20318 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Eu nunca imaginei que diria isso, mas Happy Sugar Life está se mostrando um dos animes mais lindos da temporada. Duvida? Confira aqui embaixo que nós explicamos.

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Então, vocês conhecem aquela expressão “cair da frigideira direto para o fogo”?
    Parece que a Shio a experimentou em primeira mão.

    Aliás….

    Acho que no caso é menos “fogo” que um poço infinito de lava :stuck_out_tongue_closed_eyes:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E piora, né? Digo, o cara é espancado no final e vai saber o que aqueles moleques não podem pensar em fazer com a garotinha depois?
    Mas eu ainda não sei como me sinto em relação a esse episódio
    Eu estava torcendo pela Satou, mas isso não parece certo. Ela é, afinal de contas, uma assassina, sequestradora e pedófila. Por alinhamento dos astros isso está sendo melhor para a Shio do que a situação que ela vivia antes (sua mãe fugiu com ela de casa por causa de um pai violento e depois … a mãe foi morta?).
    O Taiyou aí tecnicamente não é nada diferente da Satou. Bom, ele se torna diferente quando começa a desejar tocar, ele próprio, na Shio, e a gente sabe como isso é só a porta de entrada para drogas mais pesadas. Mas qual a razão objetiva para ele ser assim e a Satou não? Ela é uma pessoa horrível que o anime escolhe retratar como o mal menor.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Até eu, que sou acostumado com esse tipo de obra, estou com dificuldade para processar Happy Sugar Life.
    O anime não é apenas uma sequência desenfreada do que temos de pior nos seres humanos, mas também uma enxurrada de ações extremas que se sobrepõe, que inclusive nos faz torcer pela Satou, mesmo sabendo que ela também é uma pessoa podre.
    Isso ocorre por termos a consciência de que pelo menos com a Satou, a menina manterá sua integridade física, mesmo que essa tênue segurança possa desaparecer a qualquer instante.
    Eu realmente não esperava o que ocorreu neste episódio, fiquei surpreso de verdade com esse show de extremos que é Happy Sugar Life.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não me espanta que Happy Sugar Life nos faça torcer pela Satou. Tanto neste aspecto quanto no “amadorismo” da Satou que comentamos semana passada o anime me lembra bastante Breaking Bad.
    Breaking Bad dispensa apresentações, mas para aqueles que passaram a última década debaixo de uma pedra vai aqui um primer: a série fala sobre um professor de química que é diagnosticado com câncer terminal e decide produzir metanfetamina. Não por maldade, mas porque ele quer deixar um pé de meia para o filho e não tem muito tempo de vida.
    Na medida em que a série progride, ele desce cada vez mais no abismo do crime, até um ponto que se transforma em um verdadeiro Scarface. Na primeira temporada, ele é um bobão metido a bandido que causa mais dano a si mesmo que aos outros. Nas últimas, já está envenenando crianças e cometendo terrorismo doméstico.
    Um dos maiores apelos da série é nos fazer torcer por ele, mesmo sabendo que está errado. E não se trata de relativizar o mal. Breaking Bad nunca coloca suas ações sob uma luz positiva, e ele paga (com juros) por toda a maldade que faz. Mas a personagem é tão fascinante, e a trama, tão bem construída, que nós vibramos com cada um de seus sucessos.

    Outra coisa em comum é o uso de flashforwards, uma marca registrada da série. Happy Sugar Life começou com uma casa em chamas e um suposto duplo suicídio. Cada temporada de Breaking Bad começa com uma cena do fim, geralmente uma hecatombe dramática, com prédios em ruínas, gangues chacinadas e acidentes aéreos. Então nos joga de volta para o começo, e vemos como que as coisas deterioraram até chegar àquele ponto.
  • diego gonçalvesDiego
    Vou dizer que as conveniências desse episódio me incomodaram, e não foi pouco. A começar pela da Shio decidir deixar o apartamento. Digo, a Satou estava 15 minutos atrasada e a menina resolver sair correndo procurar por ela!
    Isso poderia ser perfeitamente compreensível se não tivéssemos passado o primeiro episódio com a Satou chegando tão tarde que a Shio já estava dormindo. O que fez a menina pensar que dessa vez era diferente exceto “plot”?!
