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Attack on Titan – finisgeekis https://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Mon, 25 Feb 2019 18:17:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32&ssl=1 Attack on Titan – finisgeekis https://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 Uma aventura no Japão #9: Sanja Matsuri: o festival dos yakuza https://www.finisgeekis.com/2017/07/10/uma-aventura-no-japao-9-sanja-matsuri-o-festival-dos-yakuza/ https://www.finisgeekis.com/2017/07/10/uma-aventura-no-japao-9-sanja-matsuri-o-festival-dos-yakuza/#comments Mon, 10 Jul 2017 22:05:08 +0000 http://finisgeekis.com/?p=17397 Cidades não são apenas lugares. São também comunidades de pessoas, teias de rotinas, confusão. A “selva de pedra” não é feita só de concreto. É orgânica, como um ecossistema.

Em Tóquio, a selva de pedra por excelência, isso fica evidente em seus festivais. E nenhum festival sacode mais a capital japonesa – no sentido literal da palavra – do que o Sanja Matsuri.

Tive a oportunidade de frequentar vários festivais na vida. Com a exceção da gastronomia, creio que poucas ocasiões são melhores para entender uma cidade quando está “desarmada”, pronta para a descontração.

Festivais, contudo, muitas vezes pecam pela teatralidade. Toda festa é uma interrupção. Porém, se ela for brusca demais, sentimo-nos apenas como espectadores, esperando o desfile passar.

O Sanja Matsuri é o maior festival de Tóquio, mas isto diz pouco. É, também, um daqueles raros eventos para os quais não existem transeuntes. Todos participam, seja em um palanque, seja no burburinho das calçadas.

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A festa se inicia no templo de Asakusa, no bairro de mesmo nome de Tóquio. Santuários portáteis chamados mikoshi são desfilados ao redor do bairro.

Talvez eu tenha me expressado mal. Por “desfilados”, não estou pensando nos bonecos do Carnaval de Olinda. Os mikoshi são violentamente sacudidos de um lado para o outro, com uma fúria que o fará pensar que entrou em uma partida da seleção neozelandesa de rúgbi por engano.

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Não é preciso muito para entender que, a despeito das tintas budistas, o Sanja Matsuri parece mais um carnaval do que uma procissão religiosa. Os mikoshis são carregados por “times” específicos, uniformizados com seus próprios kimonos, que gritam e agitam os santuários como se em uma competição de gogó.

O evento é tão absurdo e hilário que serviu de inspiração para o hit do humor nonsense nos animes, Sayonara Zetsubou Sensei. No episódio 7 da primeira temporada, os alunos do Prof. Itoshiki decidem ir a um festival, onde são jogados sobre mikoshis e “homenageados” com o tratamento de Asakusa.

Se isso tudo ainda lhe parece pacato, talvez seja bom especificar que, por “kimono”, não estou me referindo ao traje formal japonês, mas ao happi, uma sobrecapa leve.

E o resto, você pergunta? Tradicionalmente, apenas roupa de baixo.

Nem todo mundo segue o costume à risca, mas esteja avisado: você verá sua cota de bundas nipônicas, não importa quanto tempo fique no festival.

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Não diga que eu não avisei

Curiosamente, a “pouca roupa” de alguns participantes acabou por se tornar uma atração em si. Isto porque o Sanja Matsuri é o festival favorito dos yakuza, que aproveitam a ocasião para ostentar suas tatuagens.

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A presença da máfia já se tornou tão famosa que se reflete até nos souvenirs. Andando pelas lojinhas do bairro, é possível encontrar até bonecas dos icônicos gângsters.

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Neto de calabreses que sou, confesso que tive medo de interagir com os yakuza. No entanto, não havia falta de gaijins serelepes importunando mafiosos atrás de fotografias.

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Para além dos mikoshi e da companhia seleta, o Sanja Matsuri também é uma excelente oportunidade para se visitar o bairro de Asakusa (imperdível por uma série de razões, algumas das quais contarei em colunas vindouras).

A própria estrutura do festival estimula a exploração. Pequenos palcos estão dispostos ao longo das ruas, onde grupos se apresentam com dança e músicas tradicionais.

