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Girls’ Last Tour – finisgeekis https://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Wed, 27 Feb 2019 15:03:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32&ssl=1 Girls’ Last Tour – finisgeekis https://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio final https://www.finisgeekis.com/2017/12/31/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-final/ https://www.finisgeekis.com/2017/12/31/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-final/#comments Sun, 31 Dec 2017 10:07:26 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=19900 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no episódio final de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Deus do céu, que final! Crédito a quem é devido: nunca vi um slice of life descompromissado nos pegar pelas entranhas como fez Girls’ Last Tour
    Eis que finalmente temos todas as respostas: a antiga sociedade da Terra, a guerra que devastou o planeta, a origem das máquinas e equipamentos, a natureza dos estranhos deuses em formato de salsicha.
    E, de quebra, um vislumbre do futuro: a humanidade de fato está condenada. Ishii e Kanazawa estão provavelmente mortos. Yuu e Chi são as últimas humanas no planeta, e Nuko e seus progenitores preparam o leito para um sono coletivo de que ninguém acordará.
    É tanta coisa a se pensar que nem sei por onde começar. Então lanço a vocês. O que acharam? O que mais marcou? O que os fez coçar a cabeça, derramar lágrimas, sorrir de satisfação?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu fiquei feliz de não ter sido pego de calças curtas. Há muitos episódios já havia interpretado o fim do mundo como uma metáfora para as nossas vidas limitadas. É como eu já disse várias vezes: elas estão vivendo ao máximo, dentro das possibilidades que têm.
    E isso é precisamente o que cada um de nós, em nosso mundo confortável ainda longe do fim, está ou deveria estar fazendo. Elas e seu mundo não são fundamentalmente diferentes de nós.
    Dito isso, o episódio conseguiu me maravilhar com o mosaico de séculos de vida humana, e me deixar tenso com a Yuuri sendo devorada.
  • cat ultharGato de Ulthar
    PRIMEIRAMENTE: Que ótimo último episódio para um ótimo anime.
    Bom, eu não afirmaria que a Yuu e a Chi são as últimas humanas na Terra, já que os cogumelos sencientes afirmaram que inda não haviam vasculhado com exatidão os andares acima. Só fiquei triste pela confirmação de que a Ishii e o Kanazawa muito certo estão mortos.
    A cena no submarino onde são colacionadas várias imagens alternadas do sociedade humana, foi belíssima. A transição entre filmagens felizes e de guerra mostraram exatamente a humanidade como ela é.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu não acredito que o que os cogumelos disseram confirma que Kanazawa e Ishii estejam mortos. Até onde sabemos, eles não são oniscientes e muito provavelmente passaram pelos níveis inferiores antes das garotas encontrarem os dois, o que significa que simplesmente não os viram. Eu interpreto o que eles disseram como “até onde pudemos averiguar, daqui para baixo não tem mais ninguém vivo, só vocês duas”.
    Independente disso, é muito possível que os dois estejam mortos. Não porque os cogumelos disseram isso, mas porque é mesmo difícil viver nesse mundo. Eles estão sozinhos e sequer dispõe de um veículo. O Kanazawa tinha uma moto que quebrou antes dele encontrar as garotas. A Ishii nunca teve um veículo, mas tinha uma fonte de alimentação próxima de onde vivia.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Talvez seja o formato fúngico, talvez o fato de captarem ondas eletromagnéticas. Mas eu tive a impressão que aqueles seres, pelo menos na forma adulta, possuem uma espécie de “inteligência de enxame” que os permite captar coisas muito além dos seus sentidos imediatos. E eles parecem incumbidos de um propósito quase divino de “resetar” a criação. Então sim, acredito que haja uma boa probabilidade das duas garotas serem de fato o último biscoito do pacote.
    Falando nos cogumelos, o que vocês acharam deles? Finalmente tivemos algo próximo de uma explicação da sua natureza, mas foi suficiente? De minha parte, achei que a cena dos ICBMs trouxe mais perguntas que respostas (o que não é de forma alguma ruim).
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Enquanto os cogumelos estavam no submarino, um robô gigante de destruição em massa despencava na cabeça da Chito e da Yuuri – e estava ativo. Eles foram para o nível superior e o robô continua lá, ainda que talvez sem alguns componentes necessários para ser ligado. Ainda tem a questão das luzes do templo e da cidade a sua volta – eles já haviam passado por lá e deixaram aquela fonte de energia funcionando? Ou passaram pouco depois, e estão se movendo basicamente na mesma velocidade que as garotas?
  • diego gonçalvesDiego
    Bom, há algumas explicações para isso. Para começar, provavelmente aqueles que vimos não são os únicos cogumelos antropomórficos comendo energia por ai. Pode ser que houvessem outros que simplesmente não haviam chegado até aquele templo ainda.
    Outra explicação seria isso ser um simples furo de roteiro, talvez consequência da autora não ter a série inteira planejada desde o início (mais do que comum nessa indústria, caso o leitor não saiba).
    Eu sou do time que acredita nos cogumelos, se mais nada porque me parece mais tematicamente coerente serem as duas as últimas humanas. Agora, sobre o episódio em si, vou dizer que foi a melhor finalização que o anime poderia ter tido (e tendo tomado alguns spoilers de como o mangá parece que irá terminar, acho que vou preferir o final do anime mesmo rs).
    E eis que temos aqui o glorioso retorno da melhor trilha sonora do ano: a musiquinha da chuva (hiperbólico, claro, mas quem não gostou dela tocando ao final?). Ah sim, e os cogumelos… Hum, a explicação foi suficiente? Bom, teve uma explicação? Soubemos o que eles são, mas não muito sobre como surgiram. E francamente, nem acho que seja necessária uma explicação mais detalhada rs.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Kanazawa e Ishii já estavam narrativamente mortos após seus arcos, de todo modo, então não vejo porque seria necessário deuses cogumelos dizerem isso. A Yuuri já havia até esquecido quem era o Kanazawa alguns episódios atrás.
    E sim, acredito que existam outros panteões de cogumelos (se eles são cultuados como deuses, o substantivo coletivo panteão é adequado, certo? hehe), mas isso não implica que eles se comuniquem à distância uns com os outros de modo a sempre todos estarem cientes de toda a situação do mundo.
    Ao fim e ao cabo, acho que estamos exigindo explicação demais do que não precisa de explicação nenhuma, em primeiro lugar.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, então vamos a outro tópico, de que definitivamente recebemos uma explicação: o fim do mundo. Finalmente tivemos um vislumbre do que foi, afinal, o mundo do anime antes do apocalipse. Confesso que me trouxe à mente a Terra futurista de Cowboy Bebop. O videozinho das meninas, parte do mosaico final, até me pareceu reminiscente da “cápsula do tempo” da Faye Valentine em um dos episódios do clássico.
    E reparem que o robozinho que a menina fez é de fato uma máquina Von Neumann. Ela diz especificamente que sua função é se autorreplicar!
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Apesar de ser só um vislumbre, apenas poucas cenas, fiquei positivamente impressionado com a dedicação da autora em contar uma história complexa. Seria fácil só mostrar que está tudo bem, depois vem uma guerra e acabou. Mas houve pelo menos três guerras, para começar.
    E inúmeras cenas de vida cotidiana, momentos de felicidade e de tristeza, coisas enormes como asteroides (ou eram armas?) entrando na atmosfera da Terra e coisas minúsculas como uma aranha devorando uma borboleta. Modernidade e tradição. Aquilo foi realmente emocionante.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Pareceu até uma versão não-brega do filme A Árvore da Vida. Com uma aranha no lugar de um velociraptor rs
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Para mim, aquele mosaico foi o ponto alto do episódio. E um dos maiores do anime inteiro.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu concordo com o Fábio, o mosaico foi talvez o melhor momento do episódio e um dos melhores da série. Mas não vou ter muito o que acrescentar: foi de fato um exímio esforço de worldbuilding em um tempo incrivelmente curto, créditos para a autora.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Sem sombra de dúvidas, o mosaico foi sim o ponto alto do episódio. A maneira como filmagens felizes e outras nem tanto se sobrepunham umas pelas outras foi o melhor jeito possível de contar a história da Terra de uma maneira rápida e eficiente. O impacto das duas descobrindo isso por meio de um livro ou alguém contanto à elas seria muito menor. Ou pior, poderia ter havido um flashback contando a história. Mas enfim, foi uma maneira felicíssima de mostrar o que a autora queria.
    E mais, mesmo assim as duas não ficaram especialmente tristes, apenas melancólicas. Outro ponto alto do episódio foi a Yuu sendo devorada pela criatura fúngica, onde mostrou o desespero que seria uma perder a outra.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, pelo visto é unânime. Todos nós amamos o episódio.
    Deixem-me perguntar outra coisa então. Agora que Girls’ Last Tour acabou, vocês sentiram que o anime mudou alguma coisa em vocês? Seja na forma como o enxergavam no começo, seja na maneira como enxergavam animes de uma forma geral?
    De minha parte, devo dizer que ele melhorou minhas impressões tanto de slice of lifes quanto de personagens moe. O primeiro porque, muito embora já tenha assistido vários slice of lifes bons, é uma premissa meio hit or miss que sempre arrisca sacrificar conteúdo pela forma. E a segunda porque… bom, eu nunca imaginei que blobs fofas podiam servir uma função outra que o fanservice.
    Desde o primeiro episódio, tive medo de que Girls fosse se mostrar um repeteco mais zoado de Sora no Woto, série que eu abandonei logo cedo, a despeito da produção incrível. Foi uma imensa alegria ver que este não foi o caso.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Animes slice of life normalmente vêm em um de três sabores: cute girls doing cute things, comédia e iyashikei. Pode ser também uma mistura em quantidades variadas desses três.
    Girls’ Last Tour está mais para o terceiro tipo, só que ele não é o que estamos exatamente acostumados a ver no gênero. É certamente agridoce, mas não é sobre memórias da juventude ou da infância (necessariamente japonesas), mas sobre viver. É um tema universal.
    Não ficamos com sentimentos mistos em relação ao passado e ao destino dos personagens (bom, isso também, mas não só), mas sim com relação à nossa própria vida. Estamos vivendo direito? Estamos aproveitando ao máximo o mundo em que vivemos? Se até elas podem, por que nós não podemos? Será que estamos apenas sobrevivendo?
    Eu não sei dizer se assistir isso mudou algo em mim. Eu tenho certeza que ainda pretendo viver para sempre :stuck_out_tongue: – e isso com certeza mata parte do propósito. Mesmo assim, mexe comigo pensar nesse tipo de coisa.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Bom, não posso afirmar que o anime mudou algo significativo em mim. O que posso afirmar é que foi uma obra de arte de qualidade que me deu muito prazer assistindo, e essa experiência positiva levarei para a vida toda, bem como pelo conhecimento que adquiri mediante as informações passadas pelo anime.
    Quanto a questão de slice-of-life e o moe, acho que é uma combinação que pode dar bastante certo quando utilizada da maneira certa, e Girls’ Last Tour mostrou isso, assim como outros bons animes. E quanto ao design moe, ele pode sim ser utilizado em obras mais profundos, e quando isso acontece, a sensação causada é ainda mais profunda do que um design habitual, dada a “estranheza” formada pelo dicotomia”forma x conteúdo”
  • diego gonçalvesDiego
    Eu vou dizer que não sei bem até que ponto o design de Girl’s Last Tour conta como “moe“. Ele é bastante estilizado e cartunesco, sim, com cabeças grandes e tudo mais, mas não exatamente chamaria de moe. Mas até ai a definição de “moe” é um vespeiro que talvez seja melhor eu não me meter kkkkk
    De minha parte, não posso dizer que esse anime tenha me deixando algum impacto profundo ou coisa do tipo. Ele é certamente muito bom, um dos melhores animes que eu assisti esse ano, e lembrarei dele com bastante carinho. Mas não é algo que tenha mudado a minha vida ou mesmo a forma como eu vejo essa mídia. Fica como “só” mais uma obra muito boa rs.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    O que não é, de forma alguma, uma coisa negativa. Séries boas como essa não são coisa que vemos todo o dia.
    E gostaria de terminar aqui com essa imagem:

    Não, não é uma cena desse capítulo final. É uma tomada do primeiro episódio, que eu não tenham sequer registrado. Tudo para mostrar quão “fechado” e coerente Girls’ Last Tour foi. Um anime sem passos em falso, que sabe aonde quer ir desde o momento em que girou a ignição do Kettenkrad.
    Acho que é isso, não? Chegamos ao fim! Agradeço a vocês pelos excelentes debates e a vocês, leitores, por nos acompanharem até aqui.
    Um feliz ano novo e até a temporada que vem!
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https://www.finisgeekis.com/2017/12/31/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-final/feed/ 1 19900
Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 11 https://www.finisgeekis.com/2017/12/20/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-11/ https://www.finisgeekis.com/2017/12/20/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-11/#comments Wed, 20 Dec 2017 19:51:22 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=19891 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no décimo primeiro episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Caros colegas, o que foi isso? Nunca até agora Girls’ Last Tour nos deu um episódio tão lore-driven, tão tecnicamente completo e eloquente. Armas de poder inimaginável. Animais sapientes que funcionam como “chaves mestras” da tecnologia perdida. Um indício de explicação para os deuses curiosos de episódios passados. E o primeiro cliffhanger da série até agora.

