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The Gods Lie. – finisgeekis http://www.finisgeekis.com O universo geek para além do óbvio Mon, 25 Feb 2019 17:31:13 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.11 https://i2.wp.com/www.finisgeekis.com/wp-content/uploads/2019/02/cropped-logo_square.jpg?fit=32%2C32 The Gods Lie. – finisgeekis http://www.finisgeekis.com 32 32 139639372 Especial: o post número 100 http://www.finisgeekis.com/2016/11/21/especial-o-post-numero-100/ http://www.finisgeekis.com/2016/11/21/especial-o-post-numero-100/#respond Mon, 21 Nov 2016 19:27:42 +0000 http://finisgeekis.com/?p=13156

Parece que foi ontem, mas o Finisgeekis está próximo de completar dois anos. Hoje, batemos a marca dos 100 posts! Número modesto para os grandes portais internet afora, mas um grande feito para o blog, que se preza por textos semanais longos, feitos com muita pesquisa.

Foram 100 posts de anedotas, curiosidades e controvérsias. Dos clássicos dos animes aos fundamentos do game design. De bonecas colecionáveis a revisionismo histórico. De cosplayers profissionais à literatura japonesa.

Foi uma viagem e tanto, com a qual contei o apoio de meus queridos parceiros, seguidores e leitores. E nada mais apropriado para a data do que uma celebração do melhor, do mais surpreendente  – e do mais saudoso –  desses quase dois anos de escrita e nerdice.

(Clique nas imagens para acessar os artigos)

O post mais visualizado

chowitsu

2016 foi um ano especial para o Finisgeekis. O projeto Profissionais do Cosplay, uma série de bate-papo com cosplayers que já fizeram do hobby um trabalho, finalmente saiu do papel. A primeira leva de entrevistas foi ao ar ao longo do ano, trazendo depoimentos de cosplayers do Brasil, Estados Unidos, França, Polônia e Portugal.

O projeto foi de longe a iniciativa mais interessante que já fiz no blog, e pretendo continuá-lo em 2017. Para minha enorme satisfação, foi também uma experiência edificante para meus entrevistados.

A ninguém isso foi mais verdade do que para a portuguesa Chowitsu. Sua entrevista lidera como o post mais visto da história do Finisgeekis e motivou vários brasileiros a começar a seguir seu trabalho.

De todos os cosplayers que entrevistei, Chowitsu é a única que conheci pessoalmente. É, portanto, com muito agrado que vejo seu trabalho alçando voo. Que seu talento continue a crescer e que seja sempre reconhecido!

O termo de pesquisa mais recorrente

attack-on-titan

Se alguma métrica já me fez coçar a cabeça, com certeza foi esta. Entre todos os termos de busca daqueles que caem no blog pelo Google, “Attack on Titan” lidera disparado.

É algo que não sei explicar sem invocar a força cabalística dos algoritmos secretos da web.

Por um lado, é verdade que dei alguma atenção ao hit de Hajime Isayama. Em O Titã da Militânciaum dos primeiros textos do blog, falei de como a fábula de humanos cercados por titãs foi apropriada por revoltados de plantão em vários protestos mundo afora. Algum tempo depois, traduzi parte de uma entrevista do ANN com executivos da Kodansha, falando sobre a série.

No entanto, tudo isso nem se compara com a atenção que dei a outras obras, como os games de The Witcher, os longas do Studio Ghibli ou os mangás de Inio Asano. Por uma razão muito simples: não é uma franquia com a qual tenho familiaridade.

Embora tenha acompanhado (e curtido) a primeira temporada do anime, não acompanhei nem tive interesse em acompanhar o mangá. Hoje, devo ser uma das poucas pessoas do mundo que não sabem o que há no porão da casa do Eren.

Que os muitos fãs de Shingeki que caem aqui por acaso não levem isso para o mal. Seja qual for o caso, vocês são muitos bem-vindos!