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Se você, como eu, é fã de Showa Genroku Rakugo Shinjuu, o bairro é uma atração em si. Isto porque Asakusa é o lar do famosíssimo Engei Hall, um dos quatro teatros de Tóquio a exibir rakugo com regularidade.

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Passeando pela rua, é possível conferir a escalação de apresentações, igualzinha à mostrada no prestigiado anime.

Ao ver aqueles rostos, pensei em todos os Sukerokus e Yakumos do Japão, insistindo para manter sua arte viva em pleno século XXI.

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O passeio, já aviso, é exaustivo. Mesmo sem sacudir o mikoshi, é quase certo que terminará o dia suado. Isto não significa que não seja possível parar para respirar. E que local melhor para a ocasião do que o ponto mais alto do Japão?

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A Tokyo Sky Tree, próxima de Asakusa, é a torre mais alta do Japão e segunda estrutura mais alta do mundo, atrás apenas do Burj Khalifa.  O monumento oferece uma vista sem paralelos da capital – e um bônus específico aos otakus.

No Japão, é comum que mirantes ofereçam exposições sobre a cultura pop, aproveitando seu excelente (e super impressionante) espaço. Nesse ano, a escolha foi óbvia. A Sky Tree celebrou a segunda temporada de Attack on Titan com uma exibição que incluiu figures em tamanho real e células de animação.

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Não fosse o bastante, ainda realizaram sessões interativas do anime. O curta, transmitido nas próprias janelas do mirante, retrata um ataque dos titãs à torre, e as manobras da Divisão de Exploração para proteger os visitantes.

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Novamente me expressei mal: embora o passeio seja uma quebra depois da euforia de Asakusa, está longe de ser um descanso. As filas da Sky Tree podem ser quilométricas, e seu mirante, em balbúrdia, rivaliza com a Torre Eiffel.

Contudo, se quiser pagar de “diferentão” e evitar o pior, vá de noite. Não só você desfrutará de uma vista fenomenal, como evitará as hordas de turistas que sobem na torre para ver o pôr do sol.

Tudo por uma boa causa. Afinal, não é sempre que vemos Mikasa e Levi em ação a 634 metros do chão.

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Especial: o post número 100 https://www.finisgeekis.com/2016/11/21/especial-o-post-numero-100/ https://www.finisgeekis.com/2016/11/21/especial-o-post-numero-100/#respond Mon, 21 Nov 2016 19:27:42 +0000 http://finisgeekis.com/?p=13156

Parece que foi ontem, mas o Finisgeekis está próximo de completar dois anos. Hoje, batemos a marca dos 100 posts! Número modesto para os grandes portais internet afora, mas um grande feito para o blog, que se preza por textos semanais longos, feitos com muita pesquisa.

Foram 100 posts de anedotas, curiosidades e controvérsias. Dos clássicos dos animes aos fundamentos do game design. De bonecas colecionáveis a revisionismo histórico. De cosplayers profissionais à literatura japonesa.

Foi uma viagem e tanto, com a qual contei o apoio de meus queridos parceiros, seguidores e leitores. E nada mais apropriado para a data do que uma celebração do melhor, do mais surpreendente  – e do mais saudoso –  desses quase dois anos de escrita e nerdice.

(Clique nas imagens para acessar os artigos)

O post mais visualizado

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2016 foi um ano especial para o Finisgeekis. O projeto Profissionais do Cosplay, uma série de bate-papo com cosplayers que já fizeram do hobby um trabalho, finalmente saiu do papel. A primeira leva de entrevistas foi ao ar ao longo do ano, trazendo depoimentos de cosplayers do Brasil, Estados Unidos, França, Polônia e Portugal.

O projeto foi de longe a iniciativa mais interessante que já fiz no blog, e pretendo continuá-lo em 2017. Para minha enorme satisfação, foi também uma experiência edificante para meus entrevistados.

A ninguém isso foi mais verdade do que para a portuguesa Chowitsu. Sua entrevista lidera como o post mais visto da história do Finisgeekis e motivou vários brasileiros a começar a seguir seu trabalho.