    Eu estava certo, tal como vocês, de que esse anime acabaria com um “lamúrio”, não com um estrondo. Agora, não estou mais certo. Do começo ao fim, senti aqui o prenúncio de uma grande revelação.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Esse foi o primeiro episódio que ocorreu a sensação de continuidade, ou emenda, para um próximo episódio. Prevejo algo interessantíssimo como foi esse episódio. Elas acabam encontra um mecha, a Yuu dispara armas de destruição em massa e ri como uma psicopata enquanto a cidade queima, e a Chito dá um sopapo na cara da Yuu. Uau, que cena!
  • diego gonçalvesDiego
    Eu acho que a cena do soco é um bom representativo desse episódio. Nós já tivemos no anime outros momentos de algo caindo nas garotas, mesmo uma cena da Yuu acidentalmente acertando a Chi na cabeça com um ferro, mas até aqui tudo isso foi tratado como slapstick e mais nada.
    Mas esse soco foi diferente: foi seco, e sentido, bem longe da violência leve que vimos até aqui. Igualmente, esse episódio foi talvez o mais pesado, sendo o momento em que as garotas finalmente entendem a extensão do poder das armas humanas – e mesmo assim, talvez bem mais esteja ainda por vir.
    Foi um episódio bem interessante, e imagino que seja o prenúncio do final, um encaminhamento para a finalização da série. Só um pequeno nitpicking: eles não estão, tipo, camadas e mais camadas pra cima, a um nível que seriamente me faz questionar se não deveriam já estar entrando na estratosfera? Que raios então faz um SUBMARINO nessa altura?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu pensei exatamente isso! Qual a necessidade de um submarino nuclear???
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mesmo já acostumado com a Yuuri fazendo yuurice, assistir ela rindo feito uma maníaca depois de disparar o raio da morte foi assustador. Me fez lembrar do medo que eu tive no primeiro episódio, quando ela apontou o rifle pra Chito e a ameaçou por uma barra de ração.
    E a Yuuri certamente entende a extensão do poder que a civilização antiga desenvolveu, mas ela parece tão alienada para as implicações disso. Espero que ela não tenha a oportunidade de disparar um daqueles ICBMs nucleares que encontraram no submarino.
    A Yuuri literalmente gosta de ver o mundo pegar fogo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vamos começar por esse ponto então: o super mecha de destruição em massa. Preciso dizer que a primeira imagem que me veio à cabeça não foi outra que não a dos gigantes de Nausicaa: “robôs” sapientes meio-orgânicos, que basicamente provocaram o apocalipse com seu poder de destruição.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que foi inspiração proposital. Todo mundo viu os gigantes de Nausicaa (eu incluso)
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sei que já estou soando repetitivo citando Nausicaa, mas nesses últimos episódios Girls’ Last Tour parece ter se distanciado da sua “Segunda Guerra genérica” direto para os braços de um pós-apocalipse que nos faça pensar.
    A Chi percebeu – tal como a Nausicaa do Miyazaki – que há algo inerentemente terrível em uma arma capaz de obliterar milênios de civilização em questão de segundos. Sim, é a mesma questão que cerca a bomba atômica desde que surgiu, mas há algo de especialmente pavoroso (ou poético?) quando essa arma tem um “rosto” humano.
    As ações da Yuu talvez sejam um alerta pernicioso de seu poder: com armas como essas, não é preciso um gênio do mal para destruir a humanidade. Basta uma ação impensada, um engraçadinho no cockpit errado, e tudo vai pelos ares.
    Ou, talvez, seja um espírito de resignação. Já que tudo foi embora, porque não se divertir? Não é como se a humanidade fosse ser extinta duas vezes….
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que a Yuuri está mais para o caso do engraçadinho irresponsável mesmo. A Chito a trata dessa forma pelo menos.
    E já que falei de inspirações, acho que aquela máquina de função desconhecida que elas encontraram e que divertiu a Yuuri foi inspirada nas obras de Jean Tinguely .
    Quero dizer, olha pra isso:
  • cat ultharGato de Ulthar
    Vejo uma mescla de temor e fascínio que o anime propõe ao lidar com esse tema. Há algo de grandioso em um dispositivo de destruição em massa, até mesmo maravilhoso.
    Pensar que em um toque seu em um botão você pode obliterar uma cidade inteira? Claro que é um fascínio, mas um fascínio temeroso, que em mãos não tão sensata, como da Yuuri, pode ser verdadeiramente prejudicial.
    Não posso deixar de pensar em um grande clássico do cinema dirigido pelo Kubrick, Dr. Stangelove, e seu subtítulo muito sugestivo em uma hora destas: “How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb“.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Devo dizer que o que mais chamou minha atenção não foi nem o robô em si, mas o fato do nuko (o “gato” do futuro) ter sido capaz de ligá-lo. Quer dizer que esse… bicho (se é que animal ele de fato é) não é apenas uma criatura, mas um ser sapiente, além de chave-mestra para toda a tecnologia?
    Parece que Girls’ Last Tour finalmente nos deu material para especular. O nuko sabe falar, pode comer de tudo (sobretudo metais e outros resíduos industriais) e parece ter acesso a todos os sistemas (ou, pelo menos, a capacidade de alterar seu corpo para simular uma chave de ignição).
    O que vocês acham que ele é, afinal de contas? Uma espécie de androide, como os hydras de Nausicaa? Uma espécie venerada pelos humanos (daí sua similaridade com os totens religiosos)? Executores de uma inteligência superior, com o intuito de “controlar” a humanidade (como os keepers de Mass Effect)?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Bem apontado pelo Vinicius. Quando eu vi esse episódio, eu logo imaginei que o nuko poderia ser uma espécie de divindade para algumas pessoas, mesmo que de fato ele não seja, pois é mais provável que seja algo alienígena ou uma obra de engenharia genética.
    Como o nuko só apareceu em andares superiores, dá para concluir que para aquele patamar o bichinho era comum ou utilizado para um fim prático.
    Enquanto que nos andares inferiores, ele fosse adorado como uma espécie de divindade, o que demonstra que os andares possam realmente ter uma diferenciação social no que concerne o grau de desenvolvimento social dos habitantes.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Alienígenas não “casam” com o cenário. Voto em engenharia genética. Por que a humanidade precisava de animais como chaves-mestras? Eu não faço a menor ideia, mas talvez não haja uma razão tão rígida assim e isso seja só um aceno da autora a vários gêneros de ação que colocam adolescentes pilotando armamento apocalíptico e que têm mascotes, que frequentemente são mais do que apenas mascotes. Um apelo à inocência que esses animes fazem.
    De todo modo, nos altos e baixos da humanidade parece que em algum momento ele passou a ser venerado como um deus. Mas lembrem-se que no templo a principal deusa não era uma salsicha, mas uma humana. Talvez tenha sido apenas uma garota normal que “salvou” a cidade junto com seus nukos e, com o tempo, passou de heroína à deusa.
    E não sei se notaram, mas ele cresceu ao longo do episódio, provavelmente conforme comia lixo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não tinha notado e agora estou com medo pelas nossas queridas garotas. Vamos torcer para o Nuko não virar um Darty de Stranger Things.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eles eram reverenciados como deuses, inclusive isso pode ser uma explicação para as estátuas de tamanhos variáveis, não acredito que, mesmo gigante, ele possa ser malevolente. Talvez dê mais trabalho de alimentar só, à la Pequena Loja de Horrores.
  • diego gonçalvesDiego
    Francamente falando, eu totalmente consigo ver uma espécie de robô biológico ou semi-biológico com aparência de um animal fofinho se tornando algo comum em uma sociedade suficientemente avançada, sobretudo uma que parece ter extinguido toda e qualquer outra forma de vida.
    Seriam companheiros ideais, e ainda com funções úteis, uma espécie de celular muito mais avançado rs Justamente por isso, acho que vou concordar com o Fábio e dizer que o Nuku provavelmente não tem nada de perigoso… se bem que eu não afirmo isso com tanta certeza porque, né, é a Yuu quem está criando o bichinho.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Agora que você falou, lembrei-me dos “persocoms” do Chobits. Em especial aqueles pequeninos, como a Momo.
  • diego gonçalvesDiego
    Uma ótima comparação! (E uma imagem deveras desconfortável… os olhos do protagonista estão tããããão afastados… cruzes)
  • cat ultharGato de Ulthar
    Acho que as vezes a questão não é se o nuko é bom ou mal. Ele pode ser perigoso com as melhores das intenções. Vá saber o que ele vai fazer quando atingir um tamanho considerável? Ele pode até ter alguma programação pré-definida. Mesmo dizendo isso, eu também acho que o nuko não especialmente perigoso.
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que ele ser perigoso não realmente combinaria com a atmosfera que o anime vem tendo até aqui.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O mais curioso é pensar como eles passaram a ser reverenciados. Se há um templo, certamente eles se tornaram imagens divinizadas.
    E se me lembro, a Chito conseguiu ler o que estava escrito no templo, o que significa que ele é recente, talvez já da segunda civilização.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De minha parte, não consigo tirar da cabeça os keepers da série Mass Effect. No game, eles são uns insetões meio-sintéticos completamente inofensivos que vivem na Citadel, estação espacial que hospeda o governo galático.
    Eventualmente, nós descobrimos que a Citadel foi construída pelos reapers, uma raça alienígena que expurga a vida inteligente na galáxia a cada 50000 anos. Os keepers são instrumentos dos reapers, cuja função é condicionar o as espécies mais novas a fazer uso de sua tecnologia, de maneira a facilitar sua eventual assimilação.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Olha a cara deles. É óbvio que não são inofensivos.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Lembre-se de que em Mass Effect essa gostosura é uma opção de romance. Os games têm uma critério bem… liberal de fofura.

    Voltando ao anime, outra hipótese em que pensei é que o nuko seria uma forma de vida adaptada ao “ecossistema” do pós-apocalipse. Capaz de se alimentar de detritos industriais, imitar a voz humana (tipo um papagaio) e se “moldar” para acessar máquinas (tal como alguns bichos sabem abrir fechaduras).
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu penso que pode ser isso também, mas em comparação com as demais formas de vida do futuro (peixes, batatas, e garotas com cabeça de batata), ele passou por mudanças muito mais radicais. Parece-me ser mesmo artificial.
    Até porque ele não é apenas adaptado, mas é muito útil para seres humanos, como as garotas estão descobrindo. E como provavelmente uma das civilizações perdidas devia acreditar que fossem, a ponto de deificá-los.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Pode ser um ex-animal doméstico (artificialmente selecionado) que conseguiu viver na ausência de humanos. Tal como o próprio gato em que é baseado – e que também foi deificado por sociedades primitivas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    É quase um “intermediário” entre as duas hipóteses. Certamente possível.
  • diego gonçalvesDiego
    Francamente falando, eu não acho que seja assim que a evolução funcione… ou no mínimo não acho que ela funcione assim no espaço de mil e poucos anos. Ponho minhas fichas no bichano ser artificial mesmo
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Espécies domesticadas podem sofrer mudanças fisiológicas drásticas em tempo menor – mas tendem a reverter para o estado “selvagem” rapidamente quando abandonadas à própria sorte também.
  • diego gonçalvesDiego
    Entre estas mudanças já esteve algo próximo de “capacidade de alterar a fisionomia para interagir com aparelhos eletrônicos”?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Não vejo por que não. Polvos, por exemplo, têm corpos muito versáteis e um grande intelecto que permite que pensem fora da caixa. Há casos de polvos que encontraram falhas em aquários e escaparam ao mar pelo encanamento.
    E há toda sorte de animais que aprendem a usar ferramentas ou a lidar com aparelhos humanos. Já vi um vídeo de uma vaca que aprendeu a abrir a portinhola do rancho com a língua. Ela deixava as colega saírem e depois voltava para dentro.
    O grande problema é passar esse conhecimento para as próximas gerações. Mas nada garante que este seja o caso do Nuko. Até onde sabemos, ele pode simplesmente ter aprendido por tentativa e erro: “encaixando-se” em toda sorte de entrada para ver o que acontece.
  • cat ultharGato de Ulthar
    A ideia de evolução é possível, mas não consigo ver ela aplicado ao caso concreto. Nuko é muito artificial e não faz correspondência a nenhum animal existente, muito menos a um gato, como a Yuu levou a crer. Ele pode ainda ser uma criatura responsável a limpar dejetos industriais, criada justamente com esse propósito.
    Um mundo como aquele devia ter dificuldade em se livrar de todo o seu lixo, e o nuko seria uma boa solução. Lembrando que já há hoje em dia bactérias que se alimentam de algum detritos jogados na natureza, como o petróleo e plásticos.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Há bactérias comendo radiação em Chernobyl.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Sim, também.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Já que mencionaram a radiação, vamos falar do outro elefante branco do episódio:

    Não sei explicar, mas ver esse submarino nesse momento da jornada me provocou um desassossego particular. Ao contrário do hardware da Segunda Guerra no início do anime, ele me pareceu menos um fanservice tecnológico que uma lembrança de que esse mundo paralelo está ligado ao nosso pelo pior cordão umbilical possível.
    Não me parece uma coincidência que tenha aparecido logo depois do mecha exibir seu poder de fogo. É como seu o anime estivesse trazendo seu argumento para perto de nós. Qual “argumento” não sei direito, mas sinto que o próximo episódio responderá a essa questão – e que nós, talvez, não gostaremos da resposta.
  • diego gonçalvesDiego
    Continuo me perguntando porquê um submarino quilômetros acima do nível do mar Mas se for pra falar em argumentos, provavelmente será uma mensagem dos perigos da guerra.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Se isso tiver explicação, descobriremos no próximo episódio. De todo modo ele não está aí por acaso, há estruturas construídas para acessá-lo aí.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu me pergunto também até que ponto o nível do mar é realmente o nível do mar. É bem possível que o mundo de Girls’ Last Tour tenha passado por algum tipo de terraformação. As inúmeras camadas da cidade em que trafegam de fato sugerem que o planeta não é mais o mesmo.
  • cat ultharGato de Ulthar
    O submarino também me intrigou bastante. Será que ele era operável ou apenas um resquício de uma era passada? Uma peça de museu? A questão é que o motor nuclear dele ainda estava operante. tanto é que o nuko capturou o sinal.
    Pode ser ainda que se possa navegar entre os vários níveis, uma espécie de oceano em “camadas”. E nesse aspecto um submarino é melhor que um barco, pois pode entrar em poços ou túneis subaquáticos sem maiores problemas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De fato. Bem imagino uma espécie de “Canal de Suez” vertical, que conectasse mares superiores a inferiores.
    Dito isso, acho que o Fábio tem razão. Seja lá o que for, saberemos na semana que vem, nessa season finale que não poderia chegar mais rápido.
    Um abraço ao leitor por nos acompanhar até aqui, e até a próxima quarta, quando terminaremos essa incrível jornada. Até lá!
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Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 10 https://www.finisgeekis.com/2017/12/14/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-10/ https://www.finisgeekis.com/2017/12/14/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-10/#respond Thu, 14 Dec 2017 20:14:10 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=19869 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no décimo episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bem vindos a Girls’ Last Tour, o anime sobre as maravilhas do transporte público — e furões de gelatina que se comunicam por ondas de rádio.
  • diego gonçalvesDiego
    Só pra já tirar isso do caminho: a frente quadrada daquele trem me incomoda pelo quão aerodinamicamente ineficiente ela seria no mundo real
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Dependendo da velocidade, o atrito com o ar é pouco ou nada relevante para o consumo energético de um trem. Por isso trens urbanos, metropolitanos, podem ter qualquer formato. E parecia ser o caso daquele – um serviço metropolitano de transporte de passageiros e carga.
    E eu não acho que a linguiça se comunique por FM. Foi a primeira coisa que a Chito pensou porque ele estava, afinal, falando, e estava em cima do rádio. Depois ela se surpreende: essa coisa está falando?
    E de fato vemos o movimento da boca dele várias vezes.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Mais um belo episódio de Girls und Panzer!!! Ops… acho que é o anime errado…
    Gostei deste episódio, com direito a um “gato” pós-apocalíptico e uma elucidativa aula de física básica.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Por onde começar? Acho que esse foi um dos episódios mais bonitos, falando de pura carga estética. É difícil apontar o que o anime não faz de excelente, mas creio que sua música supera todas as expectativas. Primeiro foi a belíssima sequência da chuva, depois a dança embriagada da Yuu e da Chi. E agora essa tomada super delicada, em um ponto de sua jornada – como o cenário dá a entender – que pode bem ser um momento de virada.
    Como cereja do bolo, a “música triste” que escutam no rádio até se parece com o tema de Nausicaa: outro grande anime pós-apocalíptico:
  • diego gonçalvesDiego
    A trilha sonora é um dos pontos mais fortes de Girls’ Last Tour, e considerando o quão bom é esse anime isso certamente é dizer muito. Não me dei ao trabalho de procurar o compositor ou compositora do anime, mas seja quem for: está de parabéns.
    Já sobre ser o episódio mais visualmente bonito… eu concordo, mas mais porque Girls’ Last Tour não tem muitas cenas amplas e belas como a desse episódio, sendo geralmente bem mais claustrofóbico. Não entendam mal: quando elas aparecem são mesmo incríveis, mas são momentos em meio a cenários bem mais… hum, “fechados” acho que é a palavra ideal.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É verdade. Girls’ Last Tour não é um anime de grandes paisagens ou tomadas deslumbrantes. Fico me perguntando se agora que elas estão em um nível mais alto isso ira mudar. Até agora, vários dos momentos mais impactantes estiveram associados justamente à subida: as luzes da cidade após o encontro com Kanazawa, o vôo (e queda) da Ishii. É um recurso narrativo interessante, “pautando” os momentos de grande impacto com vislumbres do mundo real, tal como um sol que aparece entre nuvens carregadas.
    Claro, podemos ver da própria cena que elas ainda estão bem longe do topo – se é que existe, afinal, um “topo”. Mas achei – e talvez seja só impressão minha – que o elevador desse episódio foi um “ponto sem retorno” ainda mais agressivo que os outros na série até agora.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Talvez eu esteja enganado, mas eu tenho minhas dúvidas se elas conseguiram chegar ao topo daquele mundo antes do final do anime. Pelo que deu para vê, ainda há muito o que subir ali. O que é fato é que realmente o quanto mais se sobre mais a tecnologia parece avançada. Se no nível atual há robôs com uma inteligência artificial bem programada, imagina nos próximos níveis.
  • diego gonçalvesDiego
    Talvez descubramos com o tempo que no topo está ainda um novo assentamento humano, agora com uma tecnologia ainda mais avançada do que tudo o que vimos até então. Bom, ou não… E se eventualmente isso rolar, é o tipo de twist que esperaria para o final do mangá, não desse anime rs. Na verdade, e com apenas dois episódios sobrando, arriscaria dizer que chegamos ao mais alto que chegaremos no anime.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu nem queria trazer esse ponto agora, mas já que o Diego mencionou, não vamos negar fogo: o que vocês esperam do final desse anime? Acham que os créditos simplesmente subirão? Que teremos alguma última cena tocante de ending, igual à da chuva ou do episódio da bebedeira? Ou ALGUM tipo de resolução?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Estou cético no que tange esperar alguma resolução, tanto pelo estilo da obra, que é mais simbólica do que qualquer outra coisa, como pelo fato de que o mangá ainda está em publicação. Ou inventam um final próprio, ou vai acabar como começou, em alguma cena melancólica com os créditos subindo.
  • diego gonçalvesDiego
    Esse tipo de obra quase que por natureza tende a ter finais de estilo “e a aventura continua”, então eu não realmente espero qualquer tipo de resolução da obra, em parte pelo que o Gato falou, mas também porque eu não acho que haja algo para se concluir aqui.
    Nossas personagens não possuem nenhum objetivo determinado, e não é como se houvesse algum drama ou tensão inerente entre elas que precisasse ser resolvido. De certa forma, podemos dizer que Girls’ Last Tour é uma história sem conflito, e como tal ela não exatamente necessita de uma resolução.
    Imagino que o episódio final será algo semelhante ao final do episódio 5 – alguma cena mais bonitinha, com uma OST combinando, que nos dê a sensação de que a história dessas duas ainda tem muitas páginas a correr.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Não espero um final para esse anime, com o mangá ainda em andamento. E parece que já há material suficiente para mais meia temporada ainda. Devem escolher um episódio emocionante, como o da dança, para encerrar e é isso aí.
    Mas o topo me interessa! Existe um curta chamado Tsukimi no Ie (La Maison en Petits Cubes) que é sobre construir literalmente em cima de onde estávamos antes. Eu imagino que as civilizações em Girls’ Last Tour não realmente desistiram ou deixaram de existir, elas apenas continuaram construindo em cima e para cima.
    Metaforicamente, é o que fazemos, não é? Para o bem ou para o mal, depois de vitórias ou de tragédias, continuamos construindo “em cima” do passado. E evoluímos no processo – talvez quando a Chito e a Yuuri encontrarem a civilização, ela já não seja mais composta por seres humanos como os conhecemos. Já temos alguma dificuldade para reconhecer peixes e batatas, e ainda não aceitei que “aquilo” é um gato.
    Talvez o verdadeiro infortúnio delas – e de todos que estão nos níveis inferiores – não seja o fim da humanidade, mas terem nascido nas franjas esquecidas dela. Por tudo o que vimos e sabemos, talvez os humanos da “verdadeira civilização”, bem no topo dessa mega-cidade olímpica, se pareçam com magos ou com deuses.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse é um ponto interessantíssimo, até porque é a mais pura verdade. Na história da humanidade, nós estamos sempre construindo para “cima”. Isso pode soar estranho para nós brasileiros, mas em locais como a Europa, Oriente Médio e parte da Ásia, as pessoas vivem nas mesmas cidades há milênios.
    Eu participei de uma viagem a campo com arqueólogos britânicos em 2010, e eles me mostraram que algumas das casas ocupadas até hoje possuem fundações romanas! Basta tirar um detector de metais que você encontra torques e armas bretãs enterradas no chão.
    E isso sem falar em cidades como Roma, que mal conseguem fazer túnel de metrô, pois sempre que começam a cavar encontram algum tesouro da antiguidade.
    Acho que o que mais me impressionou, no entanto, foram os restos humanos. O passeio dos arqueólogos foi centrado em uma igreja do século XIII, que por sua vez foi construída sobre um antigo assentamento romano.
    Ela ficava em cima de um morro (que talvez já existisse desde a época dos povos pré-históricos), e que o guia nos disse ser uma verdadeira pilha de esqueletos. Dezenas de milhares de pessoas haviam sido enterradas ali ao longo dos milênios, de forma que em dias de chuva forte não era raro ver ossos descobertos ou levados pela enxurrada.
    Puxando a sardinha filosófica do Fábio, poderíamos argumentar que estamos todos na posição da Chi e da Yuu: “enterrando” um mundo que se acabou e subindo a um futuro desconhecido. Pois o passado, tal como o pós-apocalipse, é um mundo desprovido de pessoas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sem dúvida nos locais de ocupação humana contínua mais antiga isso é mais visível, mas mesmo aqui no nosso relativamente jovem país nossas cidades já estão em cima, literalmente, da história.
    Desde os paralelepípedos que existem por baixo do asfalto nas ruas de vários bairros aos trilhos enterrados das antigas linhas de bonde, e até ainda antes em cacos e restos de habitações do período colonial.
    Não é raro que obras públicas fiquem paradas por meses aguardando inesperados trabalhos arqueológicos. Nesse caso, o nosso “consolo” é não sermos Roma ou Atenas.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Interessante o paralelo levantado pelo Vinicius. O mundo em que a Chi e a Yuu vivem é apenas uma extrapolação do nosso. Tenho um exemplo prático disso. na cidade em que moro foi iniciada uma obra de expansão do museu municipal, e por incrível que possa parecer, o museu estava em cima de achados arqueológicos e ninguém havia se dado conta! Mais especificamente um sambaqui indígena.
    Mas nem só de camadas humanas se pode fazer essa comparação, pois se levarmos em consideração, há solos mais novos e outros mais antigos, com várias camadas de sedimentos e formações rochosas de diversas eras.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sambaquis são uns troços bem antigos que temos na América do Sul, não são? Lembro vagamente disso. Que doideira.
    E que ironia, justamente um museu em cima
  • cat ultharGato de Ulthar
    Sambaquis são uma espécie de depósitos fossilizados de conchas e utensílios muito antigos de povos indígenas que viveram no litoral.
    Mas não somente na América do Sul, há uns sambaquis bem mirrados nos EUA também.
    Em comparação com os brasileiros claro.
  • diego gonçalvesDiego
    Comparações com estratos arqueológicos certamente são bem válidas, mas o que não faltam em nossas cidades são construções para cima. Inclusive, não havia planos de se construir, acredito que na índia, uma legítima cidade arranha-céu?
    Um imenso prédio de apartamentos que seria praticamente uma pequena cidade em si mesma? Girls’ Last Tour bem poderia ser uma extrapolação disso, onde ao invés de mini-cidades em formato de prédio temos legítimas cidades umas sobre as outras.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    O Gato já teve ter visto esse tipo de coisa, mas para o Fábio e o Diego talvez seja novidade: essa é a reconstituição de um sambaqui tal como era na pré-história:

    Um grupo de estudos de que participo está desenvolvendo essa recriação. Esses “morros” brancos são na verdade depósitos de conchas.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Que bacana essa reconstrução de um sambaqui! Eu nunca havia visto uma reconstrução do gênero, apenas vi em museus conchas, utensílios, urnas funerários e outros objetos relacionados.
    Quanto a pergunta do Diego quanto a um plano de se construir uma legítima cidade arranha-céu, acho ele quis se referir às arcologias, que são projetos de cidades inteiras dentro de grandes prédios.

    E extrapolando a ficção, já houve muitos projetos do gênero, como a Ultima Tower:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Acho que isso é o mais próximo que chegaremos às cidades-estado de Kino no Tabi.
    O que eu acho interessante de Girls’ Last Tour em específico é como muita coisa parece ter sido construída, mas pouco parece ter sido destruído. É como se as pessoas realmente preferissem construir em cima em vez de começar de novo, resultando em estruturas parecidas com essas cidades, mas sem nenhum grande planejamento.
    É algo que reforça a metáfora com a vida em que o Fábio tem insistido. Como diz um grande filme, “nós podemos romper com o passado, mas o passado nunca rompe conosco”.
  • diego gonçalvesDiego
    Mas nós JÁ chegamos ao ponto das cidades-estados de Kino quando… bem… haviam cidades-estado. Embora a inspiração da série provavelmente venha da época dos micro-países no Japão, quando cidades, a fim de atrair turistas, começaram a se focar em uma “coisa” que fazia melhor que as outras ou que possuía de diferente (Sakura Quest é um anime que toca um pouco nisso, inclusive rs)
    Sobre Girls’ Last Tour, também vale mencionar que pelo visto aquela cidade gigantesca estava imersa em várias guerras ao longo da sua história, né. Talvez seja também por isso que não se deram ao trabalho de reconstruir, ou talvez as guerras tenham dizimado as pessoas antes que elas pudessem reconstruir qualquer coisa.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mas não se esqueça de que as cidades-estado da antiguidade, por exemplo, eram minúsculas em comparação às atuais. Mesmo as cidades italianas na Idade Média pareceriam vilarejos hoje em dia. Em Kino no Tabi (e na ficção científica em geral) estamos falando de uma densidade populacional brutal.
    A não ser, é claro, que você esteja falando de Singapura, a cidade-estado contemporânea por excelência.

    Ainda assim, ela tem um efeito na paisagem bem menos…. dramático que as arcologias, por exemplo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Arcologias hoje infelizmente são economicamente inviáveis, e a menos que a população se multiplique várias vezes e não descubramos como colonizar outros corpos celestes, ou que a viabilidade de colonizá-los seja ainda menor do que construir arcologias, nunca teremos esses edifícios fantásticos.
    Singapura é um dos lugares mais densos do mundo, e ainda é mais barato construir aterros no mar e realizar um gerenciamento de terras rigoroso do que sequer começar a sonhar em construir pra cima.
    Em Girls’ Last Tour a barreira da viabilidade foi ultrapassada, evidentemente. Em alguns séculos, talvez seja, quem sabe. Mas em algum dos episódios, não vou me lembrar qual, é mencionado como a humanidade escolheu viver separada da natureza – isso sugere uma motivação que não seja a explosão populacional.
    Um argumento inocente para as arcologias é como, ao colocar toda a população em uma área minúscula, supostamente se livra o resto do espaço para a natureza voltar a proliferar. Mas isso é bobagem, cidades em si ocupam pouco espaço, a maior parte da área que ocupamos é tomada pela agropecuária. E enquanto precisarmos comer, isso não vai mudar.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mas que viagem hein? Começamos falando sobre furões de gelatina e chegamos às arcologias, passando por sambaquis e vestígios arqueológicos!
    Quem esperava tudo isso de um anime sobre meninas moe pilotando um Kettenkrad?
    Ficamos por aqui então, e até semana que vem!
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Café com Anime: “Girls’ Last Tour” Episódio 9 https://www.finisgeekis.com/2017/12/07/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-9/ https://www.finisgeekis.com/2017/12/07/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-9/#respond Thu, 07 Dec 2017 21:07:36 +0000 http://www.finisgeekis.com/?p=19839 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no nono episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Você sabe que a coisa ficou séria quando Girls’ Last Tour troca o opening por um letreiro seco.

    E nos dá as boas vindas com a versão moe de um AT-AT imperial.