O post que mostra que a união faz a força

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Esse post especial em duas partes surgiu de uma ideia inusitada. E se juntássemos blogueiros diferentes para responder a questões difíceis? Uma espécie de podcast escrito, ou um equivalente contemporâneo dos diálogos filosóficos?

Assim surgiu o primeiro hangout da Blogosfera Otaku BR. Ao lado de autores dos blogs Anime 21, Animes Tebane, Dissidência Pop, É Só Um Desenho e Otaku Pós-Moderno, mergulhei de cabeça em uma das questões mais capciosas da cultura pop japonesa.

O experimento foi um sucesso, e pouco tempo depois realizamos um segundo hangout, curado pelo Diego Gonçalves do É Só Um Desenho. Quem se interessou pelas discussões pode ficar tranquilo: elas foram apenas as primeiras de muitas!

O post mais polêmico

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Nesses quase 2 anos de Finisgeekis, o blog nunca recebeu um backlash grande a ponto de provocar uma flame war. Para ser sincero, espero que continue assim.

O que não significa que todos os posts tenham sido bem aceitos. Em dezembro de 2015, me aventurei pela história das sequels reboots para entender a obsessão de Hollywood em ressuscitar hits do passado.

Sobre O Despertar da Força, primeiro longa de Star Wars sob a batuta da Disney, não tive palavras muito amigáveis. Eu já havia mostrado algumas reservas à direção corporativa da qual o mundo nerd se tornou escravo e antecipado meus medos em relação à ex-franquia de George Lucas.

O Despertar da Força confirmou boa parte do que eu temia, disfarçando como “tributo” um clone sem alma de A Nova Esperança, decorado com os frufrus favoritos do público millenial. Se os filmes de Lucas prezam pela experimentação (mesmo quando dão errado), O Despertar da Força é um exemplo de cinema “lista de compras”, “ticando” todas as caixas do lucro seguro e nostalgia vazia.

“Mas Vinicius” vários leitores, cada qual com suas palavras, me disseram “eu assisto a Star Wars justamente porque quero ter a mesma experiência de sempre. Se quisesse algo diferente, veria Star Trek ou qualquer outra coisa.”

Justo. Mas, se George Lucas pensasse assim, ainda estaríamos assistindo a Flash Gordon Buck Rogers. E se a humanidade como um todo pensasse assim, nunca teríamos saído das cavernas de Lascaux, admirando nossas pinturas de búfalos como se fossem o ápice da arte.

O Despertar da Força é sintoma de uma dupla tragédia. De produtores calculistas, que destilam clássicos em commodities efêmeras, e dos fãs, aquiescentes em ver sua obra do coração drenada à irrelevância. Se este é o futuro, parem o mundo que eu quero descer.

O post pelo qual preciso agradecer à DICE

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Que Battlefield é um arrasa-quarteirão todo mundo sabe. O que eu até então não imaginava era que essa popularidade pudesse se traduzir em um interesse por história – e pelos textos de quem vos escreve.

Com o lançamento de Battlefield 1, meu post de maio desse ano se tornou o artigo mais consistentemente popular do Finisgeekis. Dia após dia, ele passou a receber mais visualizações que qualquer outro texto.  “Jogos sobre primeira guerra” , por sua vez, tornou-se um dos termos de pesquisa mais recorrentes (atrás, é claro, de Attack on Titan).

A tudo isso, só tenho a agradecer à DICE. Se o seu novo AAA levar algumas pessoas a conhecer a guerra que inaugurou o mundo contemporâneo, ou se interessar por Verdun ou Valiant Hearts (dois dos jogos que menciono no artigo), já será uma missão cumprida.

O post que fez tudo valer a pena.

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Escrever um blog é um hobby ingrato. Pesquisar e redigir posts dá um trabalho desgraçado. Manter uma rotina exige que tratemos nossa página como um segundo emprego. E, no final do dia, o retorno nem sempre é grande.