De todos os cosplayers que entrevistei, Chowitsu é a única que conheci pessoalmente. É, portanto, com muito agrado que vejo seu trabalho alçando voo. Que seu talento continue a crescer e que seja sempre reconhecido!

O termo de pesquisa mais recorrente

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Se alguma métrica já me fez coçar a cabeça, com certeza foi esta. Entre todos os termos de busca daqueles que caem no blog pelo Google, “Attack on Titan” lidera disparado.

É algo que não sei explicar sem invocar a força cabalística dos algoritmos secretos da web.

Por um lado, é verdade que dei alguma atenção ao hit de Hajime Isayama. Em O Titã da Militânciaum dos primeiros textos do blog, falei de como a fábula de humanos cercados por titãs foi apropriada por revoltados de plantão em vários protestos mundo afora. Algum tempo depois, traduzi parte de uma entrevista do ANN com executivos da Kodansha, falando sobre a série.

No entanto, tudo isso nem se compara com a atenção que dei a outras obras, como os games de The Witcher, os longas do Studio Ghibli ou os mangás de Inio Asano. Por uma razão muito simples: não é uma franquia com a qual tenho familiaridade.

Embora tenha acompanhado (e curtido) a primeira temporada do anime, não acompanhei nem tive interesse em acompanhar o mangá. Hoje, devo ser uma das poucas pessoas do mundo que não sabem o que há no porão da casa do Eren.

Que os muitos fãs de Shingeki que caem aqui por acaso não levem isso para o mal. Seja qual for o caso, vocês são muitos bem-vindos!

O post que mostra que a união faz a força

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Esse post especial em duas partes surgiu de uma ideia inusitada. E se juntássemos blogueiros diferentes para responder a questões difíceis? Uma espécie de podcast escrito, ou um equivalente contemporâneo dos diálogos filosóficos?

Assim surgiu o primeiro hangout da Blogosfera Otaku BR. Ao lado de autores dos blogs Anime 21, Animes Tebane, Dissidência Pop, É Só Um Desenho e Otaku Pós-Moderno, mergulhei de cabeça em uma das questões mais capciosas da cultura pop japonesa.

O experimento foi um sucesso, e pouco tempo depois realizamos um segundo hangout, curado pelo Diego Gonçalves do É Só Um Desenho. Quem se interessou pelas discussões pode ficar tranquilo: elas foram apenas as primeiras de muitas!

O post mais polêmico

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Nesses quase 2 anos de Finisgeekis, o blog nunca recebeu um backlash grande a ponto de provocar uma flame war. Para ser sincero, espero que continue assim.

O que não significa que todos os posts tenham sido bem aceitos. Em dezembro de 2015, me aventurei pela história das sequels reboots para entender a obsessão de Hollywood em ressuscitar hits do passado.

Sobre O Despertar da Força, primeiro longa de Star Wars sob a batuta da Disney, não tive palavras muito amigáveis. Eu já havia mostrado algumas reservas à direção corporativa da qual o mundo nerd se tornou escravo e antecipado meus medos em relação à ex-franquia de George Lucas.

O Despertar da Força confirmou boa parte do que eu temia, disfarçando como “tributo” um clone sem alma de A Nova Esperança, decorado com os frufrus favoritos do público millenial. Se os filmes de Lucas prezam pela experimentação (mesmo quando dão errado), O Despertar da Força é um exemplo de cinema “lista de compras”, “ticando” todas as caixas do lucro seguro e nostalgia vazia.

“Mas Vinicius” vários leitores, cada qual com suas palavras, me disseram “eu assisto a Star Wars justamente porque quero ter a mesma experiência de sempre. Se quisesse algo diferente, veria Star Trek ou qualquer outra coisa.”

Justo. Mas, se George Lucas pensasse assim, ainda estaríamos assistindo a Flash Gordon Buck Rogers. E se a humanidade como um todo pensasse assim, nunca teríamos saído das cavernas de Lascaux, admirando nossas pinturas de búfalos como se fossem o ápice da arte.

