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Tóquio – finisgeekis http://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Sun, 24 Feb 2019 16:06:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32 Tóquio – finisgeekis http://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 Uma aventura no Japão #9: Sanja Matsuri: o festival dos yakuza http://www.finisgeekis.com/2017/07/10/uma-aventura-no-japao-9-sanja-matsuri-o-festival-dos-yakuza/ http://www.finisgeekis.com/2017/07/10/uma-aventura-no-japao-9-sanja-matsuri-o-festival-dos-yakuza/#comments Mon, 10 Jul 2017 22:05:08 +0000 http://finisgeekis.com/?p=17397 Cidades não são apenas lugares. São também comunidades de pessoas, teias de rotinas, confusão. A “selva de pedra” não é feita só de concreto. É orgânica, como um ecossistema.

Em Tóquio, a selva de pedra por excelência, isso fica evidente em seus festivais. E nenhum festival sacode mais a capital japonesa – no sentido literal da palavra – do que o Sanja Matsuri.

Tive a oportunidade de frequentar vários festivais na vida. Com a exceção da gastronomia, creio que poucas ocasiões são melhores para entender uma cidade quando está “desarmada”, pronta para a descontração.

Festivais, contudo, muitas vezes pecam pela teatralidade. Toda festa é uma interrupção. Porém, se ela for brusca demais, sentimo-nos apenas como espectadores, esperando o desfile passar.

O Sanja Matsuri é o maior festival de Tóquio, mas isto diz pouco. É, também, um daqueles raros eventos para os quais não existem transeuntes. Todos participam, seja em um palanque, seja no burburinho das calçadas.

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A festa se inicia no templo de Asakusa, no bairro de mesmo nome de Tóquio. Santuários portáteis chamados mikoshi são desfilados ao redor do bairro.

Talvez eu tenha me expressado mal. Por “desfilados”, não estou pensando nos bonecos do Carnaval de Olinda. Os mikoshi são violentamente sacudidos de um lado para o outro, com uma fúria que o fará pensar que entrou em uma partida da seleção neozelandesa de rúgbi por engano.

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Não é preciso muito para entender que, a despeito das tintas budistas, o Sanja Matsuri parece mais um carnaval do que uma procissão religiosa. Os mikoshis são carregados por “times” específicos, uniformizados com seus próprios kimonos, que gritam e agitam os santuários como se em uma competição de gogó.

O evento é tão absurdo e hilário que serviu de inspiração para o hit do humor nonsense nos animes, Sayonara Zetsubou Sensei. No episódio 7 da primeira temporada, os alunos do Prof. Itoshiki decidem ir a um festival, onde são jogados sobre mikoshis e “homenageados” com o tratamento de Asakusa.

Se isso tudo ainda lhe parece pacato, talvez seja bom especificar que, por “kimono”, não estou me referindo ao traje formal japonês, mas ao happi, uma sobrecapa leve.

E o resto, você pergunta? Tradicionalmente, apenas roupa de baixo.

Nem todo mundo segue o costume à risca, mas esteja avisado: você verá sua cota de bundas nipônicas, não importa quanto tempo fique no festival.

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Não diga que eu não avisei

Curiosamente, a “pouca roupa” de alguns participantes acabou por se tornar uma atração em si. Isto porque o Sanja Matsuri é o festival favorito dos yakuza, que aproveitam a ocasião para ostentar suas tatuagens.

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A presença da máfia já se tornou tão famosa que se reflete até nos souvenirs. Andando pelas lojinhas do bairro, é possível encontrar até bonecas dos icônicos gângsters.

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Neto de calabreses que sou, confesso que tive medo de interagir com os yakuza. No entanto, não havia falta de gaijins serelepes importunando mafiosos atrás de fotografias.

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Para além dos mikoshi e da companhia seleta, o Sanja Matsuri também é uma excelente oportunidade para se visitar o bairro de Asakusa (imperdível por uma série de razões, algumas das quais contarei em colunas vindouras).

A própria estrutura do festival estimula a exploração. Pequenos palcos estão dispostos ao longo das ruas, onde grupos se apresentam com dança e músicas tradicionais.

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Se você, como eu, é fã de Showa Genroku Rakugo Shinjuu, o bairro é uma atração em si. Isto porque Asakusa é o lar do famosíssimo Engei Hall, um dos quatro teatros de Tóquio a exibir rakugo com regularidade.

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Passeando pela rua, é possível conferir a escalação de apresentações, igualzinha à mostrada no prestigiado anime.