O drama da protagonista do filme Julie & Julia é um retrato super honesto do que significa fazer escrita pública. Investimos horas de trabalho em um artigo para amargar esquecido em meio aos virais do momento. Buscamos diálogos com os outros e concluímos que estamos falando sozinhos.

Eventualmente desencanamos. Apertamos o “publicar” com resignação, sabendo que, no final das contas, ninguém lerá aquilo mesmo.

Erra quem pensa que a toxicidade é o pior que a internet pode oferecer. Para um blogueiro, o maior pavor não é o ódio. É o silêncio.

É por isso que, quando as coisas finalmente dão certo, a sensação é tão boa. Para mim, este momento veio com meus comentários sobre os mangás The Gods Lie. A Lollipop and a Bullet.

A resposta que tive superou todas as minhas expectativas. Recebi mensagens de leitores me agradecendo pelo texto. Um mangaká brasileiro chegou a me apresentar seu trabalho. Desconhecidos que eu pensava fora do meu alcance disseram compartilhar meus pensamentos.

Esse, afinal, é o endgame, o propósito último. Ser capaz de alcançar os outros e fazer com que ideias solitárias se disseminem e rendam frutos. É com o que sonhei do momento em que criei o blog e o que pretendo continuar enquanto ele existir.

E a vocês, leitores que tornaram isso possível, ofereço minha profunda gratidão – e a certeza de que farei de tudo para continuar a entretê-los, cada vez mais.

Muito obrigado!

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“The Gods Lie.”: Os adultos ausentes dos mangás (e por que funcionam tão bem) http://www.finisgeekis.com/2016/05/09/the-gods-lie-os-adultos-ausentes-dos-mangas-e-por-que-funcionam-tao-bem/ http://www.finisgeekis.com/2016/05/09/the-gods-lie-os-adultos-ausentes-dos-mangas-e-por-que-funcionam-tao-bem/#comments Mon, 09 May 2016 22:58:50 +0000 http://finisgeekis.com/?p=5050

Dia das mães. Não há ocasião melhor para relembrar os percalços e emoções de nossa vida familiar – ou das de nossas personagens favoritas.

Claro, os dramas que gostamos de ler ou assistir costumam ser bem diferentes dos que desejamos para nós mesmos. Como disse Tolstói, todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua própria maneira. E nada faz uma história mais interessante do que a variedade.

O autor de Anna Karenina não estava pensando em mangás e animes, mas seu comentário cairia como uma luva. No site TV Tropes, os exemplos de conflitos familiares em desenhos e quadrinhos japoneses são tão numerosos que merecem artigos à parte.

Talvez justamente por tocaram em dramas tão íntimos, que nos despertam tanta compaixão, famílias ausentes (ou problemáticas) são um truque tão usado para ganhar os corações do público.

sakura nadeshiko

Fãs do estilo podem aproveitar o momento para conhecer (ou revisitar) uma de suas obras menos conhecidas. O curto mangá Kami-sama ga Uso o Tsuku. – em inglês, The Gods Lie., uma pequena joia dos últimos anos,  acaba de ganhar uma nova edição anglófona.

Os deuses também mentem

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Com sua capa em cores pastel, O one-shot de Kaori Ozaki (autora de Immortal Rain) não é à primeira vista um título que chama a atenção. Basta virar as páginas, no entanto, para percebermos que estamos diante de algo excepcional – e incrivelmente sério.

A trama acompanha Natsuru, uma criança de 11 que sonha em ser jogador de futebol. Órfão, vive sozinho com a mãe. Seu treinador, que estima como um pai adotivo, é subitamente afastado e substituído por um outro, mais jovem e agressivo.

Ele ridiculariza Natsuru na frente de seus colegas e lhe diz que não tem talento para o esporte. Seus colegas de time, antes tão entusiasmados como ele, começam a fazer outros planos para o futuro. Seu sonho de se tornar um jogador profissional começa a se esfarelar.