O Despertar da Força é sintoma de uma dupla tragédia. De produtores calculistas, que destilam clássicos em commodities efêmeras, e dos fãs, aquiescentes em ver sua obra do coração drenada à irrelevância. Se este é o futuro, parem o mundo que eu quero descer.

O post pelo qual preciso agradecer à DICE

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Que Battlefield é um arrasa-quarteirão todo mundo sabe. O que eu até então não imaginava era que essa popularidade pudesse se traduzir em um interesse por história – e pelos textos de quem vos escreve.

Com o lançamento de Battlefield 1, meu post de maio desse ano se tornou o artigo mais consistentemente popular do Finisgeekis. Dia após dia, ele passou a receber mais visualizações que qualquer outro texto.  “Jogos sobre primeira guerra” , por sua vez, tornou-se um dos termos de pesquisa mais recorrentes (atrás, é claro, de Attack on Titan).

A tudo isso, só tenho a agradecer à DICE. Se o seu novo AAA levar algumas pessoas a conhecer a guerra que inaugurou o mundo contemporâneo, ou se interessar por Verdun ou Valiant Hearts (dois dos jogos que menciono no artigo), já será uma missão cumprida.

O post que fez tudo valer a pena.

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Escrever um blog é um hobby ingrato. Pesquisar e redigir posts dá um trabalho desgraçado. Manter uma rotina exige que tratemos nossa página como um segundo emprego. E, no final do dia, o retorno nem sempre é grande.

O drama da protagonista do filme Julie & Julia é um retrato super honesto do que significa fazer escrita pública. Investimos horas de trabalho em um artigo para amargar esquecido em meio aos virais do momento. Buscamos diálogos com os outros e concluímos que estamos falando sozinhos.

Eventualmente desencanamos. Apertamos o “publicar” com resignação, sabendo que, no final das contas, ninguém lerá aquilo mesmo.

Erra quem pensa que a toxicidade é o pior que a internet pode oferecer. Para um blogueiro, o maior pavor não é o ódio. É o silêncio.

É por isso que, quando as coisas finalmente dão certo, a sensação é tão boa. Para mim, este momento veio com meus comentários sobre os mangás The Gods Lie. A Lollipop and a Bullet.

A resposta que tive superou todas as minhas expectativas. Recebi mensagens de leitores me agradecendo pelo texto. Um mangaká brasileiro chegou a me apresentar seu trabalho. Desconhecidos que eu pensava fora do meu alcance disseram compartilhar meus pensamentos.

Esse, afinal, é o endgame, o propósito último. Ser capaz de alcançar os outros e fazer com que ideias solitárias se disseminem e rendam frutos. É com o que sonhei do momento em que criei o blog e o que pretendo continuar enquanto ele existir.

E a vocês, leitores que tornaram isso possível, ofereço minha profunda gratidão – e a certeza de que farei de tudo para continuar a entretê-los, cada vez mais.

Muito obrigado!

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18 insert songs que marcaram seus animes (parte 2) https://www.finisgeekis.com/2015/10/12/18-insert-songs-que-marcaram-seus-animes-parte-2/ https://www.finisgeekis.com/2015/10/12/18-insert-songs-que-marcaram-seus-animes-parte-2/#respond Mon, 12 Oct 2015 17:01:19 +0000 http://finisgeekis.com/?p=778

(Essa é a segunda parte de uma lista. Para ver a primeira, clique aqui.)

9) Call Your Name – Attack on Titan

Outro da recente leva mainstream que não dá para deixar passar. Além de cenas de ação eletrizantes e um elenco carismático, Attack on Titan entregou uma trilha de peso, com faixas instrumentais marcantes, canções de tirar o fôlego e um dos openings mais populares da história do anime.

Com as devidas menções honrosas a Reluctant Heroes e Bauklötze, é Call Your Name que ganha os louros de grande hino da série. Tocada quando Eren, Mikasa e Armin finalmente ingressam no Survey Corps, a canção acompanha o divisor de águas do anime, o momento em que os jovens – agora soldados formados – se preparam para tomar o ofensiva contra os titãs. Nenhuma faixa é mais fiel ao espírito de heroismo e rebeldia da série como essa.

