Warning: Use of undefined constant CONCATENATE_SCRIPTS - assumed 'CONCATENATE_SCRIPTS' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/finisgeekis/www/wp-config.php on line 98

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/finisgeekis/www/wp-config.php:98) in /home/finisgeekis/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1648
{"id":8167,"date":"2016-07-19T11:31:46","date_gmt":"2016-07-19T14:31:46","guid":{"rendered":"http:\/\/finisgeekis.com\/?p=8167"},"modified":"2021-03-03T15:14:43","modified_gmt":"2021-03-03T18:14:43","slug":"helter-skelter-o-culto-as-aparencias-e-muito-mais-forte-do-que-imaginamos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/2016\/07\/19\/helter-skelter-o-culto-as-aparencias-e-muito-mais-forte-do-que-imaginamos\/","title":{"rendered":"“Helter Skelter”: o culto \u00e0s apar\u00eancias \u00e9 muito mais forte do que imaginamos"},"content":{"rendered":"

 <\/p>\n

At\u00e9 onde voc\u00ea iria por uma apar\u00eancia perfeita?<\/p>\n

Hoje em dia, \u00e9 prov\u00e1vel que a resposta seja “n\u00e3o muito longe”.\u00a0Poucas coisas s\u00e3o marcas\u00a0mais fortes da nossa gera\u00e7\u00e3o do que a cr\u00edtica \u00e0 beleza a todo custo. “Come as you are<\/em>\u00a0“tornou-se um lema para a forma como nos relacionamos com a moda, com a etiqueta e com nossos pr\u00f3prios corpos.<\/p>\n

Se isso fosse realmente verdade, \u00e9 pouco prov\u00e1vel que\u00a0Helter Skelter<\/a><\/em>, mang\u00e1 vencedor do pr\u00eamio Osamu Tezuka em 2004, lan\u00e7ado recentemente no Brasil, fizesse tanto sucesso.<\/p>\n

<\/p>\n

Desenhado com um tra\u00e7o agressivo e estilizado, o quadrinho \u00e9 um retrato gr\u00e1fico, c\u00ednico e intrat\u00e1vel da face mais sombria\u00a0do culto \u00e0s apar\u00eancias. E de como, por mais que nos esforcemos, lutar contra ele ser\u00e1 sempre uma batalha perdida.<\/p>\n

A beleza que destr\u00f3i<\/h3>\n

\"HelterSkelter-pg006\"<\/p>\n

\u201cSeria aquilo que voc\u00ea pensa ser uma m\u00e1scara o seu verdadeiro rosto? Ou seria o seu verdadeiro rosto, na verdade, uma m\u00e1scara?\u201d<\/strong><\/p>\n

– Kobo Abe<\/strong><\/p>\n

O josei <\/em>de Kyoko Okazaki nos apresenta Lilico, uma supermodelo para dar inveja a qualquer um. Linda, popular e desejada, ela \u00e9 vista como uma mulher perfeita, cobi\u00e7ada por estilistas, ag\u00eancias de publicidade e diretores.<\/p>\n

Lilico, no entanto, guarda um grande segredo. Sua beleza fenomenal n\u00e3o foi presente da natureza, mas o resultado de pl\u00e1sticas. E n\u00e3o qualquer pl\u00e1stica: dos dedos dos p\u00e9s at\u00e9 as sobrancelhas, cada cent\u00edmetro do seu corpo foi remodelado por uma cirurgi\u00e3.<\/p>\n

Se a transforma\u00e7\u00e3o parece extrema demais (mesmo para nossa gera\u00e7\u00e3o fissurada em pl\u00e1sticas) \u00e9 porque de fato o \u00e9. O procedimento de Lilico \u00e9 experimental e requer que ela tome um coquetel de drogas para manter a sa\u00fade da pele.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n