Ao ver aqueles rostos, pensei em todos os Sukerokus e Yakumos do Japão, insistindo para manter sua arte viva em pleno século XXI.

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O passeio, já aviso, é exaustivo. Mesmo sem sacudir o mikoshi, é quase certo que terminará o dia suado. Isto não significa que não seja possível parar para respirar. E que local melhor para a ocasião do que o ponto mais alto do Japão?

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A Tokyo Sky Tree, próxima de Asakusa, é a torre mais alta do Japão e segunda estrutura mais alta do mundo, atrás apenas do Burj Khalifa.  O monumento oferece uma vista sem paralelos da capital – e um bônus específico aos otakus.

No Japão, é comum que mirantes ofereçam exposições sobre a cultura pop, aproveitando seu excelente (e super impressionante) espaço. Nesse ano, a escolha foi óbvia. A Sky Tree celebrou a segunda temporada de Attack on Titan com uma exibição que incluiu figures em tamanho real e células de animação.

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Não fosse o bastante, ainda realizaram sessões interativas do anime. O curta, transmitido nas próprias janelas do mirante, retrata um ataque dos titãs à torre, e as manobras da Divisão de Exploração para proteger os visitantes.

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Novamente me expressei mal: embora o passeio seja uma quebra depois da euforia de Asakusa, está longe de ser um descanso. As filas da Sky Tree podem ser quilométricas, e seu mirante, em balbúrdia, rivaliza com a Torre Eiffel.

Contudo, se quiser pagar de “diferentão” e evitar o pior, vá de noite. Não só você desfrutará de uma vista fenomenal, como evitará as hordas de turistas que sobem na torre para ver o pôr do sol.

Tudo por uma boa causa. Afinal, não é sempre que vemos Mikasa e Levi em ação a 634 metros do chão.

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Uma aventura no Japão #1: Tóquio pela primeira vez http://www.finisgeekis.com/2017/06/05/uma-aventura-no-japao-1-toquio-pela-primeira-vez/ http://www.finisgeekis.com/2017/06/05/uma-aventura-no-japao-1-toquio-pela-primeira-vez/#comments Mon, 05 Jun 2017 20:41:27 +0000 http://finisgeekis.com/?p=16690

O Finisgeekis está de volta!

Nas últimas semanas, eu e minha esposa, a Vivian, tivemos a oportunidade de realizar um grande sonho e conhecer de perto a Terra do Sol Nascente. Para dois otakus como nós, foi uma experiência como nenhuma outra.

Estamos cansados de saber que a mídia não é o melhor espelho da realidade. É fascinante, mesmo assim, notar como os pequenos detalhes são bem reproduzidos. Visitar o Japão como um otaku é um grande dejà vu: certas peças você já viu em animes, outras em livros – algumas em sonhos.

Se você também planeja algum dia contornar o globo para visitar os samurais, ou se é apenas fascinado em cultura nipônica, preparei um guia em 10 partes com o melhor, mais estranho e divertido do Japão.

Confira abaixo!

Tóquio pela primeira vez

Toda cidade é um mundo próprio. Tóquio, no entanto, parece ser um mini universo.

Não digo apenas pelo tamanho (com uma população metropolitana de 37 milhões de habitantes, é maior que São Paulo). Como disse a Vivian durante a viagem, se acordássemos em bairros diferentes da capital japonesa, não perceberíamos que estávamos numa mesma cidade.

Veja por exemplo Shinkuju, onde ficamos hospedados. O distrito é um labirinto de ruas estreitas e letreiros luminosos. É talvez a primeira imagem que nos vem à mente quando pensamos em “Tóquio”. Não à toa, aparece na abertura da série da Netflix Midnight Diner: Tokyo Stories.

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Andando pelas suas ruas, dá para entender porque Ridley Scott se inspirou em Tóquio para o cenário de seu Blade RunnerShinjuku é uma pequena Coruscant terráquea, com bancas de lamen, bordéis de maids e esquisitices japoneses escondidas em cada beco.

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Apenas um dia normal em Shinkuju

Vire uma esquina, porém, e dará de cara com um passeio arborizado. Não qualquer passeio: você está diante da prefeitura de Tóquio, uma das barreiras de X/1999 e cenário de Tsubasa Chronicles: Tokyo Revelations. 

tokyo metropolitan building

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Isso, claro, é apenas um bairro. Basta atravessar uma ponte (ou melhor, outra barreira) e somos transportados, tal como um livro do Murakami, a uma realidade paralela.