8) Hai Iro no Suiyobi – Mawaru Penguindrum

Esse é um insert song tão marcante que foi “promovido” a ending na segunda metade do anime. E não por acaso.

Tal como outras canções da trilha, Hai Iro no Suiyobi é um cover da banda ARB, interpretada na série pelo fictício trio HHH. Longe de perfumaria, as músicas do grupo cumprem um papel essencial na história. À medida que as peças de quebra-cabeça entram em seus lugares e a fábula surrealista de Penguindrum dá lugar a um drama sobre solidão e terrorismo, o trágico envolvimento das personagens com o HHH começa a se tornar aparente.

7) Ningyo Hime – Chobits

Oficialmente, esse é o segundo ending de Chobits, mas uma versão alternativa tocou no episódio 14, acompanhando uma das maiores revelações do seriado.

Usar openings e endings como insert songs não é nenhuma novidade. Seja para poupar verba com o licenciamento de novas canções (como em Sailor Moon e outros animes gigantes de sua época), seja para aumentar a carga dramática de uma cena específica, a prática é comum.

Chobits, no entanto, se destaca pela importância da cena em particular. Em um anime já recheado de romances trágicos e amantes perdidos, Hideki flagra (SPOILER WARNING para um anime de 13 anos) a professora Shimizu nos braços de seu melhor amigo, Shinbo.

Ningyo Hime ainda não tinha sido utilizada como ending até esse ponto, o que só tornou o episódio ainda mais chocante. Nada mal para uma série que, a despeito da temática ecchi, se mostrou uma das mais profundas da CLAMP.

6) Tennyo no Uta – A Lenda da Princesa Kaguya

Kaguya Hime não é apenas um dos melhores animes dos últimos tempos, mas uma das animações mais bonitas já feitas. De sua qualidade, basta dizer que é um dos poucos filmes a ter uma nota de 100% no agregador Rotten Tomatoes.

Como eu já disse certa vez, boa parte do charme do longa está no visual, feito para imitar a arte japonesa do período Heian.

A música não ficou para trás, como prova Tennyo no Uta, canção tradicional que acompanha a trajetória da protagonista. Presa em uma vida que não escolheu, vê na melodia um refúgio contra o mundo frio e desumano da nobreza.

5) No One’s Home – Darker than Black

Darker than Black é o anime que Charlotte seria caso abrisse mão de seus 12 primeiros episódios e construísse um enredo a partir do último.

O conto de mercenários mutantes, conspirações internacionais e muita ação logo de cara mostra que não está de brincadeira. Já nos seus primeiros episódios nos presenteia com No One’s Home, uma canção lenta e sombria que casa perfeitamente com sua vibe mais adulta.

Como a segunda temporada de True Detective mostrou (a despeito de todos os seus problemas), uma música down com um vocal feminino faz toda a diferença na hora de acertar o tom de um história.

4) Kodoku no SIGNALSerial Experiments Lain

Lain não é uma série abertamente musical, apesar de dispor de um dos melhores openings já feitos. Na maior parte do tempo, o anime preferiu ornar sua estética cyberpunk com uma trilha abstrata, repleta de ruídos e composições atonais.

Isso muda (como bem havia de mudar) no último episódio. Kodoku no SIGNAL é uma surpresa em uma série já repleta de surpresas, um convite à realidade após 13 episódios de um suspense cerebral que nos fez questionar nossa própria lucidez.

3) Call Me Call Me – Cowboy Bebop

Cowboy Bebop é menção obrigatória para qualquer artigo sobre música em animes. A série, justamente considerada uma das melhores já produzidas, superou todas as espectativas com uma trilha variada e criativa que transformou a jornada de seus aventureiros espaciais em um monumento à animação.

Seria possível encher uma seleção inteira apenas com canções da série. No entanto, mesmo comparada aos altíssimos padrões do anime, Call Me Call Me merece uma posição de destaque. O insert song do episódio 24 dá o tom a uma das cenas de separação mais inesquecíveis da telinha.