O problema \u00e9 que essas drogas t\u00eam efeitos colaterais. Dores, sangramentos e escoria\u00e7\u00f5es viram parte de sua rotina. Um maquiador passa a acompanh\u00e1-la aonde quer que v\u00e1.\u00a0Para sustentar sua beleza escultural, ela acaba destruindo o pr\u00f3prio corpo.<\/p>\n

\"helterskelter_pg151\"<\/p>\n

Hist\u00f3rias de terror envolvendo pl\u00e1sticas s\u00e3o quase t\u00e3o antigas quanto as pr\u00f3prias cirurgias<\/a>, e n\u00e3o parece que o conto de Okazaki tenha no realismo uma prioriade. Este, no entanto, n\u00e3o \u00e9 sua inten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Por mais curioso\u00a0que pare\u00e7a, Helter Skelter\u00a0<\/em>n\u00e3o \u00e9 um livro sobre o corpo, mas sobre\u00a0fantasias – e o efeito\u00a0perverso que t\u00eam sobre nossa mente.<\/p>\n

Obcecada pela promessa de sucesso f\u00e1cil, Lilico se torna dependente de uma \u201cm\u00e3e\u201d adotiva que a trata como um ganso dos ovos de ouro. Entre a explora\u00e7\u00e3o da \u201cmadrinha\u201d e as despesas com a cl\u00ednica de est\u00e9tica, a modelo vive em uma corda bamba entre o sucesso e a fal\u00eancia. Ela sabe que, no momento em que sair dos holofotes, sua vida de sonhos \u00a0se desmanchar\u00e1 como um castelo de cartas.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n

Quando uma jovem modelo amea\u00e7a roubar seu espa\u00e7o, \u00e9 esse o futuro que prev\u00ea para si. Lilico se torna paranoica. Com medo de envelhecer e perder seu lugar ao sol, ela se volta contra tudo e contra todos – inclu\u00edndo a si mesma.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n

Kyoko Okazaki n\u00e3o nos poupa dos detalhes s\u00f3rdidos, e esta \u00e9 talvez a maior for\u00e7a de seu mang\u00e1. Na sua espiral de auto-destrui\u00e7\u00e3o, Lilico se prostitui para celebridades ricas, tortura sexualmente sua assistente e ataca rivais com \u00e1cido sulf\u00farico.<\/p>\n

\u00c9 um retrato chocante, e n\u00e3o \u00e9 \u00e0 toa que alguns reviewers criticaram a obra por apelar demais com sua depravidade. \u00c9 tamb\u00e9m verdade que a obra foi v\u00edtima (ou benefici\u00e1ria?) da pr\u00f3pria fama. Em um golpe m\u00f3rbido de ironia, a pr\u00f3pria autora foi desfigurada<\/a> em um acidente de carro.<\/p>\n

No entanto, basta nos lembrarmos de que coisas do tipo j\u00e1 aconteceram<\/a> de fato para percebermos que Helter Skelter <\/em>pode ter v\u00e1rios defeitos, mas falta de honestidade n\u00e3o \u00e9 um deles.<\/p>\n

A “apar\u00eancia” s\u00f3 existe mesmo nas apar\u00eancias?<\/strong><\/h3>\n

\"helterskelter_pg025.jpg\"<\/p>\n

\u201cEu n\u00e3o sei bem como dizer, mas eu me pergunto se uma m\u00e1scara, sendo universal, melhora nossa rela\u00e7\u00e3o com os outros mais do que nosso rosto nu\u201d.<\/strong><\/p>\n

\u00a0– Kobo Abe<\/strong><\/p>\n

N\u00e3o devemos julgar as coisas pelas apar\u00eancias.<\/p>\n

Por tr\u00e1s desse lugar-comum, est\u00e1 o julgamento de que aquilo que somos e como nos mostramos ao mundo s\u00e3o coisas diferentes. Quando estas duas \u201cpessoas\u201d entram em conflito, \u00e9 o momento em que sofremos.<\/p>\n