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O destino o leva de encontro a Rio, uma colega de classe que vive sozinha com seu irmão. Tal como ele, Rio também é orfã (em seu caso, de mãe). Tal como ele, Rio se sente desamparada. Seu pai, pescador de caranguejos, passa meses a fio no litoral do Alaska.

Juntos, eles aprendem a se dar conforto em um mundo que não parece ter sido feito para eles, do qual os “deuses” – os adultos – parecem ter desistido.

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The Gods Lie. é impressionante – e às vezes chocante – porque nos mostra aquele lado da juventude que sabemos existir, mas que temos medo de encarar.

Em alguns aspectos, ele é uma versão PG-13 de Umibe no Onnanoko, do qual já falei aqui e aqui. Se no mangá de Inio Asano a negligência leva dois jovens a uma rotina auto-destrutiva de sexo, os protagonistas de The Gods Lie., mais jovens (e bem mais inocentes) encontram paz tornando-se uma “família” de mentira.

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Qualquer semelhança não é mera coincidência

Pais ausentes, filhos pródigos

O mangá de Kaori Ozaki desafia até o que entendemos por “sair do ninho” – e, consequentemente, o que define o gênero coming of age como um todo.

Existe uma ideia bastante arraigada de que a adolescência é a época da rebelião e da independência. Crescemos para sair da manada e nos tornarmos indivíduos, donos do nosso próprio nariz, responsáveis por nossa própria felicidade.

É a visão por trás de quase todas as histórias de formação, de O Despertar da Primavera e Um Retrato do Artista Quando Jovem até os mais recentes animes slice of life. A família, a escola, a sociedade e até nosso próprio corpo são “teias” nos impedindo de voar, obstáculos a serem superados na jornada pessoal por liberdade.

É, também, a visão por trás do escapismo, da ideia de que nossos anos de ouro podem ser uma porta para um mundo paralelo, longe dos perrengues da vida adulta. A adolescência vira a última barreira antes do terrível mundo real, a “calmaria antes da tempestade” em que podemos encarnar qualquer personagem, experimentar qualquer coisa e viajar para qualquer universo.

Há, porém, uma outra visão (bem menos glamurosa) do coming of age. É a ideia do crescer como “tomar a tocha” da velha geração, integrar-se ao sistema, fazer as pazes com o establishment.

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É saber que nenhuma pessoa é uma ilha, que por mais sedutor que pareça o sonho de fugir com o circo, ele será apenas um sonho. E que, por mais chato seja aceitar a autoridade daqueles que “querem nosso melhor”, eles muitas vezes têm a completa razão.

The Gods Lie. nos mostra exatamente esse ponto de vista. Os “deuses” – pais, mentores, professores –  “mentem” porque se esquivam da sua obrigação de ajudar os jovens a achar seu lugar no mundo. E Natsuru e Rio sofrem porque são adolescentes e não sabem navegar sozinhos as ondas do universo adulto.

Quem prefere o cinema aos quadrinhos nem precisa ir tão longe. The Wolf Children, longa de Mamoru Hosoda e um dos animes mais explícitos sobre a importância da maternidade, nos traz o mesmíssimo conflito.

Na trama, uma mulher se envolve com um homem-lobo, com quem tem duas crianças. Quando seu marido morre, ela se vê obrigada a criar sozinha um casal de filhos divididos entre a natureza animal e a vida em sociedade.

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Para Ame e Yuki, as crianças-lobo do título, “crescer” é uma espécie de sacrifício. É mudar para se inserir em uma comunidade, seja ela a floresta, de seu pai, ou a civilização humana, de sua mãe.

Não é à toa que algumas pessoas interpretaram o filme como uma alegoria sobre os filhos de imigrantes, forçados a escolher entre abraçar a cultura de seus pais ou abandoná-la para se acomodar à  “nova pátria”.