A faixa é uma colaboração de Yoko Kanno com Steve Conte, o mesmo cantor que emprestou sua voz a Heaven’s not Enough, de Wolf’s Rain. Para alguns, suas músicas para anime foram o auge da carreira de Conte. Entre esses dois exemplos, não tenho como discordar.

2) Canta per Me – Noir

Todos os animes têm trilhas. Muitos animes têm trilhas inesquecíveis. Pouquíssimos animes, contudo, têm músicas de tal forma sensacionais que roubam o lugar do roteiro e narram elas mesmas a história.

Noir é uma joia perdida dos idos de 2000, um conto sombrio e intimista sobre duas assassinas profissionais em uma jornada para conhecer o próprio passado. O anime é levíssimo em termos de diálogos e deixa às suas canções a tarefa de comunicar a tensão das cenas e os sentimentos das personagens.

Com qualquer outro compositor é possível que o resultado fosse um fracasso. Para nossa sorte, Noir caiu nas mãos de Yuki Kajiura, uma das musicistas mais icônicas do mundo do anime. Esqueça Tsubasa, Madoka ou Mai-Hime: é em Noir que a compositora mostra aquilo de que é capaz.  Melhor que Canta per Me, apenas Canta per Me… ao vivo.

1) Country Road – Whisper of the Heart

Como não podia deixar de ser, o melhor sempre fica por conta do Studio Ghibli. Whisper of the Heart é uma animação menor e pouco conhecida da trupe de Miyazaki. Em vez de espíritos das florestas e cidades voadoras, o longa acompanha a relação de uma aspirante a escritora com um aprendiz de luthier (fabricante de violinos).

Em dado momento, as personagens fazem uma palhinha e nos dão sua versão de Country Road,  clássico de John Denver. Tudo no clipe é perfeito, do acompanhamento do violino ao momento em que os luthiers se unem à cantoria com uma viola da gamba e um alaúde.

Os puristas devem estar se perguntando por que coloquei o link da versão dublada, e não da original. Geralmente dou prioridade ao áudio japonês, mas nesta canção específica não há comparação. Talvez seja o John Denver, mas a performance da dubladora americana de Shizuku é simplesmente a definitiva.

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Entrevista: como ‘Attack on Titan’ expandiu as fronteiras do mangá https://www.finisgeekis.com/2015/09/18/entrevista-como-attack-on-titan-expandiu-as-fronteiras-do-manga/ https://www.finisgeekis.com/2015/09/18/entrevista-como-attack-on-titan-expandiu-as-fronteiras-do-manga/#respond Fri, 18 Sep 2015 14:09:53 +0000 http://finisgeekis.com/?p=693

No mês passado, dois executivos da Kodansha, Kohei Furukawa e Hiroaki Morita, vieram aos Estados Unidos para conversar sobre mangás, o futuro dos quadrinhos com as mídias digitais e o sucesso de produções japonesas em solos ocidentais.

Em especial, citaram como Attack on Titan, o hit de Hajime Isayama, foi um divisor de águas no mercado. Em uma época de baixa popularidade de mangás, a série propiciou uma renascença da demanda por quadrinhos japoneses.

Eu já falei anteriormente do imenso apelo de Attack on Titan e de como ele ultrapassa as polêmicas domésticas em torno do seu lançamento. Com sua fórmula simples, herois interessantes e fábula de luta contra a opressão, ele acerta em um acorde surpreendentemente universal.

Furukawa e Morita são da mesma opinião. A entrevista completa pode ser encontrada no Anime News Network, em inglês. Para os interessados, vão abaixo alguns highlights:

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Kohei Furukawa e Hiroaki Morita. Fonte: ANN

 

O que há em Attack on Titan que o torna universalmente atraente para leitores ao redor do mundo?

Hiroaki Morita: Eu acho que a ótima qualidade da animação na série Attack on Titan desempenhou o papel crucial em seu sucesso.