Helter Skelter<\/em> nos prop\u00f5e um exerc\u00edcio interessante. O que aconteceria se a diferen\u00e7a fosse apagada? Se\u00a0a m\u00e1scara que escolhemos para n\u00f3s\u00a0devorasse nosso verdadeiro rosto?<\/p>\n

\"helter

Lilico… ou Tiger Lily?<\/p><\/div>\n

Por mais que os horrores sofridos (e praticados) por Lilico nos assombrem, n\u00e3o d\u00e1 para negar o apelo de sua decis\u00e3o.\u00a0Mascarar-se, afinal de contas, \u00e9 uma coisa que todos fazemos. Para alguns, por necessidade.<\/p>\n

Por mais satisfeitos que estejamos, ningu\u00e9m tem a vida que sempre desejou. Estamos sempre um pouco aqu\u00e9m das nossas expectativas, seja ao nos olhar no espelho, seja ao encarar o teto e pensar em seu colega que j\u00e1 tem uma carreira enquanto voc\u00ea, perdido e formado, n\u00e3o sabe o que fazer da vida.<\/p>\n

Lilico n\u00e3o quer apenas ser bonita. Ela usa a devassid\u00e3o para se esquecer da solid\u00e3o; o luxo para mascarar o desespero; a vida p\u00fablica, sem direito \u00e0 privacidade, para sossegar os esqueletos que tentam escapar de seu arm\u00e1rio.<\/p>\n

Conforme a fachada vai caindo e seu rosto posti\u00e7o come\u00e7a literalmente a se desprender da carne, somos apresentados a uma Lilico perturbadora, com um passado vergonhoso e tend\u00eancias criminosas.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n

Seus sacrif\u00edcios s\u00e3o terr\u00edveis, mas t\u00eam um prop\u00f3sito. Ao se oferecer de cobaia a uma m\u00e9dica inescrupulosa, Lilico comprou o sonho de se tornar a sua pr\u00f3pria fantasia – e enterrar, finalmente, a pessoa que estava condenada a ser.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n

Em seus p\u00e9s, \u00e9 dif\u00edcil negar que muitos fariam o mesmo.\u00a0Helter Skelter<\/em>, afinal, n\u00e3o \u00e9 apenas a s\u00e1tira sobre a\u00a0hubris\u00a0<\/em>de uma celebridade. \u00c9 a\u00a0cutucada em uma verdade desconfort\u00e1vel que escondemos h\u00e1 muito tempo.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 de se espantar, portanto, que sua hist\u00f3ria j\u00e1 tenha sido contada antes.<\/p>\n

O Rosto de um Outro<\/strong><\/h3>\n

\"face<\/p>\n

O escritor japon\u00eas Kobo Abe<\/a> n\u00e3o \u00e9 conhecido como o Kafka do Jap\u00e3o \u00e0 toa.\u00a0Cotado v\u00e1rias vezes para o Nobel, ele foi um dos nomes mais perturbadores da literatura nip\u00f4nica.<\/p>\n

Seu romance O Rosto de um Outro <\/em><\/a>soar\u00e1 familiar a todos que tentem digerir o mang\u00e1 de\u00a0Kyoko Okazaki.\u00a0Trata-se da hist\u00f3ria de um homem cuja face foi desfigurada ap\u00f3s um acidente de laborat\u00f3rio.<\/p>\n

Condenado a viver literalmente como um homem sem rosto, ele \u00e9 possu\u00eddo por uma ideia fixa: criar uma m\u00e1scara t\u00e3o, mas t\u00e3o realista que pudesse se passar por um rosto de verdade.<\/p>\n

N\u00e3o o seu <\/em>rosto, contudo. Tal como Lilico de Helter Skelter<\/em>, ele v\u00ea no acidente que sofreu uma oportunidade para se reinventar \u2013 e transformar-se naquilo que a vida nunca lhe permitiu ser.<\/p>\n