    E ai temos ela coincidentemente encontrando o Taiyou após ser “guiada” por uma alucinação, e ainda mais ao final temos a Gangue Do Parquinho™ de volta pra meter o soco no Taiyou antes que ele pudesse levar a Shio. Francamente: foi um show de bullshit que me perdeu literalmente nos primeiros minutos do episódio e não fez questão nenhuma de me trazer de volta depois.
    Porém, ele teve algumas coisas bem interessantes, de fato. Em especial eu gostei de como a Satou reconheceu que perdeu o controle. Eu esperava ela ser interrompida, mas ela mesma parar e reavaliar a situação foi bem interessante em termos de caracterização da personagem. E ai temos ela toda saltitante por estar com ciúmes…
    De fato, o anime nos faz sentir certa simpatia pela Satou, e eu suspeito que isso só vai aumentar se e quando soubermos mais do seu passado. Personagens moralmente questionáveis não são realmente nenhuma novidade mesmo dentre os animes (oi, Light), mas a Satou certamente encarna muito bem o seu papel.
    E numa nota: eu literalmente não tinha espaço o suficiente no meu quarto para colocar a cadeira mais para trás, tão desconfortável eu estava com todo o monólogo do Taiyou no parque:smile:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A Gangue do Parquinho™ é aceitável, vai? O Taiyou que foi um demente por retornar ao mesmo parque em que havia tretado com os malucos mais cedo naquele dia.
    A Satou não é “moralmente questionável”. Isso se aplica ao protagonista de Breaking Bad, como bem comparou o Vinicius: ele faz o mal por bons motivos. Não podemos dizer o mesmo da Satou. No máximo é o que já dissemos antes: ela é o mal menor para a Shio do qual temos conhecimento no momento. Satou é moralmente condenável mesmo.
  • diego gonçalvesDiego
    Sim, o pessoal do parquinho foi dos males o menor. Mas na sequência de todas as demais coincidências acabaram adicionando:stuck_out_tongue: E é, boa correção, a Satou é condenável mesmo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sobre coincidências, acho que cabe o que temos falado em todas as sessões de Banana Fish: é uma ferramenta narrativa pra acelerar a história e focar no que realmente interessa. Eu fiquei com o coração na boca o episódio inteiro, então eu acho que está funcionando, coincidência em excesso ou não.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu não costumo ter problemas com coincidências, e inclusive acho exageradas muitas das críticas que usam delas como argumento. Porém, a coisa se torna um pouquinho mais complicada quando elas são muitas e, acima de tudo, quando não fazem sentido nenhum. Como a Shio decidindo sair porque sim. Acho que isso foi o que mais me incomodou no episódio inteiro (bom, ok, não, o Taiyou foi pior, mas esse era o ponto da cena :stuck_out_tongue:)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ela é uma criança muito nova (uma toddler, gosto das várias palavras que o inglês tem para crianças de acordo com a idade e que não tem equivalente exato em português), não exija coerência justamente dela.(editado)
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu não vejo nada de errado com a Shio resolvendo sair do apartamento. A gente não sabe exatamente qual é o nível de comunicação delas. Talvez a Satou sempre avise quando vai se atrasar. Talvez a Shio tenha entendido que naquele dia específico ela chegaria mais cedo. Talvez ela tenha sempre desejado abrir a porta, mas só naquele dia teve coragem de girar a maçaneta.
    E mesmo que ela tenha agido diferente no passado, o que isso significa? Não é porque uma criança foi “obediente” num dia que ela o será no outro. Quando eu tinha 5 anos de idade, eu brincava na quadra o tempo todo. Bastou uma vez para eu resolver escalar o alambrado, o que me fez cair e quebrar a perna.
    A “conveniência” que o anime de fato abusa, na minha opinião, é o sexto sentido das personagens. Praticamente todo mundo têm seu “sentido aranha” que avisa quando o enredo está se desenrolando ao lado.
    Mas isto é tão obviamente um efeito estilístico que não vejo como ficar nervoso com ele. Para mim, é uma representação da paranoia dessas pessoas. Viva o tempo todo com medo e você também começará a ver vilões escondidos nas sombras.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu achei perfeitamente natural a Shio ter escapado, pois não podemos esperar obediência irrestrita de uma criança tão pequena, ainda mais quando ela alucina com o seu passado, curto mas cheio de acontecimentos terríveis.
    Essa foi uma bola fora da Satou, está certo que ela confiava plenamente na obediência e amor da menina, mas devia ter ser certificado de que a porta não se abriria por dentro pela menina, talvez colocando mais uma fechadura, ou algo do gênero.