Se nós olharmos somente para o mangá, já foi dito que o elemento-chave por trás de seu apelo aos leitores estrangeiros é que é uma história forte com muitas cenas eletrizantes cheias de terror. Ele tem personagens brilhantes. Ele se passa em um lugar fechado, onde paredes cercam as personagens. Eu acho que isso é algo com o que adolescentes se identificam (risos).

Ao mesmo tempo, o autor e os editores de Attack on Titan colocaram muito esforço para transformá-lo em um mangá mainstream. Cenários em que os fracos se empenham para derrotar os fortes têm sido um tema mainstream no mangá japonês por muitos anos. Attack on Titan segue esse tema básico, e essa é uma razão porque é um sucesso tão grande entre os leitores.

(…) Como esses sucessos de venda relativamente recentes [relançamento de Sailor Moon, Attack on Titan] influenciaram seus planos para se expandir no mercado anglófono/estrangeiro?

Hiroaki Morita: (…) Comparado com os dias em que AKIRA foi publicado pela primeira vez, a tecnologia avançou muito. Isso me fez acreditar que grandes histórias podem atravessar barreiras culturais e linguísticas.

Artistas e editores de mangá costumavam ser muito focados em satisfazer o mercado doméstico japonês, mas agora eles estão simplesmente encantados com o sucesso de nossos títulos no estrangeiro. Como líder do departamento editorial da Kodansha, eu sinto que é ainda mais importante criar muitos mangás divertidos para leitores em todas as partes.

O mangá é feito em sua maioria para leitores japoneses, mas, na medida em que o interesse em mangá por leitores estrangeiros aumenta, o departamento editorial da Kodansha está considerando conteúdo na linha do “Hum… isso funcionaria no estrangeiro?” ou vocês estão optando por focar apenas no público leitor japonês e em seus interesses?

Hiroaki Morita: A maior parte dos mangás japoneses é criada para a serialização ou semanal ou mensal. Se uma série de mangá não pega bem com leitores,  quando é serializada em uma revista, mesmo artistas famosos são cortados. Esse foco em marketing orientado aos leitores é o porquê do mangá japonês ser tão bom em criar conteúdo de entretenimento.

Então, isso posto, nossa primeira prioridade é criar mangás que terão apelo aos leitores japoneses. Eu acho que a política básica não vai mudar.

(…)

Falando de tendências no Japão, você vê novas tendências em histórias ou gêneros? Que tipo de histórias estão vendendo hoje no Japão?

Hiroaki Morita: Falando do mercado japonês, quase qualquer gênero e história funciona. Pessoalmente, eu acho que personagens atrativas são o elemento mais importante em um mangá. Por exemplo, sem Mikasa e Levi , Attack on Titan seria uma história muito menos interessante. Se nós conseguirmos fazer os leitores pensarem “Ah, eu quero continuar observando essas personagens!” então um hit é quase garantido. Na verdade, mangás que apresentam personagens fortes e atrativas são geralmente aqueles que vendem bem.

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O titã da militância https://www.finisgeekis.com/2015/03/16/o-tita-da-militancia/ https://www.finisgeekis.com/2015/03/16/o-tita-da-militancia/#respond Mon, 16 Mar 2015 12:41:32 +0000 http://finisgeekis.com/?p=89 Dentro de breve chegará aos cinemas a adaptação live-action de Shingeki no Kyojin, ou Attack on Titan, um dos animes de maior sucesso dos últimos anos. Uma segunda temporada está para vir em 2016. Para os muitos fãs internacionais que se identificaram com sua trama de heroísmo e sacrifício, pode soar uma surpresa o fato de que, em sua terra natal, a obra foi recebida por certa controvérsia.

A série foi acusada de passar uma mensagem pró-militarista e de fomentar nostalgia pelas morais do regime de Hirohito. Mais precisamente, pelas fantasias de poder que instigaram a expansão do império japonês e culminaram no ataque aos aliados na Segunda Guerra Mundial.