\"face<\/p>\n

O experimento \u00e9 um sucesso. O protagonista, cientista habilidoso, desenvolve um material que imita a pele em quase tudo. Mesmo seus velhos conhecidos s\u00e3o enganados pelo disfarce. As consequ\u00eancias, por\u00e9m, s\u00e3o bem diferentes do que ele imaginara.<\/p>\n

Ao vestir o rosto de um \u201coutro\u201d, ele, tamb\u00e9m, come\u00e7a a se tornar outro.<\/p>\n

A \u201cm\u00e1scara\u201d parece ter uma personalidade pr\u00f3pria e o faz se comportar de uma maneira estranha. Ele fica agressivo. Tem\u00a0fantasias envolvendo crimes. Compra uma arma. Em um pico de maquiavelismo, decide seduzir a pr\u00f3pria esposa passando-se por outro homem.<\/p>\n

Na inten\u00e7\u00e3o de voltar a ser uma pessoa normal, a personagem de Abe faz da pr\u00f3pria vida o que j\u00e1 foi, com certeza, o sonho macabro de muitas pessoas. Ele ganha uma identidade posti\u00e7a, sob a qual pode fazer o que quiser, e que pode a qualquer momento largar, para evitar responsabilidades.<\/p>\n

Perto da crueldade de Lilico, o protagonista de\u00a0O Rosto de um Outro <\/em>\u00e9 quase inocente. Por\u00e9m, o que o livro\u00a0n\u00e3o traz de terror gr\u00e1fico ele entrega em perspic\u00e1cia.<\/p>\n

Em dado momento do romance, a personagem de Abe percebe que seu disfarce funciona n\u00e3o por ser perfeito, mas porque vestir o rosto de um outro \u00e9\u00a0algo bem menos monstruoso – e muito mais comum – do que parece \u00e0 primeira vista.<\/p>\n

Mentiras brancas do dia a dia. F\u00f3rmulas ocas de cortesia. Modismos. Vidas duplas (ou triplas) levadas por ad\u00falteros. V\u00edcios que escondemos a sete chaves, mas que nos devoram secretamente por dentro. Todos n\u00f3s, em maior ou menor medida, interpretamos um papel. E o rosto \u00e9 nosso convite ao\u00a0baile de m\u00e1scaras que chamamos\u00a0sociedade.<\/p>\n

\"face<\/p>\n

Isso, claro, apresenta um problema.\u00a0E se todas as pessoas tivessem, como o protagonista do\u00a0romance, o poder de troc\u00e1-las \u00e0 revelia?<\/p>\n

E se nossa identidade mais \u00edntima, aquilo que faz de n\u00f3s indiv\u00edduos, pudesse ser descartada e trocada, como fazemos com uma roupa fora de moda, uma fandom que nos desinteresse ou um partido pol\u00edtico com o qual deixamos de nos reconhecer?<\/p>\n

A resposta de Abe \u00e9 t\u00e3o horripilante quanto\u00a0a\u00a0loucura de\u00a0Lilico:<\/p>\n

\n

Incapaz de suspeitar dos outros, incapaz de acreditar neles, as pessoas precisariam viver em um estado de suspens\u00e3o, de fal\u00eancia das rela\u00e7\u00f5es humanas, como se olhassem para um espelho que n\u00e3o reflete nada.<\/p>\n

N\u00e3o, talvez elas deveriam se preparar para aceitar um estado ainda mais estarrecedor. Todo o mundo come\u00e7aria a trocar de m\u00e1scaras uma ap\u00f3s a outra, tentando escapar da ansiedade de n\u00e3o enxergar tornando-se menos v\u00edsivel que o pr\u00f3prio invis\u00edvel. E quando se tornasse pr\u00e1tica comum buscar constantemente novas m\u00e1scaras, a palavra \u201cestranho\u201d se tornaria obcena, pichada em banheiros p\u00fablicos, e a identifica\u00e7\u00e3o de estranhos \u2013 como as defini\u00e7\u00f5es de fam\u00edlia, na\u00e7\u00e3o, direitos, deveres \u2013 se tornaria obscura, incompreens\u00edvel sem coment\u00e1rios copiosos.<\/p>\n<\/blockquote>\n