    Quanto ao tema das conveniências. Isso não é um problema, a ficção está cheia delas, e isto nunca impediu de uma obra ser boa. Charles Dickens era o rei das coincidências novelescas, mas os seus livros são lembrados até hoje como uma literatura de alta qualidade. O mesmo com Dostoiévski, por exemplo.
    O problema reside quando a obra em si, no caso o anime, não possui substância que faça ser interessante, mas ai é culpa do enredo e da produção, não do fato de haver coincidências no enredo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Superada a questão da suposta conveniência, porém, o que eu realmente quero saber agora é qual a diferença fundamental entre a Satou e o Taiyou. Por que ele é tão mais pervertido do que ela? Terá a ver apenas com a idade em que sofreram os abusos? Ou é porque ele é homem? Alguma outra razão?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Agora, tem um detalhe que esquecemos, né? Shio não saiu exatamente por decisão própria. Ela foi “persuadida” por aquela presença estranha das suas lembranças.

    Tivemos muitas pistas nesse episódio sobre a identidade dessa pessoa. Nós havíamos suposto ser a mãe, mas será mesmo? Ela aparentemente fugiu com a Shio da casa que dividia com o irmão para escapar do abuso do pai. Não sei quanto a vocês, mas a mim me parece mais uma irmã mais velha. Sobretudo porque ela é, bom, pequena.

    Hipóteses? Pensamentos? Pedidos para sair?:stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pode ser irmã mais velha também. Daí é “mais fácil” entender porque ela fugiu só com a Shio e porque aparentemente não tinha onde cair morta (quero dizer, aparentemente isso ela teve sim …)
  • cat ultharGato de Ulthar
    Há muita coisa para descobrirmos ainda, mas o fundamental já sabemos, a Shio só se mete em enrascada, que menina azarada. O que aconteceu com essa mulher misteriosa? Será que a Satou pegou a Shio dela? Será que a moça abandonou a menina em algum lugar ou instituição? Não sabemos nem de onde a Satou tirou a menina no final das contas.
  • diego gonçalvesDiego
    Talvez essa mulher seja que a Satou matou para pegar o apartamento?:stuck_out_tongue: Pouco provável, já que a Satou parece mesmo ter achado a Shio literalmente jogada por ai, mas vai que né:smile:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O apartamento é caro e ela fugiu de casa com uma mão na frente e outra atrás. Os sacos sangrentos também indicam que morava lá mais de uma pessoa.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu fico pensando se realmente morava mais de uma pessoa. São muitos sacos, mas são todos (3? 4? Não lembro direito o número) relativamente pequenos. Pode ter sido uma só pessoa que a Satou esquartejou. Isso inclusive faria mais sentido: matar uma pessoa só chamaria bem menos atenção do que matar uma família inteira.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Dá pra socar uma pessoa bem socadinha se você picotar ela direitinho :stuck_out_tongue:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Olha, uma vez, no terceiro colegial, eu dissequei um porco. Nosso professor apareceu com todos os órgãos internos do bicho e a gente passou a aula abrindo-os com bisturi.
    Porcos são muito parecidos com gente (inclusive no tamanho). Aliás, ao ver aqueles órgãos ali, eu pensei num primeiro momento que ele havia trazido um corpo de verdade! Mas enfim, só trago isso para dizer que tinha muito órgão ali. Eram necessárias umas duas ou três bandejas grandes para acomodar tudo. E isso eram só os órgãos, sem falar dos ossos e músculos!
    O que me leva a crer que os sacos podem, sim, conter o corpo de uma única pessoa. Ainda mais considerando que a Satou não é exatamente uma exímia açougueira.
    Err… isso ficou meio mórbido, né? :stuck_out_tongue_closed_eyes: Bom, antes que me acusem de ser um psicopata, deixa eu falar de uma coisa mais agradável que também queria comentar. Não sei qual é a opinião de vocês, mas achei Happy Sugar Life um anime muito bonito.
    Sei que esse não é um adjetivo que costumamos usar com histórias desse tipo. Mas estou falando de beleza visual, mesmo. Mais do que isso: de sofisticação. Tipo o chiado cobrindo a mãe/irmã da Shio:

    Ou os muitos recursos gráficos para representar figurativamente o trauma.