    Girls’ Last Tour está de volta, com seu episódio mais cerebral até agora. O que vocês acharam?
  • cat ultharGato de Ulthar
    O que eu acho? O que eu acho? FOI O MELHOR EPISÓDIO ATÉ AGORA! Depois de episódios muito bons esse é fantástico! Para quem é fã de ficção científica e principalmente fã de robótica aplicada à ficção científica esse episódio foi um deleite completo.
    Meu autor de ficção científica favorito é justamente Philip K. Dick, que em sua obra mais famosa, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? que foi adaptado para o cinema virando o clássico sci-fi Blade Runner, é pioneiro em tratar da questão psicológica de o que é vida, e se robôs ou androides podem ser considerados como organismo vivos.
    O principal diferencial de um ser vivo para uma máquina seria a capacidade de sentir empatia, por isso, em Blade Runner os androides fugidos são descobertos mediante testes de empatia. Mas e quando as máquinas simulam empatia perfeitamente? Elas podem ser consideradas vivas? Como o caso do robozinho deste episódio.
    Enfim, um episódio maravilhoso, que serviu até como uma crítica ambiental, ao expor que foram realmente os seres humanos que destruíram a Terra que antes abriga diversas formas de vida.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pela primeira vez Girls’ Last Tour é ficção científica de verdade. Eu já não esperava mais por isso, e penso que eu deveria achar isso um desperdício de potencial, afinal aquele é um mundo futurista afinal, mas eu não conseguia achar que nada estivesse sendo desperdiçado.
    No final, uma mensagem já bastante comum nesse tipo de ficção científica com robôs conscientes: o que é vida? A resposta é a de sempre, mas não estou nem um pouco desapontado em ver Chito e Yuuri chegarem a ela sozinhas. E estou feliz por ver a Yuuri conseguir um novo amigo
  • diego gonçalvesDiego
    Tematicamente o episódio não foi nada de novo, é verdade, mas a apresentação mais que compensa esse pequeno detalhe rs.
    E como worldbilding foi um episódio bem interessante, e mesmo um pouco melancólico. A tal ponto que me fez pensar: nós sempre vemos as garotas indo para cima, e ficamos sem saber o que existe para baixo. Como estará a Terra? Estéril e sem vida? Teria a vida recomeçado após o fim da humanidade?
    É algo que eu gostaria de ver, francamente falando. Inclusive porque: quantos níveis existem, afinal de contas? Eu achei que elas já estavam no nível mais alto, até pelo fato de termos constantes visões do céu aberto, mas pelo visto elas só estão se mantendo nas bordas de cada nível, que parecem seguir para cima como uma espécie de pirâmide… Hum, teorias de estilo “elas estão mortas e o anime é a última viagem delas ascendendo em direção ao paraíso” quando?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Com certeza já existem teorias assim. E eu continuo achando que a autora não está preocupada em criar um mundo coeso. Divirtam-se pensando em teorias
  • diego gonçalvesDiego
    Ah, eu concordo com isso, mas especular segue sendo divertido kkkkk
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De fato, esse foi o episódio mais “carregado” de bagagem sci fi até agora. Vamos começar por aquela que o Gato e o Fábio levantaram: as máquinas “vivas”.
    Essa é uma questão celebrada na ficção científica, mas há muito tempo já é abordada também por cientistas. Na verdade, existe um campo de estudo chamado vida artificial dedicado a simular organismos vivos em computadores e outros sistemas.
    Embora isso pareça coisa futurista, pesquisas do tipo existem há décadas. Um os pioneiros no desenvolvimento de máquinas auto replicantes é ninguém menos que John von Neumann, o famoso cientista e inventor. Na verdade, os trabalhos de von Neumann foram tão influentes que batizaram um topos super famoso na ficção científica: as sondas von Neumann. Elas são basicamente naves espaciais não tripuladas capazes de se autorreplicar. Se o nome soa estranho, uma imagem talvez pareça familiar: um de seus exemplos mais conhecidos é o monólito do filme 2001: Uma Odisséia no Espaço.

    Não sei se vocês perceberam, mas no episódio dessa semana, o robô pequeno apareceu ao lado de vários robôs similares, desativados. Seria ele, também, uma “sonda von Neumann” , capaz de “construir” seu sucessor quando sua vida útil estiver perto do fim? Podemos apenas especular.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A minha impressão, até pelo contexto (ele estava falando como ele e o grandão eram os últimos), é que eram apenas robôs que haviam parado de funcionar. Como ele é capaz de fazer soldas, como visto no final do episódio, talvez reuse partes dos robôs desativados, mas só isso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    O que me comoveu foi a capacidade do robô se tornar um novo amigo das garotas, não menos que o Kanazawa ou a Ishii. Mas o que fez esse robô poder ser amigo delas? Justamente seu sistema que simula empatia, essa é a chave do negócio.
    Também não acho que aquele robô específico seja capaz de se autorreplicar. Ele mesmo menciona que a maior característica dos seres vivos seria a capacidade de evolução, que para a máquina seria apenas um bug do sistema.
    Claro que já há ficções científicas que abordam a capacidade robôs evoluírem e perpetuarem a sua espécie. E o que faz um ser vivo ser um “ser vivo”, no universo da ficção científica alguns autores dizem que é capacidade de sentir empatia, outros que é a capacidade de evolução ou ainda a mera reprodução para a perpetuação da espécia.
    Deste último tipo impossível não citar Ghost in The Shell, onde há inteligências artificiais que buscam uma forma de gerar herdeiros semelhantes mas diferentes e não apenas cópias que estariam sujeitas à mesma decadência de seus predecessores.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Acho que a “evolução” das máquinas já está bem perto. Se não no sentido de uma “singularidade” , ao menos de códigos adaptativos que “melhoram” seu funcionamento sozinhos. Isso já existe em alguma medida.
    A empatia é algo mais difícil, sobretudo porque nós somos, paradoxalmente, bastante suspeitos para julgar esse tipo de coisa. Justamente por sermos empáticos, projetamos sentimentos em coisas inanimadas e “compramos as dores” de objetos que não sentem nada.
    Sério, vejam esse gif e me digam se não ficam com dó do robô:

    Isso para não mencionar os memes do rover solitário de Marte

    Mudando um pouco de assunto, o que vocês acharam disso? Só eu pensei que o tal aquário se parecia com um chip?
  • diego gonçalvesDiego
    Não, eu pensei também, especialmente depois do seu comentário no episódio passado de como os túmulos também lembravam partes de um computador rs. Me pergunto se somos nós vendo demais ou se há ai algo que o anime está tentando dizer. Talvez na verdade todo esse mundo seja uma simulação de computador no maior estilo Matrix? (ok, não, mas digam se não seria legal? kkkkkkkk)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que é como a autora imagina um mundo futurista – ou como ela quer criar um imaginário que nos faça ver isso e pensar “hei, isso é futurista!”
    O que mais tecnológico do que circuitos, para uma pessoa comum? Então bora lá fazer tudo parecer circuitos para mostrar o quanto estão adentrando em uma região especialmente futurista do mundo!
    Sobre empatia, falamos nela, falamos em inteligência artificial, mas não conseguimos realmente programá-la ainda. Conseguimos, e fazemos isso, produzir códigos e robôs que inspirem a nossa empatia, mas nossas criações estão muito longe de possuir empatia ainda, mesmo que uma versão bem primitiva.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Falando em “visões de futuro”, essa é a primeira vez em que vemos robôs funcionantes, não é? O que vocês acharam deles, no que diz respeito ao design? Parecem estranhos – como o avião da Ishii uns episódios atrás, ou aqueles prédios no topo de estacas? Ou é algo que despertam alguma familiaridade?
    Eu, pessoalmente, adorei a decisão de lhes dar uma “interface” completamente alienígena.

    Muitas histórias de robôs os tratam como humanos feitos de metal, com “olhos” que interpretam a realidade tal como nós o fazemos – no máximo, com um overlay diferentão ou alguns números saltando na tela.
    Quem lida com robótica ou programação, pelo contrário, sabe que isto é irrelevante. Não há razão para uma máquina “enxergar” o mundo como nós o enxergamos. Dependendo do seu propósito, há formas muito mais eficientes de processá-lo.
    (Isso também me lembra a série Mass Effect, um dos poucos exemplos a fugir da regra. Em um dos jogos, ouvimos que as naves dos Geth, uma raça de robôs, não tem janelas porque são “fraquezas estruturais”. Não há razão para uma máquina querer observar o espaço da “janelinha”)
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que é a primeira vez que vemos robôs de forma geral nesse anime, funcionando ou não. E sobre o design deles, eu achei bem mais… normal, por assim dizer, que os prédios e o avião da Ishii, embora eles mantenham uma espécie de estética mais “esguia” que também aparece no avião.
    Ah, mas sim, também gostei dessa “interface” dos robôs, especialmente quando usada na comunicação entre eles – afinal, não há necessidade nenhuma que robôs falem entre si rs
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tornar aqueles robôs estáveis deve ter sido um formidável desafio. Super magros e altos pra caramba. O grandão pelo menos tem pernas que se abrem para os lados, o que ajuda, mas no pequeno as pernas saem por baixo! O que será que ele faz se tombar pro lado?
    De resto, achei divertido que eles se comuniquem com sinais de luz. E como o robô grandão parece ter implorado pela vida para a Yuuri antes dela explodi-lo. É complicado, ele estava apenas seguindo sua diretriz, não dá para enxergá-lo como um vilão. Qual a razão para o pequeno negar comida para as garotas? Nenhuma também, e nesse caso não achamos que ele foi um vilão, pelo contrário, como a Yuuri acabamos criando um “laço” com o peixe.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu gostei bastante do modo que retrataram os robôs, tanto a “visão” deles como o design. Como o Vinicius bem disse, sempre estamos acostumados a robores muito humanoides, mas a variação é bem bacana também.
    E outra coisa, eu acho que as meninas tiveram que decidir qual ser vivo proteger, já que pelo que entendi, elas consideraram os robôs vivos. O robô gigante representava uma ameaça ao peixe e ao robozinho, o qual ficaria sem funcionalidade e perderia seu objetivo de vida.
    Além da questão matemática, de que seria melhor ajudar dois a sobreviverem do que apenas o robo grandão, há a questão de que ele foi o agressor e que as meninas sentiam uma verdadeira empatia pelo robozinho e pelo peixe sem nadadeiras laterais.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Uma coisa é certa: não vamos esquecer esse “debate” tão cedo.

    E, com isso, ficamos por aqui! Até a próxima semana!
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Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 8 https://www.finisgeekis.com/2017/11/29/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-8/ https://www.finisgeekis.com/2017/11/29/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-8/#respond Wed, 29 Nov 2017 20:27:11 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19814 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no oitavo episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bem vindos a Girls’ Last Tour. O único anime capaz de fazer gavetas de necrotério e memoriais parecerem fofos.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    EU SABIA QUE ISSO ERA UM CEMITÉRIO DESDE O COMEÇO!!
    E sim, me orgulho muito disso.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu também. Perks de ser fã de enlatados policiais :joy:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    No meu caso foi só insight mesmo :no_mouth:
  • diego gonçalvesDiego
    Eu imaginava que era algum tipo de armário XP E quando descobrimos que era um cemitério eu me perguntei por que elas não encontraram restos mortais. Todo mundo foi cremado, talvez? Numa civilização vertical enfrentando a falta de espaço isso me parece bem possível.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Elas conseguiram abrir raríssimas gavetas, não dá para afirmar com certeza que nenhuma tivesse restos mortais.
  • cat ultharGato de Ulthar
    A parte do cemitério foi legal, mas o que mas me chamou a atenção foi elas achando cerveja e ficando bêbadas! Um pensamento safado rondou minha cabeça e cogitou um yuri. Mas claro que eu sabia que nada disso ocorreria.
    Só uma coisa, acho pouco provável elas terem achado cervejas em boa qualidade abandonadas por décadas ou séculos. Cerveja é uma bebida para ser consumida em pouco tempo, quanto mais nova melhor, salvo poucas variedades que são preparadas por alguns anos, elas estragam depois de um tempo.
    Mas sim, eu sei que esse anime não pretende ser realista, e possui inúmeras coisas um tanto “irreais”.
    Enfim, esse episódio foi muito gostoso de assistir! O anime continua muito bom.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Se a câmera estiver correta é o número nas garrafas for ano de envase, a cerveja tinha 29 anos. E qual é, se elas podem ter batatas quadradas, elas podem ter cerveja que dura décadas
  • diego gonçalvesDiego
    Se o anime fosse realista, elas já estariam mortas por comer comida estragada.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Disenteria por comer neve, no primeiro episódio.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Existem cervejas de guarda que aguentam décadas engarrafadas. Duvido que a do anime fosse uma delas, no entanto. Mesmo assim, é quase certo que elas perderiam a carbonatação depois de tanto tempo.
    Quanto às gavetas, podem não ser exatamente um “ossário”. Em culturas que queimam seus mortos, é comum existirem santuários para louvar a memória dos entes amados. O “cemitério” encontrado pela Chi e a Yuu pode ter se tratado de alguma coisa do tipo. Os objetos, neste caso, seriam mementos dos falecidos, colocados lá pelos seus próximos.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Também acho que é isso. Tudo aquilo é apenas um memorial, onde guardam lembranças. A maioria ficou trancado, somente um outro estando aberto.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Achei peculiar que, de longe, esse “memorial” parece um mainframe abandonado. Ou um chipset de computador. É um paralelo interessante: um “armazenamento” de humanos (e memórias humanas) no formato de uma estrutura de armazenamento de dados.
    Captura de tela 2017-11-25 15.17.02.png
    Isso me lembrou do episódio San Junipero da série de ficção científica Black Mirror. No conto, pessoas conseguem fazer “upload” de suas consciências, que passam a residir na memória de um supercomputador. Desta forma, obtêm a imortalidade vivendo para sempre em uma simulação utópica.

    É bizarro – e até desconcertante – imaginar que, com o passar suficiente de tempo, o próprio legado humano pode ser reduzido a informação.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Bom, memórias são, literalmente, informação. Talvez soe tão óbvio para mim porque eu trabalho na área de TI, hehe
    O que eu realmente achei curioso foram as raias no chão – se você quiser interpretar como circuitos, bom, são as vias. Mas provavelmente eram trilhos para veículos automáticos acessarem os jazigos.
  • diego gonçalvesDiego
    Tecnicamente tudo pode ser considerado informação, não? Em todo caso, não vejo realmente nada de muito perturbador na ideia, e francamente falando se ainda sobrar a informação já é alguma coisa. Na longa escala temporal o mais provável é que a humanidade e tudo o que ela um dia produziu simplesmente desapareça.
  • cat ultharGato de Ulthar
    As duas até que são muito boazinhas, elas bem que podiam ter tentado arrombar uma ou outra gaveta.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tudo é dado. Informação é dado com significado. Ficando apenas no exemplo de Girls’ Last Tour, os objetos inúteis que elas encontraram eram apenas dados, mas quando a Chito teve uma epifania e descobriu o que de fato eles eram, passaram a ser informação.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Digo achar bizarro” que as pessoas se transformem em informação não porque não concorde com o julgamento do Fábio. Pelo contrário, como historiador, sei bem que pessoas podem virar informação. Tenho colegas que literalmente escavam caveiras e as transformam em dados de pesquisa.
    Meu ponto foi com um topos da ficção científica, bastante popular nos dias de hoje, de imaginar que a tecnologia progrida de tal forma que nossa sociedade seja “fagocitada” por uma lógica cibernética pós-humana.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Como profissional de tecnologia, isso para mim parece apenas um futuro bom, desejável, natural e inevitável, hahaha :smile:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bem, hoje eu trabalho com simulações de computador para estudar história. Basicamente crio “sociedades artificiais” e uso elas de laboratório para estudar eventos do passado. Então para mim também faz todo o sentido.
    Mas é interessante que isso aparece (como metáfora, senão como profecia) em animes que buscam criticar os rumos da nossa sociedade.
    A eu-lírica do opening de Mawaru Penguindrum, por exemplo, diz não querer ser reduzido a “zeros e uns”. E isto tem tudo a ver com o drama do atentado ao metrô de Tóquio que o anime aborda e o medo de que a sociedade japonesa estaria “normalizando” o terror pelo seu excesso de subserviência. Já aqui, em contrapartida, vemos isso como uma coisa natural.
    Aliás, tudo é “natural” nesse pós-apocalipse do anime, e isso também é peculiar.
    Esse gênero normalmente é usado para criticar ou questionar nossa sociedade: atacando nosso recurso às armas nucleares, destruição do meio-ambiente, fim das liberdades individuais, etc. Girls’ Last Tour, por outro lado, é só alegria. Nunca vi um pós-apocalipse como esse.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    É tão natural que começo a questionar a própria natureza pós-apocalíptica do anime
    Animes bem longe do “fim do mundo” frequentemente não mostram personagem nenhum além dos protagonistas, exceto em raras ocasiões. Não estou dizendo que há transeuntes invisíveis em Girls’ Last Tour porque claramente não é o caso, apenas que o anime, inclusive seu mundo em ruínas, é muito mais uma metáfora para o nosso mundo hoje do que um tratado sobre um futuro hipotético
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Uma metáfora, diga-se de passagem, bem positiva.
    O que nos leva, finalmente, a essa cena.