O Rosto de um Outro <\/em>foi escrito nos anos 1960, muito antes do transplante de rosto<\/a> se tornar uma realidade. Felizmente para n\u00f3s \u2013 e infelizmente para sua personagem perturbada \u2013 a possibilidade de ganhar uma nova face n\u00e3o trouxe a distopia que Abe imaginou.<\/p>\n

No entanto, a modernidade trouxe sim algo parecido. Se \u00e9 verdade que poucos trocam, literalmente, de rostos, \u00e9 verdade que usamos e abusamos de \u201cpersonas\u201d e que o anonimato nunca foi t\u00e3o f\u00e1cil.<\/p>\n

Acredito que poucos negariam que as pessoas\u00a0n\u00e3o se comportam no mundo virtual do mesmo jeito que o fariam na vida real. O que divide opini\u00f5es \u00e9 a causa. Ser\u00e1 que as m\u00e1scaras estimulam pessoas a serem o que n\u00e3o s\u00e3o? Ou apenas liberam impulsos que, no contato social, prefer\u00edamos manter escondidos?<\/p>\n

At\u00e9 que ponto a liberdade escapista n\u00e3o se transforma em outra coisa? Quantas vezes precisamos vestir uma m\u00e1scara para nos esquecermos de que ela est\u00e1 ali,\u00a0em primeiro lugar?<\/p>\n

Nada disso, claro, \u00e9 novo – e da\u00ed a genialidade dos trabalhos de Abe e Okazaki. Da turba de linchamento \u00e0s escapadas sexuais, essa \u00e9 uma navalha em cujo fio andamos desde os prim\u00f3rdios da civiliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"eyes<\/p>\n

\u00c9 muito comum, em p\u00e1ginas de auto-ajuda ou \u201cbem-estar\u201d, nos depararmos com a hist\u00f3ria de que devemos \u201cignorar as apar\u00eancias\u201d. Aprender a nos amar por aquilo que somos na nossa \u201cess\u00eancia\u201d. Fazer de nossa vida um livro aberto ao mundo.<\/p>\n

Helter Skelter <\/em>e O Rosto de um Outro, <\/em>cada um \u00e0 sua maneira, nos mostram que a realidade \u00e9 mais complicada.<\/p>\n

Que debaixo das nossas m\u00e1scaras n\u00e3o existe beleza, honestidade, compaix\u00e3o ou qualquer outra platitude abstrata. Existe, pura e simplesmente, um amontoado de carne, ossos e cartilagem.<\/p>\n

E que nossas m\u00e1scaras, por mais asquerosas que nos pare\u00e7am, s\u00e3o muitas vezes tudo o que nos separam da depravidade de nossa natureza interior.<\/p>\n

\"helter<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  At\u00e9 onde voc\u00ea iria por uma apar\u00eancia perfeita? Hoje em dia, \u00e9 prov\u00e1vel que a resposta seja “n\u00e3o muito longe”.\u00a0Poucas coisas s\u00e3o marcas\u00a0mais fortes da nossa gera\u00e7\u00e3o do que a cr\u00edtica \u00e0 beleza a todo custo. “Come as you are\u00a0“tornou-se um lema para a forma como nos relacionamos com a moda, com a etiqueta […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":8168,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"spay_email":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_is_tweetstorm":false},"categories":[580,577],"tags":[168,701,216,226,238,286],"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/i0.wp.com\/www.finisgeekis.com\/wp-content\/uploads\/2016\/07\/helter-skelter.jpg?fit=1456%2C1040","jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p9rUzW-27J","_links":{"self":[{"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8167"}],"collection":[{"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=8167"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8167\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":22690,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/8167\/revisions\/22690"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/8168"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=8167"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=8167"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/www.finisgeekis.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=8167"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}