    Muitas séries falam do trauma físico, real. Happy Sugar Life quase não mostra isso. Se pararmos para pensar, o trauma acontece todo na cabeça das personagens. E é graças a esses recursos que ele nos salta aos olhos.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Quanto aos aspectos visuais o anime está de parabéns. É interessantíssimo ver quando uma peça de ficção utiliza todos esses simbolismos para representar a loucura que as personagens vivem, os redemoinhos em suas mentes e coisas do gênero. Gosto particularmente quando a Satou alucina com o seu lindo sonho “doce” com a Shio, é gosto mas perturbador de se ver.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Que, por sinal, é a opening inteira, né? Aliás, que opening medonha! No começo, parecia uma coisa fofa com alguns traços de “yanderismo”. Mas quanto mais eu presto atenção, mas percebo que tudo nele é uma metáfora ao abuso sexual!
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E é interessante como o trauma se manifesta de uma forma diferente para cada uma delas. A Shio vê ou sente tudo girando, como se fosse algo além do seu controle e ela estivesse perdida. A Satou sente gosto amargo na boca, o que … bom, vou apenas dizer que pode ter a ver com “memórias”.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E será que a Satou continuará um torrão de açúcar, ou algo além de sua consciência irá amargar em breve? Acho que veremos no próximo capítulo!
    Até lá!
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https://www.finisgeekis.com/2018/08/02/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-3/feed/ 0 20318
Café com Anime: “Happy Sugar Life” episódio 2 https://www.finisgeekis.com/2018/07/26/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-2/ https://www.finisgeekis.com/2018/07/26/cafe-com-anime-happy-sugar-life-episodio-2/#respond Thu, 26 Jul 2018 22:01:41 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=20314 Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!

Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Happy Sugar Life.

Um professor predador. Um colega de trabalho traumatizado que parece nutrir uma obsessão doentia por crianças. Um garoto misterioso… que pode colocar tudo a perder. Será que há alguém no mundo de Satou que não seja uma ameaça?

Confiram abaixo:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Happy Sugar Life é uma série terapêutica. Se você já teve a sensação de estar sendo perseguido, de se ver perdido em um formigueiro humano de maldade, basta viver 25 minutos nos pés da Satou para perceber que demos sorte.
    E isso inclui a própria Satou, claro. Erguer um pé de cabra para matar um moleque espancado? Enquanto que seus amigos – que o resgataram! -estão próximos a voltar? Parem o mundo que eu quero descer!
  • cat ultharGato de Ulthar
    Levando em conta o que eu estou acostumado a assistir e ler, poucas coisas ainda me surpreendem, e uma delas foi esse segundo episódio de Happy Sugar Life.
    Como a Satou pode reunir em sua volta tanta gente doentia? Não sei nem por onde começar. Talvez pelo professor tarado ou talvez pelo carinha que foi abusado pela gerente mas que também é um pedófilo doente.
  • diego gonçalvesDiego
    “Como a Satou pode reunir em sua volta tanta gente doentia?” É… é uma boa pergunta. Tudo bem: nós começamos esse anime avisados. Desde as expectativas o Vinicius já tinha deixado claro que todo mundo aqui é altamente perturbado.
    Só tem um problema: cansa. E a mim cansou bem rápido. A tal ponto que eu estou só esperando pra ver qual a tara, trauma e/ou crime da amiga da Satou. Ou de praticamente todo personagem que aparece.
    Por um lado, isso tem lá sua vantagem: faz o expectador se sentir nos pés da Satou, que também vê o mundo à sua volta com desconfiança. Por outro lado, é como eu disse: tamanha compilação de malucos por metro quadrado sem nenhum propósito maior do que entregar um “vilão da semana” para a Satou chutar, cansa.
    Talvez isso não fosse tão ruim se a própria Satou fosse uma heroína mais tradicional, mas estamos falando de uma assassina e sequestradora.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu não vejo dessa forma. Pelo contrário, acho que a perversidade na seria está por toda parte, mas é descrita com muito esmero.
    Reparem que os “inimigos” da Satou, se posso chamá-los assim, são figuras bem especiais: a mãe que aparentemente a abusou (e que, a julgar pelos machucados, também foi abusada). A ex-chefe. O professor.  São todas figuras de autoridade. Gente que adolescentes normais em circunstâncias normais tomariam como exemplo, mentores, pilares na vida.