Odaiba

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Odaiba é uma ilha artificial separada de Tóquio pela imponente Rainbow Bridge. Quem topar uma boa caminhada pode atravessá-la a pé, ao lado de um corredor ensandecido de caminhões de frente cromada. Se existir uma forma melhor de se sentir como Aomame, protagonista de 1Q84, eu não conheço.

Próxima ao mar e coroada por uma roda gigante, o distrito salta aos olhos na skyline da cidade – um refresco em meio aos prédios quadrados dos anos 1970 e torres de karaokê que dominam o resto da metrópole.

A ilhazinha é uma paraíso de fins de semana saído de um romance shoujo. Como fã de Cardcaptor Sakura, não pude deixar de notar como algumas das casas pareciam o apartamento de Shaoran:

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Odaiba, de fato, parece ter sido criada de propósito para servir de cenário ao episódio da date no parque de diversões. A ilha conta com jardins, shoppings, showrooms de automóveis e até sua própria praia.

Mais do que tudo – ao menos para o otaku que vos escreve – é um prato cheio para uma das mais inusitadas paixões japonesas: os gashapons.

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Essas máquinas de brinde, que nos dão miniaturas em troca de moedas, são típicas da cena otaku. O que faz a diferença, como tudo no Japão, é a escala.

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Nos parques de Odaiba, existem muitos gashapons. E por “muitos”, quero dizer muitos.

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E não apenas gashapons. Há galpões inteiros de máquinas de brinde, jogos de garra, clones de Guitar Hero com taikô e fliperamas rodando Luigi’s Mansion, Final Fantasy e Kantai Collection.

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A jogatina parece ser bem-querida aos japoneses, o que comprovamos pela popularidade desse tipo de estabelecimento. Fora Odaiba, confinados pelo espaço, eles brotam na vertical, andares atrás de andares.

Curiosamente, uma das redes mais famosas, a Game Taito Station, também apareceu na opening de Midnight Diner.

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Dia após dia em nossa viagem, testemunhamos vários funcionários de escritório, paletó e tudo, dirigindo-se em grupo a esses espaços na tentativa de faturar uma figure da Madoka.

Falando em figures, algo interessante que pude constatar é que uma boa parte das linhas que chegam ao Brasil (e pelas quais pagamos fortunas) são originalmente brindes de máquinas como essas.

Óbvio, a rotatividade é bem alta, e elas são eventualmente vendidas em lojas. Com raridade e especulação, algumas chegam a valer bastante.

Mesmo assim, é desolador pensar que, lá do outro lado do mundo, elas estão ao alcance de uma moedinha de 100 ienes… e alguma sorte no jogo da garra.

Oh, well. Pelo menos a Vivian pegou uma Sailor Jupiter.

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Torre de Tóquio

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Nenhum passeio otaku estaria completo sem o cartão postal máximo dos animes. Localizada em Minato, ao lado de Odaiba, tivemos a oportunidade perfeita para visitá-la.

Em si, a Torre de Tóquio é apenas uma cópia da Torre Eiffel com uma pintura vermelha de gosto questionável. No entanto, por ter sido o edifício mais alto do Japão (até a inauguração da Tokyo Sky Tree, em 2012), ela figurou em quase todos os animes ambientados na metrópole.

Esse é um legado que a Torre ostenta a todo momento, da bilheteria até suas exposições temporárias.

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Aos otakus mais inveterados, a Torre possui uma loja dedicada a esvaziar seu bolso, com todo tipo de merchandise das séries mais (e também menos) conhecidas.

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Alguns produtos, como baralhos de Joker Game, nos fazem pensar “por que ninguém fez isso antes”. Outras, como perfumes de Attack on Titan, são um pouco mais difíceis de entender.

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Infelizmente, a Torre de Tóquio ainda é uma cópia da Torre Eiffel – e, infelizmente, Minato não é o Campo de Marte. Assim, ao contrário do monumento parisiense, sua versão japonesa possui um impacto bem menor sobra a paisagem.

Isso não significa que você não deva visitá-la. Porém, se você quiser uma super vista da Torre, faça-se um favor e suba ao mirante do Roppongi Hills (六本木ヒルズ), um dos arranha-céus mais famosos de Tóquio.

De preferência de noite, quando mau tempo algum estragará o seu passeio.

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Não é bem o primeiro episódio de Sakura. Mas, vai lá, chega perto.

Uma aventura no Japão continua na próxima sexta. Fique de olho!

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