    Eu comecei essa coluna dizendo que Girls’ Last Tour me parecia uma versão moe de Inferno no Pacífico. Não podia imaginar o quão errado eu estava.
    O Gato disse brincando sobre um certo clima yuri, e acho que, lá no fundo, tem aí um pouco de razão. Essas garotas realmente se amam. Não no sentido sexual, provavelmente, mas de uma maneira profunda, total, irresistível. Elas são a razão para continuarem vivas. O motivo dos seus sorrisos. O ombro para todos os momentos. São, enfim, tudo o que lhes resta.
    Se isso é uma metáfora do nosso mundo hoje, acho que sua mensagem remonta à Virgílio: omnia amor vincit (o amor vence tudo). Ao que eu acrescentaria: omnia amor est (tudo é amor).
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O primeiro episódio fez um bom trabalho em nos enganar, não é? E esse episódio fez um bom trabalho em eliminar qualquer dúvida de que a Chito também ame a Yuuri, o que alguém focado no aspecto pragmático da personalidade dela pode ser levado a pensar.
    Despida de todas as travas, a primeira coisa que ela fez foi demonstrar de várias formas diferentes o quanto a Yuuri lhe é querida.
  • diego gonçalvesDiego
    Pior que agora que o Fábio falou sobre “despir de todas as trevas” que eu parei para pensar: a Chi já tinha sorrido no anime antes? Porque acho que essa é a primeira vez que ela de fato sorri.
    Já fez algumas caras de contentamento antes, como quando comia, mas sorrir de fato acho que foi só agora, bêbada de tudo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que já, mas não vou me lembrar quando. Os sorrisos dela são raros mesmo.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Essa cena da Chito puxando as bochechas da Yuuri ficou muito fofa e expressiva. Nesse anime de blobfishs, creio que esse seja o ápice da cumplicidade da dupla.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse é talvez o aspecto mais impressionante de Girls’ Last Tour. Tsukumizu, a autora original da obra, tem um traço estilizado, poluído, às vezes quase simplista. Mesmo assim – ou talvez por causa disso – é capaz de produzir cenas incrivelmente expressivas.

    Twitter da autora

    Girls’ Last Tour é prova de que abandonar o figurativismo, para um anime, pode fazer toda a diferença. Não consigo imaginar a mesma candura, leveza ou sutileza caso decidisse seguir os cânones da animação japonesa.
    E com isso acho que encerramos por aqui. Muita coisa foi discutida, mas Girls’ Last Tour está longe de acabar. Até a semana que vem, e boa sorte no fim do mundo!

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https://www.finisgeekis.com/2017/11/29/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-8/feed/ 0 19814
Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 7 https://www.finisgeekis.com/2017/11/22/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-7/ https://www.finisgeekis.com/2017/11/22/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-7/#respond Wed, 22 Nov 2017 19:55:14 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19809 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no sétimo episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    “Qual é a graça de seguir em frente se temos setas que nos apontam o caminho?”
    Fazer uma história “profunda” é difícil. Quando ouço que um anime (ou qualquer tipo de obra) passa uma “mensagem” sobre o que significa ser humano, eu geralmente reviro os olhos. Na maior parte das vezes, não passa de uma tentativa pretensiosa de parecer diferentão.
    Mas eis que surge nos surge uma série low profile, completamente acessível, e nos joga um questionamento digno dos livros de filosofia.
    Girls’ Last Tour me pegou de jeito, pela… terceira vez em seguida? Este anime não falha em me surpreender! E vocês, o que acharam?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que o anime finalmente respondeu a questão que o Gato vem levantando desde as expectativas:

    Batatas fazendo batatas, elas estão se reproduzindo!
    Brincadeiras à parte, olhe o rosto de felicidade delas. Está dando trabalho, e não é muito mais comida do que elas costumam encontrar normalmente, um dia vai acabar. Mas elas estão felizes porque elas estão criando.
    Fazer a própria comida ou fazer filhos são coisas muito distintas, mas ambas tem a ver com criação, algo que em um mundo que já acabou não deveria mais ser possível – e com efeito, a Ishii fracassou tentando criar algo. Mas nossas protagonistas conseguem!
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    No último Café com Anime conversamos um pouco sobre a tecnologia de Girls’ Last Tour. No episódio dessa semana, obtivemos duas respostas em uma cajadada só: as “batatas processadas” são de fato naturais! Mais do que isso, são o ingrediente de base para as rações que elas tanto comiam!
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Achei isso genial também. Bom, é estranho, mas dentro do contexto não parece impossível que as batatas tenham sido selecionadas até ficar daquele jeito. E é um tanto curioso que tenham sido escolhidas como fonte primária de carboidratos, rompendo com milênios da história humana com grãos.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Está ficando cada vez mais difícil falar algo sobre este anime que não seja uma repetição do que já falei nos episódios passados! Ele continua muito bom, e muito fofo! A relação das duas meninas continua uma belezura, e esse episódio não foi diferentes.
    Destaque para a parte da cozinha, vendo os esforços das garotas em produzir seu próprio alimento. A parte das setas também foi interessante, ao questionar se a vida seria boa se sempre tivéssemos setas pra nos guiar nas nossas decisões.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu estou com o mesmo problema do Gato: sinto que estou ficando sem o que dizer desse anime, que continua muito bom mesmo. De fato as batatas foram bem curiosas, mas vamos lembrar que hoje temos melancias quadradas, então a seleção me parece possível.
    E sobre serem a principal fonte de carboidrato, essa não é a premissa daquele filme do astronauta preso em marte? The Martian, eu acho.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    As melancias quadradas não são geneticamente quadradas, elas crescem dentro de um molde. Pelo que o anime mostrou, aquelas batatas crescem naquele formato maluco sozinhas.
    Mas sim, dentro do que o anime se propõe a ser e fazer, é perfeitamente verossímil.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Melancias quadradas de fato crescem dentro de um molde, mas todas as melancias atuais, com muita polpa, são fruto de engenharia genética realizada ao longo dos séculos. Vejam só as “melancias” dessa natureza morta do século XVII, por exemplo:

    Aliás, esse processo tem um nome curioso. Chama-se “domesticação” de plantas. Praticamente todas as variedades vegetais que comemos hoje passaram por isto.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ah sim. Praticamente todas as culturas humanas – ou todas. Plantas e animais. Vacas tinham 3 metros de altura, tomates eram amarelos, e por aí vai.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sobre a questão dos carboidratos, não sei se batata é de fato o melhor alimento, mas com certeza é uma planta bastante resistente, que cresce na maioria dos lugares. Não é à toa que foi incorporada tão bem à culinária de países do norte da Europa, onde é muito frio.
    Imagino que, para uma humanidade à beira da extinção, em um planeta com recursos exauridos, isso faz toda a diferença.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vamos falar um pouco das questões mais abstratas que o anime trouxe. O episódio dessa semana abordou um dilema bem pertinente entre seguir os passos dos outros e traçar nosso próprio caminho. É a escolha entre o familiar e o incomum – ou ainda, entre a segurança e a liberdade.
    Essa é uma questão que acho muito importante, pois todos nós a enfrentamos na vida – nem sempre com as mesmas respostas.
    Em Mahoutsukai no Yome, que também estamos acompanhando no Café com Anime, temos um exemplo de uma pessoa que optou pelo caminho da “segurança”, às custas da sua dignidade.
    Por outro lado, há aqueles que consideram a “liberdade” um fim em si, mesmo que seu resultado seja a destruição. Nos mangás, o caso clássico talvez seja o da Nausicaa de Miyazaki, que opta por deixar a natureza seguir seu curso – mesmo que isto, eventualmente, provoque a extinção da humanidade.
    nausicaa end.png
    Qual é a opinião de vocês sobre esse dilema? E que outros animes e mangás vocês conhecem que a abordaram de maneira interessante?
  • buniiito4Fábio “Mexicano
    Sempre fico incomodado com o uso estreito da palavra “niilismo” :stuck_out_tongue:De todo modo, essa parece ser sim a questão central de Girls’ Last Tour, assumindo que o anime tenha uma, é claro. E as duas garotas representariam os polos opostos dessa disputa: a Chito é responsável e sempre tende a escolher agir by the book, enquanto a Yuuri quer se divertir, ver e fazer coisas interessantes – e o que é “interessante” para ela pode mudar a todo momento.
    Se aceitarmos essa interpretação, não existe conclusão possível senão a de que o anime defende “o meio termo”, do qual as duas são a síntese.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu creio que sempre haja a hora de arriscar e a hora de ser precavido. A Yuuri deu a ideia de ambas pegarem um caminho diverso, fora do caminho das setas, mas entendeu que naquele caso em especial, seria mais sensato mesmo seguir pelo caminho pré-estabelecido.
  • diego gonçalvesDiego
    Ênfase no “naquele caso em especial”. Afinal, a jornada das garotas até aqui vem sendo bastante sem rumo. Elas só escolhem um destino e seguem até ele como puderem, independente de quantos já tiverem passado por ali. Talvez seja esse o meio termo que o anime propõe: liberdade, mas direcionada. Ter um objetivo e seguir até ele como for melhor. E se um dos caminhos tiver algumas direções indicadas, dar uma chance a esse caminho mais percorrido.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Talvez não se trate exatamente de um “meio termo”, mas da ideia de que precisamos dos dois tipos de pessoas. As que jogam “seguro” e as que se arriscam. As que seguem as regras e as rebeldes sem causa. As que preservam conhecimento e as que queimam livros.
    Ninguém está certo 100% das vezes. Mas é difícil saber quando de fato erramos. Daí a necessidade de termos alguém para nos cutucar.
    O escritor G.K. Chesterton costumava dizer que progressistas são aqueles que insistem em errar, e conservadores, aqueles que impedem os erros de serem consertados. Talvez a sociedade ideal seja uma mistura salutar dos dois: aqueles que nos forçam a evoluir e abandonar tradições ruins e aqueles que empacam, para impedir que a “evolução” não nos leve a um mundo ainda pior.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Talvez o anime não queira de verdade dizer nada, acho essa a melhor interpretação :yum:
  • cat ultharGato de Ulthar
    Convenhamos, se as duas meninas pensassem igual, o anime seria muito chato.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    É só imaginar como seria um anime Kanazawa Last Tour, ou Ishii Last Tour.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu veria um Kanazawa Last Tour :stuck_out_tongue:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Um Ishii’s Last Tour, em contrapartida, seria um ótimo remédio para insônia :stuck_out_tongue_closed_eyes:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que o do Kanazawa tenderia ao tédio rapidamente também
    Vou colocar esse GIF aqui só para ele ir parar no Finisgeekis. Pra dar um ar assim, sabe, meio Tumblr:
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu ia dizer que é muito difícil, narrativamente, fazer uma história com uma única personagem. Se você não está disposto a inserir um interlocutor (ou tirar um da cartola, como a motocicleta falante de Kino no Tabi) é preciso recorrer a fluxos de consciência, flashbacks e outras “viagens” mentais.
    MAS acho que o Fábio, de forma muito singela, expressou esse ponto melhor do que eu. Olhem para esse gif e me digam se o anime seria o mesmo sem as duas.
    É como dizem: uma imagem vale mais que mil palavras.
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https://www.finisgeekis.com/2017/11/22/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-7/feed/ 0 19809
Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 6 https://www.finisgeekis.com/2017/11/15/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-6/ https://www.finisgeekis.com/2017/11/15/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-6/#respond Wed, 15 Nov 2017 13:42:29 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19760 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no sexto episódio de Girls Last Tour:


  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Mais um excelente episódio de Girls’ Last Tour. Daqueles que chegam a nos trazer uma paz de espírito. Acho que eu, também, estou aprendendo a encontrar tranquilidade no desespero.
    Pelo menos, essa foi a minha opinião. O que vocês acharam?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que quem quer que cruza o caminho com a Chito e a Yuuri tem um azar danado.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Fiquei com pena da Ishii não ter conseguido voar até a outra cidade Pelo menos ela levou o fracasso numa boa. Não tem como não ter gostado deste episódio, com direito a banhos quentes e batatas.
    Girls’ Last Tour continua com o que vem mostrando no último episódio, cada vez mais nos mostrando um pouco mais das duas queridas protagonistas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A única hipótese de Girls’ Last Tour ter uma reviravolta sinistra seria as garotas voltarem a ficar sem comida. Agora conseguiram um monte de batatas e sabem onde ir para encontrar mais, e eu posso dizer que estou bastante satisfeito com isso. Esse episódio é como o do cartógrafo, tecnicamente.
  • diego gonçalvesDiego
    Vou dizer que quando a Yuu disse, no comecinho do episódio, que era preciso se dar bem o desespero, eu achei que seria só uma frase solta engraçadinha. No fim, isso virou o próprio tema do episódio, o que mostra o quão bem amarrado Girl’s Last Tour vem sendo.
    Ah, e quem mais teve um mini-ataque cardíaco quando o avião se despedaçou?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Há muita coisa a se comentar nesse episódio, mas queria começar justamente por esse mote. Ele é o exemplo perfeito da filosofia “care-free” que as personagens exibiram tão bem no episódio passado. Na maioria da ficção pós-apocalíptica, o mais comum é vermos personagens sucumbindo ao desespero (ou usando-o de estímulo para salvar o que resta da humanidade.