    Essa perversidade “in your face” logo nos primeiros episódios é, ao meu ver, uma forma de nos colocar nos pés da Satou. De passar uma sensação de paranoia, em que não podemos confiar em ninguém. De mostrar, enfim, que esse é um mundo em que adultos erram e traem. É um world building muito sutil e muito eficiente.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tecnicamente, a Satou só confrontou dois personagens nesse anime até agora. Os dois adultos, e os dois figuras de autoridade, como bem lembrado.
    O mundo da Satou não é apenas um mundo de pessoas perversas. Há vários tipos de pessoas nele, e ela reage a cada uma dessas pessoas de forma diferente. Ela nunca cogitou matar a ex-chefe ou o professor – e aposto que a maioria de nós adoraria vê-los mortos.
    A Satou é uma assassina, aqueles pacotes em seu quarto secreto não negam. Mesmo assim, embora ela própria estivesse enojada desses adultos que não sabem se comportar como tais, embora ela tenha agredido o professor, a Satou nunca cogitou matá-los.
    Matar é algo que ela reserva para outro tipo de pessoa. Ainda é um pouco cedo para dizer isso com certeza porque não sabemos quem eram os habitantes daquela casa, mas estou disposto a chutar que era uma família totalmente inocente. A Satou entrou lá e os matou porque ela “precisava” do apartamento, simples assim.
    Há hierarquia na perversidade no mundo da Satou, e ela mata aqueles que estão abaixo dela – conquanto eles sejam obstáculos objetivos para sua eterna lua de mel com a Shio.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Isso é o que eu acho o mais atraente na série. E é o que faz da Satou uma protagonista com que podemos nos reconhecer, a despeito de ser uma pessoa desprezível. Ela não é arbitrária na sua violência. Como outros serial killers e criminosos que inspiraram histórias de ficção, ela tem um “motivo”, por mais torpe que seja, e age de maneira calculista para cumpri-lo – até mesmo evitando danos colaterais quando possível.
    Não faz sentido matar a ex-chefe ou o professor porque isso a colocaria na mira da polícia. O que, por sua vez, comprometeria seu futuro com a Shio. A sinopse do anime não mentiu: ela está, de fato, disposta a tudo para viver ao lado da Shio. E esse “tudo” envolve não apenas matar, chantagear e ameaçar, mas também se refrear de fazer essas coisas se as circunstâncias pedirem.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu vejo a Satou como uma pessoa extremamente pragmática. Mesmo que ela mate 200 pessoas ela não pode ser considerada uma assassina em série, ela apenas mata quem se interpõe no seu caminho, não sente nenhum prazer com isso e nem acha que é o seu dever. A situação aparece para Satou e ela resolve da melhor maneira que pode encontrar (melhor para ela, não para as vítimas).
    Contudo, espero ela entrando em problema bem rápido, ela não é nenhum gênio do crime, como é demonstrado com a dificuldade dela de se livrar dos restos humanos. Ela iria simplesmente jogar a bolsa no rio! Hoje em dia é muito fácil descobrir um assassino quando se deixa tantos furos como a Satou vem fazendo.
    Me pergunto como ela fará para lidar quando as cosias realmente esquentarem, quando ela tiver que fugir com a Shioi e correndo um risco verdadeiro e iminente de ser pega. Além disso, não duvido que ela se depare com pessoas realmente perigosas, como criminosos de carreira, Yakuzas, etc.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Satou é o tipo de personagem que só faz sentido no Japão, onde a incidência de homicídio é tão pequena que crimes desse tipo são surpresa até para a polícia. :stuck_out_tongue_closed_eyes:Em qualquer lugar mais paranoico ela teria de ser bem mais criativa. Já imaginou o cheiro daquela bolsa? Só de cruzar com alguém na rua ela já corria o risco de receber uma denúncia.
    “Genialidade” criminosa à parte, concordo que ela é bastante pragmática. E acho que isso é parte do apelo da personagem. Na minha resenha do mangá, comparei ela ao protagonista de Amor sem Fim, livro sobre um stalker maníaco que persegue a garota dos sonhos.
    As ações do rapaz são claramente as de um doente. Mas, como o livro é narrado por ele, acabamos sendo convencidos pelas suas justificativas. Ele realmente acha que o que faz é certo, e que os percalços são ou acidentes ou conspirações daqueles que querem separá-lo de seu grande amor.