É interessante imaginar o que esses dois adolescentes falariam um para o outro. O que o sonhador, “rebelde sem causa”, desafeto do sistema teria a dizer para o jovem regrado, que só deseja um lugar para chamar de seu.

Felizmente, não precisamos imaginar.  Este diálogo já foi escrito. E rendeu um dos mangás mais tocantes e pés-no-chão a abordar o tema.

Entre a bala e o kompeitou

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Satougashi no Dangan wa Uninukenai, também conhecido como Sugar Candy Bullets Can’t Pierce Anything  ou  A Lollipop and a Bullet, é justamente esse encontro.

Nagisa, nossa protagonista, é uma órfã em uma cidade minúscula do interior. Seu pai, pescador, morreu em uma tempestade. Seu irmão, antes um aluno brilhante, sofreu um trauma e se tornou um recluso. Sua mãe, única trabalhadora da família, tem de labutar dia e noite para sustentar os filhos.

O sonho de Nagisa não é virar uma idol, ser notada pelo senpai ou montar uma banda. É sair da escola e arrumar um emprego o mais rápido possível para contribuir àqueles que ama.

E não qualquer “emprego”, mas o mais caxias (com o perdão do trocadilho) de todos: as forças armadas. Vestir um uniforme, marchar em fileiras e abaixar a cabeça aos superiores em troca de um bom salário é, para ela, o futuro ideal. Escapismo e rebeldia são coisas de jovens ricos com problemas de menos e tempo demais.

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Eis que Nagisa conhece Mokuzu, a filha de um popular astro de pop. Ela vive seu período de chuunibyou, dizendo aos outros ser uma sereia e esbanjando os privilégios de uma vida milionária. Em suma, a combinação de tudo o que Nagisa mais odeia.

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Não se deixem enganar pelas aparências. A Lollipop and a Bullet não é um slice of life açucarado, nem (pasmem!) um shoujo ai. Ainda mais do que The Gods Lie., o mangá é um retrato penetrante de uma tragédia juvenil.

Nagisa descobre que Mokuzu usa a fantasia para se esconder de um cotidiano aterrorizante que sofre às escondidas. Na medida em que entra no mundo deturpado da amiga, ela percebe que têm mais em comum do que imaginava.

De uma forma ou de outra, ambas desejam fugir. De uma forma ou de outra, as duas compartilham um mesmo sonho. Nagisa quer uma “bala” (munição) para furar a prisão da adolescência e abrir um caminho para o mundo adulto. Mokuzu também quer uma “bala” (doce) para suportar os horrores de sua vida pessoal.

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Como bem lembra o Dissidência Pop, poucas imagens expressam melhor a dor da inocência perdida. “Doce” é o esperado que garotas dessa idade sejam. É a palavra que usamos para descrever personagens coloridas, que transbordam de imaginação. É, também, a propriedade do açúcar. E o açúcar, não podemos esquecer, mascara sabores.

O problema, como tudo no escapismo, é que “balas” de açúcar não perfuram nada.

Lendo The Gods Lie. e A Lollipop and a Bullet lado a lado, é impossível não notar o quão parecidos são ambos os mangás. Não apenas em temática ou em seu comentário agridoce sobre a adolescência, mas nos detalhes de seus enredos, nos mesmos twists improváveis e até na composição de cenas.

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Se pensarmos bem a respeito, a semelhança não é lá tão estranha. O escritor Alexandr Solzhenitsyn certa vez disse que a função da arte é dizer a verdade. A ciência é transitória; a política, mentirosa. Cabe à arte nos mostrar as verdades interiores, abstratas, que fazem tudo ter sentido.

Cada família infeliz é infeliz à sua própria maneira. Contudo, algumas dores são compartilhadas. E se as histórias de Natsuru e Nagisa são tão parecidas – e tão emocionantes – é porque tocam na mesma verdade.

Há algo mais forte do que isso? Eu acho que não. Afinal, como diz um velho ditado russo, uma palavra de verdade pesa mais do que todo o mundo. 

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