    Girls toma o caminho oposto, e é por isso que parece tão diferente.
    O Fábio comentou que a trajetória da Ishii se parece com a do Kanazawa. Eu acho interessante ver como as duas são paralelos e ao mesmo tempo opostos.
    Ambos tinham um propósito, viram seus planos ruírem e fizeram a paz com seu fracasso. Mas enquanto Kanazawa foi para os níveis superiores, cheio de paisagens desconhecidas para explorar, Ishii caiu direto aos inferiores, onde presumivelmente não há máquinas funcionando para ela mexer (nem comida para sustentá-la por muito tempo).
  • cat ultharGato de Ulthar
    “Se dar bem com o desespero”, a Yuu parece a mais ingênua e fora da casinha, mas é a mais sábia em sua ingenuidade.
    Um outra coisa que eu percebi, não que seja uma crítica, já que não atrapalha no andamento no anime, é que o próprio anime continua sempre dando as soluções para os problemas das garotas de uma maneira super conveniente.
    Qual a possibilidade, em um mundo quase deserto, você quebrar o seu veículo e logo depois encontrar alguém que sabe e tem os meios para consertá-lo?
    Por sorte esta uma obra mais simbólica do que outra coisa.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sobre as trajetórias diferentes: acho que a intenção nos dois casos era evitar que os adultos passassem a andar com as garotas, ou sequer as reencontrassem.
    A Ishii que caiu vários níveis abaixo é o caso óbvio, em um mundo desse tamanho, sem um veículo, quanto tempo ela demoraria para fazer todo esse caminho para cima? E isso ignorando que ela precisa em primeiro lugar conseguir comida, portanto não pode necessariamente fazer o caminho mais curto.
    E do outro lado, garante que Chito e Yuuri sequer por um instante considerariam buscá-la ou esperá-la – se tivesse caído no mesmo nível, talvez estivessem indo atrás dela agora?
    O caso do Kanazawa é mais complexo, mas ele também, em sua profissão de cartógrafo, não pode se dar ao luxo de andar junto com as garotas, e nem elas vão querer acompanhá-lo. Ele precisa ser bastante sistemático nos caminhos que toma para conseguir desenhar um mapa útil, enquanto as duas só querem saber como chegar no próximo ponto que lhes desperta interesse.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Entendo as razões narrativas para tanto. Dito isso, se fosse EU no pós-apocalipse, faria de tudo para manter contato com outras pessoas. Em especial um mundo tão despovoado quanto esse.
    Mudando de assunto, nesse episódio tivemos uma mostra privilegiada da cultura material e tecnologia dessa sociedade. Fiquei intrigado pelas “batatas”, que mais pareciam una trechos sintéticos.
    São ainda mais estranhas que as tatos de Fallout.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que a Ishii disse que as batatas eram processadas, não disse?
    Isso é uma beterraba radioativa, LOL
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Um híbrido de tomate e batata radioativo
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Ah, ok, um batatomate,
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Além das “batatas processadas”, há mais alguma coisa da tecnologia desse mundo que chamou a atenção de vocês pela esquisitice? Não só desse episódio, mas do anime como um todo?
  • cat ultharGato de Ulthar
    O avião em si. Ele parecia bastante funcional, mas eu o achei esguio demais, me pareceu muito pouco harmonioso. Fico me perguntando como aquela “fábrica” possuía planos de construção de aviões de todas as épocas, desde os primeiros modelos inventados.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Tirando a engenharia das multi-plataformas e outros detalhes arquitetônicos ocasionais, nada naquele mundo parece particularmente futurístico.
    Tenho certeza que é proposital. Como eu já disse por toda a parte (aqui, meus artigos, podcast, conversas informais), não vejo Girls’ Last Tour como uma história de ficção científica sobre o fim do mundo. É, em nível simbólico, um anime sobre o “fim do mundo pessoal de cada um de nós”, já que independente da sobrevivência da humanidade essa é de fato nossa única vida e nossa única jornada pelo mundo.
    Seja em um mundo vazio de significados como o de Chito e Yuuri, seja em um mundo com excesso de significados contraditórios como o nosso, ao fim e ao cabo cada um precisa encontrar seu próprio significado sozinho enquanto se esforça para acordar vivo no próximo dia.
    A boa notícia é que essa não precisa ser uma jornada solitária, como as garotas de gelatina mais fofas da temporada nos provam semana após semana – mas se for, isso também não é problema nenhum
  • diego gonçalvesDiego
    As batatas até agora realmente foram o que me mais me pareceu esquisito. No mais, só a pura escala daquele mundo é que me surpreende ainda mais.
    A cena da Ishii caindo é uma bem impactante visualmente, em termos de mostrar o puro tamanho daquela cidade, com camadas e mais camadas uma sobre a outra.
    Outra cena que mostrou muito bem esse tamanho todo foi quando elas chegaram na pilastra que servia de elevador para o nível superior. É um aspecto estético que ao mesmo tempo reforça o sentimento de decadência e de desolação.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Concordo completamente com a interpretação do Fábio. Mas acho interessante como, para produzir esse efeito, o anime deliberadamente adotou designs à beira do uncanny valley.
    O mundo é “quase” normal; seus aviões, “quase” realistas; seus prédios, “quase” contemporâneos. Há, claro, algumas coisas bem conhecidas (o hardware da Segunda Guerra) e outras completamente fantásticas (a cidade multiníveis). Porém, uma boa parte parece residir no meio-termo. E acho isso fenomenal.
    Enfim: a essa altura do campeonato, acho que já temos uma boa ideia do que Girls’ Last Tour está disposto a nos entregar. Então vai uma última questão: que “drama” específico relacionado ao pós-apocalipse vocês gostariam de ver a série abordar até o final? Valem tanto coisas concretas quanto dilemas mais abstratos do nosso “pós-apocalipse interior” (solidão, medos, a iminência da morte etc.)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu realmente gostaria de ver o anime abordar o risco de separação entre as duas. Acho que é o único drama relevante que ele não abordou ainda. O resto é tudo cotidiano, ou “problema dos outros”, enquanto a relação entre Chito e Yuuri a gente dá como natural e imutável.
    Elas estão, sem querer, dando muitas lições morais para aqueles que elas encontram e para os espectadores, mas acho que essa é a maior oportunidade de elas também aprenderem algo
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que seria interessante o anime abordar um pouco mais o futuro. Atualmente, a Chi e a Yuu vivem em uma espécie de limbo, vagando de ponto em ponto buscando comida e combustível.
    Seria interessante elas começarem a pensar se vão fazer isso pelo resto da vida ou se vão encontrar um lugar para “assentar”.
    Talvez pudessem até re-descobrir a agricultura, e darem um novo começo a uma nova civilização. Uma civilização de pessoas-gelatina
  • cat ultharGato de Ulthar
    Esse papo do Diego sobre elas redescobrirem a agricultura e dar um novo começo a civilização me lembrou de algo que eu disse lá trás em nossas primeiras impressões, sobe elas encontrarem um banco de esperma preservado e se autofecundarem…
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    É, eu pensei nisso também, mas achei uma má ideia mencionar aqui.
    Talvez tecnologia para se reproduzirem mesmo sendo do mesmo sexo, ou se clonarem? Qual é, estamos falando de mais de um milênio de avanço…
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, não é como se dramas sobre reprodução e sobrevivência da espécie fossem estranhos ao pós-apocalipse.

    E acho melhor pararmos por aqui, antes de entrarmos em detalhes específicos demais.
    Até a próxima!
    Captura de tela 2017-11-11 17.46.41.png
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https://www.finisgeekis.com/2017/11/15/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-6/feed/ 0 19760
Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 5 https://www.finisgeekis.com/2017/11/09/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-5/ https://www.finisgeekis.com/2017/11/09/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-5/#respond Thu, 09 Nov 2017 21:50:48 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19637

O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no quinto episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bem vindos a mais um Café com Anime.
    E veja só! Já estamos no episódio 5 de Girls’ Last Tour. O que acharam dessa nova etapa da jornada?
    Pessoalmente, estou me surpreendendo cada vez mais com a beleza desse mundo destruído. Em nosso último encontro, o Fábio comparou o anime a um game point-and-click. Acho que o paralelo não podia ser mais feliz: Girls’ de fato parece um adventure game das antigas, com cenários super-elaborados, às vezes desenhados à mão.

    É uma forma de storytelling em si, em que o próprio ambiente vira uma personagem.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu gostei deste episódio, embora, ao meu ver, ele tenha sido o mais “slice-of-life” até agora, sem focar muito nos mistérios daquele mundo, mesmo que em determinados momentos a estranheza do ambiente e a trilha sonora sugeriram algo diferente algo mais macabro.
    Foi um bom episódio mostrando um pouco mais do relacionamento das duas protagonistas, foi mito meigo aquele momento em que elas imaginam a casa dos seus sonhos.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sem sombra de dúvida, uma das cenas mais fofas até agora.
  • diego gonçalvesDiego
    A cena delas imaginando ter uma casa foi ao mesmo tempo fofa e triste, considerando o atual estado daquele mundo e da humanidade como um todo. Mas o episódio como um todo foi de fato muito bom. A parte do sonho da Chi foi bem engraçada, ao passo que a parte da chuva deu um bom fechamento para o episódio, especialmente com aquela música de encerramento. Agora, mais alguém achou o “abrigo de chuva” delas muito parecido com uma aranha de concreto?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    ALGUÉM ME SALVE! ESTOU DERRETENDO!! É fofura demais para um episódio só!! O anime poderia acabar aqui que seria o anime do ano. Aliás, todos os animes poderiam acabar depois desse episódio, para sempre. Pensando melhor, o universo pode parar, não há mais razão para continuar, tudo aquilo que começou com o Big Bang atingiu seu clímax e seu propósito agora, isso é verdadeiramente o fim, tanto no sentido de final quanto de finalidade.
    Falando sério, sem hipérboles (que hipérboles? eu falei tudo sério e no sentido literal, oras!), esse episódio foi diferente de todos os demais. Começou direto com a abertura e terminou com um encerramento próprio. Pura arte nas três esquetes, que, em sequência, mostrou graficamente a criatividade das garotas, como a Chito vê a Yuuri representado de forma surreal, e um espetáculo musical onde e quando menos esperávamos.
    E isso assusta, não acham? É como se o anime tivesse atingido seu ápice, pelo menos na linha narrativa desenvolvida até agora. Ou o imaginam indo mais longe do que isso? De sorte que, acredito, esse episódio seja também um ponto de virada para o anime. Mas virar em qual direção?
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Bom, um giro inegável que é ele perdeu o medo de apelar ao simbolismo. Nos últimos episódios, passamos bastante tempo “decifrando” esse pós-apocalipse a partir do que elas nos diziam.
    Neste, Girls’ Last Tour deixou bem claro que não anda por aí. Vejam por exemplo a cena do “lar”, em que elas dizem não saber o que é uma “casa”, mas sabem o que é uma cadeira e uma dispensa. É como se o anime tivesse deixado de lado as contingências do “sci fi” por algo mais puro. Como se estivesse nos dizendo que sua mensagem é mais importante que os detalhes.
    Esse é o tipo de história que Roger Ebert costumava chamar de “roteiros com livre-arbítrio”. E o resultado é extraordinário.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Falando das coisas que importam: parece que o anime se passa em um futuro pós-Jetsons.
    Captura de tela 2017-11-04 14.22.49.png
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Essas estruturas me intrigaram. Por um momento, pensei que fossem uma espécie de palafita. Mas não faz sentido, pois vemos ao mesmo tempo o leito do que parece ter sido um córrego.

    Também podem ser alguma espécie de favela vertical, como a cidade murada de Kowloon, em Hong Kong.

    Como eu disse, no entanto, não parece que o anime esteja enveredando pela “hard” sci fi. Parece uma escolha estilística deliberada, tal como o abrigo em formato de aranha. Gosto de ver que ele esteja tomando esse rumo. Muitos cenários pós-apocalípticos tendem simplesmente à mesmice. Esse mundo, no entanto, parece a cada episódio mais único.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, se o anime for tentar explicar tudo, pode acabar ficando meio chato, ou perder o foco. E parte da graça é tentarmos achar respostas por conta própria, mesmo que não haja resposta em primeiro lugar
  • diego gonçalvesDiego
    O mundo de fato parece cada vez mais único. Dito isso, me passou pela cabeça que essas estruturas altas fosse porque haveria inundações frequentes ali, embora pensando bem teria de ser uma quantia altamente absurda de água para justificar construções tão altas kkkkk
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pode ser apenas uma forma dos ricos se diferenciarem dos pobres. Chegam com seus carros voadores direto em suas casas no céu, enquanto os pobres andam pelas marginais dos córregos e vielas escuras
    Note como o encanamento era frequentemente instalado sobre o chão, ao invés de enterrado, o que seria o normal. Ou ali não era para ser lugar de trânsito originalmente, ou aquelas instalações hidráulicas foram feitas depois, muito depois da estrutura original ter sido construída e preferiram não abrir buracos no chão
  • cat ultharGato de Ulthar
    É realmente um mundo muito singular, parece ser uma tentativa cada vez mais impossível tentar entendê-lo de uma maneira coesa. Creio que é objetivo do próprio anime deixar essas coisas no ar, sem dá uma explicação contundente, apelando para o puro simbolismo.
    E isso é ruim? Não, longe disso. Como o anime não passou nenhuma pretensão de ser uma ficção científica séria, vamos aproveitar os símbolos!
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Falando em ficção “soft”, o que vocês acharam da esquete final sobre a música? Pessoalmente, ela me lembrou de dois filmes. O primeiro é “A Criação do Mundo Parte 1” de Mel Brooks, em uma cena em que um homem das cavernas acidentalmente “descobre” música derrubando uma pedra no pé do seu colega.
    O segundo, mais sério, é “Ensaio Sobre a Cegueira“. Na cena (ausente do livro, se bem me lembro), os sobreviventes do apocalipse se deparam com um rádio e escutam uma canção durante um raro momento de sossego. É uma tomada super bonita, que mostra como pequenos momentos de prazer podem se tornar tão preciosos em situações extremas.
    Pensando agora a respeito, Girls’ Last Tour parece ter um pouquinho das duas obras: a comédia pastelão de uma e a melancolia claustrofóbica da outra.
  • diego gonçalvesDiego
    Não tenho muito o que opinar, exceto que foi uma cena bem bonitinha. Acho que passa a mensagem de que mesmo na pior das situações o lazer e o relaxar são também importantes, e a música está ligada a isso há já um bom tempo.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que foi muito mais do que lazer e relaxar. Desde o começo do anime que Chito e Yuuri estão não só viajando em busca de comida e abrigo, como vivendo com alegria e curiosidade um dia depois do outro.
    Nesse sentido, a cena da música não foi um ponto fora da curva, mas talvez tenha sido o ponto de máximo. O mundo, para nós, pode ter acabado, mas para elas é tudo o que têm e está apenas começando.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Foi uma das muitas belíssimas cenas que este animes está proporcionando. Como o Fábio mesmo mencionou, o mundo para elas não acabou, cada dia é um novo começo, onde aprendem e sentem coisas novas. Assim, toda experiência, como a música da referida situação, é um momento de percepção sensorial sumamente gratificante para as meninas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Só tenho a concordar com o Fábio e o Gato. A Chi e a Yuu podem estar andando a esmo atrás de comida. Mas sua jornada é muito mais profunda: elas estão, literalmente, dando sentido para a vida depois de todos os “sentidos” terem sido obliterados.
    Não apenas elas: se lembrarem, observamos o mesmo comportamento no cartógrafo do episódio 3. É um retrato poderosíssimo da capacidade humana de encontrar um propósito para sua existência.
  • diego gonçalvesDiego
    Acho que não da pra falar aqui em buscar um propósito ou em dar um sentido à vida, dado que a própria Yuu rejeita a necessidade disso justamente no episódio do cartógrafo. Elas me parecem muito mais viver momento a momento mesmo, tentando se manter vivas e meio que é isso. E em meio à busca por comida e abrigo, acabam fazendo uma pausa forçada para descanar ao som da chuva rs
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Elas rejeitam a busca de um propósito no sentido tradicional, ao invés mostrando que viver é em si um propósito. Pelo menos é assim que estou vendo esse anime
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Eu o vejo da mesma forma. “Carpe diem” é uma filosofia de vida, afinal de contas.
    Lembrando que estamos falando da Yuu. Se pensarmos na Chi, ela tem de fato uma agenda própria. Seu desejo de preservar os livros é um propósito, muito embora não tenha sido mencionado nesses últimos episódios.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu acho que a diferença não é de propósito, mas só de desejo. A Yuu só quer viver mesmo, dessa forma que descrevemos. A Chi se preocupa em preservar algo. Ela não quer mais do que viver, mas gostaria que sua experiência no mundo permanecesse de alguma forma
    A cena do episódio anterior em que ela se apressa pra tirar uma foto com a Yuuri depois da amiga ter falado sobre como as fotos durariam muito além do desaparecimento dos objetos fotografados foi o que me fez crer nisso
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Vários dos episódios dessa semana parecem ter nos mostrado um “ponto de inflexão” de uma maneira ou de outra.
    No caso de Girls’ Last Tour, ele parece ter sido retrospectivo. Tivemos um episódio que foi uma verdadeira celebração da jornada até aqui. As duas sequências mais “oníricas” do episódio, a cena do apartamento e o sonho de Chi, foram emblemáticas nesse sentido. Vimos todas as curiosidades com que cruzaram pelo caminho – os deuses-salsicha, o peixe sem barbatanas – junto a seus medos, desejos e pensamentos intrusivos.