  • diego gonçalvesDiego
    Embora eu concorde que ela seja pragmática, ao que tudo indica ela também não é imune a perder o controle, né? Afinal, o episódio termina com ela pegando um pé de cabra para matar o garoto ferido que seu colega de trabalho acabou de trazer para o local.
    O que reforça também que ela não é nenhuma mestra do crime. Bom, não que eu ache que ela irá conseguir matá-lo: ou ela será interrompida pela chegada de seus colegas, ou então se dará conta de que aquilo é uma péssima ideia não importa como você veja.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Olha, eu ainda não duvido de uma reviravolta nesse caso. Não a vimos matar, afinal.
    E ela certamente não é mestra em crimes: queria jogar restos cadavéricos em um córrego perto de sua casa :smile: Como já disseram antes de mim, aliás. Ela é geralmente corajosa, implacável, incapaz de sentir remorso e muito boa para enxergar através das pessoas. Mas não é necessariamente muito inteligente, e os traumas que a perseguem e o monstro que a habita não ajudam.
  • cat ultharGato de Ulthar
    O modo de agir da Satou é facilitado por ser japonesa! E sabemos que os japoneses não são de se meter na vida dos outros, nem de ficarem reparando no que os estranhos fazem. Isso dá uma cobertura para ela, mas não é algo que dê uma segurança duradoura. Também fico pensando se caso a polícia se envolva no caso.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Olha, não vou dizer que não há um charme em assistir séries sobre gênios do crime. E parece haver todo um subgênero de histórias de psicopatas geniais ludibriando a polícia. Mas fico muito contente que a Satou não seja esse tipo de protagonista. E que acabe se safando de suas cagadas por motivos acidentais (tipo o fato de viver no Japão).
    Se pararmos para pensar, nenhuma daquelas pessoas resistiria muito tempo numa cultura mais inquisidora. Aquela ex-chefe já teria sido denunciada. O professor, então? Conheço docentes que foram demitidos por muito menos. Aliás, em muitas escolas o ônus da prova acaba caindo sobre os instrutores.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Além de que a sociedade japonesa é repleta de gente solitária, visto até ser comum idosos que morrem em seus apartamentos e são descobertos meses, se não anos depois. Não é muito difícil alguém como a Satou se beneficiar disto. Se quem ela matou na casa onde ela está for alguém que não possui familiares?
    E sim, no Brasil, por exemplo, é muito mais difícil um professor sair com uma aluna sem levantar suspeitas.
    Citando uma situação que me foi próxima, nesta semana, onde eu moro, um professor foi preso pois estava em um parque público beijando uma aluna de 12 ou 13 anos, não me recordo ao certo. O pai seguiu a menina, depois de denúncias de colegas, e filmou o ocorrido.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Há um livro do Haruki Murakami chamado Underground: O Atentado no Metrô de Tóquio e a Mentalidade Japonesa. O título é auto-explicativo. Fala sobre o ataque terrorista de 1995 que inspirou, entre outros, Mawaru Penguindrum.
    No prefácio, ele culpa esse espírito de complacência pelo número de fatalidades. O ataque foi feito com gás sarin, um neuro agente que causa convulsões, desmaios e perda de sentidos (sobretudo a visão).
    Só que as pessoas continuaram no vagão, quietas, mesmo depois de se sentirem mal. Pior: custaram para reagir ou pedir ajuda, mesmo quando o pessoal ao redor começou a sofrer sintomas. Alguns só descobriram estar envenenados no trabalho, quando os efeitos já estavam mais pronunciados!
    Fico me perguntando se não é isso que explica o apelo por esse tipo de história. Numa sociedade tão certinha, com pessoas tão pouco intrometidas, é tentador imaginar o que encontraremos escondido debaixo da pedra.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Certamente a Satou só é possível no Japão. O que não quer dizer que monstros equivalentes não sejam possíveis no resto do mundo, e os serial-killers americanos são fascinantes por serem REAIS (se bem que os atiradores é que estão na moda agora, né?).
    Isso posto, tendo a enxergar em Happy Sugar Life apenas um tremendo exagero, algo como levar às últimas consequências coisas que só poderiam existir lá. O anime explora isso para … alguma coisa. Por enquanto continuo achando que seja alguma coisa pessimista.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu vou insistir que o anime vem sendo notadamente pessimista. A mensagem que eu tiro dele por esses dois primeiros episódios é que todo mundo tem esqueletos no armário, e quem não tem ainda vai ter tão logo for traumatizado por alguém que os tenha (vide o colega da Satou, que se tornou um pedófilo obcecado com a Shio após ser estuprado por sua antiga chefe).