A acusação é de coçar os olhos, e precisa de um certo contexto para quem, como nós, ocidentais, não acompanha a coisa de perto. O Japão tem uma relação complicada com sua memória histórica. Sua trajetória no século XX, pouco comentada no ocidente, envolve de invasões a países rivais ao uso de cobaias humanas para o desenvolvimento de armas bacteriológicas. Não é um histórico de se ter orgulho, e, após a bomba de Hiroshima, poucos se sentem confortáveis em colocar o dedo na ferida. Para o resto do mundo, o Império do Japão entra (e sai) dos livros de história como o lugar onde o pavor do apocalipse nuclear  começou. O que não consola em nada as antigas vítimas do regime. Como nossa própria ditadura mostrou, é difícil acreditar em justiça quando os culpados vivem uma vida confortável e morrem de velhice ainda no poder. Ou quando são sepultados com pompa em um mausoléu do Estado, com direito a visitas oficiais de políticos importantes. Ou ainda quando, graças a disputas territoriais, líderes de estado apelam à história para insultar seus adversários.

A troca de farpas não é nova, nem a acusação ao meio. Do popularíssimo Space Battleship Yamato ao obscuro Shin Gomanism Sengen, mangás já se viram várias vezes no balaio de revisionistas, com maior ou menor razão. Não é, portanto, nenhuma surpresa que críticos tenham voltado as armas (com o perdão do trocadilho) contra a vibe “vamos à luta!” de Shingeki. Ainda mais depois de seu criador, Hajime Isayama, dizer ter baseado um dos personagens em Akiyama Yoshifuru, general do exército imperial japonês. Se isso não fosse o suficiente, os pôsteres do live-action escancararam a referência ainda mais, adotando um visual “Segunda Guerra” que deve ter deixado fãs confusos. O material tem direito a tanques de guerra, mochilas de campanha e até o filtro amarronzado que O Resgate do Soldado Ryan tornou marca registrada de dramas militares. Estaria Isayama realmente mostrando nostalgia pelo Japão de Pearl Harbor e do Massacre de Nanquim?

shingeki collage

Críticas às “mensagens” de obras de arte dificilmente acabam bem. Talvez pelos críticos em questão reagirem mal quando alguém lhes informa que estão errados. Ou talvez pelas discussões estarem sempre a um passo do “se não concorda comigo, você foi manipulado e não sabe.” Pois bem, manipulação é algo difícil de se ver, mas desdobramentos não. E quais seriam os desdobramentos?

Pelo visto, o Curinga e os Vingadores também participaram

Pelo visto, o Curinga e os Vingadores também participaram

Em Hong Kong, manifestantes compararam a situação da cidade diante da China com a de Eren e Mikasa dentro da Muralha Rose. Um protesto chegou a contar com um boneco do titã colossal para dar inveja a muitos cosplayers amadores. No Brasil, os que participaram do alvoroço de 2013 devem se lembrar do “Attack on Dilma” e dos memes com o “gigante que acordou”.

0attackondilmaO número de paródias usando material do anime para defender causas políticas é enorme. Internet afora, podemos achar desde o calote da Grécia à União Europeia:shingeki greece

Até uma crítica ao Obama (ou sátira aos republicanos, é difícil dizer):

O anime parece ter entrado a contragosto em disputas mais sérias do que a maioria dos otakus talvez ache confortável. Ver o nome de sua série favorita em meio a posts zangados e bombas de efeito moral não é, sem dúvida, a primeira coisa que passaria na cabeça dos fãs (embora não seja lá tão incomum). Mas se isso faz de Shingeki no Kyojin mais do que um “simples anime”, em nada carrega da polêmica que sofreu no Japão.

Os espectadores que vibram com a guerra aos gigantes nada sabem (nem querem saber) do legado ideológico do Império do Japão: é a simplicidade da série, a força de sua exposição e o reconhecimento nas personagens que nos move a torcer pelo seu sucesso. Todos apanhamos da vida, do governo e dos outros, e se nossos reveses não devoram gente, nem por isso são menores que os gigantes, ou nos fazem menos impotentes. Shingeki é, sim uma “fantasia de poder”: o poder de revidar quando sabemos ser impossível vencer.

Afinal de contas, “mensagens”, tal como a beleza, muitas vezes estão nos olhos de quem vê.

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