    Para fechar, retomo uma pergunta feita pela Fábio: para onde vocês acham que ele irá a partir daqui?
    Vocês acham que essa foi a “calmaria antes da tempestade” que antecede uma mudança de tom? Ou acham que Girls’ conseguirá, de alguma forma, superar o que foi entregado até agora, nos seus próprios termos?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Realisticamente, acho que vai só continuar igual. Esse foi o ponto de máximo intermediário, e podemos esperar outro semelhante no final – talvez mais emotivo. Mas existe sim a possibilidade de que, atingido esse máximo, o anime comece a mudar de tom.
    O que me parece muito difícil é um episódio 6 inequivocamente melhor que esse 5 e no mesmo tom.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse é o problema de “momentos seminais”. Quando se está no topo, o único caminho possível é para baixo….
  • cat ultharGato de Ulthar
    Também acho que possível que esse episódio tenha sido um ponto de virada, mas um ponto singelo. Pode ser que o próximo aborde um pouco mais de “worldbuilding“, com elas enveredando em outros mistérios deste mundo fantástico.
  • diego gonçalvesDiego
    Acho bem difícil o anime mudar de direção agora. Acho que o episódio serve muito mais como uma confirmação da direção tomada até aqui, inclusive, e eu estou bem de boas com isso. Gosto do anime como está, e ele mudar demais o tom poderia ser bem problemático se feito sem MUITA maestria.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Acho que não nos resta mais nada além de aguardar o que ele irá nos trazer. Até a próxima semana!
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Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 4 https://www.finisgeekis.com/2017/11/01/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-4/ https://www.finisgeekis.com/2017/11/01/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-4/#respond Wed, 01 Nov 2017 20:56:02 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19581

O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no quarto episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Deus salsicha está te julgando.

    Eis que Girls’ Last Tour chega no episódio 4 – e não pára de nos surpreender. Passamos todo o episódio passado falando de visões alternativas de sociedade e esquecemos do mais importante: a espiritualidade.
    Todo povo precisa de algo para acreditar. Não falo só de religião, de algum princípio maior, um ideal de como o mundo deveria ser. Algo para responder às questões metafísicas da vida.
    Não sei bem o que pensar da sociedade morta de Girls’ Last Tour, no entanto. O que vocês acharam do que nos foi mostrado?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu achei legal que revelaram (e como revelaram) em que ano estão: 3230. Aparece no visor da câmera fotográfica. Essa distância no tempo parece verossímil considerando todas as diferenças que já notamos desse mundo para o nosso.
    Também sabemos quando estiveram por lá os responsáveis pelo máximo desenvolvimento que a humanidade já atingiu: cerca de 400 anos atrás, quando a humanidade de então, adoradores da Lego Virgem Maria e seu panteão de Deuses Salsichas, construiu o templo que Chito e Yuuri visitaram.
    A cidade que cruzam é também a primeira a exibir arquitetura diferente de tudo o que já vimos – mas em dado momento, quando estão se aproximando do templo, passam por uma grande região com arquitetura semelhante à nossa, atual.
    Não levei meio segundo para racionalizar isso: o templo foi construído na região central da cidade, que certamente é mais antiga.
    Como há 100 anos, segundo o episódio anterior, já não sabiam sequer como operar os antigos elevadores centrais dos grandes pilares, é de se supor que esses últimos séculos após o apogeu foram um ocaso vertiginoso e veloz. Alguma calamidade muito grande aconteceu. Talvez o apego à espiritualidade já fizesse parte desse ocaso, como uma forma desesperada do povo de então para lidar com o futuro que deveria parecer sinistro.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É uma possibilidade. E é possível que os ícones-salsicha sejam uma referência às estátuas da Ilha de Páscoa, que, segundo a lenda, também foram construídas por uma civilização a meio-caminho do colapso (embora esta lenda tenha sido desmentida)
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Mesmo que não seja o caso dos moais, o autor ainda pode ter se inspirado pela lenda em torno deles, faria bastante sentido. E não quero falar muito porque já falei demais, mas nossas cidades ostentam nossos símbolos religiosos tanto assim? Como estou obviamente acostumado com a minha própria cultura, não percebo. Além disso, o episódio fez questão de destacar cada salsicha no caminho das protagonistas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Cidades antigas ostentam, pois no passado a própria noção de “religião” era indissociável de “sociedade”. Kyoto no Japão é um caso clássico: há um templo por esquina.
    Hoje em dia há menos, mas ainda cultivamos uma “monumentalidade cívica”, por falta de termo melhor. Símbolos do governo, memoriais, artefatos de apoio a um regime/ideia política, coisa do tipo.
    Não é EXATAMENTE o que o anime quis passar, mas é difícil distinguir entre uma coisa e outra depois do apocalipse. Por exemplo: aposto que não serão poucos os arqueólogos do futuro que tomarão pixações de rua como mensagens votivas.
    Voltando ao mundo do anime, o fato das salsichas estarem por todo o canto pode assinalar que foram plantados de forma desordenada, pelas próprias pessoas. Nesse caso, seriam mais parecidos com os santuários de kami no Japão que ícones cristãos plantados por uma Igreja organizada. (apesar de que a “trindade” do templo me pareceu bem abraâmica).
  • diego gonçalvesDiego
    Foi um ótimo episódio, tocando de forma bem interessante na questão da religiosidade.
    Mas uma coisa que me intrigou foi o quanto essas meninas desconhecem. Não sabem o que é queijo, mal sabem o que é um deus, mas mesmo assim sabem cozinhar um peixe e pilotar aquele veículo enorme… Me faz pensar em que tipo de mundo elas cresceram. Eu duvido muito que isso será explorado, mas eu realmente queria mais informações sobre isso.
    O desconhecimento seletivo delas está começando a pedir demais da minha suspensão de descrença, francamente. E como um nitpicking menor: alguém ai entendeu de onde vem a luz ou porque ela só acendeu naquela hora em específico?
  • cat ultharGato de Ulthar
    Mais um episódio interessante. O anime não para de surpreender. Eu fiquei muito intrigado quando os deuses salsichas começaram a pipocar na cidade. Vocês perceberam a trilha sonora assustadora quando elas atropelaram e quebraram umas das salsichas? Pensei que algo mais sério poderia acontecer com elas.
    Este episódio mostrou bem como os símbolos religiosos do passado podem nos ajudar a conhecer uma cultura perdida, pois em virtude do descobrimento do templo, elas levantaram várias informações importantes. Eu achei o deus salsicha parecido com uma criatura do jogo Yume Nikki:
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu percebi duas coisas quando elas bateram no Deus Salsicha: primeiro, as previsões negativas da abertura começaram a se cumprir, não são só efeito cômico. E embora não tenha tido consequência nenhuma no episódio (sendo tão pesado quanto pareciam ser, elas deveriam ter morrido esmagadas, mas sequer desmaiaram), começou em seguida a trilha sonora sinistra de fundo. Que me lembra a série de escape games point & click Submachine, que eu recomendo muito!
    Sobre a tecnologia do futuro e a luz misteriosa, bem: é tecnologia do futuro. Há 100 anos ninguém a entendia, porque nós, quase um milênio no passado, deveríamos entender?
  • diego gonçalvesDiego
    Pra não ficar tão na cara que as luzes são controladas pela mão mágica do roteirista Mas numa nota mais positiva, queria aproveitar pra dizer como a trilha sonora estava ótima nesse episódio. Adorei a insert song, inclusive.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Os deuses-salsicha de fato são meio assustadores, e nisso a trilha sonora dá uma grande ajuda. Gostei particularmente de que eles possuíam pequenas diferenças entre si: uma folhinha na cabeça aqui, um halo de metal ali. Eles me lembraram de estátuas de divindades clássicas, geralmente muito parecidas, diferenciadas pelos objetos que carregavam.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eles serem ligeiramente diferentes suporta a hipótese de que foram construídos por pessoas diferentes, em momentos diferentes, por motivos diferentes. Todos compartilhavam, porém, a mesma crença básica.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Sim, podem ser “santos”, ou algo como os kami do shintoísmo. Meio estranho ver esse tipo de imagem ao lado de um templo que parece uma catedral. Mas, até aí, esse é um desenho japonês, e o Japão é o país por excelência em que igrejas dividem espaços com santuários shintoístas, templos budistas e toda espécie de “nova religião” misturando as três coisas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Happy Science é a melhor religião e o Gato de Ulthar pode provar.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Verdade, Happy Science é a religião mais divertida dos últimos tempos, fazendo sua mistureba de santos do passado com naves espaciais com capacidade de viajar no tempo. O que você diria se pudesse ver Jesus e Buda no mesmo dia? Sem falar nos animes patrocinados pela happy Science, que são bem produzidos e não devem em nada aos animes atuais.
    Mas voltando aos deuses salsichas deste animes. Quero comentar sobre a Catedral. Ela parece uma gigantesca caixa de sapato. Deuses salsichas em uma caixa de sapato gigantes. Uma religião interessantíssima.
    O fato do templo ter luz própria, faz a questão da água quente do segundo episódio fazer um pouquinho de mais sentido.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É a famosa terceira lei de Arthur C. Clarke: qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Embora aquela usina elétrica (eu acho que era uma usina elétrica térmica) tinha uma placa em “japonês arcaico” (ou seja, o nosso japonês), além de estar no nível da cidade em que basicamente tudo era reconhecível.
    Alguma tecnologia futurista de automação deve tê-la mantido funcionando sozinha por muito tempo, mas a usina em si provavelmente é só um pouco mais avançada do que o que já existe hoje em dia.
    Definitivamente não é o caso da luz do templo que eu não consigo entender e o anime nem tenta retratá-la de alguma forma que eu possa especular. É só “magia” (tecnologia suficientemente avançada) mesmo.
    Mas sim, foi exatamente nisso que eu pensei também quando o Diego pareceu frustrado com as luzes
  • diego gonçalvesDiego
    Imersão é uma coisa estranha, diferentes pessoas vão ter diferentes níveis de “tolerância” para o que quebra ou não sua imersão, e as vezes rejeitam coisas pequenas enquanto aceitam outras bem mais bizarras. Nem pensei em questionar a água quente, mas as luzes me incomodaram, vai entender kkkk.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Voltando à seriedade, parece que nossas heroínas estão crescendo como pessoas, vocês não acham? Na sua opinião, elas são as mesmas meninas que brigaram por um chocolate no primeiro episódio?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    A graça de um slice of life é que … eu não sei? Podem muito bem ser as mesmas sim, nós é que não as conhecíamos bem o bastante naquele episódio. Elas passavam fome então, não se esqueça de colocar isso na equação. Agora têm rações de sabores sortidos. Que vai acabar em um mês, e quero ver isso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Não consegui perceber nenhuma evolução delas, acho bem capaz que a Yuuri possa repetir uma daquelas suas sandices. Mesmo eu não vendo uma evolução clara, creio que o anime esteja sendo eficiente em enriquecer o modo pelo qual nós conhecemos o relacionamento das duas. Após estes quatro episódios, eu acho que a Yuuri nunca seria capaz de atirar na Chi.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sim, acho que é isso, temos essa impressão de evolução porque somos nós que estamos evoluindo o nosso entendimento delas.
  • diego gonçalvesDiego
    Vou concordar com os demais e dizer que acho cedo demais para falar em evolução dessas personagens, se é que chegaremos a ter alguma nesse curto espaço de 12 (?) episódios que o anime deve durar.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Olha, o quarto episódio não costuma ser “cedo demais” para começar a ser visível a evolução de personagens em animes de 12 episódios. É um terço da história, pô! A não ser que o anime tenha muitos personagens, aí normalmente ele está terminando sua fase de apresentação deles por essa altura. Não é o caso de Girls’ Last Tour. Não só não há muitos personagens, como parece não haver muitas pessoas no mundo inteiro, hahaha!
  • diego gonçalvesDiego
    Você esquece que o anime é baseado em um mangá. Um terço da história do anime não significa muita coisa a depender do número dos volumes do mangá.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Além disso, eu acho difícil elas terem como evoluir consideravelmente mesmo que fossem 10 episódios. Pode ser impressão minha, mas acho que se passou pouco tempo (na realidade delas), entre o primeiro e o quarto episódio. É um lapso de tempo bem curto, pode ser que toda a história do anime se passe em poucos meses.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que se passaram meses. Era o auge do inverno no começo da história, e agora o clima está bem mais agradável. E sim, em o detalhe do mangá, mas né, seguir o mangá à risca não é inteligente sempre.
    Se você só tem 12 episódios, os personagens vão evoluir e isso é importante, você não vai gastar um terço do anime sem sequer começar isso. Acho que é só porque é slice of life e não tem desenvolvimento no sentido normal que esperamos, mesmo.
    Claro, elas podem eventualmente crescer, aprender um pouco mais sobre o mundo e com isso mudar. Mas o ritmo é outro, isso, se e quando acontecer, será bem devagar, natural.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    De um ponto de vista metanarrativo, acho que não faz muita diferente. Há personagens que são apresentadas do “começo”, de maneira a acompanharmos seu crescimento. E há aquelas contadas a partir do “fim”: quebra-cabeças em forma de pessoas, que completamos a cada cena que passa. Gosto muito deste segundo tipo de enredo, embora não seja bem o caso aqui.
    Quando à Chito e à Yuuri especificamente, estou gostando de ver a ternura que se desenvolve entre elas. No episódio passado, realmente pensei que um conflito ou novo encontro pudesse vir a separá-las. Hoje, não tenho mais tanta certeza. É bonito ver como as suas se completam: em personalidade, habilidades, forças e fraquezas.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Curioso você ter usado a palavra “ternura”. É uma palavra por tudo o que eu sei pouco utilizada, e no entanto hoje mesmo eu escrevi meu artigo sobre Girls’ Last Tour, o qual pelo horário em que vejo que fez seu comentário você com certeza não havia lido ainda, e também cravei lá: ternura. Parece que não há mesmo palavra que melhor descreva a relação delas, hein?
  • diego gonçalvesDiego
    A pergunta é o quanto elas próprias reconhecem isso. A Yuu parece a que mais entende a sua ternura pela Chi, mas esta talvez ainda não tenha percebido o quanto se importa com a Yuu… ou ao menos é a impressão que eu tenho na dinâmica delas rs
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que a Chi é mais reservada e rabugenta, só isso.
  • cat ultharGato de Ulthar
    É bonito como os sentimentos delas não se resumem à ternura, pois possuem uma riqueza de espécies de emoções distintas, que culminam em momentos curiosos, como o da arma apontada para a Chi no primeiro episódio.
    O medo, a necessidade de contato humano, os questionamentos sobre a morte, tudo isso influi sobre o quebra-cabeça que é a relação entre Chi e Yuuri.
    Outro ponto interessante é que nem mesmo elas entendem direito o que sentem, parece que a ingenuidade delas não se dá apenas no âmbito prático do dia a dia, mas em todos os aspectos tanto materiais como emocionais.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    O que é natural, crianças não são emocionalmente maduras mesmo.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E isso é o mais impressionante, não é?
    Os animes são frequentemente criticado por serem autorreferente: fazerem personagens que são caricaturas, menos pessoas reais que conjuntos de estereótipos. O próprio Miyazaki fez uma crítica famosa nesse sentido.
    Girls’ Last Tour não podia ser mais diferente que um filme do Studio Ghibli, muito menos uma obra naturalista live-action. Mesmo assim, do alto da sua abstração, ele consegue nos trazer relações inconfundivelmente humanas.
    Espero que, daqui para a frente, o anime continue acertando nessas notas. E que você, leitor, o curta tanto quanto nós estamos curtindo.
    Até a próxima!
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Café com Anime: “Girls’ Last Tour” episódio 3 https://www.finisgeekis.com/2017/10/25/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-3/ https://www.finisgeekis.com/2017/10/25/cafe-com-anime-girls-last-tour-episodio-3/#respond Wed, 25 Oct 2017 20:04:13 +0000 http://finisgeekis.com/?p=19467 O Finisgeekis, Dissidência PopÉ Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.

Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.

Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco no terceiro episódio de Girls Last Tour:

  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Preciso confessar: Girls Last Tour está me fazendo engolir minhas palavras. Até esse ponto, achava que o anime ignoraria worldbuilding, reflexões filosóficas e continuidade narrativa. E eis que esse episódio nos traz todas essas coisas, logo na primeira cena!
  • diego gonçalvesDiego
    O que mais me surpreendeu foi o anime manter uma clara continuidade narrativa. Depois do episódio passado eu estava pronto pra só termos histórias curtas sem muita ligação uma com a outra, mas fui surpreendido muito positivamente. Vou dizer que achei esse o melhor episódio do anime até aqui, e me deu novo ânimo para com a obra rs
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    E agora temos um Made in Abyss ao contrário. Com duas garotas perdidas no fim do mundo, “subindo” as escadas em direção a um lugar melhor. Ou apenas “menos pior”.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Há mais gente então! Quando eu vi aquele cigarro logo no começo do episódio, foi impossível não ficar animado! Por sorte não era nada perigoso, já que o anime, por enquanto, protege as meninas ostensivamente.
    Mas é como os outros já disseram, o anime não é apenas um slice-of-life com episódios episódicos, mas possui sim um mundo a ser explorada em uma trama que aparentemente começa a fazer sentido. No episódio passado já havíamos tido um vislumbre disso com o aparecimento do peixe. Só nos resta esperar o que as novas camadas mostrarão.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Quando vi o elevador tombando lembrei de você, Cat. Acho que sua previsão foi cumprida: elas REALMENTE estão sendo testadas psicologicamente, ” pero sin perder la ternura”
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu fui o único que quando vi a vala e as garotas reclamando que não encontravam ponte alguma, logo pensou em derrubar alguns daqueles prédios pra fazer de ponte? Eu juro que pensei nisso.
    Sobre expectativas, o que posso dizer é que quando vi imagens soltar do episódio pela internet fiquei preocupado, afinal para o que eu conhecia de Girls’ Last Tour até então haver outros seres humanos tinha muito mais chance de ser um problema do que uma solução. Mas no final das contas aquele sobrevivente que elas encontraram não afetou em nada o que foi construído até então – pelo contrário, só melhorou.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse episódio foi um divisor de águas. Daqui para frente, absolutamente tudo está na mesa. Que outras pessoas elas irão encontrar? Que relíquias de outras épocas cruzarão seus caminhos? Será que existe ainda uma sociedade humana, batalhando para existir nos níveis superiores? Será que ela trará perigos às nossas heroínas? Será que a guerra de que participavam voltará para assombrá-las?
    Estou mais ansioso pelos próximos episódios do que em qualquer momento até agora.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    E quando for o caso, tem uma liçãozinha no episódio, como foi o caso desse, mas sem soar jogado na nossa cara. Pelo quê nós vivemos? Pelo quê Chito e Yuuri vivem? Nem elas devem ter se dado ao trabalho de pensar nisso, nem o anime explicou, mas mesmo assim acho que ficou claro que “a coisa” que elas possuem e que elas absolutamente precisam para continuar vivendo é uma a outra.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    É uma estrutura parecida à de Kino no Tabi. Pequenos encontros que forçam as protagonistas a ver o mundo de outra forma.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Pelo menos a Yuuri só ameaça, não sai atirando em tudo e todos
  • cat ultharGato de Ulthar
    Curioso também o trabalho do cara em mapear aquele mundo. Fiquei realmente triste quando ele perdeu a pasta dele com os desenhos dos mapas!
    Mas eu torço para que elas achem outros humanos menos amistosos, seria boa uma treta de vez em quando!
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Será legal ver o que acontecerá com a Chito nesse caso. Será que ela vai vencer sua resistência e arranjar uma arma? Ou passará a contar com a Yuuri como proteção? A Chito possui alguma habilidade para sobreviver no pós-apocalipse, além de ser leitora do Ryunosuke Akutagawa ?
  • diego gonçalvesDiego
    Como assim ler livros não basta pra sobreviver ao apocalipse?! Fui enganado!
    Mas brincadeiras de lado, também espero que futuramente elas encontrem pessoas não tão amigáveis. Até mesmo para que o anime consiga manter uma sensação de tensão a cada encontro, antes de sabermos se a pessoa será amiga ou inimiga.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Acho que a maior tensão possível seria encontrarem algo ou alguém que tentasse separá-las – e que fosse mesmo uma tentação forte.
  • diego gonçalvesDiego
    Talvez, mas não vejo como isso poderia acontecer. Nenhuma das duas tem motivo para NÃO ir com a outra caso alguma decida ficar em algum lugar. Só se forem proibidas de ir juntas, mas seria preciso uma ótima explicação para uma regra do tipo
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    No primeiro episódio não achei que estivesse tão no futuro. No segundo não achei que houvessem outros sobreviventes. Esse anime já mostrou que é capaz de me surpreender.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Tem uma coisa também, elas são muito ingênuas e facilmente enganáveis. Tudo bem que a Yuuri ficou um tempo apontando a arma para o cara, mas ele podia ter intenções muito pouco sadias em relação a elas, e só estivesse esperando ter a confiança delas.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Concordo. Uma nova personagem pode provocar um “triângulo amoroso” (ou nem tão amoroso). O anime já deixou claro que a Chito e a Yuuri tem muito pouco em comum além do fato de estarem presas no mesmo barco. Se surgir uma fagulha de discórdia e alguém com que uma delas se identifique mais, elas podem ficar tentadas a se separar.

    Isso me lembra do meu anime favorito, Noir, em que também vemos duas protagonistas (convenientemente loira e morena) jogadas num Apocalipse de outra natureza. Em dado momento, suas diferenças ficam fortes demais e elas tentam se separar – com resultados bem sérios.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Querem reclamar um pouco do aspecto técnico? O 3D do veículo se movendo ficou horroroso. Não só isso, mas usaram exatamente a mesma animação (inteira, com o fundo e tudo) duas vezes. Essa aqui:

    Qual foi a primeira e qual foi a segunda “cena”? São duas diferentes, eu juro!
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Esse veículo em CG está me incomodando desde o primeiro episódio. Quer dizer, incomodando em termos. Como ele aparece (relativamente) pouco em movimento, consigo suspender a descrença.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    No primeiro episódio me incomodou menos. A cena mais escura favoreceu. Nesse, além de tudo, foi usado duas vezes quase em sequência, em dois lugares que deveriam ser diferentes
  • cat ultharGato de Ulthar
    Nem me incomodo com isso, fiquei mais distraído com a dificuldade delas subirem os escombros do prédio. Eu fiquei realmente com medo de que a estrutura se partisse ao meio e a ponte caísse….
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Sobre isso, me perguntei porque não tentaram ir por dentro. O prédio era bem alto, devia ter uma estrutura como um poço de elevador, sei lá. Se bem que, ok, depois da demolição talvez fosse mais perigoso ir por dentro do que por fora, apesar de ter sido bastante inconveniente subir, especialmente com um veículo.
  • diego gonçalvesDiego
    Sobre o CG, eu digo que mal percebo no veículo, mas acho gritante quando é usado na personagem rs. Já sobre ir por dentro, imagino que seria bem mais difícil de atravessar. Claro, talvez tivesse um fosso de elevador, mas primeiro que esses fossos raramente ultrapassam o telhado da construção (essencial para elas chegarem ao outro lado), e em segundo existia a possibilidade bastante real de um fosso do tipo estar bloqueado por entulhos com a queda.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Eu não entendo de engenharia, mas eu nunca vi um prédio caindo daquela forma. Geralmente quando eu vejo prédios sendo derrubados com explosivos, eles implodem verticalmente. Não se como a estrutura aguentou a queda horizontal sem se partir. Mas vai saber né? Não sabe o que esperar de prédios de uma realidade diversa.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Em uma nota mais geral, quais são seus pensamentos sobre o mundo do anime, agora que sabemos (ao menos um pouco) da “verdade”?
    Eu senti uma vibe Numenera, com civilizações construídas em cima de povos extintos, uma espécie de “era das trevas” no futuro distante. O fato das meninas não saberem o que é um peixe faz todo o sentido agora.
    Também é um conceito que pode ser estendido infinitamente. Girls Last Tour acabou de mostrar que não precisa se limitar à sucata da Segunda Guerra. O que vocês mais esperam ver daqui para a frente?
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Eu já tinha, no episódio anterior, imaginado que Girls’ Last Tour era uma espécie de fim dos tempos, de todos os tempos. É interessante pensar que talvez civilização depois de civilização talvez tenham escolhido construir para cima, ao invés de destruir e reconstruir de forma mais conveniente o que recebeu das anteriores. S
    uperpopulação provavelmente ajuda a explicar. Mas creio que, mesmo antes dessa guerra (que talvez nem tenha sido uma grande guerra, pode ter ocorrido apenas no pequeno setor insignificante onde Chito e Yuuri moravam), a população mundial já havia entrado em franca decadência. Se todos tivessem morrido na guerra, o mundo estaria muito mais destruído e haveriam cadáveres por todos os lados, mas não é isso que se vê, então provavelmente já não havia quase ninguém no mundo desde o começo.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Girls Last Tour é um mundo de camadas. A progressão das meninas nestas “camadas” marca o andamento da história. Não duvido que os próximos níveis da cidade sejam ainda mais bem desenvolvidos. Quem sabe lá no topo mesmo há uma elite sobrevivente da humanidade? Também acho relevante o fato de que elas já viviam em mundo decadente onde nem animais havia. Num mundo onde não há mais animais, os seres humanos não parecem ter um futuro muito bom?
    O que eu pretendo ver daqui para a frente? Bem, eu quero mais desenvolvimento do mundo, mais desenvolvimento das meninas, problemas sérios para elas enfrentarem (até agora elas não tiveram nenhum problema verdadeiramente sério), e um pouco de drama além do slice-of-life apocalíptico.
  • diego gonçalvesDiego
    Eu me pergunto se existem mais andares para cima. A abertura parece mostrar, ainda que de forma bastante abstrata, pelo menos uns 3 níveis, mas como não sabemos em qual nível as garotas começaram pode muito bem ser que tenham atingido o último já. Ainda assim, o que eu espero são mais episódios como esse, explorando o mundo, as motivações das personagens, e lançando alguns questionamentos legais de se pensar a respeito. Tendo isso, já me darei por satisfeito.
  • buniiito4Fábio “Mexicano”
    Passando do mundo vasto para a pequenez humana, acho que vale destacar o character design. A Chito e a Yuuri são, como já disse várias vezes, feitas de gelatina. Ao encontrar outro ser humano no mundo, um detalhe se sobressai: ele não é feito de gelatina.
  • cat ultharGato de Ulthar
    Pois é, só as duas são “blobfish”. Efeitos da radiação? Brincadeiras à parte, acho que isso deve ter um significado, talvez para ressaltar a juventude dela.
  • booker finisgeekis 1Vinicius Marino
    Pequenas blobfish na vastidão da sociedade humana.
    Captura de tela 2017-10-21 15.37.19.png
    E, com isso, acho que tenho minha resposta. Espero ver o contraste dessas duas com seu meio. Não só físico, mas também espiritual, na medida em que elas reencontram um mundo que achavam perdido.
    E com isso nos despedimos. Até a próxima, pessoal!
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