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    (O que está em linha com a minha avaliação sobre a Satou: existe hierarquia no abuso e ela é respeitada. O mundo é horrível, mas não é todos contra todos. Isso talvez seja muito japonês também.)
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acontece que para a Satou é o mundo contra ela, desde cedo teve que lidar com abusadores e pessoas interesseiras, de certa forma o anime está correspondendo ao seu modo de vida.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Falamos e falamos da Satou, mas esquecemos de alguém fundamental: e o moleque espancado?
    Imagino que nenhum de vocês pense que a Satou conseguirá matá-lo assim tão rápido. O que esperam dele? Em especial, não lhes pareceu estranho que tenha murmurado uma jura de lealdade idêntica à que a Satou fez à Shio?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Até que não me soou estranho para falar a verdade, dava para ver que o rapaz estava buscando enlouquecidamente a menina, tanto é que mesmo estando na miséria, como deu para perceber, ele ainda se esforçava para colar cartazes.
    Além disso, tivemos uma mostra do seu passado.
    Talvez os dois sejam irmãos e eram abusados junto? Ou mesmo se não forem irmãos, foram criados no mesmo ambiente abusivo?
    Mas isso não vem ao caso no momento, o que eu quero dizer é que pode ser plausível que, em um ambiente destes, tendo apenas um ao outro, uma jura de fidelidade destas pode ter brotado.
    E como a Shio é uma criança, ela apenas repetiu o juramente que lembrava para Satou, que é a sua nova pessoa mais querida.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ele tem a mesma cor de cabelo, devem ser irmãos. Ele está ferido (digo, já estava ferido antes de ser espancado) e a Shio tem algumas memórias travadas que parecem ser com uma mulher (mãe?).
    Acho que tudo indica que eles sejam maltratados severamente, e talvez a coisa esteja ainda pior para ele sem a Shio. Quanto aos votos de matrimônio, a minha aposta é que foi algo que inventaram entre eles para aguentar os abusos e maus-tratos.
    E, isso leva a uma outra hipótese interessante: quem primeiro veio com a ideia dos votos de matrimônio não foi a Satou, mas a Shio. Ela deve ter encontrado a garota ferida ou algo assim, fora de casa, não sei se o “amor” foi à primeira vista, mas em todo caso pegou a garota para ajudá-la, e, à noite, a Shio deve ter feito os votos como sempre (?) fazia com seu irmão (??), e aí sim a Satou ficou louca de pedra pela menina.
  • diego gonçalvesDiego
    De fato, o episódio deu muito a impressão de que a Satou não sabe muito sobre o passado da Shio, e pelo visto de fato pegou a menina da rua e está com ela desde então.
    Se for esse o caso, pode explicar porque a Shio não sente falta da família: talvez ela própria tenha fugido, ou tenha sido abandonada, ou qualquer coisa do tipo – o que, ainda por cima, explicaria porque aparentemente é apenas seu irmão que está colando cartazes, não o pai ou a mãe.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pela memória alucinógena traumática da Shio, ela nem lembra o rosto da … mãe (?) dela. Aconteceu alguma coisa pesada ali.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Se ela fosse muito nova (tipo uns 3-4 anos) até daria para engolir. O anime já disse a idade dela? Confesso que não lembro do mangá.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Ela deve ter uns 5 anos no máximo, acho.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acredito que ela ainda não tenha idade para ir à escola. A Satou é bastante pervertida:stuck_out_tongue:
    Ela é nova o bastante para não saber que você precisa ligar o aspirador na tomada para ele funcionar. Quando eu percebi isso comecei a ficar com medo pela integridade física dela. É um perigo deixar crianças assim sozinhas em casa.
  • cat ultharGato de Ulthar
    É um perigo deixar crianças assim sozinhas com a Satou:stuck_out_tongue:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E parece que era um perigo para a Shio ficar em sua própria casa também. Essa daí não nasceu com sorte:cry:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Você sabe que o negócio ficou sério quando até a ausência da Satou é um risco para a Shio.
    E, com essa, acho que vamos ficando por aqui, pois estou louco para ver os próximos capítulos. Até a semana que vem!
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